A lenda da mandioca
(texto extraído de artigo de Annamaria Barbosa Rodrigues - Fonte: Revista Nosso Pará)
A mandioca foi formada do corpo de uma criança, lindo filho de um pecado de amor, por conseqüência morta em expiação.Por causa do pecado, a mandioca era amarga e venenosa. A cor amarela seria o registro pungente do desespero da mãe no momento trágico da morte do filho. Isso era o que ele contava. E a lenda - pelo menos a mais conhecida, não está muito longe daquela sua estória, dele. Segundo os índios Baré, em remotas eras, a filha de um poderoso tuxaua, expulsa da taua paterna, retirou-se para uma tapera distante onde vivia a mercê da bondade dos parentes que lhe levavam recursos. Certo dia pariu um filho de singular beleza a quem chamou de Mani. A notícia espalhou-se, alvoroçando a taua e o pai, em quem a voz do sangue falou mais alto, relevou mágoas e rancores e, ao visitar a filha, perdeu-se de amores pelo neto.Infelizmente, a criança, ao completar três anos, morreu misteriosamente, sem ter adoecido. Os parentes vieram contemplá-lo mais uma vez, deitadinho na esteira onde, antes, alegremente, brincava e sepultaram-no, de acordo com o costume, no meio da uca. A mãe, coitada, entregou-se ao desespero e chorou, copiosamente, o seu infortúnio. Mas, ao amanhecer, os olhos exaustos da índia viram, brotando da terra que molhara com suas lágrimas, uma plantinha que, imediatamente, começou a crescer e esgalhou até furar o teto da uca, onde floriu e deu pequenos frutos. A tribo acorreu, maravilhada e, ao revolverem a terra, observaram que a planta saía do ouvido de Mani.“Maniua! Maniua!”, exclamaram.Então, muitos passarinhos vieram e comeram as frutinhas e saíram semeando manihua branca, os de goela branca e manihua amarela, os de goela amarela. A raiz da manihua, porque semelhante a um chifre (aca), denominou-se manihuaca. Esta é a lenda Baré. A mitologia dos Maué e dos Mura narra estória semelhante. Na realidade, varia de tribo para tribo, mas a essência é a mesma: amor e morte entrelaçando-se nas tramas da lenda, reforçando a misteriosa e mágica beleza dos mitos.Conquanto mitos e tradições nem tudo expliquem ou possam explicar, nada justificaria desprezá-los porque são passíveis de justificar fatos, coisas e acontecimentos ligados à sua história, de origem quase sempre obscura.
Querida Índia,
ResponderExcluirQue legal, vc está on line, eu pude saber graças nova ferramenta do blogspot, relação de blogs, muito boa.
Sobre lenda indíginas, são todas maravilhosas, adoro ler sobre elas.
bjs
Gosto de mandioca, mas nem vou fazer piadinha porque a do já pirarucú foi triste...
ResponderExcluirBandeiras, foi bom você ter falado dessa ferramenta, porque eu ainda não conhecia. Vou procurar. Beijos!
ResponderExcluirJôka, eu rio muito com os seus trocadilhos :)) Beijos da Ursa!
:)
ResponderExcluirAdorei a história.
E o comentário do Jôka. Hahaha.
Linda a lenda !!! Agora quando eu comer aipim frito (aipim = mandioca) vou me lembrar das lágrimas da índia mãe !!!!! Beijo
ResponderExcluirJanaina, as lendas indígenas são muito interessantes. Beijos da Ursa!
ResponderExcluirFicticia, hum, a Ursa ficou com água na boca por causa do aipim frito :)) Beijos!
Ursa: lenda linda...como todas as indígenas.
ResponderExcluirJôka ...sempre bem -humorado...nao é mesmo?
Bjins com carinho
Lia, as lendas indígenas são sempre muito interessantes. Beijos floridos! :))
ResponderExcluirQuero contatar ANNAMARIA BARBOSA RODRIGUES, que conheci há mais de 10 anos. Você conhece o contato dela? Manuel Magalhães manuelmagal@gmail.com
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