domingo, 14 de junho de 2009

Um indígena com um vistoso cocar na cabeça participa da reunião que congregou mais de 200 caciques Kayapó.
Lideranças Kayapó se reuniram em Piaraçú em 2006 para protestar contra a construção da usina hidrelétrica Belo Monte.

Os Kayapó e a luta contra a usina hidrelétrica Belo Monte

(Trechos de matéria de 8/06/09, por Haroldo Castro, publicada no site Época . Vale a pena ler a matéria completa! )

Mais uma vez a usina hidrelétrica Belo Monte, no Pará, aparece no noticiário. Na semana passada, atendendo ao pedido do procurador da República Rodrigo T. da Costa e Silva, em Altamira, PA, o juiz federal Antônio Carlos de Almeida Campelo, mandou suspender o licenciamento da obra. A razão principal é o levantamento de impactos sobre as comunidades ribeirinhas e indígenas não possuir os fundamentos necessários. As três empreiteiras responsáveis pelo estudo (Camargo Corrêa, Norberto Odebrecht e Andrade Gutierrez) não teriam realizado uma análise antropológica adequada; e o componente antropológico não teria sido integrado ao ambiental. O Ibama também leva a culpa, pois teria aceitado o documento incompleto. O procurador da República considerou o fato como “inadmissível”.
Há três anos, participei de uma reunião de lideranças Kayapó, em Piaraçú, um conjunto de casas à margem direita do rio Xingu. Dentro de uma longa oca, estavam reunidos cerca de 200 caciques e guerreiros Kayapó – ou Mebêngokré, como se autodenominam. Debatiam sobre usina Belo Monte. Todos tinham a parte alta do rosto, do nariz até a testa, pintada de negro, como uma máscara. Metade dos indígenas levava cocares flamejantes; vários traziam em suas mãos bordunas e flechas. Pareciam estar prontos para a guerra.
Reconheci alguns índios legendários, como Raoni, Payakã e Megaron, o coordenador da reunião. Também havia brancos de renome, como Sydney Possuelo, um dos últimos sertanistas brasileiros e ex-presidente da Funai. O encontro foi histórico. Pela primeira vez, as principais lideranças Kayapó, representando 19 aldeias, estavam reunidas sob um único teto de palha.
Durante os primeiros dias da reunião, os guerreiros discutiram sobre a situação de sua gente e de suas terras. Para os Kayapó, a maior dificuldade é a relação confusa com a sociedade branca – que sempre cobiça seus territórios – e a constante ameaça de invasão de grileiros.

4 comentários:

  1. Angela,
    E sua floresta me pareceu mais bonita, com tons muito alegres e vibrantes. Dá uma corrida na página e sente só...
    Beijos e boa semana!

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  2. Gená, você tem razão. As imagens dos tópicos mais recentes estão bem coloridas. Beijos e carinho da Ursa :))

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  3. Ador ver essas imagens.Agora, Ângela, você viu ontem o Jornal Nacional?Como ficará o planeta daqui a 100 anos?Sei que por razões óbvias não estaremos aqui daqui a 100 anos mas e os que ficarão?Beijos floridos e tristes...

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  4. Janaina, não vi a reportagem do JN. Mas já vi outras matérias falando do que pode ocorrer com nosso planeta futuramente por causa dos danos causados a ele e o aquecimento global. Mesmo sendo daqui a 100 anos, me angustia isso. Beijos floridos da Ursa

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