quinta-feira, 31 de maio de 2007

Bebê Xavante - Aiuté te nomro tsi õ to re. (Foto Laercio Miranda - Fonte)
Povo Xavante lança livro e pede reconhecimento de práticas tradicionais de saúde
(Monique Maia, da Agência Brasil)

Brasília - O parto por cesariana de mulheres indígenas motivou o povo da etnia Xavante a elaborar o livro Ai´Utedzapari´Wa Nõri Parteiras A´Uwê Xavante (aquela que recebe a criança) que reúne o conhecimento tradicional do povo Xavante e o registro cuidadoso de suas técnicas medicinais, alimentícias e ritualísticas.
O livro será lançado no Primeiro Encontro Parteiras Xavante, de 21 a 24 de maio, em Brasília. O evento será realizado pela Associação Xavante Warã, em parceria com a Coordenação Geral de Educação da Fundação Nacional do Índio (CGE-Funai), Área de Medicina Tradicional Indígena – Projeto Vigisus II - Funasa e Instituto Sociedade População e Natureza (ISPN).
De acordo com o representantes da Associação Xavante Warã, Hiparidi Top'tiro, o livro pretende ajudar na construção de politicas públicas voltadas para a saúde indígena. “É preciso construir políticas conforme a nossa realidade e com a nossa participação”, defende.
Top'tiro, que também coordena o projeto Valorização das Práticas de Parto Tradicional: Dieta Alimentar e Medicinal na Gestação e Parto, reuniu todas as informações para a elaboração do material. Segundo ele, o número de cesarianas triplicou entre as mulheres xavantes. “Isso tira o valor das parteiras, que em vez de praticarem o seu conhecimento estão sendo deixadas de lado”, adverte.
O índio Xavante aponta o livro como ponto de partida para o desenvolvimento de políticas públicas, mas reconhece que existe o risco em relação à patentes e à perda de tradições. “Sabemos que divulgando os nossos conhecimentos, existe um ganho e uma perda. A perda maior vai ser que os conhecimentos se enfraquecerão, se tornarão um conhecimento comum, e por conta disso haverá perda da questão espiritual, mas o resultado positivo será a politica pública”.
O presidente interino da Fundação Nacional do Índio (Funai) e diretor de Assistência Social da fundação, Aloísio Antônio Castelo, disse que a apresentação desses conhecimentos é importante para ajudar a combater o preconceito da sociedade em relação aos povos indígenas.
“Precisamos mostrar que esses povos são ricos culturalmente e precisam ser respeitados”.

domingo, 27 de maio de 2007

Fonte da imagem e mais informações sobre o livro AQUI

Emaranhados de vida e de morte

(Trechos de matéria do site BRA )

Cipó é uma palavra indígena tupi-guarani, cuja pronúncia original era iça-pó ou, literalmente, a mão do galho. Liana é uma designação internacional, usada tanto entre os botânicos de língua latina como os anglo-saxões. Vem do francês antigo lier, por sua vez derivado do latim ligare (ligar), numa alusão à conexão feita por esse tipo de planta entre o solo e a copa. Segundo o Dicionário dos Símbolos de Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, entre os tailandeses, a liana é a ligação primitiva entre o Céu e a Terra, cujos frutos deram origem às diversas raças humanas. No Induísmo, a relação entre a liana e a árvore na qual se enrola é um símbolo de amor e evoca a espiral da vida, a eterna evolução das forças naturais.

VENENOS E REMÉDIOS
Entre os venenos de mais amplo uso entre indígenas de diversas etnias e caboclos amazônicos estão os diversos cipós chamados de timbó (gêneros Paullinia, Serjania e Tephrosia). Batido na superfície da água, em igarapés, nascentes e lagos, ele dissemina um veneno que atordoa os peixes e os faz subir, facilitando a pesca. O veneno não afeta a carne dos peixes, mas causa fortes diarréias, se a água for ingerida.
Diversas lianas amazônicas possuem uma substância tóxica conhecida como curarina, caso do cipó-amargoso (Abuta candicans) e do cipó-cururu (Echites cururu). A curarina é um dos ingredientes do curare, veneno utilizado na ponta das flechas para torná-las mais mortais.
Ainda são considerados tóxicos o cipó-d’alho (Adenocalymna alliaceum), abortivo; o cipó-de-fogo (Davilla latifolia) e o cumanan (Euphorbia phosphorea), ambos urticantes.
De uso espiritual, o cipó caapi (Banisteriopsis caapi) também é famoso, pois entra na infusão alucinógena preparada por adeptos da ayahuasca. Palavra da língua quéchua, de indígenas da Amazônia peruana e colombiana, ayahuasca quer dizer ‘corda da alma’ ou ‘dos espíritos’ (aya = alma, espírito, waska = liana, corda). No chá são adicionadas folhas de um arbusto (Psychotria viridis) e pode-se ou não acrescentar folhas de outros cipós, como o chagro panga (Diplopterys cabrerana).
Entre as principais lianas de uso medicinal tradicional, inclusive com fitoterápicos disponíveis nas farmácias, figuram o cipó-azougue (Apodathera smila cifolia), anti-inflamatório e depurativo do sangue; o cipó-cabeludo (Mikania hirsutissima) contra diarréias crônicas e reumatismo; o cipó-caboclo (Davila rugosa), considerado estimulante, depurativo e afrodisíaco; o cipó-cravo (Tynnanthus fasciculatus), tido como tônico estomacal; o cipó-cruz (Chiococca racemosa), diurético e purgativo; o cipó-de-São-João (Pyrostegia venusta) para diarréias e o cipó-suma (Anchietea salutaris) para tratar eczemas e inflamações de pele.

sábado, 26 de maio de 2007

polvo dumbo
medusa Benthocodon pendunculata

Fotos mostram criaturas bizarras do fundo do mar
(Fotos e informações extraídas do site: BBC Brasil )

Monstros marinhos, fósseis vivos e seres fluorescentes que habitam as partes mais profundas do oceano podem ser vistos pela primeira vez em imagens registradas pela jornalista e cineasta francesa Claire Nouvian.
Graças ao avanço tecnológico nas câmeras, luzes e fotografia digital, ela conseguiu revelar em detalhes sua jornada pelo escuro leito do oceano, em profundidades que chegam a sete quilômetros.
"Foi como se um véu tivesse sido levantado, revelando pontos de vista inesperados, vastos e mais promissores", diz Nouvian.
O resultado do trabalho está no livro The Deep, lançado este mês no Reino Unido e nos Estados Unidos. São 220 fotografias de seres bizarros e surpreendentes, acompanhadas de textos escritos pelos maiores especialistas em oceano profundo no mundo.

Mundo desconhecido
Os oceanos oferecem 99% do espaço onde a vida pode se desenvolver na Terra e o oceano profundo, imerso na escuridão, ocupa 85% dos mares, formando um dos maiores e mais desconhecidos habitats do planeta.
As estimativas atuais do número de espécies a serem descobertas variam entre dez e trinta milhões.
No livro The Deep, Craig M. Young, do Oregon Institute of Marine Biology, escreve que a diversidade biológica no leito do oceano "pode exceder aquela da Floresta Amazônica e da Grande Barreira de Corais juntas".
Mas apesar das imagens reveladoras e surpreendentes da publicação, apenas 5% do leito do oceano já foram mapeados com algum detalhe, o que deixa muito trabalho para a próxima geração de exploradores marinhos.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Na Amazônia, as cavernas são habitadas por seres da floresta. Além da vitória-régia,aqui há escorpiões, baratas gigantes e o estranho amblipígio.

Amazônia subterrânea
(Informações e fotos extraídas de matéria de Adriano Gambarini, Revista Terra )

O oeste do Pará esconde a maior concentração de cavernas de arenito do Brasil. Uma descoberta no coração da Amazônia que só agora começa a ser revelada

TESOURO ENTERRADO
As cavernas amazônicas vêm sendo exploradas há 15 anos, mas só agora o Brasil começa a conhecer segredos como a Planaltina, uma das maiores cavernas de arenito do país.

As dolinas são o primeiro indício de que há algo estranho. Dolinas são depressões na superfície da terra, formadas pelo desabamento do teto de alguma suposta caverna. Quando elas aparecem, são um forte sinal de que há cavernas pelas redondezas. Mas num mundo de igarapés, cipós e árvores gigantescas, topar com cavidades subterrâneas é a última coisa que se espera. Mas a suspeita se confirma. Quando a selva se abre, surge um grande paredão rochoso que guarda a entrada de pequenas grutas. Um lago de águas paradas coberto de vitórias-régias serve de ante-sala.
Nas outras duas cavernas possíveis de visitar na região, a Amazônia continua surpreendendo. A Caverna Leonardo da Vinci é formada por um tipo de rocha sedimentar denominada folhelho, ainda mais rara na formação de cavidades. Com salões baixos e escuros, ela tem uma grande quantidade de guano dos morcegos, que, além de atrair baratas e grilos, provocou a formação de pequenas e intrigantes estalactites vermelhas de fosfato, numa complicada reação química com a rocha. Já na Caverna Pedra da Cachoeira, a surpresa está do lado de fora: a poucos passos de um pórtico de entrada de 20 metros de altura, uma bela cachoeira. Perfeita para aliviar o cansaço das trilhas e da descoberta de que, aqui, é possível encontrar lugares ainda mais escuros do que a floresta impenetrável. Na Amazônia, tudo é possível.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Lenda do Monte Roraima
(Fonte: site Amazonia.com.br)
Segundo os geógrafos, o Monte Roraima é uma formação da era pré-cambriana. Ele tem 2.875 metros de altitude. Mas segundo o folclore, o monte Roraima é muito mais do que isso.
Os índios Macuxi contam que antigamente, no local onde hoje existe o Monte Roraima, existiam apenas terras baixas e alagadiças, cheias de igapó. As tribos que viviam naquela área não precisavam disputar comida, pois a caça e a pesca eram fartas.
Uma vez, nasceu um belo pé de bananeira. E a árvore era algo inédito na região. A estranha planta cresceu muito rápido e deu belíssimos e apetitosos frutos.
Os pajés então avisaram que aquele vegetal era na verdade um ser sagrado e que como tal seus frutos eram proibidos para qualquer pessoa da tribo. Os pajés avisaram ainda que caso alguém desobedecesse a regra e tentasse comer uma fruta daquelas, desgraças terríveis aconteceriam: a caça se tornaria rara, as frutas secariam e até a terra iria tomar um formato diferente. Era permitido comer de tudo, menos os frutos da bananeira sagrada.
Todos passaram a temer e a respeitar as ordens dos pajés. Mas houve um dia em que, ao amanhecer, todos correram para ver com espanto a primeira desgraça de muitas que ainda estavam por vir: um cacho da bananeira havia sido decepado. Todos se perguntavam, mas ninguém sabia dizer quem poderia ter feito aquilo. Antes que tivessem tempo para descobrir o culpado, a previsão dos mais velhos começou a acontecer. A terra começou a se mover e os céus tremiam em trovões. Todos os animais, da terra ou do céu, bateram em retirada. Um dilúvio começou a despencar e um enorme monte começou a brotar rasgando aquelas alagadas terras. E foi assim que nasceu o Monte Roraima. É por tudo isso que, até os dias de hoje, acredita-se que o monte Roraima chora quando de suas pedras caem pequenas gotas de água cristalina.

sábado, 19 de maio de 2007

Cadela amamentará os tigres durante 20 dias, diz veterinário

Uma lição de amor entre os animais


Cadela amamenta tigres de zôo chinês rejeitados pela mãe
(Fonte: Estadão)

No ano passado, cadela Huani amamentou outros quatro filhotes de tigre

PEQUIM - Uma cadela de 4 anos se tornou a mais solicitada "ama de leite" dos filhotes de tigre rejeitados por sua mãe, num zoológico da província de Shandong, no leste da China, explicaram nesta sexta-feira, 18, seus diretores.
"Neste momento, a cadela Huani está amamentando a sua própria cria e, ao mesmo tempo, três filhotes de uma tigresa de Bengala, que rejeitou os filhos porque não tinha experiência e ficou muito cansada depois do seu primeiro parto", disse à agência Efe Gao Ying, veterinário do Jardim Zoológico de Jinan.
Ele explicou que a cadela "recebe um salário" e "um tratamento muito bom". Toma todos os dias uma sopa de ossos especial que ajuda a ter mais leite.
"No dia em que nasceram os tigres, fazia muito frio. Se não fossem amamentados, corriam risco de vida. Huani vai amamentar os três durante cerca de 20 dias e depois começaremos a dar carne a eles", explicou Gao.
Não é a primeira vez que Huani, que pertence a um morador da cidade, é contratada como ama de leite pelo zôo. No ano passado ela amamentou quatro filhotes de tigre, além de seus dois cãezinhos.


sexta-feira, 18 de maio de 2007


"Preciso de obter sabedoria vegetal.
(Sabedoria vegetal é receber com naturalidade uma rã no talo.)

O meu "Meme"! Uma frase do poeta Manoel de Barros
Hanah passou-me um “meme”...

"A Natureza nunca traiu o coração que a amou."

De que se trata?

Um "meme" é um "gen ou gene cultural" que envolve algum conhecimento que passas a outros contemporâneos ou a teus descendentes. Os memes podem ser idéias ou partes de idéias, línguas, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais, ou qualquer outra coisa que possa ser aprendida facilmente e transmitida enquanto unidade autônoma. Simplificando: é um comentário, uma frase, uma idéia que rapidamente é propagada pela Web, usualmente por meio de blogues. O neologismo "memes" foi criado por Richard Dawkins dada a sua semelhança fonética com o termo "genes".

Caso entendam fazê-lo!!!!

Nomeiem 6 blogues que darão seguimento a este desafio...

Blogs:

Brincando com Palavras

Encontro Quase Perfeito

Abrindo Janelas

Sombras de Mim

Entretantos

Assuntos e ETC.

quinta-feira, 17 de maio de 2007





Acredite se quiser
(Fonte: Veja on line, Especial Amazônia)

A mariposa do tamanho
de duas canetas

Também vive na Amazônia a maior mariposa do mundo, a imperador. Tem 30 centímetros de envergadura tamanho igual ao de duas canetas esferográficas.

O besouro maior do que uma mão
O maior besouro do mundo, o Titanus gigantus, se alimenta de material orgânico em decomposição na floresta. Com 20 centímetros de comprimento, é maior do que a mão de um homem adulto.

O pitu de quase meio metro
O maior camarão de água doce do mundo vive na Amazônia. Também encontrado em alguns rios do Nordeste, chega a medir 48 centímetros da cauda à ponta das garras. Existem pelo menos trinta espécies de camarões e outras trinta de caranguejos na Bacia Amazônica.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Cocar feito com sementes "olho-de-pombo", por índios Tupiniquim (Espírito Santo)


Índios se dizem ofendidos por comentários de Bento 16
(Fonte: Reuters)
BRASÍLIA (Reuters) - Líderes indígenas disseram na segunda-feira ter ficado ofendidos pelas declarações "arrogantes e desrespeitosas" do papa Bento 16 de que a Igreja Católica os havia purificado, e que retomar suas religiões originais seria um retrocesso.
Num discurso para os bispos latino-americanos e do Caribe no encerramento de sua visita ao Brasil, o pontífice afirmou que a Igreja não havia se imposto aos povos indígenas das Américas. Segundo o papa, os índios receberam bem os padres europeus, já que "Cristo era o salvador que esperavam silenciosamente".
Acredita-se que milhões de índios tenham morrido no continente americano em consequência da colonização européia, depois da chegada de Cristóvão Colombo, em 1492.
"É arrogante e desrespeitoso considerar nossa herança cultural menos importante que a deles", disse Jecinaldo Satere Mawe, coordenador-chefe da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).
Vários grupos indígenas escreveram uma carta para o papa na semana passada pedindo o apoio dele na defesa de suas terras e de sua cultura. Eles disseram que os índios vêm sofrendo um "processo de genocídio" desde a chegada dos colonizadores europeus.
Os conquistadores contavam com a bênção dos sacerdotes católicos, embora alguns destes depois tenham defendido os índios e muitos hoje estão entre os mais eloquentes aliados dos índios.
"O Estado usou a Igreja para fazer o trabalho sujo na colonização dos índios, mas eles já pediram perdão ... quer dizer que o papa está voltando atrás com a palavra da Igreja?", questionou Dionito José de Souza, líder da tribo Makuxi, de Roraima.
Em 1992, o papa João Paulo 2o falou dos erros na evangelização dos povos nativos das Américas.
As declarações do papa Bento 16 não desagradaram só aos índios, mas também aos padres católicos que os apóiam em sua luta, disse Sandro Tuxa, que comanda o movimento das tribos do Nordeste.
"Repudiamos as declarações do papa. Dizer que a dizimação cultural de nosso povo representa uma purificação é ofensivo e, francamente, assustador", disse Tuxa.
"Acho que (o papa) tem sido mal assessorado", acrescentou.
O próprio grupo católico que defende os índios no Brasil, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), distanciou-se do papa. "O papa não entende a realidade dos índios daqui, sua declaração foi equivocada e indefensável", disse à Reuters o padre Paulo Suess. "Eu também fiquei aborrecido".
Exclusivo da Mata Atlântica, a catita, um dos menores marsupiais do mundo

Catita

(Fonte das informações: site da Revista Pesquisa Fapesp)

No Brasil, o país com maior diversidade biológica no mundo, até hoje foram descritos cerca de 530 mamíferos, em geral pequenos. Nossos marsupiais não são cangurus boxeadores de desenho animado: podem ser do tamanho de um dedo, como a catita (Gracilinanus microtarsus), um dos menores desse grupo. A destruição de florestas ameaça a existência desses animais, com 66 espécies em risco de extinção na lista vermelha do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em 2003. Apesar disso, mais trabalho de campo e novas técnicas de trabalho têm aumentado rapidamente o número de espécies conhecidas.

Faixa altitudinal montana do ecossistema da floresta tropical do bioma Mata Atlântica (Clique na imagem para ampliar. Fonte)

Alimento da floresta
(Fonte)
A grosso modo, 80% do alimento que comemos vem originalmente das florestas tropicais. Sem elas, não teríamos as sementes para produzir café e chocolate. Outros alimentos da selva incluem tomate, batata, arroz, banana, pimenta preta, abacaxi e milho.
Há mais de 3 mil frutas encontradas nas florestas tropicais. Os povos do mundo ocidental fazem uso de aproximadamente 200 delas, mas as tribos indígenas das selvas usam mais de 2 mil. Elas também têm conhecimento dos medicamentos que de longe ultrapassa o mundo ocidental. Um dos principais problemas com o desflorestamento é o efeito devastante nessas tribos. Como essas culturas estão perdidas, o vasto conhecimento destes recursos da selva também foi perdido, onde as plantas selvagens são vitais para nosso bem-estar.

domingo, 13 de maio de 2007

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Bate-caixa (Palicourea rigida) - Fonte da imagem: site do IBAMA

Correio da Ursa - pedido de divulgação

(texto original por Alessandra Fontana, Analista Ambiental, CGPEG/IBAMA-RJ)

"Queridos amigos,
Como todos sabem, trabalho no IBAMA e muitos amigos têm me perguntado opiniões sobre o que o governo está fazendo com o órgão federal ambiental... Outros tantos sabem que algo estranho está acontecendo, mas não alcançam a dimensão do estrago e tem ainda aqueles que nem estão sabendo de nada, porque é um assunto sempre abafado nos meios de comunicação.
Por isso, estou encaminhando alguns textos abaixo que refletem um pouco do que está acontecendo, começando com uma "fábula" muito interessante de um colega de Minas, que resume bem a situação atual.
Isso não é uma corrente, mas pediria que, caso fiquem tão indignados como eu e a grande maioria dos servidores do IBAMA, repassem essa mensagem para outros amigos que possam ter interesse em se interar de como vem sendo conduzida a política ambiental do país nesses últimos dias!!"
Alessandra Fontana
Analista Ambiental
CGPEG/IBAMA-RJ

"O Siluriforme, o Molusco e o Seringueiro

Siluriforme compreende uma ordem de peixes caracterizados principalmente pela ausência de escamas. Neste grupo encontram-se os mandis, surubins e os bagres. O Brasil é o país com maior diversidade de peixes do mundo. Moluscos são animais de corpo mole, revestido por glândulas, sendo que alguns possuem concha protetora. Alguns moluscos têm como mecanismo de defesa uma bolsa de tinta, que em situação de perigo produz uma cortina de "sujeira" que encobre a visão do adversário. Dentre os moluscos estão o caramujo, as ostras e o lula. Seringueiro todo mundo conhece, é quem vive da exploração dos seringais. Recentemente fomos surpreendidos pela primeira divisão do Ibama. Foi criado o Instituto Chico Mendes. Aparentemente este seria um procedimento com foco na melhoria da gestão das Unidades de Conservação Federais do Brasil. No entanto, o contexto político atual e a forma como a decisão foi tomada nos remete a concluir exatamente o contrário.
O Ibama têm sido intensamente bombardeado pela imprensa e pelo governo como o principal entrave ao crescimento do País. A última pérola foi do nosso Presidente: "se eu pudesse, acabaria com o Ibama". Infelizmente o Lula vai descobrir tarde demais que: 1) acabar com o Ibama não vai facilitar o crescimento do Brasil; 2) a incompetência administrativa do governo é o principal problema e, 3) que extinguiu uma das marcas mais importantes da nação. Neste contexto, todos aguardávamos apreensivos a criação da agência de licenciamento ambiental, e de repente, o que surge do nada: O Chico Mendes.
Que muita gente queria que a gestão das UC saísse do Ibama, todo mundo sabia. Que isto se daria desta forma, poucosimaginavam. Aproveitaram o momento em que nosso Instituto encontra-se acéfalo e desvalido para o golpe de misericórdia. Fica claro que o objetivo principal de nossos governantes é o enfraquecimento da gestão ambiental no Brasil. Um alerta para os que comemoram: o Chico surge da falta de respeito com um grande Instituto e já carrega este carma. Caso não nos manifestemos contrários à forma como as coisas aconteceram, novas divisões surgirão, e quem sabe daqui a alguns anos não surgirá um racha no Chico Mendes, com a criação do Instituto Marina Silva de populações tradicionais?
Tem um siluriforme no colo do molusco, chame o seringueiro! (traduzindo: tem um bagre no colo do Lula – vamos criar logo o Instituto Chico Mendes e iniciar o fim do Ibama). Infelizmente estamos diante da maior falta de respeito com a temática ambiental já vista na história recente do Brasil. Nunca fomos tão atropelados e os grandes empresários tão atendidos. Da transposição do São Francisco ao fatiamento do Ibama: faltam aos governantes a mínima sensibilidade, inteligência e responsabilidade com as futuras gerações.

O Ibama é um dos grandes símbolos nacionais e precisa continuar forte! O futuro do planeta depende de nós!"

sábado, 5 de maio de 2007

Histórias da Ursa Sentada:
Saru
Barulho de galhos partidos e folhas caindo ...Um urro alucinante no meio da noite!!...
A lua acordou com o grito e brilhou mais intensa nos olhos da coruja.
Passos pesados deixavam marcas de garras na terra. Quem era aquela figura grande que vagava sem rumo, despertando os animais? Uma ameaça? Um espírito do mal?
Os pajés se olharam preocupados. Um deles falou: Saru!
Precisavam preparar logo a beberragem. Misturaram diversas ervas de cheiro forte e sentaram próximos à fogueira.
Um dos pajés acendeu o cachimbo e entoou cantos entre as baforadas.
Em círculo, todos os pajés começaram a chamar: Saru! Saru!!
As árvores balançaram e o estalar de galhos aumentou, cada vez mais forte.
Uma sombra se formou a poucos metros da fogueira e foi se aproximando...
Os olhos vermelhos, alucinados, brilhavam. E os grunhidos era assustadores.
A figura peluda entrou no meio do círculo dos pajés, sem medo das chamas da fogueira.
Um deles, enxugou o suor da testa, pegou a tigela com a beberragem e lentamente se aproximou da criatura.
Ela se acalmou e bebeu rapidamente. Então, ela tombou, como uma árvore cortada.
Seu corpo foi se transformando, enquanto os pajés entoavam:
Saru! Saru!... ru!! ur!.. sa!! Ursa!! Ursa!!!
Ursa Sentada abriu os olhos espantados e perguntou o que tinha acontecido.
O pajé mais velho falou: "Você comeu o fruto dos espíritos e eles levaram sua alma para longe. Mas você tomou o chá que nós fizemos para afastar os espíritos do mal e conseguiu voltar. Enquanto sua alma estava longe, Saru tomou seu lugar."

sexta-feira, 4 de maio de 2007


Literatura indígena

Livro "O segredo da chuva" de Daniel Munduruku
(Editora Ática, 2003 - Fonte: site de Daniel Munduruku)

Lua é apenas um menino. Mas tem coragem suficiente para enfrentar os temíveis seres alados e outros perigos. Afinal, é preciso agir sem demora. Há tempos não cai nenhuma gota do céu. A aldeia, a floresta e todas as formas de vida estão ameaçadas. Lua e seus companheiros - um macaco, uma onça e uma capivara - vão atrás de uma solução.
Será que vão descobrir os segredos da chuva?
Esta aventura ás vezes parece um mito indígena, daqueles contados à beira do fogo desde que o mundo é mundo. Mas, ao contrário desse tipo de história, que ninguém sabe ao certo quem inventou, "O segredo da chuva" tem um autor: O paraense Daniel Munduruku. Há anos vivendo entre cidades e aldeias. Daniel ajuda índios e não-índios a se conhecerem melhor. Seu talento é reconhecido internacionalmente.