Pajelança com o índio Raoni (Fonte da imagem)
Pajelança: Ruschi com Raoni e Sapaim (Fonte da imagem)
Pajelança
(Fonte: site Educacional)
Durante suas excursões, Augusto Ruschi contraiu diversas doenças tropicais. Essas doenças debilitaram ainda mais seu organismo, que já sofria de insuficiência hepática grave, com cerca de 70% do funcionamento do fígado comprometido.
Cinco meses antes de seu falecimento, em 1986, o naturalista se submeteu a uma pajelança, que é um ritual indígena, para curar-se do veneno de um sapo da espécie Dendrobata que o teria atingido no Amapá.
Após ser tratado pelos pajés Raoni, da tribo txucarramãe, e Sapaim, da tribo camaiurá, Ruschi disse ter encontrado o antídoto do veneno e que trataria seus problemas de fígado pelos métodos convencionais. Segundo os médicos, sua morte foi provocada por cirrose hepática.
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Ritual demorado
(Fonte: Banco de Dados da Folha, trechos de matéria publicada em 24/01/1986)
Raoni e Sapaim chegaram cedo ao Parque e às 9h deram início ao ritual. Pintados de preto, com tinta de jenipapo, eles se instalaram com o cientista num pequeno quarto fechado. Durante uma hora, os índios fumaram charutos de trinta centímetros de folhas que trouxeram do Alto Xingu. Depois de lavar as mãos com frutas usadas "para purificar", esfregaram o corpo do cientista até extrair "o veneno do sapo".
A segunda sessão do tratamento foi à tarde. Os índios primeiro submeteram Ruschi ao mesmo ritual da manhã. Depois, prepararam um chá com raiz de uma erva chamada atorokon. A erva foi fervida e, depois esfriada, para ser espalhada durante quinze minutos pelo corpo do cientista. Depois, os índios voltaram a fumar e a retirar do corpo do cientista "o veneno do sapo", agora com uma cor mais clara.
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O cientista Augusto Ruschi (pronuncia-se Rúsqui), 70, já sentiu melhoras ao final do primeiro dia do ritual da pajelança iniciado ontem no Rio pelo cacique e pajé Raoni, da tribo Txucarramãe, e pelo pajé Sapaim, dos Camaiurá.
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(Fonte: site Século Diário, trechos de matéria publicada em 1985)
Vinte minutos depois de ter soprado sobre o corpo do paciente a fumaça do pajé-petan – cigarro de erva enrolado numa folha – o cacique txucarramãe Raoni, pintado com tintura de jenipapo, como manda o ritual, inclina-se sobre o naturalista capixaba Augusto Ruschi e começa a tirar, a partir do pescoço, uma massa verde com a consistência de goma de mascar, que identificou como o veneno do sapo dendrobata. Depois de exibir a massa de origem inexplicável à mulher e ao filho do cientista, o pajé Sapaim encerrou-a no oco das mãos, onde de novo soprou fumaça – e a estranha substância sumiu. As quatro sessões do ritual indígena foram realizadas no Parque da Cidade, RJ.
Me lembro de Augusto Rusqui quando criança, e como os índios são sábios,interessante todo esse ritual.
ResponderExcluirBeijos floridos na floresta e tenha uma óitma semana.
Janaína, beijos da Ursa para você!! :))
ResponderExcluirEssa história é linda. Minha filha tem uma música que conta esse episódio. Não sei quem houve mais, ela ou eu.
ResponderExcluirAbraços, querida!