Foto: C. Zacquini (1998). A aldeia Yanomami da “Serra do vento” (Demini), publicada no site CCPY - Comissão Pró-Yanomami
Yanomami defende tradição para resistir no território e alerta sobre malária
(Fonte: Radiobrás - notícia publicada no site: Amazônia.org.br )
Rio Quente (GO) - David Kopenawa, do povo Yanomami, se prepara para ser pajé. "Você estuda para melhorar, não? Eu também faço isso, para saber mais. Ser mais preparado. Me dedicar ao meu povo. Saber mais da minha tradição. Para aprender mais e ter mais força para manter a gente na aldeia".
David é a liderança yanomami "que anda na cidade" e está entre os cerca de 15 indígenas de sua etnia que fala português. "Não é todo yanomami que quer falar português. Ele quer preservar sua língua. O professor nosso ensina yanomami", afirma David, um dos participantes da 4ª Conferência Nacional da Saúde Indígena.
Hoje, eles são cerca de 12 mil em Roraima e Acre, mas há Yanomamis na Venezuela. "Nossa terra é boa, tem os rios, tem tudo. Estamos preocupados agora porque a malária voltou", conta. "Não quero mais perder yanomamis como antes. Tem esse risco, não morreu ninguém ainda. A saúde que a Funasa está fazendo paralisou o trabalho preventivo e sete aldeias têm malária".
David narra que os principais surtos da malária ocorreram nos anos 70, quando houve a construção de um trecho da estrada Perimetral Norte (1973 a 1976) em Roraima que "abriu o caminho para a doença". Depois, segundo ele, se agravou a partir de 1986, quando "Romero Jucá, presidente da Funai do presidente José Sarney autorizou a entrada de mais de 30 mil garimpeiros".
"Mais de 4 mil yanomamis morreram de malária, tuberculose, de assassinato. E depois de muita luta, de denúncia para fora do Brasil, a terra foi homologada em 1992. A doença ficou, mas depois vieram as organizações, que por serem não-governamentais, trabalharam na saúde e conseguiram acabar com a doença".
David diz que não reivindica dinheiro, mas ações de saúde. "Você sabe que ela [saúde] não pode parar, atrasar, errar. E ela está se paralisando há três anos". Em 15 de setembro do ano passado, os yanomamis ocuparam o prédio da Funasa em Boa Vista, em protesto.
"Nós conseguimos que as equipes fossem para as aldeias fazer o trabalho. Mas a saúde não pode ser assim. O branco precisa do instrumento para trabalhar. É assim que ele trabalha, faz exames com lâminas, usa remédios. O pajé cura as doenças da floresta. Aprende a fazer isso. Mas não cura, e já tentamos, a doença que vem da cidade". (Janaina Rocha)
Anela Ursa, boa noite.
ResponderExcluirEssas informações do Davi são muito relevantes. Você viu que ele dise, a saúde não pode atrasar e vem se atrasando.
Creio que há dois problemas. O primeiro é realmente a falta de interesse do governo, ocupado com mensalões e afins.
O segundo é que há uma dificuldade imensa de conseguir profissionais da saúde, principalmente médicos que queriam se mudar para a floresta. Apenas os idealistas o fazem.
E idealista é um animal em extinção, como você sabe.
Infelizmente.
Beijos.
Ursa: cada vez mais precisamos aprender as lições de amizade e siceridade que existe entre os índios...os homens brancos estão muito egoístas...e sofrendo consequ~encias por isso!
ResponderExcluirBoa sexta-feira e beijos bem carinhos minha amiga!
Paz e saúde pra vc e pra sua floresta maravilhosa!
vi um comentário seu, dizendo que tem uma deficiência de ferro, visite-me que eu lhe direi como a superar
ResponderExcluirSaramar, é verdade, além da falta de empenho das autoridades em relação à saúde dos índios, atualmente, a medicina está sendo praticada tecnicamente. É raro ver médicos que não atendam os pacientes com pressa, sem nem ohar direito para eles. Beijos da Ursa
ResponderExcluirLia, os índios são solidários e amigos uns dos outros, ao contrário da maior parte dos homens brancos. Beijos floridos!
Luis Capucho, muito obrigada pela gentileza da sua ajuda em relação à minha deficiência de ferro. Vou visitar sua página sim e agradeço a orientação. Abraços florestais da Ursa :))
Ola Ursa, sempre vejo e ouço com a maior emoçao teu blog! Beijos e bom fim de semana do Jonas.
ResponderExcluirJonas, fico feliz com isso. Muito obrigada! Beijos da Ursa :))
ResponderExcluirangela..viver no centro de tudo. no início. nooooooooooossa!!! beijo.
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