Morte de índios gera revolta em lideranças
(Fonte: A Crítica - publicado no site Amazonia.org.br )
Lideranças ameaçam ocupar Funasa em Manaus se não houver um acordo
Quatro índios da etnia sateré-maué morreram na semana passada na reserva indígena do Marau, no rio Andirá, Município de Barreirinha (a 328 quilômetros de Manaus), por falta de assistência médica. Anteontem, a gestante Videlina Silva, 40, que residia na comunidade Terra Preta, teve complicações no parto e veio a óbito, após a morte do seu bebê. “Ela morreu de hemorragia três horas depois do falecimento do bebê”, conta o agente de saúde indígena André Sateré. Uma índia da aldeia Bom Jardim, que fica no final da reserva, passou por um drama semelhante. Ao dar à luz, o filho também morreu.
No dia 29 de setembro, uma outra criança índia, de seis meses de idade, faleceu desidratada na mesma localidade.
A notícia provocou mais revolta nas lideranças indígenas que ocupam há nove dias a sede da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em Parintins (a 325 quilômetros de Manaus), em protesto contra o abandono das aldeias indígenas habitadas pelos sateré e hixcariana nos Municípios de Barreirinha, Parintins, Nhamundá e Maués, onde vivem 9 mil indígenas assistidos pelo órgão.
“Não estamos reivindicando apenas pagamento de salário. Porque está faltando tudo. Se a gente tivesse, por exemplo, pelo menos o transporte, muita coisa poderia ser evitada, porque tudo está isolado em razão da vazante”, diz, irritado, Elizeu Ferreira, chefe do Conselho Distrital Indígena, que acompanha o movimento.
Ontem, os índios aguardavam um comunicado oficial da Coordenadoria Regional da Funasa, relacionado às medidas adotadas pelo órgão para por fim ao impasse. “A chefe da Funasa local (Rosa Nunes) não veio mais trabalhar porque ela está com medo. Não a fizemos de refém. Ela foi convidada a ficar com a gente aqui. O coordenador é que não cumpriu com a palavra”, aponta Erildo Batista, integrante do Conselho Indígena Sateré-Maué.
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