domingo, 30 de setembro de 2007

Inseto homóptero achado na região entre rios Purus e Madeira (Foto: Pedro Lage Viana/Geoma/Divulgação)

Impacto de usinas na biodiversidade do Madeira é imprevisível, diz biólogo

(Daniel Gallas, de São Paulo - fonte da imagem e da matéria: BBC Brasil)

O cientista Mario Cohn-Haft, que recentemente liderou uma expedição que descobriu espécies diferentes de animais e plantas na região próxima ao rio Madeira, na Amazônia, disse que o impacto da construção de usinas no rio é "imprevisível".
Em abril e julho deste ano, Mario Cohn-Haft, biólogo do Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (INPA), encontrou variedades diferentes de animais e plantas na região entre os rios Purus e Madeira.
No mês passado, o governo federal aprovou as licenças prévias para a construção de duas usinas no rio Madeira.
Veja fotos dos animais diferentes achados na região
As usinas de Santo Antônio e Jirau – cujos editais estão em fase de elaboração – gerariam 6,5 mil megawatts, o equivalente a metade da potência de Itaipu, uma das maiores usinas hidrelétricas do mundo em potência.

Rio barrento
Cohn-Haft explica que a região onde foram encontradas novas espécies não será diretamente afetada, pois está fora da área que será inundada para a construção das barragens.
Mas o impacto indireto das barragens pode ser grande o suficiente para afetar a biodiversidade local.
"O impacto de barragens em um rio com teor sedimentar muito grande como o Madeira é imprevisível. Nós não temos precedentes para saber", disse o biólogo à BBC Brasil.
"O rio Madeira é o quarto maior e um dos mais barrentos do mundo. Então, colocar barragem em um rio como esses e dizer que nós sabemos o que vai acontecer é muita ousadia."
Cohn-Haft diz que até mesmo o rio Amazonas pode ser afetado pelas barragens.
"Se isso causar uma diminuição no teor sedimentar do rio, isso pode impactar a fertilidade e a produtividade da várzea todinha. Então se você faz isso no alto do rio Madeira, impacta o sistema biológico do resto do rio inteiro, e o próprio rio Amazonas, ao qual o Madeira é o maior contribuinte de sedimentos."
O cientista também afirma que a colonização e o aumento no número de habitantes na região também podem ter impacto no local.
"Uma vez que você tem grandes projetos que estão empregando gente, atraindo gente de outras partes do país, encorajando investimento, agricultura, agropecuária, rapidinho a área toda é colonizada, é desmatada, é convertida permanentemente."

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

(Fonte da imagem: blog da autora Glória Perez da série Amazônia)

Vídeo do Uirapuru - O tenor da floresta

(Fonte: Globo Repórter)
Para assistir o vídeo do Uirapuru, clique aqui

As vozes da floresta. Em tantos dias de caminhada silenciosa, a equipe do Globo Repórter acabou ouvindo o mais misterioso dos cantos. Ele se esconde na parte mais fechada da mata. Encontrá-lo é o sonho de todos os seres humanos que andam pela floresta. Ouvi-lo é um privilégio. Ele tem o canto mais belo e harmonioso de todas as aves brasileiras. Diz a lenda, que quando o uirapuru canta, até as outras aves se calam.
Uma ave tão pequena com um canto tão poderoso. É como um tenor, que solta a voz para deixar a platéia extasiada. Na mata, a platéia era a equipe do Globo Repórter e os pesquisadores. Meia dúzia de privilegiados em um teatro de extensão ilimitada aproveitando um raro espetáculo.
“É um dos cantos de pássaros mais bonitos do Brasil”, ressalta o ornitólogo inglês Andrew Whitakker.
Mas o uirapuru tem um segredo que só os especialistas conhecem. Não é verdade que todos os pássaros se calam quando ele canta: ele é que solta a voz quando os outros estão calados.
“Tem épocas que ele não canta nada. Quando está começando a chover, ele canta mais”, revela o pesquisador.
É esse o mistério que a lenda encobre. Por que o uirapuru não faz como as outras aves, que ficam mais silenciosas quando as chuvas chegam?
Enigmas da Amazônia: o macaco compenetrado, o falcão desconhecido, o consagrado uirapuru. Personagens do grande espetáculo da vida selvagem. Na floresta, o homem é apenas um admirador.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

(Foto: Ricardo Leoni - O Globo)

Primavera
(Fonte da imagem e das informações: site de O Globo)
O início da estação foi comemorado no Jardim Botânico com plantio de mudas de mogno e seringueira. A ocasião marcou também o alerta de defensores da natureza contra a exploração da reserva de mogno da tribo indígena Ashaninca, que vive na fronteira da floresta amazônica brasileira com a peruana. O evento, no sábado, contou com a presença da atriz Camila Pitanga, do cantor Milton Nascimento, de Paulo Jobim, filho de Tom Jobim e da apresentadora Regina Casé, que plantaram mudas acompanhadas de Benky, um dos líderes da tribo.

domingo, 23 de setembro de 2007

Lançamento de livro de Graça Graúna
"Acreditando na alma e na força da palavra de amigos(as) e leitores(as) acerca dos meus escritos; procurei reunir alguns poemas dos livros Canto Mestizo e Tessituras da Terra e outros inéditos para festejar os 18 anos de Mulheres Emergentes. O lema da editora é “levar ao público a expressão poética contemporânea, em especial a feminina” (conforme as palavras de T. Diniz, na Coleção Milênio 2001).
Sendo assim, com licença poética, apresento este Tear da palavra que sugere o direito de sonhar e tecer a vida; o respeito às diferenças e o direito de cultivar a liberdade de expressão, sempre."
Graça Graúna - Nordeste do Brasil, jan. 2007.

(*) Dia do lançamento: sábado, 13 de outubro de 2007.
Local e hora: Centro de Convenções, as 16h, no stand da UBE União Brasileira de Escritores em Pernambuco.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Urutau - pássaro raro
(informações e imagem extraídas do site Overmundo)


O urutau é um pássaro raro, conhecido como ave-fantasma, é um dos pássaros mais cultuados na literatura fantástica. Ele também aparece em lendas, poesias e raramente é observado na área urbana. Espécie em extinção, o urutau existe há pelo menos 20 milhões de anos, muito antes do ?Homo sapiens? surgir na Terra.
O urutau foi observado essa semana (em abril de 2007) na área urbana de Natal, em pleno centro da cidade, no final da tarde. A ave estava imóvel, no alto de um velho poste, na praça Senador Guerra, localizada por trás da Igreja do Galo. Quando essa ave surge na área urbana causa estranheza tanto pelo fato de ser espécie noturna, como por sua aparência: tem cabeça larga e achatada, bico e pernas pequenas, enormes olhos e penas com coloração especial para a camuflagem.
Depois de analisar as fotografias, o ornitólogo afirmou que se trata de uma espécie brasileira das mais comuns: o ?Nyctibius griseu?, que vive tanto nas florestas densas quanto nas bordas de mata, capoeiras e até mesmo em árvores isoladas das grandes cidades. Conforme David, o urutau pertence à família da coruja e é um primo distante do bacurau por ter hábitos parecidos.
É muito difícil ver essa ave porque ela não voa com facilidade e depende da camuflagem para se proteger dos predadores?, disse o ornitólogo, ressaltando que o bacurau se camufla no chão ou numa toca, enquanto as corujas procuram torres de igrejas e copas de árvores para esconderijos. Conforme David Hasset, o urutau é uma ave rara porque para se camuflar procura uma extremidade de um galho, se adaptando de uma forma que se toma o aspecto de prolongamento do galho.
Possui a cabeça chata, olhos grandes e vivos, a boca rasgada de tal maneira que seus ângulos alcançam a região posterior dos olhos. Sua cor é parda acanelada. Isso lhe permite adaptar-se a cor do galho onde pousa. Esse seu disfarce associado a sua perfeita imobilidade o protegem da vista dos caçadores. O urutau não constrói ninho. No período de reprodução, depositam um único ovo em alguma forquilha de galho grosso a grande altura ou numa cavidade natural de seu poleiro noturno, onde permanecem em atividade de choco.
O urutau habita o Norte e Nordeste da Argentina, as matas do Paraguai, o Norte do Uruguai e no Brasil, onde toma vários nomes: jurutaui na Região Amazônica; ibijouguaçú entre os tupis e Mãe da Lua entre o mineiros. O urutau é uma ave noturna que, em noites de luar, desliza nas alturas, entretendo-se em perseguir e devorar mariposas e besouros?, completou David Hasset.

Mitos de um pássaro mágico
Segundo o ornitólogo, o grito do urutau é um ?hu-hu-hu?, que se faz ouvir após o anoitecer, quando a ave procura a solidão mais espessa das matas, de onde faz solta um assobio de profunda lamentação. Para alguns, parece semelhante ao lamento de uma mulher. Em outras pessoas, o canto do urutau provoca espanto e piedade aos que possam ouvi-lo.
A quase invisibilidade do urutau confere-lhe o caráter de um ente misterioso. Muitos não o tomam por uma verdadeira ave, senão por um ser fantástico, inacessível à mão e aos olhos humanos. Já outros, porém, não duvidam de sua existência, mas consideram-no como um ente enigmático e superior, dotado de muitas qualidades fora das leis naturais, entre elas, a de preservar a pureza das moças.
As qualidades sobrenaturais deste pássaro se destacam nas crendices populares. As penas e a pele do urutau são milagrosas. Conta-se que antigamente, matavam um urutau e tiravam-lhe a pele. A pele seca servia para assentarem as filhas das famílias influentes, nos três primeiros dias, do início da puberdade. No término deste tempo, a jovem saía ?curada?, isto é, invulnerável à tentação das paixões desonestas que pudessem surgir.
Apesar de seu grito de lamentação, o urutau não era tido entre os indígenas como uma ave de mau agouro. Conta-se que os tupinambás consideravam o canto desta ave como saudações de antigos parentes mortos que gritavam para excitá-los à guerra contra os inimigos.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007



Correio da Ursa - Uma paisagem para refrescar a Floresta e os amigos.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Falta de chuva mudou a paisagem nas Cataratas do Iguaçu, no Paraná; fluxo de água atual é de 470 mil litros por segundo, enquanto a vazão normal é de 1500 mil litros por segundo (Fonte: UOL últimas notícias)

Mosquitinho virtual :)) ZZZZZZZ!!!!!!

sábado, 15 de setembro de 2007

No coração do sertão de Pernambuco, entre os municípios de Inajá e Ibimirim, vivem os índios Kambiwá. O termo Kambiwá significa “retorno à Serra Negra”, a tão sonhada terra dos mais de 2.400 índios*. A Serra Negra é a área sagrada para esta e outras populações indígenas da região, sendo nela realizados importantes rituais da cultura destes povos. (* dados da FUNASA concedidos pelas lideranças da comunidade)

Ritual Kambiwá
(Fonte: site do povo Kambiwá)
Dentre os rituais religiosos dos Kambiwá, destacam-se o Toré, cerimônia religiosa aberta, onde os índios dançam nos terreiros das aldeias e costumam ingerir uma bebida extraída da juremeira – a jurema ou anjucá – e o Praiá, que é um dos mais importantes rituais cujo seu sentido religioso não é totalmente revelado. O nome Praiá designa tanto o ritual como os personagens, que são homens vestidos com máscaras de corpo inteiro, feitas com a fibra do caroá. No âmbito do segredo e do sagrado, os Praiá atuam como elemento de comunicação com os ancestrais.
É comum nessas cerimônias cantarem toantes formados de pequenas quadras, geralmente em português. Estes toantes falam sobre o tempo em que os antepassados habitavam a Serra Negra e a sua autoria é dada aos “antigos”:

Urubu de Serra Negra
De velho não cai a pena
De comer mangaba verde, cunhã
Beber água na Jurema
Sou índio de Serra Negra
Eu sou Caboclo-de-Pena
Eu venho fazer penitência
Tomando o vinho da jurema

quinta-feira, 13 de setembro de 2007


Festa caiçuma, saudação à natureza
(informações extraídas do site Kaxi - Comunicação - Marketing)

Guerreiros, altivos, nômades, bons caçadores, que se vestem em belos kusmas, se pintam com os mais variados desenhos e cores, enfentando-se com pulseiras, colares e cocares coloridos, dando um toque especial à riqueza natural de sua terra. Eles são os Ashaninka, povo indígena originário dos Incas peruanos que hoje habita diversas aldeias espalhadas ao longo do Rio Amônia, no município de Marechal Thaumaturgo, no extremo-oeste do Acre, próximo à fronteira do Brasil com o Peru.
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No final da tarde, finalmente, chegamos à aldeia central dos Ashaninka. Depois de um esforço para subir os barrancos enlameados e muito lisos, o cacique Antônio Pianco nos deu as boas-vindas e nos conduziu para o grande alojamento de visitantes, construído há alguns anos na aldeia com o apoio do governo do estado. “Sintam-se à vontade, porque vocês são bem-vindo para conhecer a nossa terra e o nosso povo”, disse o cacique, esbanjando simpatia.
Refeitos do temporal que nos pegou no rio, nos dirigimos ao outro lado do Rio Amônia, onde a grande maioria dos índios estreava na casa de Benke Pianco, filho do cacique Antônio, a festa da caiçuma — bebida inebriante feita de mandioca fermentada — que leva os índios a tocar, a dançar e cantar durante dias seguidos músicas que retratam o seu cotidiano na floresta. A festa havia começara na manhã daquele mesmo dia e duraria até acabar a caiçuma, feita por algumas famílias da aldeia central. Pela tradição, a festa da caiçuma só termina depois de consumida toda a bebida preparada, o que pode demorar até quatro dias.

sábado, 8 de setembro de 2007

Índios Enauenê ameaçados

Amazônia, uma região de poucos




quinta-feira, 6 de setembro de 2007


(Fonte das imagens)

Aranhas tecem teia duas vezes maior do que campo de futebol
(Fonte: BBC Brasil)

Uma gigantesca teia de aranha foi encontrada no Parque Estadual Lake Tawakoni, no Estado do Texas (Estados Unidos).
A teia foi criada por milhões de pequenas aranhas, que conseguiram fazer com que ela ficasse com o dobro do tamanho de um campo de futebol.
A teia cobre uma distância de 180 metros, uma área de árvores e arbustos do parque.
Guardas florestais não sabem a razão das aranhas terem juntado suas forças e descrevem a teia gigante como um "fato raro".
A superintendente do parque, Donna Garde, convidou especialistas em insetos e aracnídeos para estudar a teia.
Os guardas florestais dizem esperar que a teia resista até o outono no hemisfério norte, quando as aranhas começarão a morrer.

sábado, 1 de setembro de 2007

Juruna - o espírito da floresta
Armando Lacerda - Cineasta

O Filme Juruna o espirito da floresta conta a trajetória do Cacique político Xavante e será exibido no Festival de Cinema de Brasília.
“É à luta de Mário Juruna que se deve hoje maior proteção à questão indígena no cenário nacional”, aponta Lacerda, lembrando a importância da criação da Comissão Permanente do Índio, hoje oculta em subcomissão; da 1ª Conferência Nacional dos Povos Indígenas; e de maior celeridade na demarcação das terras indígenas, mesmo após o mandato do Cacique.

Assista entrevista sobre o filme, feita por Fernanda Sarkis

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A vida política do cacique
(Fonte)
Juruna ficou famoso por andar em Brasília com um gravador em punho para gravar as promessas feitas pelos políticos - segundo ele, mentirosos - para as reivindicações indígenas.
Suas andanças pelos corredores do Congresso começaram em meados da década de 1970, quando veio à Brasília pedir roupas e calçados para sua aldeia. Em 1980, ele ficou conhecido mundialmente ao ser o delegado dos índios do Brasil no Quarto Tribunal Bertrand Russel, realizado na Holanda.
Quando foi eleito deputado federal pelo PDT do Rio de Janeiro, Juruna tornou-se ainda mais combativo e foi uma importante voz a defender a gestão de índios em assuntos indígenas. Para ele, a administração da Funai deveria estar sob os cuidados dos maiores interessados no trabalho da instituição, os próprios índios.