quarta-feira, 26 de abril de 2006

(Imagem enviada para a Lista de Literatura Indigena)

Yawanawas divulgam cultura da tribo pelos Estados Unidos

(Fonte: A GAZETA, 19.4.2006)

MAÍRA MARTINELLO
Dois representantes da tribo Yawanawa, o cacique Joaquim Taska Yawanawa e sua mulher, Laura Soriano Yawanawa, viajaram ontem à noite para uma temporada de um mês nos Estados Unidos, onde participarão de uma série de eventos com lideranças indígenas, empresários e organizações não-governamentais (Ongs) de diversos países, com o objetivo de divulgar a cultura da tribo e discutir sobre as atuais experiências e ações realizadas no mundo a favor do fortalecimento das políticas indígenas.
O principal encontro acontecerá no próximo dia 24 de maio, em Nova Iorque, no qual os Yawanawas participarão, pela primeira vez, do Fórum Permanente de Povos Indígenas da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta conferência, Joaquim explica que as lideranças indígenas discutirão com Ongs e empresários sobre o financiamento de antigos e novos projetos desenvolvidos nas aldeias, além de outros temas relacionados às políticas ambientais, sociais e econômicas mundiais. "Trata-se de uma ótima oportunidade de nos apoiarmos mutuamente, conhecermos as iniciativas de outros povos e divulgarmos a nossa história, cultura e valores", enfatiza o cacique.
O primeiro destino do casal será a cidade de Los Galo, na Califórnia. Em seguida, partirão para outros eventos em Santa Fé (Novo México); em San Francisco; na Califórnia; em Miniápolis e, por último, em Nova Iorque.
Famosos pela luta em prol da divulgação e do reconhecimento de sua cultura, os Yawanawas defendem o equilíbrio entre as tradições e a modernidade como forma de manterem "vivas" a sua história e seus valores, com qualidade de vida e prosperidade para a tribo de 620 índios, em Tarauacá. "Um povo que se isola e que não é visto acaba sendo esquecido e até desrespeitado. Nós, yawanawas, assim como os outros povos indígenas da Amazônia, temos muito a ensinar a partir de nossa própria história de luta e sobrevivência, e é isso que procuramos fazer em muitas de nossas andanças pelo mundo todo", explica Joaquim.
Tribo se destaca por iniciativas inovadoras : Filho do cacique da tribo Yawanawa, Joaquim Taska Yawanawa nasceu em Ta-rauacá, aprendeu a falar a língua da aldeia e, em Rio Branco, buscou uma escola que lhe ensinasse o português. O domínio do idioma permitiu que conhecesse o presidente da multinacional de cosméticos Aveda, interessada na principal fonte de atividade da tribo, a semente de urucum, cuja cor, o vermelho, os Yawanawas usam para pintar o corpo.
A parceria já completa 13 anos e, atualmente, os Yawanawas, exportam cerca de quatro toneladas de urucum por ano para a multinacional, que apóia ainda outros projetos da tribo. Graças a uma bolsa oferecida pela Aveda, Joaquim viajou para Santa Bárbara, na Califórnia, em 1997, para aprender inglês e poder se comunicar com os executivos da multinacional. Em busca de novos aprendizados, o índio conseguiu outra bolsa, desta vez em San Francisco, para estudar computação gráfica.
Hoje, a tribo conta com escritórios que se comunicam com internet via satélite, além do telefone. Joaquim escreveu e dirigiu também, no final de 2004, um documentário sobre os Yawanawas. O filme de 56 minutos contando a história de vida, cultura e valores deste povo indígena foi distribuído em 9 línguas e concorreu ao prêmio de melhor documentário do Festival de Sundance, nos Estados Unidos, no ano passado.
A última grande inovação dos Yawanawas para movimentar a economia da aldeia promete sacudir o mundo da moda. Após o lançamento da grife Yawanawa, em 2004, os índios começaram, no mês passado, as primeiras negociações com a grife Zoomp, para a criação de uma coleção de camisetas que terá como estampas os desenhos milenares da tribo feitos pelas índias. "A marca demonstrou muito interesse, e nós estamos nas primeiras negociações. Estamos fazendo tudo com muito cuidado porque apesar de se tratar do lançamento de um 'produto' de moda, estamos lidando também com a nossa cultura, que, para nós, é algo permanente, para toda a vida", diz.

5 comentários:

  1. E eles têm muito a ensinar mesmo. Têm que mostrar essa riqueza toda pra todo mundo. Quem sabe assim terão mais respeito?

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  2. Sair para tão longe para mostrar essa cultura tão explorada,tão humilhada, é sinal de coragem e garra! Que os índios lá nos "states" possam ter voz na multidão.
    lindo dia minha querida e estou melhor,rs
    beijosssssssssss

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  3. Gostei da pintura da índia e do cocar.
    E da idéia da grife Yawanawa.
    Que dê tudo certo.
    Beijos, :).

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  4. Dona Ursa,tive muitos problemas com e-mails que sumiam, e só agora reapareceu a minha caixa de spams.
    Pois desde janeiro haviam lá 132 e-mails e muuuuitos, mas muuuuuuitos e-mails seus !!!
    Peço mil perdões amiga, pois ficou parecendo que sou um relapso-grosso-péssimamente-mal-educado !!!
    Agora que re-surgiu a caixa de spams, vou ficar sempre de olho.
    Desculpe novamente o quiprocó medonho!!!
    Bjs de seu eterno amigo e fã
    Jôka P.

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  5. Janaína, é verdade. Essa divulgação nos EUA pode ajudar à valorização da cultura indígena. Beijos!

    Márcia Clarinha, que bom que você já está melhor. Beijos!

    nanbiquara, a arte indígena é muito bonita! Beijos da Ursa

    Jôka, essa caixinha de spam é danada, adora comer e-mails (risos). Aqui também eu preciso ficar de olho nisso, principalmente, no correio do Gmail. Não se preocupe. A Ursa sabe que você não tem culpa de nada. Beijos carinhosos!

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