quarta-feira, 31 de agosto de 2005



Tupi or not Tupi...
Para quem não sabe, a Ursa tem duas origens: uma é a da floresta, da tribo que vive na margem esquerda do Rio Negro; a outra pertence à antiga "Guanabara, que, em tupi-guarani, significa braço ou seio do mar, e sua origem foi resultante do rebaixamento do solo, provocado pela elevação da Serra do Mar. Então, a índia também é carioca, que em tupi significa kari'oka - casa do branco". Muita gente pensa que Copacabana é um nome tupi-guarani, mas "Copacabana significa mirante do azul, na língua Inca Quichua. A origem do bairro se deve ao culto a Nossa Senhora de Copacabana, que foi introduzido no Brasil por comerciantes peruanos e bolivianos que vieram para o Brasil comercializar objetos de prata. A Igreja original foi demolida e ficava aonde hoje temos o Forte de Copacabana, no posto 6. Um detalhe curioso é que também existe uma cidade boliviana nas margens do Lago Titicaca com o nome de Copacabana". Ursa Sentada, então, tem um lado urbano mas que possui raízes indígenas. Só por curiosidade, "O nome "Guaratiba" em tupi-guarani significa morada ou sítio das garças". (Citações extraídas do site da AFAERJ )
Sussuarana ou onça-parda (Felis concolor)

A Sussuarana é um animal solitário e prefere viver em um lugar de difícil acesso como florestas, desertos e montanhas. Geralmente caça ao entardecer. O carneiro selvagem, o veado e o caititu constituem suas presas habituais. Os adultos se comunicam por meio de uma espécie de silvo estridente. A fêmea tem a cria em cavernas ou em cepos ocos. Os filhotes abrem os olhos com dez dias e ficam com a mãe até os 20 meses. Período de vida 12 anos. Maturidade sexual de 2 para 3 anos. Gestação de 90 a 96 dias. Números de filhotes: de 01 a 04, nascem pintados com manchas escuras no corpo.
Hábitos: Crepuscular, noturno, arborícola e terrestre. Hábitos alimentares carnívoros e ictiófago. Habitat: campo, floresta e montanha. Comportamento solitário em par e sedentário. Seu pêlo é em geral bege rosado, mais pode ser cinza, marrom ou cor de ferrugem. O comprimento do pêlo varia conforme o habitat, vai de curto a muito longo. A sussuarana está a vontade em cima das árvores; equilibra-se com a cauda felpuda ao saltar de galho em galho.
Altura: Aproximadamente 63 cm Peso: Até 100 kg
Comprimento: 1.20 de corpo e 65 cm de cauda. (Fonte: site ambientebrasil )
Pôr-do-Sol na boca do Rio Purús/AM. (Foto de Luís Carlos Valois )
O que significa?
Desculpem a Ursa, vocês que moram no Rio de Janeiro, no bairro da Tijuca, mas em Tupi-Guarani a palavra Tijuca significa pântano, lugar que tem lama. A Ursa não sabe por que botaram esse nome no bairro. Outra coisa que vocês não sabem é que a tal Via Anhanguera significa caminho do diabo velho. O homem branco é engraçado, escolhe cada nome para as coisas! Tem uma cidade de São Paulo que se chama Avaré. Avaré significa amigo na língua dos índios. Vocês sabiam que capim é palavra de índio? Quer dizer mato fino... E Guaratinguetá? É uma reunião de pássaros brancos.

O índio brasileiro (Fonte)
Os nativos brasileiros não são todos iguais. Ao contrário, existe uma incrível variedade de tradições, idiomas, manifestações artísticas e modos de vida. O que não muda é o respeito pela natureza que todos eles têm. Afinal é dela que eles dependem para viver: onde caçam, pescam, coletam frutos e raízes.Atualmente, há cerca de 300 mil índios no Brasil. Eles possuem uma cultura bastante diferente da nossa, e também não são iguais entre si. caiapó, cadiuéu, suruí, xavante, ticunas, ianomâmi, são algumas das 210 nações indígenas brasileiras.Os nativos brasileiros vivem em 565 áreas espalhadas por todos os Estados, com exceção do Piauí e do Rio Grande do Norte. A maior parte das terras e da população está na Amazônia.A maioria das nações indígenas brasileiras mantém contato com os homens brancos. Mas existem exceções. Há 53 grupos isolados, que vivem quase como nos tempos pré-históricos. É o caso dos ianomâmis, que chamam a si próprios de Yanomâme thépé, que significa seres humanos.Para os índios, a terra tem um significado especial. Ela não pertence a uma só pessoa, mas a todos da tribo.Desde 1988, a Constituição garante o direito dos índios às terras de seus antepassados e diversas áreas vêm sendo demarcadas. Demarcar significa colocar limites para que não haja dúvidas de que aquela terra já tem dono.A natureza está sempre presente na vida dos índios. As aldeias, cercadas pelas florestas, mostram como é possível o equilíbrio entre o homem e a mata. Nelas, a caça e a pesca são recursos de sobrevivência. Mesmo com a fartura da floresta, há muito trabalho a ser feito, sempre em grupo. As mulheres cuidam das roças, tecem e cozinham; os homens levantam ocas, derrubam árvores, caçam e fabricam armas e canoas. Onde há aldeia, sempre existe um riacho por perto. Os índios adoram banhar-se, brincar na água e, claro, os peixes que capturam com arco e flecha.Em 1910, o governo criou o Serviço de Proteção aos Índios, para controlar as tribos, sob a chefia do marechal Cândido Rondom. Ele pacificou índios sem violência, garantiu a posse das terras. Em 1967, foi criada a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) para a demarcação e a prestação de assistência médica e educacional.

terça-feira, 30 de agosto de 2005




Do site Mitos e Lendas do Brasil:

Juriti, a mãe dos rios
A origem dos rios Xingu e Amazonas também faz parte do imaginário indígena, conforme lenda abaixo:
“Dizem que antigamente era tudo seco.
Juruna morava dentro do mato e não tinha água nem rio. Juriti era a dona da água, que a guardava em três tambores.
Os filhos de Cinaã estavam com sede e foram pedir água para o passarinho, que não deu e disse:
-"Seu pai é Pajé muito grande, porque não dá água para vocês?"
Aí voltaram para casa chorando muito. Cinaã perguntou porque estavam chorando e eles contaram.
Cinaã disse para eles não irem mais lá que era perigoso, tinha peixe dentro dos tambores. Mas eles foram assim mesmo e quebraram os tambores. Quando a água saiu, Juriti virou bicho. Os irmãos pularam longe, mas o peixe grande que estava lá dentro engoliu Rubiatá (um dos irmãos) , que ficou com as pernas fora da boca.
Os outros dois irmãos começaram a correr e foram fazendo rios e cachoeiras. O peixe grande foi atrás levando água e fazendo o rio Xingu. Continuaram até chegar no Amazonas. Lá os irmãos pegaram Rubiatá, que estava morto. Cortaram suas pernas, pegaram o sangue e sopraram. Rubiatá virou gente novamente. Depois eles sopraram a água lá no Amazonas e o rio ficou muito largo. Voltaram para casa e disseram que haviam quebrado os tambores e que agora teriam água por toda a vida para beber.”
(JURUTI-PEPENA) - Na Amazônia designa uma pomba mística, encantada, que paralisa as suas vítimas (em tupi "pepena" - aquele que faz quebrar, torna paralítico).


O projeto Infotaba é um laboratório de informática que atende a todos os índios da comunidade Fulni-Ô e se propõe a divulgar a cultura, tradição, língua e costume indígena através da Internet. O Fulni-Ô hoje é geração de 5 tribos, que não existem mais:
Tribo Foklassá, Tribo Folá, Tribo Brogadá, Tribo Carnijo, Tribo Tapuias. E hoje se chama Fulni-Ô, preservando o mesmo idioma, o Yaathê. (Informação obtida através do Boletim Grumin On Line)

segunda-feira, 29 de agosto de 2005

Unha-de-gato

Uxi-amarelo

Mito ou verdade? (Fonte)
Há quem não espere pela resposta definitiva. Na rota dos pesquisadores, foi encontrado o uxi-amarelo (foto acima), árvore que alguns brasileiros consideram quase milagrosa. "A casca do uxi-amarelo é utilizada no tratamento de miomas. É feito um chá, que deve-se deixar ferver bastante. No caso específico do tratamento para mioma e cisto, é necessário tomar meio litro de uxi-amarelo de manhã e meio litro de unha-de-gato pela tarde", ensina o botânico.
A unha-de-gato (foto acima) é considerada um poderoso anti-inflamatório natural, usado contra gripes e viroses. A erva fortalece o sistema imunológico e também é recurso no tratamento de tumores.
Uxi-amarelo e unha-de-gato. Quantas vezes essa mistura já surpreendeu médicos e pacientes? A professora Carla Ribeiro e a vendedora ambulante Maria Neide Oliveira não se conhecem, mas estão unidas para sempre por histórias muito parecidas. No consultório médico, a professora e o marido olham emocionados mais uma ultra-sonografia. Durante sete anos, o casal tentou, sem sucesso, ter um filho. Os miomas, tumores benignos no útero, não deixavam. Carla fez várias cirurgias para extrair os miomas. Mas, depois de um tempo, eles surgiam novamente. Já desanimada, começou a tomar o chá de uxi-amarelo e unha-de-gato. "O chá foi para redução dos miomas. Comecei em maio e em junho eu engravidei. Um mês depois", conta Carla.
Nascer da lua no Caribe
Luminária
Arte em vidro da Galeria Azul, em Cozumel, no México

CUPIDO INDÍGENA (Fonte)
Rudá é o Cupido dos Indígenas. É a ele que as virgens e os guerreiros se dirigiam, pedindo-lhe proteção nas suas pretensões amorosas.
Como todo civilizado, para os antigos índios o amor surgia do nada: um olhar furtivo ou olho no olho, compartilhando uma dança, um encontro fortuito e até mesmo aquele esbarrão do acaso, tão conveniente por sinal. Os homens e mulheres, neste instante, deixam de ser estranhos, pois desperta dentro de deles, um dom particular: o amor.
As cunhãs, nas horas de saudade do seu amante, como suas ancestrais índias, erguiam a voz à Rudá, à hora dos poentes indescritíveis ou quando a Lua esboçava o seu sorriso de luz e de sonho, de braço estendido na direção em que deve andar o seu bem amado, e imploram:
"Rudá, Rudá,
Iuaká pinaié
Amãna reçaiçu
Iuaká pinaié
Aiuté Cunhã
Puxiuéra oikó
Ne mumamára ce recé
Quahá caarúca pupé"

Traduzindo:
" Óh Rudá, tu que estás nos céus e que amas as chuvas...Tu que estás no céus...faz com que ele, por mais mulheres que tenha, as ache todas feias; faz com que ele se lembre de mim esta tarde quando o Sol se ausentar no ocidente".

Curupira, de "curu", abreviação de "curumi" e "pora", corpo ou corpo de menino. É a "Mãe do Mato", o tutor da floresta, que se torna benéfico ou maléfico aos freqüentadores desta, segundo as circunstâncias e o seu procedimento. (Fonte da imagem e do texto)

Do Cesto de Histórias da Ursa

Ursa Sentada e o Curupira
(Som de estampido) Uf !! Hum !! Que barulho foi esse?? A Ursa estava dormindo, brincando com dois bichos preguiças na terra dos espíritos e, agora, o tambor do peito está batendo forte... O sol já está bem alto. (Tum ! - outro som de estampido). Por Tupã, isso parece coisa de homem branco ! É arma que cospe fogo ! A Ursa vai pegar arco-e-flecha e lança pra ver quem está matando animais da floresta. Hum... tô sentindo o cheiro da arma do homem branco... O cheiro vem daquele lado... São dois homens brancos e estão atirando numa onça... A Ursa não vai poder lutar com os dois... Precisa chamar curupira pra ajudar... Vou soprar minha flauta de bambu... Ah !... As folhas estão se mexendo atrás dos homens brancos... Curupira vai assustar eles... "- O que foi isso? Você ouviu esse barulho atrás da gente?" (perguntou um dos caçadores) "- Ouvi sim. Será que é outra onça?" "Não é onça coisa nenhuma ! Sou eu !! (gritou o curupira aparecendo na frente deles). "- De onde saiu esse curumim esquisito?" "Esquisito é você, segurando essa jararaca nas mãos" (respondeu o curupira rindo). "Ai !!!! Uma jararaca !!! Onde foi parar o meu rifle?" "Que rifle? Você estava segurando aquela jararaca que fugiu de susto da sua cara feia" (disse o curupira dando uma gargalhada) "Cruzes ! Veja ! Ele tem os pés virados pra trás!" "Tenho sim. 'Você não sabia? Nunca viu um curupira?" (perguntou o próprio) "Socorro !!! Um curupira !!! Pensei que essas coisas não existissem" "Existem sim. E "coisa" é o seu nariz que parece uma fruta amassada. Eu vim aqui para espantar vocês da minha floresta !! Se vocês não forem embora agora, vão ficar perdidos para sempre, até morrer" "Por favor, não !! Nós já estamos indo" "Primeiro vocês vão rodar em círculo por muito tempo" (respondeu o curupira pulando e desaparecendo) "Pra onde ele foi?" "Sei lá! Vamos logo embora daqui" "Acho bom mesmo !" (reapareceu o curupira bem perto deles). "Ai !! De onde você surgiu?!! Quer me matar do coração?" "Ele ficou invisível de novo"! "Mas eu continuo ouvindo a risada dele. Vamos logo sair daqui" "Eu não consigo. Corro, corro, e acabo sempre voltando para perto dessa árvore"! "Ele disse que a gente ia rodar em círculos" "Maldição !!!"

domingo, 28 de agosto de 2005


Sons da Amazônia - Um alerta e pedido de socorro
"A música é contínua no interior da floresta amazônica. De noite ou de dia, milhares de insetos, bichos e pássaros entoam uma estranha, porém harmoniosa, melodia. Cacarejos, pios, zunidos, grunhidos e gritos enchem o ar saturado de umidade. Moscas zumbem como corrente elétrica, pássaros gritam como fadas agourentas e macacos uivam como o vento. Na maior parte das vezes não se pode identificar de onde veio o ruído. Mas o som está sempre ali, escondido por detrás da densa folhagem deste misterioso lugar, assustador mas maravilhoso. Feche os olhos e escute, e você saberá que está na floresta amazônica. Os sons da floresta estão, todavia, em perigo de serem silenciados para sempre. A floresta está morrendo, à medida em que milhares de acres são, a cada dia, cortados e queimados, para abrir caminho a fazendas e a atividades minerais. Este desflorestamento está causando mudanças irreversíveis no clima local e global, e levando as espécies já ameaçadas à extinção. Este é o momento de ver a floresta, antes que ela acabe. E de ouvi-la." (Kevin Davis)
Pandas gigantes brincam em centro especial na China (Fonte)

sábado, 27 de agosto de 2005



Ouça amostras das gravações do CD Aves do Pantanal. Basta clicar no nome do pássaro para ouvir alguns segundos de seu canto (Fonte)

Sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris) - 354 Kb
Curicaca (Theristicus caudatus) - 362 Kb
Juruviara-de-peito-amarelo (Hylophilus pectoralis) - 347 Kb
Saci (Tapera naevia) - 350 Kb
Bentevi (Pitangus sulphuratus) - 351 Kb
Curiosidades da Ursa (Fonte)
"A Austrália tem seis tipos de pássaro que imitam os sons da natureza, particularmente os chamados de outros pássaros, em seus cantos. E também tem um dos mais altos índices de uso de telefone celular.
"Os pássaros australianos, que imitam os sons, estão cada vez mais expostos aos sons das chamadas de telefones celulares em áreas rurais, alertou o especialista Greg Czechura, do Museu de Queensland. 'Em geral, são os machos que procuram imitar os novos sons estão fazendo isso', explicou. 'Isso significa que há um macho que está atualizado,… com os últimos sons.' A ave-do-paraíso da Austrália, considerada o mais repetidor dos pássaros, já imita diversos barulhos como os cliques das câmeras fotográficas e o roncar de motocicletas." (CNN)
Correio da Ursa
Depois do casamento...

sexta-feira, 26 de agosto de 2005

Menino Txucahamei com penacho de garça e cara pintada com pó de carvão - nação Xingu
(Foto: Jesco - PNX )

A Lenda do Pirarucu (Fonte)
O pirarucu é um peixe da Amazônia, cujo comprimento pode chegar até 2 metros. Suas escamas são grandes e rígidas o suficiente para serem usadas como lixas de unha, ou como artesanato ou simplesmente vendidas como souvenirs. A carne do Pirarucu é suave e usada em pratos típicos da nossa região. Pode também ser preparada de outras maneiras, frequentemente salgada e exposta ao sol para secar. Se fresca ou seca, a carne do pirarucu é sempre uma delícia em qualquer receita. Pirarucu era um índio que pertencia a tribo dos Uaiás que habitava as planícies de Lábrea no sudoeste da Amazonia.
Ele era um bravo guerreiro mas tinha um coração perverso, mesmo sendo filho de Pindarô, um homem de bom coração e também chefe da tribo. Pirarucu era cheio de vaidades, egoísmo e excessivamente orgulhoso de seu poder.
Um dia, enquanto seu pai fazia uma visita amigável a tribos vizinhas, Pirarucu se aproveitou da ocasião para tomar como refém índios da aldeia e executá-los sem nenhuma motivo. Pirarucu também adorava criticar os deuses. Tupã, o deus dos deuses, observou Pirarucu por um longo tempo, até que cansado daquele comportamento, decidiu punir Pirarucu. Tupã chamou Polo e ordenou que ele espalhase seu mais poderoso relâmpago na área inteira. Ele também chamou Iururaruaçú, a deusa das torrentes, e ordenou que ela provocasse as mais fortes torrentes de chuva sobre Pirarucú, que estava pescando com outros índios as margens do rio Tocantins, não muito longe da aldeia.
O fogo de Tupã foi visto por toda a floresta. Quando Pirarucu percebeu as ondas furiosas do rio e ouviu a voz enraivecida de Tupã, ele somente as ignorou com uma risada e palavras de desprezo. Então Tupã enviou Xandoré, o demônio que odeia os homens, para atirar relâmpagos e trovões sobre Pirarucu, enchendo o ar de luz. Pirarucu tentou escapar, mas enquanto ele corria por entre os galhos das árvores, um relâmpago fulminante enviado por Xandoré acertou o coracão do guerreiro que mesmo assim ainda se recusou a pedir perdão.
Todos aqueles que se encontravam com Pirarucu correram para a selva terrivelmente assustados, enquanto o corpo de Pirarucu, ainda vivo, foi levado para as profundezas do rio Tocantins e transformado em um gigante e escuro peixe. Pirarucu desapareceu nas águas e nunca mais retornou, mas por um longo tempo foi o terror da região.
Índios Cinta Larga - Dois lados da polêmica

Ministério da Justiça libera mais recursos para o Programa Povo Cinta Larga
(Fonte: Agência Brasil, por Thaís Brianezi - trecho de matéria publicada em 24/08 no site da FUNAI )

Manaus - O Ministério da Justiça já liberou para a Fundação Nacional do Índio (Funai) R$ 658 mil dos R$ 3,5 milhões de reais anunciados para a execução do Programa Povo Cinta Larga, em Rondônia e no noroeste do Mato Grosso. Até o dia 12 de julho, foram gastos R$ 500 mil com a manutenção das sete barreiras de fiscalização do território indígena e investidos em projetos de incentivo à pscicultura e ao roçado comunitário.
"Foram disponibilizados R$ 511 mil em maio, para pagar os gastos efetuados desde o começo do ano. No fim do mês passado, saiu uma nova parcela, de R$ 158 mil, para cobrir junho e julho. Estamos elaborando dois projetos para que a gente possa empenhar logo toda a verba do programa, até o fim do ano", afirmou o coordenador do Grupo Tarefa Cinta Larga da Funai, Orlando Castro Silveira.
O objetivo do Programa Cinta Larga é oferecer aos 1.400 indígenas da etnia uma alternativa de subsistência e de renda que os afaste do garimpo ilegal. Em abril do ano passado, 29 garimpeiros não-indígenas foram assassinados na terra Roosevelt. Na última segunda-feira (22) a Polícia Federal prendeu um jovem Cinta Larga de 20 anos que tentava sair da reserva com 70 diamantes escondidos na cueca. Ele estava acompanhado de dois garimpeiros não-indígenas, que também foram presos em flagrante.
A terra indígena Roosevelt faz parte do território Cinta Larga, um complexo de 2,7 milhões de hectares de terras homologadas, que inclui também as terras indígenas Serra Morena e Aripuanã e o parque indígena Aripuanã. O programa prevê ainda o incentivo à revitalização da cultura, a oferta de cursos de capacitação em elaboração de projetos e a formação de agentes ambientais indígenas.
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"Queremos deixar claro uma coisa; devido a não termos acessos aos limites da área, muitas vezes, ficamos sabendo que garimpeiros trabalham manualmente de forma clandestina, com isso, ao extraírem minério, matam-se uns aos outros, para furtarem entre si os minérios que exploraram clandestinamente. Quando estes garimpeiros voltam à cidade, sem a presença de seus mal fadados companheiros, rapidamente dizem que foram os Cinta Larga que os mataram. Coisa que a mídia local, mancomunada com os interesses de políticos, explora desavergonhadamente, denegrindo nossa imagem, desonrando nosso povo e fomentando o ódio dos brancos contra nossa gente. Queremos comunicar que, apesar de terem sido descobertos corpos dentro dos limites de nossas terras, não existem provas, nem circunstanciais, nem cabais, de que realmente os índios tenham cometido tais crimes. São noticias infundadas como esta que nos apavoram. (NACOÇA PIU CINTA LARGA, Presidente da Associação Pamaré do Povo Indígena Cinta Larga. - Informação do site da FUNAI )

quinta-feira, 25 de agosto de 2005

Kuarup homenageia Apoena Meirelles (Fonte)
Os índios Kuikuro do Alto Xingu celebraram, hoje, dia 25, um Kuarup em homenagem ao indigenista Apoena Meirelles e a três anciões da aldeia. O Kuarup é o grande ritual funerário dos povos xinguanos e encena a lenda da criação. Os mortos são representados por toras de madeira especial, plantadas no centro da aldeia, e cada família enfeita o seu "morto" e o choram um dia e uma noite.
Jaguatirica

Ecologia da Jaguatirica e do Gato-Maracajá (Fonte)
A jaguatirica (Leopardus pardalis) e o gato-maracajá (Leopardus wiedi) são dois felinos pintados pequenos que vivem em florestas neotropicais. Eles estão mais proximamente relacionados a outros felinos e são descendentes de um ancestral recente em comum (Slattery et al., 1994; Masuda et al., 1996; Eizirik et al., 1998). Nesse artigo, comparamos a ecologia desses dois felinos, indicando suas semelhanças e diferenças.
Embora tenham uma aparência semelhante, a jaguatirica e o gato-maracajá podem ser distinguidos por várias características (Emmons, 1990). Por exemplo, a cauda do gato-maracajá é mais longa do que seus membros posteriores, enquanto a cauda da jaguatirica é mais curta (Emmons, 1990). Além disso, a jaguatirica é maior e mais robusta do que o gato-maracajá (pesando cerca de 3 vezes mais) e caça alimentos principalmente no solo (Goldman, 1920; Emmons, 1988). Em contrapartida, o gato-maracajá procura alimento principalmente em árvores (Guggisberg, 1975; Konecny, 1989) e apresenta muitas adaptações para a vida arbórea. Por exemplo, o menor tamanho do gato-maracajá permite que caminhe mais para a ponta dos galhos do que a jaguatirica, e sua cauda mais longa permite que mantenha o equilíbrio mais facilmente. Ele também possui uma impressionante capacidade para saltar (Petersen, 1977) e suas garras são proporcionalmente mais longas do que as da jaguatirica (Leyhausen, 1963; Konecny, 1989). Além disso, o gato-maracajá é o único felino do Novo Mundo cujas articulações giram o suficiente para ficar de cabeça para baixo em árvores com as patas voltadas para o tronco, como um esquilo (Leyhausen, 1963; Emmons, 1990).
Ursa Sentada e o canto para Amanaira - a senhora da chuva
...ooo... Puf ! Puf ! A Ursa vai ensinar procês um canto bonito pra dia de chuva: "Amanaiara, amanajé, amana... Amanara, amandy... Amanaira, amanacy, amandy...!" Este canto é em homenagem a Amanaira. Quando a chuva cai aqui na floresta, se mistura com as lágrimas das árvores e o Negro cria vida, mesmo onde tem as Capinaranas. Ocês não sabem o que é Capinarana? É um lugar diferente, onde as areias do Negro são bem brancas, e as folhas duras... Quando a chuva cai, a Ursa fica dentro da oca baforando o cachimbo e ouvindo o barulho das águas....ooo... Puf ! Puf !

quarta-feira, 24 de agosto de 2005

A Lenda de Matinta Perera (Fonte)
Conta a lenda, que à noite, um assobio agudo perturba o sono das pessoas e assusta as crianças, ocasião em que o dono da casa deve prometer tabaco ou fumo. Ao ouvir durante a noite, nas imediações da casa, um estridente assobio, o morador diz:: - Matinta, pode passar amanhã aqui para pegar seu tabaco. No dia seguinte uma velha aparece na residência onde a promessa foi feita, a fim de apanhar o fumo. A velha é uma pessoa do lugar que carregaria a maldição de "virar" Matinta Perera, ou seja, à noite transformar-se neste ser indescritível que assombra as pessoas. A Matinta Perera pode ser de dois tipos: com asa e sem asa. A que tem asa pode transformar-se em pássaro e voar nas cercanias do lugar onde mora. A que não tem, anda sempre com um pássaro, considerado agourento, e identificado como sendo "rasga-mortalha". Dizem que a Matinta, quando está para morrer, pergunta:" Quem quer? Quem quer?" Se alguém responder "eu quero", pensando em se tratar de alguma herança de dinheiro ou jóias, recebe na verdade a sina de "virar" Matinta Perera.
Sobre alimentos e agricultura indígena (Fonte)

Algumas tribos possuem uma agricultura rudimentar, mas ideal para o meio ambiente, pois não cansa o solo nem desvata a floresta. Cultivam vários tipos de milho. mandioca e outras raízes. Muitas tribos, como a dos Carajás passaram a cultivar após o contato com os brancos. Os índios são essencialmente coletores de frutas, ervas medicianais e raízes, pescam e caçam (a maioria das tribos não comem, aves, animais domésticos e de pelos, como macacos).
O pilão confeccionado pelos homens é utilizado na maioria das tribos. A maneira de socar varia, algumas índias socam de pé, outras de joelho. Socam o milho, a mandioca para fazer as papas. Socam o urucu para fazer as tintas as quais se pintam e as frutas para fazer os sucos.
Bebem água e suco de frutas. Os frutos como piqui são pilados e aferventados produzindo uma bebida doce e inebriante.
Armazenam poucos alimentos: ovos de tartaruga, milho e mandioca cozidos.
A pesca e a caça são consumidos na hora. As frutas que sejam colhidas ainda verde são enterradas para amadurecer.
Fazem duas grandes refeições: a primeira equivalente ao nosso almoço e a segunda ao anoitecer.
Incêndio na floresta de Carajás avança e consome área em Serra Pelada
(Fonte: site Amazonia.org.br - jornal O Liberal - 23/08/2005)

A área do incêndio na Floresta Nacional (Flona) de Carajás, localizada no município de Parauapebas, já atinge 584 hectares, isto é, cresceu 84 hectares nos últimos sete dias. Para se ter uma idéia dos estragos, a área consumida pelo fogo corresponde a mais de 500 campos de futebol do tamanho do “Mangueirão”, localizado em Belém. A última informação repassada ontem pelas equipes do Corpo de Bombeiros que atuam na área era de que o fogo já havia chegado a alguns pontos de Serra Pelada, onde funcionou o maior garimpo do país. Nem toda essa extensão, porém, está destruída, já que nas áreas com maior umidade e vegetação verde o grau de queima foi menor. As áreas mais prejudicadas situam-se na reserva de extração mineral da Serra de Carajás.
De acordo com o capitão Roberto Pamplona, que comanda a operação na região, uma equipe de 15 homens do Corpo de Bombeiros integrou ontem o grupo que se dirigiu para a Serra Pelada e que incluiu ainda agentes da Defesa Civil de Parauapebas. Segundo o capitão, o controle do incêndio, que já dura 24 dias, depende principalmente de chuvas na região. A missão dos bombeiros é eliminar por completo todos os focos de incêndio.
O incêndio na Flona de Carajás começou no último dia 31 de julho, mas somente o laudo final da perícia, que deverá sair nos próximos 15 dias, é que vai apontar a real causa do desastre. A Flona Carajás tem 411,9 mil hectares.
Quando foi criada, em 1998, a concessão para atividades de pesquisa e lavra mineral que a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) já realizava na área foi mantida. Este não é o primeiro incêndio de grande dimensão na floresta, que em 2003 já queimou por cerca de dez dias, também no mês de agosto. Na ocasião foram destruídos cerca de 550 hectares de 325 mil hectares da floresta nacional onde está instalado projeto da Companhia Vale do Rio Doce. Só este ano, a Flona de Carajás já passou por outros sete focos de incêndio.
A principal razão, segundo peritos do Corpo de Bombeiros, é que a área já foi muito modificada pela ação humana, principalmente por causa da mineração. No entanto, os outros focos ocorridos este ano foram rapidamente controlados e não causaram grandes estragos.

Cocar indígena da tribo irantxe, do Mato Grosso, feito com penas de arara, da Casa das Culturas Indígenas (Fonte)

terça-feira, 23 de agosto de 2005

Cesto de histórias da Ursa
A índia guardou umas histórias antigas no cesto da oca e sorteou uma para vocês:

Ursa Sentada e o Mbaê-Tatá (Boitatá)
Hum !! Cheiro de fogo ! ... Os pássaros e os bichos estão avisando que algum homem branco tá queimando a floresta. A Ursa fica muito brava com isso ! Por que esses homens brancos não vão queimar a floresta de pedra? Mas, o Mbaê-tatá vai ficar zangado e dar um susto neles. Vou olhar as águas do Negro pra esperar o Mbaê-tatá aparecer. Ele mora no fundo do Negro, apesar de ser cobra de fogo. A Ursa têm que ficar parada, sem respirar, e de olhos bem fechados pra não olhar o bicho de fogo e perder a visão. Tô sentindo o calor dele... Vai, Mbaê-tatá ! Vai castigar os homens que querem queimar nossa floresta ! "Tá vendo aquele clarão?" perguntou um dos caçadores que tentava apagar o fogo descontrolado que começou numa fogueira. "Que estranho ! O clarão tá vindo pra cá, rápido que nem uma serpente"! respondeu o outro. "Não pode ser ! É a cobra de fogo ! Ela vem nos pegar ! Vai deixar a gente cego!" gritou o primeiro caçador enquanto batia com um galho na mata que queimava. "Então, vamos fugir !" respondeu o outro. "Não dá ! Ai !!!!!!!!! Meus olhos !" "Socorro ! Eu também não vejo nada !" ... Puf ! Puf !... A Ursa agora pode descansar em paz... Tô ouvindo os gritos dos homens brancos... O castigo foi cumprido...ooo...
Flor da árvore pau-rosa
A essência e o óleo do pau-rosa vem sendo usado a séculos pelas etnias do Amazonas. É usada no combate a artrite, esgotamento nervoso, catarro crônico, sífilis, leucorreia, aerofagia e males do coração. Também é considerado como redutor da albumina do sangue.Tradicionalmente o chá feito com sua casca e folhas é considerado anti-espasmódico, digestivo, peitoral e excitante. (Fonte )

TUTÓIA!
Você sabe o que significa esta palavra? Em Tupi-guarani, tutóia quer dizer "Que lindo!"

Essência do Chanel No 5 na floresta

Pau-rosa pode morrer
( Fonte )

Pau-rosa (Aniba rosaeodora), um doce aroma que pode morrer. A árvore de onde é extraído o óleo para perfumes famosos está ameaçada de extinção

Se na pele das mulheres a fragrância do Chanel N.º 5 inspira desejo e elegância, no caboclo da Amazônia cheira a suor e cachaça. A história do perfume mais famoso do mundo, imortalizado por ser a única coisa que Marilyn Monroe "vestia" para dormir", começa nas entranhas da selva amazônica, bem longe do glamour das boutiques, bolsas e pescoços decorados por jóias. No mato, caboclos malvestidos e malpagos precisam ir cada vez mais longe, se embrenhar sempre mais para encontrar o pau-rosa, do qual extraem um dos principais ingredientes do perfume.
A árvore foi tão explorada nas últimas décadas, que está ameaçada de extinção, pondo em risco a sobrevivência da espécie e da própria indústria. Os "pau-roseiros", como são conhecidos, chegam a passar três meses na floresta, vestindo apenas um par de Havaianas, calção e camiseta, para conseguir a madeira. Nada de motosserra ou trator. As toras são cortadas no serrote e carregadas nas costas, amarradas a uma mochila de cipó chamada jimanchi. A alimentação é à base de caça, principalmente macaco, veado e porco cozido.
Quem relata é o repórter fotográfico Pedro Martinelli, que acompanhou uma dessas expedições na região do Rio Nhamundá, divisa do Amazonas com o Pará. A aventura começou em Parintins, onde ele foi fotografar a Festa do Boi, em 1995. "Senti um cheiro forte, perfumado, e fui atrás. Acabei chegando a uma usininha de pau-rosa", conta. Na fabriqueta, a madeira é moída, colocada em uma caldeira com vapor injetado e fervida por 12 horas. "É como uma panela de pressão. O óleo sobe para a superfície e é separado da água." Das usinas, o óleo segue para Manaus, de onde é despachado para o exterior, a US$ 40 o quilo. Algum tempo depois, retorna ao Brasil a preço de ouro, misturado a fórmulas secretas de perfumes de luxo. Um vidro grande de Chanel N.º 5 chega a custar US$ 145.

segunda-feira, 22 de agosto de 2005


A Ursa agradece ao Colunista Gravatá!!
A floresta está em festa hoje porque a Ursa recebeu uma homenagem especial na Coluna do jornalista Luiz Gravatá, do jornal O Globo. Muito obrigada, grande Gravatá!
Para verem a homenagem e conhecerem o blog do Gravatá, visitem:
http://oglobo.globo.com/online/blogs/gravata/
Coluna do Gravatá no caderno Informática ETC do Globo:
http://oglobo.globo.com/jornal/colunas/gravata.asp
Peixes ornamentais bandeiras encontrados no Rio Negro (Fonte)

Relato de uma expedição na região do Rio Negro

"Quando acordei, subi para a parte de cima do barco, de onde se tem uma visão privilegiada da paisagem selvagem desta região do rio Negro. As águas são escuras e ainda limpas, é uma Amazônia intocada. O entardecer foi dourado como ouro. Fiquei contemplando estes momentos únicos. O momento foi quebrado com a sirene chamando para o jantar. Logo escureceu, o tempo fechou e começou uma tempestade de raios. Mais ao sul o barco atracou em uma praia para carregar peixes ornamentais. Aquela região é grande produtora e exportadora deste tipo de peixe. Descemos do barco. Já estava escuro e muito raso para navegar. Fomos para a praia de areias brancas e tomamos um banho nas águas mornas do rio Negro. Voltamos para o barco e nos deitamos às 21 horas." (Marcelo Andrê, 25/01/00 - Trecho do "Diário da Expedição Caparaó")
Tuiuiú - pássaro símbolo do Pantanal - Fonte

O tuiuiu é uma ave de grande porte, mede aproximadamente três metros de uma ponta da asa a outra e pode chegar até 1 metro e 60 de altura. Ela é uma ave migratória e muito abundante na região, parente das cegonhas européias pode chegar a pesar 10 Kg quando adulta. Para sorte da espécie sua carne não é comestível. O tuiuiu, também chamado de jaburu, forma apenas um ninho na vida e tanto o macho como a fêmea cuidam dos ovos e dos filhotes. Eles se alimentam de peixes, moluscos, insetos, répteis e pequenos mamíferos ( Fonte )
Ecologia alternativa: aprendendo com os índios Tupi Guarani
(trecho de artigo de Victor Fucks - Fonte )

A seguir, tentarei abordar uma alternativa não tão utópica, pois vem sendo utilizada, com relativo sucesso e há séculos por comunidades indígenas amazônicas e, em particular, entre os Índios Tupi Guarani (Fuks 1989, Hill 1984, Kracke 1981 ). Este modelo de interação social e ecológico, longe de ser simplista, envolve interações diversas, em níveis diferentes e, ao mesmo tempo, preserva a individualidade de cada membro da sociedade. Nele a importância de bens materiais se torna irrelevante e secundária às artes e às emoções. Com isso, deixa de existir a noção ocidental de acúmulo de bens ou capital, que por sua vez, gera um ciclo hierárquico, com diversas relações desiguais. Evidências etnográficas ajudam a identificar este sistema entre as tribos Waiapi. Para os indivíduos dessa sociedade não há importância material e acúmulo de bens. A irrelevância da noção de acúmulo de bens pode ser evidenciada pelo fato dos Waiapi contarem apenas até 4. Tudo além de 4 cai na categoria genérica e distante chamada "iro ironte" que seria traduzível por nossa noção de "muitos".
Através dos meios de expressão artística, cada indivíduo aprende a conviver harmonicamente em grupo e com a natureza, mas mantendo sua individualidade a níveis dificilmente alcançáveis, no ocidente. Nestes contextos artísticos e de caráter festivo, cada indivíduo pode encontrar-se em situações nas quais cada um se relaciona entre si e com outras espécies de animais, insetos e peixes (Fuks 1989). Ao invés de perpetuar a visão ocidental de "dominação da natureza e desafios ao Cosmos," que por si só reflete a dominação da humanidade pela humanidade, o modelo Tupi-Guarani procura incorporar diversos conhecimentos sociais e naturais, de forma interativa. Neste, todos os indivíduos se relacionam entre si e com outras espécies. É importante frizar que estas relações mantêm um equilíbrio dinâmico no qual todos estão no mesmo plano, tanto no meio social quanto entre os Waiapi e outras espécies. Em diversos contextos, percebe-se a visão cíclica de complementariedade biológica, onde certas espécies protegem outras e geram produtos necessários para a sobrevivênica humana e de outras espécies. No ecossistema da aldeia onde se relacionam diversos indivíduos, de idéias, sexos e idades diferentes, existe também uma certa harmonia com o solo que lhes proporciona os alimentos e outros bens, com os rios e florestas, e com as diversas espécies que neles habitam.

domingo, 21 de agosto de 2005

Ursa revoltada!
Este alerta foi dado pela amiga Beth, no blog Tudo Pode Acontecer

Comunidades no Orkut para Torturar e Matar Animais
O Orkut hoje é uma terra de ninguem. A cada uma das minhas raras visitas me surpreendo com a quantidade de boçais que criam comunidades e conseguem juntar tantos adeptos. As mais recentes são as que fazem a apologia da tortura e morte aos animais, com fotos terriveis, o que nos enche de vergonha e indignação. Contra elas circula uma mensagem na internet que vale a pena ler e repassar. Se cada um fizer a sua parte talvez a gente consiga salvar animaizinhos que são barbaramente torturados todos os dias...Por favor, ajude a combater esse tipo de atitude. Denuncie da seguinte forma, para que essas comunidades sejam extintas, pois fazem apologia da tortura e morte de animais:1) Entre em cada um dos links abaixo
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1204680
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=2570365
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=383527
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=2463138
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=2853084
2) Para denunciar, clique em "falso!denunciar" (à esquerda), selecione "outras razões" e cole a mensagem abaixo na explicação:"This community is doing apology to violence against animals, which is crime in the Brazilian Penal Code. There are topics that mention the ways used to kill defenseless animals, encouraging that other people do the same." "Esta comunidade está fazendo um apologia de violencia contra os animais e, isto é um crime no Código Penal Brasileiro. Existem vários tópicos que relatam os modos usados para que esse animais sejam mortos, encorajando outras pessoas a fazerem o mesmo."3) Copie este post no seu blog, ajude a divulgar.
Índios Kamaiurá do Xingu (Fonte 1 e 2 )

Dentro da floresta Amazônica ( Fonte )
Brasil tem 52 Indicadas a Nobel da Paz Coletivo
(notícia tirada do blog da Eliane Potiguara, Literatura Indígena )

A Associação 1000 Mulheres para o Prêmio Nobel da Paz, uma organização não-governamental (ONG) suíça, anunciou hoje (29), de forma simultânea em 40 países, os nomes das candidatas selecionadas para concorrer ao Prêmio Nobel da Paz 2005. Entre as escolhidas, 52 são brasileiras. Foram escolhidas mulheres de 153 países e o Brasil teve o terceiro maior número de indicações, atrás apenas da Índia, que concorrerá com 91 mulheres, e a China, com 81.O projeto da ONG suíça prevê que as mil mulheres concorrerão de forma coletiva ao prêmio, e caso o projeto saia vencedor, o dinheiro do prêmio será usado em uma fundação de estímulos a trabalhos de mulheres que lutam pela paz.Algumas personalidades constam da lista brasileira, como a atriz Zezé Motta, pela sua atuação em papéis que valorizam a mulher negra e também pelo trabalho que faz à frente do Centro de Informação e Documentação do Artista Negro, uma ONG que ajuda jovens negros a obterem formação profissional como atores. Além dela, está Ruth de Souza, que foi a primeira negra brasileira a se tornar atriz nacionalmente conhecida.A radialista da Radiobras, Mara Régia, também integra o grupo. Com 28 anos de profissão, a maior parte deles utilizando o microfone da Rádio Nacional da Amazônia, em programas transmitidos para nove estados da Amazônia Legal, ela conta emocionada que "ao longo dessa trajetória pôde sempre estar em sintonia com o coração das mulheres, fosse dos anos 70 com o programa Viva Maria, pioneiro no trabalho de mobilização das mulheres para atravessar os anos 80 ou com a Constituinte, onde nós brasileiras pudemos garantir 85% de nossas reivindicações e muito disso se deve ao poder de mobilização do rádio, através da Rádio Nacional".Outra selecionada que compareceu a solenidade foi a advogada Silvia Pimentel, professora universitária e co-autora junto com a feminista Florisa Verucci, já falecida, da primeira proposta de emenda constitucional que resultou na alteração da condição da mulher no Código Civil para a conquista de direitos iguais entre homens e mulheres.Em 104 anos de existência do Prêmio Nobel da Paz, apenas 13 mulheres foram ganhadoras do título que, tradicionalmente, é entregue em Oslo, capital da Noruega, no dia 10 de dezembro, data de aniversário de morte do fundador do prêmio, o sueco Alfred Nobel. A divulgação dos nomes vencedores ocorre em outubro, normalmente.Entre as 52 indicadas brasileiras, 18 compareceram à cerimônia de divulgação realizada no Centro Cultural de São Paulo, na região central da cidade. A ministra chefe da Secretaria Nacional de Políticas Públicas para as Mulheres, Nilcéa Freire, enviou uma mensagem cumprimentando Clara Charf, coordenadora do comitê regional brasileiro do projeto.Veja a lista com todas as indicadas brasileiras: Zuleika Alembert, Vanete Almeida, Eva Alterman Blay, Zilda Arns Neumann, Jurema Batista, Joênia Batista de Carvalho, Elza Berquó, Luci Teresinha Choinacki, Benedita da Silva, Givânia Maria da Silva, Maria Amélia de Almeida Teles, Zenilda Maria de Araújo, Maria Stella de Azevedo Santos, Lenira Maria de Carvalho, Therezinha de Godoy Zerbini, Maria José de Oliveira Araújo, Luiza Erundina de Souza, Ruth de Souza, Mara Régia di Perna, Maria Berenice Dias, Hilda Dias dos Santos - Mãe Hilda Jitolu, Procópia dos Santos Rosa, Albertina Duarte Takiuti, Margarida Genevois, Raimunda Gomes da Silva, Helena Greco, Lair Guerra de Macedo, Niède Guidon, Nilza Iraci, Moema Libera Viezzer, Leila Linhares Barsted, Ana Maria Machado, Concita Maia, Ana Montenegro, Zezé Motta, Rose Marie Muraro, Fátima Oliveira, Creuza Maria Oliveira, Sueli Pereira Pini, Silvia Pimentel, Jacqueline Pitanguy, Eliane Potiguara, Maria José Rosado Nunes, Alzira Rufino, Heleieth Saffioti, Elzita Santa Cruz Oliveira, Schuma Schumaher, Marina Silva, Heloneida Studart, Elizabeth Teixeira, Maninha Xukuru e Mayana Zatz. (Marli Moreira) Fonte: Agência Brasil
AS DESTACADAS EM NEGRITO SÃO MULHERES INDÍGENAS.

sábado, 20 de agosto de 2005

Tambaqui se alimentando no igapó
As enchentes anuais dos rios na Amazônia alagam extensas áreas de floresta conhecidas como várzeas ou igapós. Estas áreas têm papel importante na vida dos peixes da região, pois são fontes de alimento e de abrigo. Acreditamos que o desmatamento destas áreas ocasiona prejuízos à ictiofauna principalmente pela diminuição da quantidade e diversidade de alimento disponível. ( Fonte )

sexta-feira, 19 de agosto de 2005

Pôr-do-sol

Encontro das águas dos Rio Negro e Solimões

Vitória-régia

Amazônia através das lentes do fotógrafo Adilson Moralez
(Fonte: site Juma Lodge )
TERRA SEM LEI
Seis meses depois de ambientalista ser morto, nada foi feito para melhorar a situação da reserva ecológica do Tinguá

Após crime, floresta do Rio segue esquecida
(Matéria da Folha de SP, Sergio Torres da Sucursal do Rio )

Dentro de uma jaula de bambu e arame, o agente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) Márcio Castro das Mercês inicia amanhã uma greve de fome em protesto contra o abandono da Reserva Biológica do Tinguá após o assassinato do ambientalista Dionísio Júlio Ribeiro Filho.Coberta pela vegetação típica da mata atlântica e repleta de riachos e cachoeiras que descem uma serra que atinge 1.600 m de altitude, a reserva é a única área verde da Baixada Fluminense, região metropolitana do Estado do Rio. Passados seis meses do crime, não foi feito nada do que o governo federal anunciou para melhorar a fiscalização da reserva, manancial de 80% da água consumida pelos cerca de 5 milhões de habitantes da Baixada.Não houve contratação de pessoal. A precária infra-estrutura da reserva permanece a mesma. Os quatro carros estão quebrados. Os 14 agentes são insuficientes para patrulhar os 26 mil hectares da reserva, que abrange áreas nos municípios de Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Paracambi, Petrópolis, Miguel Pereira e Paty do Alferes.Sem fiscalização, voltaram a Tinguá os caçadores clandestinos, que abastecem os restaurantes do Rio e da Baixada com carne de paca, capivara e cateto (porco do mato). Também retornaram os caçadores de pássaros silvestres, abundantes na área e de mercado lucrativo na Europa. As partes baixas da reserva têm sido invadidas por sítios e favelas.O crimeO policial militar Dionísio Júlio Ribeiro Filho foi assassinado na noite de 22 de fevereiro deste ano, quando caminhava em uma estrada deserta. Tinha 61 anos. Era dirigente da ONG Defesa da Natureza, que lutava pela preservação da reserva do Tinguá. Após o crime, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a direção do Ibama e o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT), anunciaram que Tinguá mereceria atenção especial das autoridades, com reforço de pessoal e combate aos invasores.Apesar das promessas, os ambientalistas da região continuaram ameaçados. Cinco dias após o assassinato, homens em um carro preto dispararam cinco tiros contra a casa do agente Márcio Castro das Mercês, mineiro radicado em Tinguá há 26 anos.O ambientalista disse ontem à Folha que decidiu fazer a greve de fome em protesto contra o esquecimento da reserva pelas autoridades após o crime. Reclama também que foi transferido à revelia para a unidade do Ibama na serra dos Órgãos, em Teresópolis.A jaula ficará em frente à antiga estação ferroviária de Tinguá, hoje subsede da reserva. O prédio, de 1917, está aos pedaços. A fiação exposta põe em risco a edificação, que tem cômodos interditados por risco de desabamento.Mercês, 52, disse que ambientalistas planejam trazer a jaula durante a semana para o centro do Rio, em frente à sede do Ibama."Só vou deixar a jaula e encerrar a greve de fome se houver um indicativo forte de que as reivindicações de reforço de pessoal e melhoria da infra-estrutura serão atendidas. Não posso mais viver de promessas", disse ele.Ontem, para ir à reserva, a caminhonete do Ibama teve que ser empurrada. "A reforma da subsede parou porque não temos dinheiro para comprar uma lata de tinta. Não há vaso sanitário no banheiro. O visitante tem que ir ao botequim mais próximo", disse.Ambientalistas propuseram anteontem ao Ministério Público Federal e ao Estadual a abertura de ações civis contra a ministra Marina Silva e o Ibama.

Em passeio pelo Rio Amazonas ( Fonte )
Nem tudo são flores... (Parte 2)

Chuva ácida pode destruir vegetação
(Fonte: Página 20 )

Atmosfera carregada de elementos químicos vai despejar tudo nas primeiras chuvas depois da estiagem

Ferro, alumínio, agrotóxico, esgoto e fumaça. Estes são alguns dos elementos que serão despejados em todo o Estado com as primeiras chuvas pós-estiagens previstas para ocorrer daqui a dez dias. O fenômeno, conhecido como chuva ácida, tem efeito corrosivo e é capaz de destruir vegetações, atacar estruturas metálicas, monumentos e edificações, além de causar diversos danos à saúde do ser humano. Portanto, especialistas orientam à população a evitar a exposição nas primeiras chuvas que ocorrerem após esse período escasso. Do contrário, uma série de conseqüências, como gripe, infecções e outras deficiências no organismo, poderão deixar a vítima seriamente debilitada. Todos esses efeitos incidem em função da evaporação de nutrientes que estão na terra, como o ferro e o alumínio, altamente corrosivos quando entram em contato com outras substâncias, como o esgoto, a fumaça e o agrotóxico, também evaporados pela atmosfera. Segundo o geógrafo Claudemir Mesquita, esse efeito é ainda maior quando se passa muitos dias sem chuva em uma determinada localidade. "A sobrecarga desses elementos chega a ser mais elevada numa situação como essa e, como não sabemos o que está por vir, é melhor que as pessoas tomem certos cuidados com as primeiras chuvas", destacou. O geógrafo ressaltou que por enquanto é impossível fazer a medição em percentual da acidez das chuvas no Acre por falta de um equipamento apropriado. Daí o motivo do alerta, explica ele. Em contrapartida, ele disse que alguns efeitos servem como termômetro da medição. "Quem sente as primeiras seqüelas da chuva ácida são as estruturas metálicas. Elas entram em estado de oxidação e em pouco tempo ficam totalmente desgastadas", disse. Mesquita prevê ainda que toda a plantação de hortaliças expostas na primeira chuva que ocorrer serão destruídas de imediato. "É um impacto muito grande e as hortaliças não estão adaptadas a ele. A floresta, por exemplo, sofre alguns danos, mas não é totalmente destruída. Já as hortaliças não resistem às águas da chuva ácida."
Os maiores efeitos do fenômeno
Segundo o Fundo Mundial para a Natureza, cerca de 35% dos ecossistemas europeus já estão seriamente alterados e cerca de 50% das florestas da Alemanha e da Holanda estão destruídas pela acidez da chuva. Na costa do Atlântico Norte, a água do mar está entre 10% e 30% mais ácida que nos últimos vinte anos. Nos EUA, as usinas termoelétricas são responsáveis por quase 65% do dióxido de enxofre lançado na atmosfera. O solo dos Montes Apalaches também está alterado: tem uma acidez dez vezes maior que a das áreas vizinhas, de menor altitude, e cem vezes maior que a das regiões onde não há esse tipo de poluição. (Renata Brasileiro)

quinta-feira, 18 de agosto de 2005



A Ursa está tomando conta!
A índia e sua tribo estão de olho naqueles que querem fazer desmatamento e queimada na floresta. Se tentarem fazer, a Ursa vai seguir o exemplo da Tainá e preparar o arco-e-flecha para espantar esses inimigos da natureza. (As fotos do filme Tainá 2 foram obtidas no site Adoro Cinema )
Dica de cinema da Ursa: Tainá 2 - A Aventura Continua

Sinopse
Agora uma pré-adolescente, a indiazinha Tainá (Eunice Baía) se divide entre o enfrentamento dos bandidos e a atenção para com a pequenina Catiti, de 6 anos, que foge da aldeia querendo imitar Tainá como protetora do meio ambiente.

Curiosidades
As gravações ocorreram entre 23 de junho e 24 de agosto, sendo realizadas nas cidades de Manaus e Ubatuba.- A cidade de Ubatuba, localizada no estado de São Paulo, serviu como "Amazônia" para a realização de várias cenas, especialmente as que eram feitas em planos fechados.- Durante a etapa efetivamente amazônica das filmagens, o esquema de produção tinha requintes de operação de guerra. Até batedores havia, ou melhor, uma equipe-base de filmagem que se deslocava para locações que só seriam usadas no dia seguinte. Assim, quando o diretor e os atores chegassem, tudo já estaria semi-preparado.- Eunice Baía (atriz que fez a Tainá) tinha 13 anos quando participou das filmagens de Tainá 2.