segunda-feira, 30 de outubro de 2006


IEF apreende 200kg de pepinos-do-mar em Paraty
(Fonte: O Globo Online e Agência Brasil )

RIO - O Instituto Estadual de Florestas (IEF) apreendeu na madrugada de domingo, em em Paraty-Mirim, 200kg de pepino-do-mar, uma espécie de equinoderma (ou holoturóide), animal marinho do mesmo tipo da estrela-do-mar e do ouriço-do-mar, que vive em grandes profundidades do oceano. O pepino-do-mar é muito utilizado na culinária japonesa e na fabricação de cosméticos.
Quatro pessoas foram autuadas por crime ambiental e terão que pagar R$ 500 por espécie retirada do mar: José Mok, de 40 anos; Tarcilho Assunção Filho, 45; Adilson José Teixeira, 38; Huang Jiexim, 38; e Jacky Chan, 44. O grupo foi flagrado quando levava a mercadoria para restaurantes de São Paulo. As detenções foram fruto de denúncia anônima.
Os 200 kg apreendidos (cerca de oito mil unidades do animal) foram incinerados nesta segunda-feira por fiscais do IEF, por falta de condições de conservação, já que são alimentos altamente perecíveis. A carga foi pescada ilegalmente num recém-criado núcleo de preservação ambiental, na Costa Verde.
- Acho que tudo é possível fazer na retirada da natureza, desde que se faça o manejo adequado. O problema é uma retirada dessas, feita de forma predatória, sem nenhum manejo, como respeito à época de reprodução e tamanho adequado - observou o presidente do IEF, Maurício Lobo.
O pepino-do-mar vive em áreas conservadas, sem poluição, e é amplamente usado na indústria de cosméticos. Segundo Lobo, muitos produtos da biodiversidade do país ainda estão sendo descobertos e uma das alternativas para estudos e comercialização é a criação em cativeiro, sem agredir a natureza.
- É importante preservar. Isso é um patrimônio não só do estado, mas de todo o Brasil”.
Essa foi a primeira apreensão de pesca predatória na região. O núcleo de Paraty-Mirim é considerado um ponto estratégico de entrada para a área de preservação ambiental do Saco do Mamanguá, que faz limite com a reserva ecológica de Joatinga. Até agora, a área estava ameaçada por invasões.

quinta-feira, 26 de outubro de 2006


O povo Pankararu tem lutado nos últimos anos para preservar a sua cultura, suas tradições, suas crendices e suas riquezas naturais. Uma das maiores riquezas naturais da nossa aldeia são as nossas nascentes.

Uma das Nossas Riquezas Naturais (Fonte: site Índios On line)
Nossa nascente acompanhou as gerações passadas que aqui viveram, embora hoje esteja precisando de um cuidado especial.
Hoje o nosso povo sofre com a falta de água, mesmo com a nascente a dois ou três quilômetros de sua casa, pois muitas famílias não têm uma renda familiar suficiente para fazer um encanamento de água, da nascente, até a sua casa. Mesmo com esse histórico negro, nossa nascente sobreviveu aos obstáculos impostos pelo tempo e hoje está ai para nós, firme e não muito, mas forte. Dessa maneira, à medida que o tempo vai passando, a nossa nascente vai se fortalecendo como patrimônio histórico do nosso Povo Pankararu. Sendo a nascente, a nossa maior riqueza natural, ela se tornou constante no calendário escolar indígena, seja para lazer quanto para a sua preservação. Hoje em algumas comemorações (o dia do índio, o dia da criança, dia da árvore e etc), os professores monitoram seus alunos, em pequenos passeios pela região da nascente. Em fim, esse é um pouco da história, de nossa maior riqueza natural, pois se formos contar todo o enredo que traduz a historia e desenvolvimento da nossa nascente, ficaríamos aqui por um bom tempo.

Preservemos o meio ambiente!

domingo, 22 de outubro de 2006

O Jaracé-açu pode alcançar 6 metros de comprimento e viver tanto quanto o homem (Fonte da imagem)

Jacaré-açu livre da extinção
Em poucas horas, pesquisadores encontram mais de 6 mil espécimes na Amazônia
(Trecho de matéria de Andrea Guedes, publicada em 21/06/01 no site Ciência Hoje)

O jacaré-açu, maior animal do continente americano excluindo-se os oceanos, está livre de extinção. Quem afirma é o biólogo Ronis Da Silveira, doutorando em ecologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Em poucas horas de levantamento noturno pela bacia do rio Solimões, ele e sua equipe encontraram mais de 6 mil espécimes do Melanosuchus niger. Desde 1989, o animal está na lista de espécies brasileiras ameaçadas de extinção elaborada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Em princípio, a relação é atualizada a cada três anos. O biólogo relatou o resultado de sua pesquisa ao instituto e espera que a próxima versão seja apresentada sem o réptil.
De acordo com Ronis, que há 11 anos estuda o jacaré-açu, o risco de extinção no Brasil foi apontado a partir de pesquisas realizadas nos anos 1980. Os primeiros registros científicos do réptil foram realizados por pesquisadores europeus no final do século 19, que o encontraram em grande quantidade em várzeas (áreas alagadas dos rios de água branca).
"A espécie ocorre em basicamente toda a bacia amazônica, mas é realmente abundante somente nas áreas de várzeas", conta o biólogo. "Em outras áreas, ela ocorre naturalmente em baixas densidades, e esse fato levou os pesquisadores anteriores a mim a conclusões errôneas."
Mesmo livre da extinção, o jacaré-açu precisa ser monitorado porque é alvo de caça predatória. No Amazonas, maior produtor ilegal de carne de jacaré do mundo, esses répteis são mortos e sua carne exportada ilegalmente para a Colômbia e outros estados brasileiros. Além disso, centenas de pessoas vivem da venda dessa carne no estado, embora a lei só permita a caça de animais para subsistência (desde que não estejam em extinção). Segundo Ronis, o ideal seria trazer essas pessoas para o mercado legal com o objetivo de gerar empregos e melhorar sua qualidade de vida. A idéia é que a população ribeirinha possa, com o conhecimento empírico que tem da região, colaborar com o esforço dos pesquisadores para preservar o jacaré-açu.
PARA ASSISTIR A UM VÍDEO SOBRE O JACARÉ-AÇU, CLIQUE AQUI

Fonte da imagem (site de O Globo) - (Fernando Quevedo) - Índios mantêm ocupação do antigo Museu do Índio

Índios de 17 etnias ocupam prédio de antigo museu no Rio

(Fonte: Agência Brasil)

Rio de Janeiro - Trinta e cinco representantes de 17 etnias indígenas ocupam o antigo prédio em ruínas do Museu do Índio, em frente ao estádio do Maracanã. O grupo reivindica a recuperação, posse e administração do espaço, desativado desde 1978, quando o museu foi transferido para o bairro de Botafogo. Os índios afirmaram que só deixarão o local depois que o governo federal se manifestar a favor da proposta.
A ocupação começou na noite de ontem (20) e o grupo de índios já conseguiu iniciar negociações com representantes da comissão do Ministério da Agricultura, que administra o espaço. Foi marcada uma reunião para as 16 horas de segunda-feira (23), a fim de analisar a questão.
O professor José Guajajara, da etnia do Maranhão, e que aos 44 anos conclui pós-graduação em Educação Indígena na Universidade Federal Fluminense (UFF), disse que há três anos os índios vinham discutindo a ocupação como forma de dar visibilidade ao movimento que cobra do governo políticas públicas para os indígenas. Entre essas políticas públicas estão a demarcação de terras e diferenciação em questões de saúde e educação.
No ano passado, essa ação seria realizada, mas os índios recuaram depois que a informação vazou para a imprensa, porque não queriam ser confundidos com invasores. “Viemos para ficar. Para isso, vamos fazer tendas em volta do prédio e buscar recursos imediatos para receber visitantes e alunos de escolas públicas. O espaço vai ser diferente de outros, será o índio recebendo e administrando o próprio projeto. Hoje, as direções dessas instituições não estão com os índios”, explicou o professor.
O espaço, acrescentou, centralizará a pesquisa e a difusão da produção cultural indígena, além de estabelecer um calendário de palestras em escolas do Rio de Janeiro. O resgate da história do povo indígena inclui a identificação e aproximação dos índios urbanos, chamados de desaldeados ou de invisíveis, porque não são contabilizados nas pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Os índios não são contabilizados porque estão nas favelas dos grandes centros urbanos ou viram mendigos. Cobramos do IBGE a realização de um questionário de auto-afirmação dos povos originários, para cada um se afirmar com a sua etnia. Hoje temos levantes dos Xavantes do Mato Grosso, dos Ticunas do Amazonas, dos Caijajara, Caigangues, cobrando esse estudo”, garantiu José Guajajara.
Ontem, as lideranças indígenas participaram do 1º Encontro Movimento dos Tamoios: Pelo Resgate dos Direitos dos Povos Originários do Brasil, realizado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), onde foi votada a proposta de ocupação do antigo museu.
Depois do encontro os índios foram para o local e enfrentaram resistência dos vigias que tomavam conta do terreno, mas não houve violência. “Fizemos um toré (manifestação com dança) para mostrar que éramos índios e conseguimos ficar”, informou o professor.
O encontro do Movimento Tamoio foi organizado pelos Sindicatos Estadual e Nacional dos Profissionais de Educação.

Fonte da imagem (CTI - Centro de Trabalho Indigenista)

ONGs e governo tentam impedir novos suicídios de Guarani Kaiowá
Organizações governamentais e não governamentais se mobilizam para tentar reverter a ocorrência de novos suicídios entre os índios Guarani Kaiowá da Reserva Indígena Dourados, no sul de Mato Grosso do Sul. As iniciativas vão desde a atenção à saúde mental dos índios à proposta pedagógica que ensine as novas gerações a lidar com a influência de outras culturas. Segundo o Cimi, a perda da identidade é agravada pelas dificuldades econômicas e sociais. "O confinamento em espaços físicos menores desarticula os laços sociais", afirma o coordenador do Cimi no estado, Egon Heck. Nos 3,5 mil hectares da reserva de Dourados, vivem 12 mil índios -
CB, 18/10, Brasil, p.15.

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

Lançamento de livro:

Diários da floresta, de Betty Mindlin

Quando: terça-feira, 24 de outubro de 2006, às 19 horas
Onde: Restaurante Buttina - Rua João Moura, 976 - São Paulo/SP (ver mapa de acesso)

Diários da floresta é o conjunto das anotações de campo das seis primeiras viagens da antropóloga Betty Mindlin ao povo Suruí Paiter de Rondônia, entre 1979 e 1983, durante os primeiros anos de contato da tribo. Eram agricultores e caçadores, habituados a conflitos com inimigos, conhecedores da floresta, pouco influenciados pela sociedade industrial que avançava sobre eles. Sua forma de vida deslumbrou a autora. Os diários relatam as descobertas cotidianas, a análise da economia e da organização social, do parentesco, dos rituais, do amor e da guerra, procuram desvendar outro modo de ser.

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

A roupa de croá, que oculta o seu rosto, balançando o maracá com muita fé, com muito gosto... (Fonte da imagem: site Índios On line)

Cresce migração de índios para favela

Integrantes do grupo pankararu reclamam da miséria na aldeia, em PE, e buscam em São Paulo emprego e oportunidade

Este ano, 509 famílias vivem na favela do Real Parque, no Morumbi - há três anos, eram 400; em todo o Estado, existem cerca de 1.500

(Fonte: Folha On line - RICARDO GALLO, DA REPORTAGEM LOCAL - SALVATORE CARROZZO, COLABORAÇÃO PARA A FOLHA)

Faz seis meses que Cícero não sabe o que é ver mulher e filho. Em abril, deixou a aldeia Brejo das Almas, no interior de Pernambuco, para viver de favor numa favela de São Paulo. Tudo para conseguir um emprego e sair da miséria. "Mas está difícil. Não consegui nada até agora", disse.
Cícero é um índio pankararu, exemplo de um fenômeno que cresce em São Paulo -a dos pankararus favelados em busca de oportunidade.
Em 2006, são 509 famílias apenas na favela do Real Parque, no Morumbi (zona oeste), contra 400 três anos atrás. No Estado, há cerca de 1.500. A favela do Real Parque sedia a associação Pró-Pankararu, que representa a etnia no Estado -foi lá que os primeiros deles chegaram a São Paulo.
"A miséria lá [em Pernambuco] está grande. A safra na aldeia não dá nada, então eles vêm para ganhar a vida aqui", afirmou o líder da comunidade, Bino Pankararu. Quinze dias atrás, disse, ele recepcionou 11 pankararus, que pagaram R$ 200 pela viagem em ônibus clandestino -mais barato.
O que os afasta da aldeia é a miséria: a venda de milho e feijão, duas das culturas de subsistência, rende R$ 50 mensais para as famílias. Em São Paulo, tentam empregos que não exijam qualificação -servente de pedreiro e ajudante de obra.

Realidade dura
Bastam alguns dias na metrópole para notar que emprego é coisa rara. Então, em vez de casebres da aldeia, os índios passam a habitar barracos de madeira, com energia elétrica improvisada, além de conviver com esgoto nas ruas.
Em meio a casas de tijolo à mostra e barracos improvisados, a entidade tenta preservar a cultura indígena. "E os vizinhos respeitam", afirmou Bino.
Eles, os vizinhos de favela, acharam bonito quando, paramentados com roupas de palha, cobertos até a cabeça, os pankararu se exibiram na entrada da Real Parque, em abril deste ano. O toré, como é conhecida, tem passos ritmados e som de flauta. Exige muita concentração: só vestem a roupa aqueles "puros de espírito", que não mantiveram relações sexuais há pelo menos três dias. "E o nome do índio que veste a roupa ninguém sabe", afirma Bino.
A pedido da Folha, três índios se vestiram para dançar o toré ontem. Atenta, a pankararu Maria Helena da Silva, 56, se emocionou. "Dá muita saudade da aldeia", diz ela, quatro meses de São Paulo.
A cultura é mantida ainda nas sessões de fumo, chamado de campiô. Nelas, até as crianças tragam a mistura de fumo e ervas. "É a nossa tradição. Uma vez fui a uma escola e reclamaram disso. Falei que, se fosse assim, a gente pararia a apresentação. Eles entenderam."
Os pankararu da favela Real Parque sobrevivem do trabalho, da ajuda de vizinhos e da renda de apresentações. Deixar os barracos, por ora, é uma esperança distante. Para tentar sair da favela, a comunidade pediu à prefeitura e ao Estado uma porção de terra para criar uma aldeia. Procurados, prefeitura e Estado disseram não haver projetos específicos para a etnia pankararu.
Da Funai (Fundação Nacional do Índio), eles recebem auxílio-transporte para o Estado natal e um projeto de bolsas de estudo integrais para graduação na PUC -26 indígenas foram beneficiados.
Migração
A história dos pankararu em São Paulo começou nos anos 50, quando, expulsos por posseiros, migraram em busca de emprego. Fixaram-se na região que mais tarde daria origem à favela Real Parque, trabalhando na construção do estádio do Morumbi e do Palácio dos Bandeirantes. Com o tempo, a intensificação do fluxo de índios deu origem a verdadeiras aldeias urbanas, encravadas nas favelas de Paraisópolis e do Grajaú (zona sul) e parque Santa Madalena (zona leste).

(Colaborou KRISHNA MONTEIRO , Colaboração para a Folha)



quarta-feira, 18 de outubro de 2006

O pequeno, o simples, o silêncio, a liberdade
por Washington Novaes, jornalista especializado em meio ambiente (wlrnovaes@uol.com.br)
(Fonte: Estadão, 13/10/06 - trechos de artigo publicado no site Jornal da Ciência )

O autor destas linhas acaba de retornar de uma viagem a reservas indígenas do Alto Xingu, norte de Mato Grosso e sudoeste do Pará, documentadas para uma série de programas para televisão.
Nesses lugares, praticamente desaparece o convívio com o 'grande', que é presença quase única na comunicação nacional. Existe televisão em casas de todas as aldeias.
Mas o noticiário é pouco visto, porque está muito afastado do interesse dali e porque para vê-lo é preciso ter combustível que alimente o gerador de energia (e isso custa dinheiro, escasso nesses lugares).
Como também quase não há notícia da vida fora de casa – que no espaço urbano toma quase todo o tempo disponível –, retorna-se, então, ao 'pequeno', ao cotidiano da aldeia, às relações pessoais, aos fatos aparentemente sem importância do dia-a-dia, mas cheios de significados e emoções. Retorna-se ao silêncio.
À relação forte com a natureza, no banho de rio ou lagoa, no contato com o solo (anda-se muito a pé), na visão da imensa abóbada celeste, noite e dia. À visão do que podem ser a liberdade e a alegria das crianças.
À cor, à dança, à tradição. À consciência de que não são indispensáveis gigantescas construções para tudo.
Como ensina o índio Ailton Krenak, 'vocês, brancos, sempre querem fazer coisas enormes, definitivas, eternas; na nossa cultura, tudo é transitório, como a vida; até a casa, que de tempos em tempos é refeita'.
A relação com a outra notícia está em que os índios do Parque Indígena do Xingu e de reservas mais ao norte, como os metuktires (antigamente chamados de txukarramães) e os panarás (antes chamados de kren-akarores, ou 'índios gigantes'), temem muito as conseqüências, em seu modo de viver, da implantação da hidrelétrica agora liberada e de outras previstas para rios formadores do Xingu (estão planejadas mais cinco).
Embora a decisão da Justiça não seja definitiva, até que se chegue a uma sentença final podem transcorrer cerca de dois anos - e até lá as obras poderão ser completadas, o que provavelmente as tornará definitivas.
Os grupos indígenas têm vários argumentos.
O primeiro é de que a hidrelétrica do Kuluene afetará a reprodução dos peixes - e eles são básicos para a sua subsistência.
O segundo é de que reservatórios de hidrelétricas podem afetar o fluxo de rios, na fase de enchimento e em épocas de estiagem, quando acumulam água, prejudicando quem esteja a jusante.
Terceiro, que o reservatório ocupa área considerada sagrada, onde surgiu o cerimonial do Kuarup.
Quarto, que outro laudo, ainda não divulgado pela Funai, mostraria que parte da área também é território tradicional xavante.
Quinto, que essa ocupação intensificará o processo de desmatamento do entorno do parque pela agropecuária – o que já vem tendo conseqüências sérias, com a poluição por agrotóxicos e perda de matas ciliares afetando os fluxos hidrológicos.
O Parque Indígena do Xingu, na expressão forte de Márcio Santilli, do Instituto Socioambiental, ex-presidente da Fundação Nacional do Índio, está recebendo 'o abraço da morte'.
Todos os grupos mencionados não se conformam com a implantação das hidrelétricas. E aos seus argumentos se acrescenta o do Ministério Público Federal segundo o qual o licenciamento de Paranatinga II pelo governo de Mato Grosso contraria a legislação, pois seria necessário licenciamento pelo Ibama, dadas as características do rio.
E a previsão de várias hidrelétricas exigiria o licenciamento conjunto, para toda a bacia, não apenas para o espaço dessa obra.
A empresa construtora argumenta que comprou em leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o direito de implantar essa usina, já licenciada.
Mostra que fará um canal ao lado da barragem para permitir o fluxo de peixes. E apresenta laudo de cientistas segundo os quais o reservatório não comprometeria a área sagrada para os índios.
Todos os argumentos poderão tornar-se secundários, pois quando vierem a ser apreciados para o julgamento final a barragem poderá ser irreversível.
Mas qualquer que seja a visão que se tenha, não haverá como escapar - estão em jogo o grande e o pequeno, o simples e o complexo, o transitório e o 'definitivo', modos de viver muito diferentes.

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

O método de Kuribayashi se baseia em suas habilidades para criar equipamentos óticos que capturam imagens em uma perspectiva única. Acima a Nacaura Matsumurai
Satoshi Kuribayashi, de 67 anos, trabalha como free-lancer desde os anos 60. Já lançou 40 livros e vídeos, todos dedicados à ecologia e com o foco em insetos. Nesta foto, o escaravelho-tigre

Fotógrafo japonês é premiado por retratar mundo dos insetos
(Fonte: site BBCBrasil)
O vencedor do prêmio de fotografia científica Lennart Nilsson 2006 foi o japonês Satoshi Kuribayashi, um fotógrafo de natureza pioneiro em técnicas para retratar o mundo dos insetos.

domingo, 15 de outubro de 2006


Rio Amazonas (Fonte das imagens)

Lenda da Origem do Rio Amazonas
(Fonte: portal Amazonia.com)
Há muitos anos, existia na selva amazônica dois noivos apaixonados que sonhavam ser um casal. Ela vestia-se de prata e seu nome era Lua. Ele vestia-se de ouro e o seu nome era Sol. Lua era a dona da noite e Sol era dono do dia.
Havia porém, um obstáculo para aquele namoro: se eles se casassem o mundo se acabaria. O ardente amor de sol queimaria a terra toda e o choro triste da Lua toda a terra afogaria.
Apesar de apaixonados, como poderiam se casar? A Lua apagaria o fogo? O Sol faria toda a água evaporar?
Assim, eles se separaram. Eles nunca puderam se casar. Os noivos ficaram desesperados, a Lua de prata e o Sol de ouro.
No desespero da saudade, a Lua chorou durante todo um dia e toda uma noite. Suas lágrimas escorreram por morros sem fim até chegar ao mar. Mas o mar, com tanta água embraveceu-se, ele não queria aceitar tanta água.
A sofrida lua não conseguia misturar suas lágrimas às águas bravas do mar. Algo estranho aconteceu. As águas escavaram um imenso vale, serras se levantaram. Um imenso rio apareceu. As lágrimas da lua formaram o rio Amazonas, o rio-mar da Amazônia.

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Um dos outdoors da Aracruz (imagem enviada pela Lista de Literatura Indígena)

Nova denúncia contra discriminação aos índios capixabas no MPE
Flávia Bernardes - (Fonte: site Século Diário)

Mais uma denúncia será protocolada até esta quarta-feira (26) pelo Centro de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos (CPDDH) de Aracruz, no Ministério Público Estadual (MPE) do município, contra ações de racismo aos Tupinikim e Guarani e a entidades de apoio ao movimento que luta pelos 11.009 hectares de terras indígenas em poder da Aracruz Celulose no norte do Estado.
Desta vez, o processo é contra o Tribuna do Norte, que em sua edição de setembro, publicou uma matéria com afirmações de cunho racista. Segundo o Centro de Promoção e Defesa, o jornal é de responsabilidade de Dino Simas e trata os índios como aqueles que se dizem índios ou meia dúzia de indivíduos que apoiados por ONGs se dizem índios, entre outras afirmações.
"É mais uma vez uma prova do racismo. Eles estão desmoralizando os índios e as entidades, dizendo que estas recebem verba do governo Lula e não são sérias", disse a coordenadora do CPDDH, Gilcinéa Ferreira Soares.
Na semana passada, o CPDDH e o Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH-ES) protocolaram outra denúncia contra a prática de racismo aos índios na região. Esta denúncia foi feita ao procurador de Justiça Paulo Panaro Figueira, denunciando as ações promovidas pelo Sindicato dos Trabalhadores da Aracruz Celulose (Sintiema) e seu presidente, Davi Gomes, que também é vereador.
O processo cobra que a Promotoria de Justiça de Aracruz investigue a cartilha produzida pela Aracruz Celulose. O CPDDH classificou o material como um atentado à dignidade e à história de um povo, cuja raça deve merecer respeito. Na cartilha, a cultura e a história dos índios Tupinikim e Guarani no Estado são desqualificadas. Há ainda insinuações de que os índios são falsos.
Também foram denunciados outdoors distribuídos em boa parte do município, e no trevo da rodovia Ibiraçu/Aracruz, com os seguintes dizeres: "A Aracruz trouxe o progresso. A Funai, os índios". Próximo à loja Honda, na avenida Venâncio Flores, podem ser vistos os dizeres: "Basta de índios ameaçando os trabalhadores". Os outdoors são assinados por mais de 30 empresas, inclusive sindicatos.
As entidades lembram que o movimento liderado pela Aracruz Celulose e o Sintiema se intensificou após o parecer favorável aos índios capixabas assinado pelo presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Mércio Pereira Gomes, mantendo o entendimento de que as terras, objeto de disputa judicial entre os índios e a Aracruz Celulose, são de fato, indígenas.
Segundo O CPDDH e o CEDH-ES, as denúncias além de buscar uma coibição destes atos, pretende ainda evitar que os ânimos se acirrem ainda mais e provoque tragédias das quais todos lamentarão, uma vez que os índios estão sendo reiteradamente retaliados e discriminados publicamente pela Aracruz Celulose e sindicatos da categoria, especialmente o Sintiema.

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

adorno labial (labretes/tembetás): dos índios Wai Wai, do Pará, feito com miçangas

adorno nasal (narigueira), dos índios Nambikwara, de Rondônia
Raoni Txukarramãe, foto de capa do livro "Caiapó Metutire"

Alargadores e botoques entre os índios Kayapó
(trecho de artigo publicado no Boletim Iandé n. 14)

O botoque de madeira usado nos lábios é um tradicional adorno dos índios Kayapó, que vivem nas florestas de Mato Grosso e Pará.
Desde a década de 70, um importante líder Kayapó tornou-se bastante conhecido dos não-índios: o cacique Raoni Txukarramãe. Com sua
férrea disposição na defesa do território e dos direitos indígenas, Raoni viajou pelo mundo sendo recebido por governantes, astros de rock e pelo Papa. Não se pode negar que seu botoque era algo impressionante. Marcava a figura de Raoni na memória. Acima está uma foto recente de Raoni (e seu botoque), que ilustra a capa de um livro sobre os índios Kayapó.
Da mesma forma que o botoque é usado para se falar melhor, os Kayapó acreditam que a capacidade de se ouvir melhor e "entender" a linguagem, é adquirida ao se fazer um buraco na orelha de alguém. Os bebês, de ambos os sexos, têm suas orelhas furadas e à medida que crescem o buraco é aumentado com alargadores de madeira, até atingir 2 a 3 centímetros de diâmetro.
Os índios Suyá, do norte do Mato Grosso, usam adornos semelhantes aos Kayapó. Os Suyá também associam esses alargadores à importância cultural da audição e da fala.

terça-feira, 10 de outubro de 2006

A pirarara come frutos e ajuda a dispersão de sementes (Fonte da imagem: Veja Especial Amazônia)
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Pirararas (Phractocephalus hemioliopterus) - o recorde mundial é 44,2 quilos - e são os mais bonitos integrantes da turma dos bagres. O nome pirarara vem do tupi-guarani pira (peixe) e arara. A lenda diz que a espécie teve sua origem quando uma arara virou peixe. O dorso do peixe apresenta tons de marrom-chocolate, os flancos e o ventre são brancos e as nadadeiras são vermelhas. (Fonte)
Distribuição geográfica: Bacia Amazônica e Araguaia-Tocantins
A preguiça gigante (Megatherium america) seria o Mapinguaria? (Fonte da imagem)

Lendas e mitos da região Amazônica
WWF - Fonte

Histórias incríveis de peixes que podem engolir um homem, da "vertigem" causada pela floresta, de onças ferozes e monstros mitológicos, povoam o imaginário dos moradores do Pontal do Apiacás. As lendas e mitos que cercam as belezas do encontro dos rios Juruena e Teles Pires - na fronteira dos Estados do Amazonas, Mato Grosso e Pará -, são mais uma das muitas surpresas encontradas na região.
"Cuidado com a floresta tem gente que vai e volta com a cabeça virada", é o aviso dos ribeirinhos aos visitantes recém-chegados. Mas história de que a mata pode enlouquecer um homem, parece ser apenas uma forma encontrada pela população local para evitar a invasão de madeireiros, garimpeiros e caçadores ilegais.
Outro defensor da floresta muito popular nas conversas mais animadas da região é o mapinguari. Descrito quase sempre como um animal de mais de dois metros, peludo, com garras gigantescas, dentes enormes e que adora alimentar-se de "caçadores". Segundo a lenda, a temida fera ataca de dia e emite sons iguais aos feitos em troncos de sapupema, árvore típica da região utilizada para a comunicação entre quem está na mata, para confundir e atrair as pessoas. Muitos juram terem visto o bicho e alguns até lutaram com ele. Os relatos são tão constantes entre ribeirinhos e seringueiros, que uma equipe de pesquisadores do museu Paraense Emílio Goeldi, chegou a fazer uma expedição na Amazônia em busca do animal.
A suspeita dos cientistas era que o mapinguaria fosse uma preguiça gigante (Megatherium america). Espécie considerada extinta há milhares de anos, possivelmente refugiada na floresta. Algumas pegadas e marcas em árvores foram registradas, muitas histórias contadas, mas nada de concreto ficou comprovado. Apesar das incertezas da ciência, o monstro continua sendo muito real no imaginário dos moradores do Pontal do Apiacás. E ninguém arrisca entrar desacompanhado na mata para caçar, ou pescar.
A existência do temido monstro também é comum entre os povos indígenas. Para eles, depois um feitiço, um velho pajé transformou-se no mapinguari para proteger a natureza de todos aqueles que a desrespeitarem. Alguns antropólogos acreditam que a lenda tem origem similar ao de outro defensor da floresta, o curupira, o famoso indiozinho de cabelos vermelhos e pés virados que vive para assombrar caçadores.

sábado, 7 de outubro de 2006

Crianças apurinã (Fonte da imagem)

Índios denunciam violência policial - 06/10/2006
(Fonte: jornal A Tribuna - notícia publicada no site Amazônia.org.br)

A trágica morte do Sebastião da Silva Oliveira, de 27 anos, do povo apurinã, pode estar relacionada à violência policial, denunciou ontem o Conselho Indigenista Missionário (Cimi). O corpo da vítima, que vivia na terra indígena camicuã, em Boca do Acre (AM), foi encontrado em 8 de setembro.Segundo testemunhas, na tarde de domingo (3 de setembro), Sebastião e outros três indígenas atravessaram o Purus para assistir a um comício em Boca do Acre. Por volta das 20 horas, quando caminhavam pelo bairro da Praia do Gado, eles foram surpreendidos por seis policiais militares, que teriam abordado de maneira violenta o grupo, sem solicitar identificação.
Assustado, o grupo correu e se dispersou, mas os policiais os seguiram. O relato das testemunhas foi transcrito no Memorando 49/PIN-Boca do Acre (AM) e encaminhado à administração regional da Funai. Segundo informações do chefe de posto da Funai em Boca do Acre, Francisco Barroso da Silva, o capitão Hidelberto de Barros Santos lhe relatou que a polícia recebera um chamado para solucionar uma briga, envolvendo um homem que trajava camisa branca e calção preto e armado com um terçado. Ao responder a esse chamado, o capitão e sua equipe encontraram Sebastião, que, naquela noite, trajava camisa branca e calção preto. Após a abordagem equivocada, os policiais perseguiram o indígena, que correu para fugir.

Ainda segundo Francisco Barroso, o capitão Hidelberto lhe afirmou que, durante a perseguição, novos disparos foram feitos pela polícia. A família da vítima, no entanto, teme que tenha havido execução. O corpo de Sebastião Apurinã desapareceu nas águas do Rio Purus e só foi encontrado cinco dias depois.

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

(Fonte da imagem e das informações: site ambientebrasil)

O xamanismo Yanomami

O xamanismo é, juntamente com o complexo ritual ligado ao tratamento da morte e dos mortos, um dos pilares da cultura Yanomami. As sessões xamânicas, individuais ou coletivas constituem tanto uma atividade regular como espetacular no seio das casas coletivas Yanomami. Cada aldeia conta, portanto, com ao menos um ou dois xamãs - às vezes com mais de uma dezena, como é o caso da comunidade de Watoriki.
Os xamãs fazem, segundo os nossos termos, “descer” e “dançar as imagens” (utupë) dos seres da origem mitológica do mundo e, sobretudo, aqueles ancestrais humanos/animais da primeira criação (yaroripë). Incorporamos essas “imagens”, uma depois da outra, sob a forma de espíritos auxiliares (xapiripë) realizando os trabalhos sobrenaturais para os quais os atributos ou competências destas entidades foram mobilizados. Os espíritos aparecem aos xamãs como minúsculos humanóides, comparados à partículas de poeira brilhante.
Sempre deslumbrantemente enfeitados com ornamentos de coloridas e luminosas plumagens, eles dançam lentamente sobre vastos espelhos, sem jamais tocar o chão. Durante essas sessões o xamã reproduz os cantos e a coreografia própria de cada espírito, aos quais, um após o outro, vai se identificando. Em conseqüência desse processo de identificação às imagens/espíritos dos primeiros tempos, os xamãs Yanomami são denominados xapiri thëpë, “pessoas-espíritos”.
A principal atividade dos xamãs é a de curar os membros de comunidade e de protegê-los dos poderes de predação que ameaçam sua integridade oriundos, tanto de formas de alteridade humana (aliados malévolos e inimigos), quanto não-humana (espíritos da floresta, espíritos xamânicos inimigos).
São, também, encarregados de manter sob controle a alternância dos dias e das estações do ano, além cuidar da abundância de caça e da fertilidade das plantações e floresta. Finalmente devem, quando morre um dos nossos, evitar que os espíritos órfãos cortem a abóbada celeste, o que provocaria sua queda; cataclismo similar ao que originou o mundo atual e do qual teme-se que marque o fim.
Costuma-se dizer que todo futuro xamã é, desde a infância, habitado por estranhos sonhos induzidos pelos espíritos que fixam seu olhar sobre ele. Mais tarde, conduzido pelos anciãos, deverá aprender a ver esses espíritos. A iniciação xamânica é ao mesmo tempo dolorosa e extática. Assim, durante várias semanas, o xamã inala o pó yãkoana, potente alucinógeno. Seu corpo é, então, simbolicamente desmembrado, invertido e recomposto pelos espíritos. Este é o preço pago para poder vê-los, aprender seus cantos e colocá-los a seu serviço.
O xamanismo Yanomami, através da convocação das imagens das origens, e de sua combinação sempre renovada no decorrer de cada sessão, constitui um dispositivo de interpretação da realidade do mundo e de intervenção sobre seus mecanismos subjacentes. Pressupõe, também, a capacidade dos xamãs de transcender as barreiras entre as categorias dos seres que povoam o Universo, dando-lhes, sucessivamente, corpo. Essa incorporação das imagens originais confere-lhes o poder de assumir, potencialmente, a subjetividade de todos os seres existentes, humanos e não-humanos, constituindo-os no ponto de totalização ontológica do conhecimento total do Cosmos.

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Governo inglês divulga plano para privatizar a Amazônia
(Fonte: Folha de SP - notícia publicada no blog Tudo Pode Acontecer, da Beth S )

O governo inglês, por meio de David Miliband, secretário de Meio Ambiente britânico, divulgou na semana passada no México um plano para transformar a floresta amazônica em uma grande área privada.


Plano prevê que uma grande área da Amazônia passaria a ser administrada por um consórcio
Plano prevê que uma grande área da Amazônia passaria a ser administrada por um consórcio
O anúncio foi feito em um encontro realizado na cidade de Monterrey, segundo informou o jornal "Daily Telegraph". O evento reuniu os governos dos 20 países mais poluidores do mundo.
A proposta inglesa, que conta com o aval do primeiro-ministro Tony Blair, visa a proteger a floresta, segundo Miliband. O próprio político admitiu que a idéia está em seu estágio inicial e que será preciso discutir as questões de soberania da região com o Brasil.
O plano prevê que uma grande área da Amazônia passaria a ser administrada por um consórcio internacional. Grupos ou mesmo pessoas físicas poderiam então comprar árvores da floresta.





Pedido aos amigos de Portugal!
(Fonte: blog Fases da Lua, da Greentea)


http://vetcondeixa.blogspot.com/2006/09/voluntrios-precisam-se_25.html
«Há umas semanas deu à costa, na Nazaré, um golfinho bébé, que felizmente tem sobrevivido e que precisa da nossa ajuda. Ele está em Quiaios /Figueira da Foz e precisa de companhia 24 horas por dia. São preciso voluntários para ir para a piscina com o baby. Tirem um dia ou dois e venham até cá. Eles dão alojamento e comida e o golfinho é tão fofinho que vale mesmo a pena. Caso não possam vir, mandem o mail aos vossos amigos e espalhem por toda a gente. Para se inscreverem liguem-me (965076772) ou liguem ao Jorge, o biólogo responsável da equipa (917833834). ESTÁ A SER ACOMPANHADO EM TODO O MUNDO ESTE CASO ÚNICO DE SOBREVIVENCIA.Vamos ajudar o golfinho bebé a sobreviver. Eu já me inscrevi e fui aceite como voluntária.Vamos ser todos precisos.VAMOS A ISSO !!!aos amigos dos blogs, façam favor, reproduzam nos vossos blogs e divulguem.
posted by LUA DE LOBOS às 9:04 AM 11 uivos
informaçao divulgada pela LUA DE LOBOS aqui

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

São quatro aldeias Guarani Mbya na cidade de São Paulo: Tekoa Ytu e Tekoa Pyau (chamadas Jaraguá), Tekoa Tenonde Porá (Morro da Saudade) e Tekoa Krukutu (estas duas situadas no bairro de Parelheiros, zona sul de SP). (Fonte da imagem e texto)

Mais sobre os Guarani Mbya
(Fonte: Associação Guarani Nhe`E Porã )
"Nós os Guarani Mbya estamos em várias regiões da América do Sul. Há aldeias na Argentina, Paraguai e Bolívia. Estamos na região do litoral do Brasil, nos estados que vão do Rio Grande do Sul até o Espírito Santo. Há também aldeias no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul. Somos no Brasil a maior etnia indígena, somando aproximadamente 35 mil Guarani.
Acreditamos que o planeta foi feito por Nhanderu, o nosso deus. Ele fez muita coisa bonita; a mata, as aves, os animais, as águas, a terra em que plantamos. Tudo o que criou foi para que usufruíssemos. Nhanderu também criou o Sol, e para nós, ele não é só uma simples estrela de luz própria, como é para os juruá. O Sol é um ser muito representativo para nós, porque foi ele quem criou o primeiro Guarani. É ele que ilumina a Terra e fornece a energia positiva que dá a vida para o planeta.
Somos um povo bastante religioso. No nosso dia a dia, o Guarani está sempre em busca, ou ligado a essa força espiritual de Nhanderu, do Sol. Todas as coisas que fazemos - nosso trabalho, as brincadeiras das crianças - são voltadas para essa busca.
Nosso calendário não é como o do juruá, ele é dividido em ara pyau, tempo novo e ara ymã, tempo velho. Essa divisão está ligada à trajetória que o Sol faz. O ara pyau para nós é o período de primavera e verão, quando o dia é mais longo e o sol faz uma caminhada maior. O ara ymã é no outono e inverno, no período de frio, nesta época em que o dia é mais curto.
Todos os dias nós nos encontramos na Opy, a Casa de Reza, para cantarmos e dançarmos, para rezar a Nhanderu e os mais velhos ensinarem as crianças o nosso conhecimento ancestral. Na aldeia nossa principal liderança é o xamõi, o nome do pajé Guarani. Aprendemos, no nosso cotidiano, a importância de todos os seres e que cada elemento da natureza tem um espírito. O Guarani acredita muito nesses seres porque são eles que dão a vida para nós. Nos manda a chuva, a água e tudo que precisamos para nos manter vivos. Desta forma, estamos muito ligados à natureza. Se este ambiente acabar o Guarani ficará sem estrutura, então lutamos para manter tudo isso que Nhanderu criou.
Com a vinda dos portugueses e a colonização, tivemos que nos fixar em territórios pequenos onde não podemos mais caçar e realizar outras atividades tradicionais. O Guarani vive porque mantêm essa força espiritual que faz com que ele fique em harmonia com a natureza e o faz se sentir forte.
Hoje, nós Guarani Mbya, buscamos parceiros para defendermos nossos espaços, que mesmo demarcados, sofrem algum tipo de pressão. Parceiros que possam nos ajudar em mantermos tudo que foi nos deixado de bom. O juruá está acabando com o planeta Terra e nós estamos preocupados com isso". (Marcos Tupã, cacique da aldeia Krukutu)