domingo, 28 de junho de 2009

sexta-feira, 26 de junho de 2009


POEMAS DE VERA LÚCIA DE OLIVEIRA
(Fonte 1 e 2 - Mais poesias da autora AQUI)

PEDAÇOS
Estou estilhaçada
silêncios saem da boca
mansos
estava desenhando
palavras
perdi o jeito de amanhecer

tenho tantos pedaços
que sou quase infinita

(Geografie d’Ombra. Veneza: Fonèma, 1989)
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ANDORINHAS

Estou de bem com o mundo até
um tanque de guerra se cansa
da guerra até um pássaro pára
para
repousar

e depois o céu hoje é de um
azul que faz mal aos olhos
agudo que a gente fica ali
barriga pro ar
admirando as andorinhas
que volteiam
matutando no que pensam lá no alto
no que
sabem
se sabem que estou de bem com o mundo
que volteiam lá em cima também para mim

quinta-feira, 25 de junho de 2009

TUPI
Língua original do Brasil

(Trechos de matéria de Sylvia Estrella, publicada no blog Passando a Língua )

O Padre José de Anchieta foi o principal compilador do tupi.
A língua tupi é aglutinante (uma frase é dita em uma palavra), não possui artigos, como o Latim e não flexiona em gênero e nem em número. Um bom exemplo do tupi é: Paranapiacaba = parana+epiaca+caba, mar+ver+lugar+onde. Ou, lugar de onde se vê o mar, a vila fica a 40km de São Paulo, bem na Serra do Mar e de lá se avista a Baixada Santista.
Por causa da obra do padre Anchieta, no final do século 16, com sua Arte de Gramática da Língua Mais Usada na Costa do Brasil e do jesuíta Luís Figueira, com a A Arte da Língua Brasílica, “o tupi é a língua indígena mais bem-documentada e preservada que temos”, diz o professor Eduardo Navarro, pesquisador da matéria na Universidade de São Paulo.

Ele afirma que o tupi é importante para se entender a cultura brasileira. “O brasileiro já nasce falando tupi, mesmo sem saber. O português falado em Portugal diferencia-se do nosso principalmente por causa das expressões em tupi que incorporamos. Essa incorporação é tão profunda que nem nos damos conta dela. Mas é isso o que faz a nossa identidade nacional. Depois do português, o tupi é a segunda língua a nomear lugares no País”.

A lista de nomes é extensa e continua aumentando. Há milhares de expressões, como:
Ficar com nhenhenhém – que quer dizer falando sem parar, pois nhe’eng é falar em tupi.
• Chorar as pitangas – pitanga é vermelho em tupi; então, a expressão significa chorar lágrimas de sangue.
• Cair um toró – tororó é jorro d’água em tupi, daí a música popular “Eu fui no Itororó, beber água e não achei”.
• Ir para a cucuia - significa entrar em decadência, pois cucuia é decadência em tupi.
• Velha coroca é velha resmungona – kuruk é resmungar em tupi.
• Socar – soc é bater com mão fechada.
• Peteca - vem de petec que é bater com a mão aberta.
• Cutucar - espetar é cutuc.
• Sapecar - é chamuscar é sapec, daí sapecar e sapeca.
• Catapora – marca de fogo, tatá em tupi é fogo.


O significado de grande parte dos nomes de lugares só se sabe com o tupi. Como nomes de bairros da cidade de São Paulo.
• Pari é canal em que os índios pescavam,
• Mooca é casa de parentes,
• Ibirapuera é árvore antiga,
• Jabaquara é toca dos índios fugidos,
• Mococa é casa de bocós – bocó é tupi.

Na fauna e flora brasileiras, o tupi aparece massivamente: tatu, tamanduá, jacaré. Até nas artes ele é encontrado – como o famoso quadro de Tarsila do Amaral, o Abaporu, que quer dizer antropófago (canibal) em tupi.
Segundo o professor Navarro, o tupi foi a língua mais falada do Brasil até o século 18 e foi a segunda língua oficial do Brasil junto com o português até o século 18. Só deixou de ser falado porque o Marquês de Pombal, em 1758, proibiu o ensino do tupi. O tupi antigo era conhecido até o século 16 como língua brasílica. No século 17, ele passou a ser chamado de língua geral, pois incorporou termos do português e das línguas africanas. Mas continuava sendo uma língua indígena, assim como é até hoje o guarani no Paraguai, falado por 95% da população. A dissolução do tupi foi rápida porque a perseguição foi muito violenta. Mesmo assim, até o século 19 ainda havia muitos falantes do tupi. Hoje, a língua geral só é falada no Amazonas, no alto Rio Negro – chama-se nhengatú e tem milhares de falantes entre os caboclos, índios e as populações ribeirinhas.
O professor Navarro conta que o nheengatú foi preservado na Amazônia porque lá a presença do Estado era mais fraca. “Na Amazônia, o português só se tornou língua dominante no final do século 19. Isso porque, em 1877, houve uma seca terrível no Nordeste, o que ocasionou a saída de 500 mil nordestinos da região, que foram para a Amazônia levando o português”.
Apesar do tupi ser uma língua morta, é também uma língua clássica, pois foi fundamental para a formação de uma civilização, assim como o foram o latim, o sânscrito e o grego, que é uma língua clássica ainda falada. O tupi foi fundamental também para a unidade política do Brasil. Havia outras línguas indígenas que não tinham relação com o tupi, como a dos índios Guaianazes e Goitacazes. Mas eram línguas regionais. O tupi evoluiu para outras línguas além da geral. No Xingu, há línguas que vêm do tupi antigo e são faladas até hoje.

sábado, 20 de junho de 2009

Peça: Braçadeiras de algodão. Nome indígena: padjê. Feito por índios: Kayapó-Gorotire
Outros nomes: Caiapó, Mebêngokrê. Localização: rio Xingu, Pará. Material: algodão, miçangas, sementes. Dimensões:
29cm (circunferência)

Peça: Saia Nome indígena: ehuka. Feita por índios: Juruna. Outros nomes: Yuruna, Yudjá
Localização: Médio Xingu, Mato Grosso. Material: algodão, dimensões:
110 x 100cm

Peça: Saia. Feita por índios: Tikuna. Outros nomes: Ticuna, Tukuna, Magüta
Localização: rio Solimões, Amazonas. Material: fibra, dimensões:
90 x 38cm
(Fonte: Loja Virtual do site Iandé)

domingo, 14 de junho de 2009

Um indígena com um vistoso cocar na cabeça participa da reunião que congregou mais de 200 caciques Kayapó.
Lideranças Kayapó se reuniram em Piaraçú em 2006 para protestar contra a construção da usina hidrelétrica Belo Monte.

Os Kayapó e a luta contra a usina hidrelétrica Belo Monte

(Trechos de matéria de 8/06/09, por Haroldo Castro, publicada no site Época . Vale a pena ler a matéria completa! )

Mais uma vez a usina hidrelétrica Belo Monte, no Pará, aparece no noticiário. Na semana passada, atendendo ao pedido do procurador da República Rodrigo T. da Costa e Silva, em Altamira, PA, o juiz federal Antônio Carlos de Almeida Campelo, mandou suspender o licenciamento da obra. A razão principal é o levantamento de impactos sobre as comunidades ribeirinhas e indígenas não possuir os fundamentos necessários. As três empreiteiras responsáveis pelo estudo (Camargo Corrêa, Norberto Odebrecht e Andrade Gutierrez) não teriam realizado uma análise antropológica adequada; e o componente antropológico não teria sido integrado ao ambiental. O Ibama também leva a culpa, pois teria aceitado o documento incompleto. O procurador da República considerou o fato como “inadmissível”.
Há três anos, participei de uma reunião de lideranças Kayapó, em Piaraçú, um conjunto de casas à margem direita do rio Xingu. Dentro de uma longa oca, estavam reunidos cerca de 200 caciques e guerreiros Kayapó – ou Mebêngokré, como se autodenominam. Debatiam sobre usina Belo Monte. Todos tinham a parte alta do rosto, do nariz até a testa, pintada de negro, como uma máscara. Metade dos indígenas levava cocares flamejantes; vários traziam em suas mãos bordunas e flechas. Pareciam estar prontos para a guerra.
Reconheci alguns índios legendários, como Raoni, Payakã e Megaron, o coordenador da reunião. Também havia brancos de renome, como Sydney Possuelo, um dos últimos sertanistas brasileiros e ex-presidente da Funai. O encontro foi histórico. Pela primeira vez, as principais lideranças Kayapó, representando 19 aldeias, estavam reunidas sob um único teto de palha.
Durante os primeiros dias da reunião, os guerreiros discutiram sobre a situação de sua gente e de suas terras. Para os Kayapó, a maior dificuldade é a relação confusa com a sociedade branca – que sempre cobiça seus territórios – e a constante ameaça de invasão de grileiros.

sexta-feira, 12 de junho de 2009


Mãe e filha kuikuro (Fonte: Em Dia com a Cidadania)
Família indígena do Xingu (Clique na imagem para ampliar. Fonte: Palavras, todas Palavras)

segunda-feira, 8 de junho de 2009

(Detalhes da Foto Autor: ALVINHO SILVA ) - "MUITO LEGAL O MIMETISNO DESTA PERERECA COM LIQUENS... FOTO FEITA NO NORTE DE MINAS, EM UM TRABALHO AMBIENTAL..."

BIOINDICADORES
(Fonte: http://www.cdcc.usp.br/bio/museu/museu_bioIndicadores.htm )

Bioindicadores ou indicadores biológicos são seres vivos que ajudam a identificar diversas modificações que ocorrem no ambiente antes que estas se agravem. Suas funções vitais se relacionam tão estreitamente com determinados fatores ambientais, podendo ser utilizados na avaliação da qualidade ambiental de uma determinada área.
Os anfíbios, especialmente os anuros (sapos, rãs e pererecas), são verdadeiros sensores ambientais. Ao menor desequilíbrio em seus habitats naturais reduzem sua capacidade reprodutiva, podendo-se observar o rápido desaparecimento de populações.
Um dos motivos da sensibilidade dos anfíbios à saúde do meio ambiente está relacionado aos seus diversos modos reprodutivos. Há espécies que depositam seus ovos em meio aquático (água corrente ou parada); em meio semi-aquático (em ninhos de espumas flutuantes ou na vegetação acima d'água); ou ainda em ambiente terrestre, no solo da mata.
Os anuros possuem glândulas de veneno sob a pele que os protegem de predadores. Não dispõe de meios para injetar venenos que produzem. Os acidentes com seres humanos somente acontecem se as substâncias tóxicas entram em contato com as mucosas ou sangue.

domingo, 7 de junho de 2009


(Fonte: Porta Curtas e blog: O Grito)

Pajerama - versão brasileira e animada de "2001 - Uma Odisséia no Espaço"
Gênero Animação
Diretor Leonardo Cadaval - Ano 2008
Duração 9 min - Cor Colorido - Bitola 35mm - País Brasil

Um índio é pego numa torrente de experiências estranhas, revelando mistérios de tempo e espaço.

Ficha Técnica:
Produção Paulo Boccato, Mayra Lucas
Roteiro Leonardo Cadaval - Edição de som Ruggero Ruschioni Produção
Executiva Mayra Lucas, Michele Lavalle
Música Ruggero Ruschioni

sábado, 6 de junho de 2009


Marcos Palmeira luta pelo meio ambiente
(Fonte: O Dia )

Rio - O Dia Mundial do Meio Ambiente foi comemorado ontem e o Jardim Botânico do Rio foi o lugar escolhido por Marcos Palmeira para gravar ‘Vozes do Clima’, ideia que nasceu como quadro no ‘Fantástico’ e agora vai virar programa na Globo News. A estreia é amanhã, às 19h. “Esse projeto é importante porque toca na consciência de cada um e fala das pequenas mudanças que podemos fazer no dia a dia para melhorar o planeta”, diz o ator e apresentador.
Serão cinco programas com 25 minutos de duração, o que permite que os temas sejam discutidos com mais profundidade. “Agora fica mais simples explicar as coisas e a gente sente que as pessoas querem saber mais sobre as questões ambientais”, defende Marcos.
Eventos em vários locais do Rio se estendem pelo final de semana para lembrar a data. No Zoológico, as visitas guiadas, que geralmente custam R$ 10, não serão cobradas hoje. O visitante só paga a entrada de R$ 5. É preciso pegar uma senha uma hora antes de cada visita. Elas acontecem às 10h, 13h, 14h e 15h. Em parceria com o Instituto Vital Brasil, o zoo ainda realiza, hoje e amanhã, a exposição Casa dos Peçonhentos, com cobras e aranhas.
Na Baixada, a prefeitura de Nova Iguaçu realiza caminhadas pela Mata Atlântica hoje e amanhã, a partir das 9h na Praça de Tinguá, terminando às 13h, no Sítio do Faísca. No NorteShopping, artistas se vestem de animais e circulam pelos corredores para alertar as crianças sobre a degradação da natureza, às 16h e às 18h30.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

terça-feira, 2 de junho de 2009

(Fonte da imagem)

(Foto: Autor Wagner Machado C Lemes - Fonte)
(Clique nas imagens para ampliar)

A coruja buraqueira (Fonte)
A coruja buraqueira possui este nome pois vive em buracos cavados no solo. Embora ela seja capaz de cavar sua própria cova, vive em buracos abandonados por tatus, cachorro de pradaria e tocas de outros animais. A sua sobrevivência, bem como a dos seus filhotes, depende da plena estabilidade do túnel que leva ao ninho, que não pode desbarrancar... É necessário que as paredes do túnel de areia estejam bem firmes, até o dia final da chocagem dos ovos e a saída das corujinhas. O ninho é construído sob o cordão arenoso, área onde também a coruja caça, enquanto vigia sua toca. O maior inimigo da coruja buraqueira é o homem. O danoso trânsito sobre a vegetação da praia é o principal fator da destruição da coruja buraqueira, juntamente com outras espécies da fauna da praia que compõem a cadeia alimentar. Ao passar sobre a "boca" dos ninhos, os veículos soterram o túnel, matando mãe e filhotes asfixiados, debaixo da camada de areia em que se encontram. Cuidado quando estiver na praia! De porte pequeno, a coruja buraqueira possui uma cabeça redonda, tem sobrancelhas brancas, olhos amarelos e pernas longas. Ao contrário da maioria das corujas, o macho é ligeiramente maior do que a fêmea, e esta é, normalmente, mais escura do o macho. É uma ave tímida e, por isso, vive em lugares sossegados. Durante o dia ela cochila no seu ninho ou toma sol nos galhos de árvores. Tem vôo suave e silencioso. Por alimentar-se também de insetos, é muito útil ao homem, beneficiando-o na agricultura. A coruja buraqueira come pequenos roedores (ratos), insetos e cobras. Ela anda sem destino enquanto caça e depois de pegar sua presa vai para um poleiro, como uma cerca, ou pousa no próprio solo. São aves principalmente crepusculares (ativo ao entardecer e amanhecer), mas, se preciso, caçam ao longo de 24 horas.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

(Clique na imagem para ampliar)

CUNHÃ-UASU MUACASÁUA (Mulheres Fortes e Unidas!).
4ª MESA DE TRABALHO AO FÓRUM DA MULHER INDÍGENA

DATA: 03 e 04 de junho de 2009- Rio de Janeiro-BRASIL
LOCAL: Hotel Regina - Rua Ferreira Viana, número 29,
Flamengo, Rio de Janeiro / BRASIL
PATROCÍNIO: Fundo Global para Mulheres
Promoção: Rede GRUMIN de Mulheres Indígenas
e-mail: elianepotiguara@grumin.org.br
grumin@grumin.org.br
Tel: 021-2577-5816
Cel: 021- 88775816 e 9335-5551
Cel: 021-8769-2220 (Silvia Nobre Wajãpi)
Colaboração: UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

APOIOS: INBRAPI, Rede Povos da Floresta, Projeto Cultural ABRALI (Associação Brasileira de Literatura), Global Editora, Pró-índio (UERJ), NEARIN (Núcleo de escritores e Artistas Indígenas), Numin (Núcleo de Mulheres Indígenas).