quarta-feira, 28 de junho de 2006


Esquema do tabuleiro do Adugo, com a posição inicial das peças

Pedro Kajibi coloca as pedras no tabuleiro de Adugo, desenhado no chão, na aldeia Meruri

Jogo indígena Adugo
(Fonte: Estadão)

Foi entre os Bororos, na aldeia Meruri (MT), que os pesquisadores Maurício Lima e Breno Nogueira fizeram a descoberta mais instigante até o momento. Ali se joga o Adugo, um jogo de estratégia, complexo, digno de culturas muito desenvolvidas. “É um jogo muito elaborado, não sabíamos que índios brasileiros o conheciam”, relata Lima. A expedição fez, portanto, o primeiro registro histórico deste jogo entre povos nativos do Brasil.
Adugo é um jogo de tabuleiro, jogado no chão, em que uma pedra representa a onça e outras 14 pedras representam cachorros. A onça tem de comer os cachorros e estes, por sua vez, têm de encurralar a onça. Jogos semelhantes são conhecidos na Índia (tigre contra cabras) e na China (senhor feudal contra camponeses), por exemplo.
Mas é no Peru que está a provável origem histórica do Adugo brasileiro. Os Incas costumavam jogar um jogo semelhante, em que o puma (onça parda dos Andes) enfrentava os carneiros. Ainda hoje os indígenas peruanos praticam este jogo.
Os pesquisadores encontraram também jogos semelhantes aos dos Kamaiurás, como o equivalente à Cama de Gato. Brinquedos como bonecas, petecas e piões também são feitos entre os Bororos, mas com materiais diferentes e estilo próprio.
Na aldeia Meruri foram produzidas poucas imagens: só do Adugo e do Cama de Gato. Os pesquisadores encontraram algumas dificuldades na rotina dos moradores da comunidade e priorizaram, assim, as anotações sobre os jogos, brincadeiras e brinquedos.

Como jogar Adugo
preparação do jogo: Disponha as peças conforme o esquema acima
número de jogadores: Dois. Um fica com a onça e o outro com os 14 cachorros, e os dois alternam-se na vez de jogar
objetivo do jogo: O jogador com a onça deve capturar cinco cachorros; o jogador com os cachorros deve encurralar a onça, deixando-a sem possibilidade de se mover em qualquer região do tabuleiro. O jogador com os cachorros não pode capturar a onça
movimentação das peças: As peças se movem para qualquer direção do tabuleiro, sempre ocupando casas livres. O jogador com a onça inicia a partida movendo sua peça para qualquer casa livre adjacente. Em seguida, o jogador com os cachorros move qualquer uma de suas peças. A onça captura um cachorro quando salta sobre ele para uma casa vazia (como no jogo de Damas). Pode-se capturar mais de um cachorro numa única jogada (também como nas Damas)
quem vence: O jogador com a onça vence quando consegue capturar cinco cachorros; o jogador com os cachorros vence quando consegue impedir qualquer novo movimento da onça

segunda-feira, 26 de junho de 2006

índio bororo (Fonte da imagem)

Bororo - O caminho de volta
(Fonte: Diário de Cuiabá, notícia publicada no site Amazonia.org.br )

Cansados de esperar pelo poder público, índios iniciam retomada de área, que hoje abriga o distrito de Jarudore

Um grupo de famílias da etnia Bororo decidiu iniciar por conta própria a retomada dos 4,7 mil hectares da Terra Indígena Jarudóri, demarcada e homologada para a etnia há mais de 50 anos, mas que foi invadida e hoje abriga o distrito de Jarudore, no município de Poxoréo (259 quilômetros de Cuiabá).
Na próxima semana, o Ministério Público Federal ingressará com uma ação de reintegração de posse em favor dos índios (ver matéria). Dizendo-se cansados de esperar pela justiça, eles escolheram a área de uma antiga fazenda de gado, atualmente desativada, para iniciar a construção da “Aldeia Nova”, a menos de 5 quilômetros da área urbana do distrito.
A líder do movimento é a cacique Maria Aparecida Toro Ekureudo, que há 15 dias chegou à área trazendo toda a família. “Isso aqui é terra nossa. É demarcada e homologada. Já tem muitos anos que esperamos uma atitude das autoridades, sem solução”, avisa.
A reportagem do Diário visitou a pequena aldeia em construção e constatou que ali as condições são precárias. Além da falta de braços para ajudar na montagem das casas – vieram apenas 5 famílias até o momento -, a comida é escassa e a única fonte de água é um ribeirão quase seco e turvo.
Mesmo assim, a cacique não desanima. Ela acredita que seu exemplo fará outros índios da etnia seguir o mesmo caminho. “A maioria quer voltar para o Jarudóri, para a aldeia velha. Viemos para mostrar que não esquecemos de nossa terra e para encorajar outros a fazer o mesmo e nos ajudar”.
Uma placa, improvisada em papelão, já foi colocada na porteira da fazenda. Na semana passada, os índios receberam a visita de um representante do proprietário da fazenda – que mora em Campinas (SP). Segundo Maria Aparecida, não houve pressão para deixassem a área. “Só perguntaram o que estávamos fazendo aqui e foram embora”, conta.
A área dos Bororo foi demarcada pela primeira vez em 1912 por obra de Cândido Rondon. São João de Jarudóri, como foi chamada, tinha como marcos referenciais alguns dos morros típicos da região de Poxoréo e somava cerca de 100 mil hectares. Em 1945, um decreto estadual – nº644/45 – redefiniu os limites da área para 6 mil hectares, menos de um décimo do desenho original.
Seis anos mais tarde, um título definitivo expedido pelo governo do Estado fixou a terra Bororo em 4,7 mil hectares. Como se não bastasse, essa área foi a seguir fruto de invasões e loteamentos irregulares, contando sempre com a omissão – e, muitas vezes, o incentivo – das autoridades.
Os moradores do distrito de Jarudore não negam a particularidade das terras que ocupam, mas alegam que tomaram posse de áreas abandonadas e até vendidas pelos Bororos (ver matéria). Já os índios atribuem a saída da área a um processo em que tentativas explícitas de intimidação se juntavam à total falta de apoio oficial.
“O governo é o maior culpado por esta invasão. A Funai, por exemplo, cruzou os braços, enquanto o problema ia aumentando”, diz a cacique Maria Aparecida. “Enquanto isso, outros ficavam por trás, dando incentivo, autorizando o pessoal a entrar. Mas a verdade é que todo mundo sabia que aquela área é indígena, não ia dar futuro”.
Segundo ela, dentro do distrito, há “gente que precisa” de terras. Essa condição, contudo, não pode justificar a permanência dentro das terras do Bororo.
“Acho que o governo tem que olhar por aqueles que precisam e arrumar um pedaço de terra para eles em outro lugar”, argumenta a cacique, para quem os índios não têm de se envolver com a situação. “Eu vim para ficar e ficar aqui para sempre. O que vai acontecer com a cidade, é um problema para a justiça decidir”.
Rodrigo Vargas

domingo, 25 de junho de 2006


Piquiá
(Fonte: Revista Nosso Pará)
Espécie hileiana, grande árvore dispersada em matas altas, de terra firme, concentra-se, principalmente, na região do estuário do Rio Amazonas.
Carnudo, amarelado de polpa, de sabor e cheiro inconfundíveis e característicos é apreciado muito mais pela população de baixa renda que o consome cozido, roendo a polpa direto do caroço, acompanhado de farinha de mandioca ou acrescentando-o, livre das cascas, no feijão, na carne cozida ou no arroz. Gostoso, também, é saboreá-lo com café preto, bem quentinho. A polpa fornece uma gordura branca e fina, bastante utilizada na cozinha cabocla e mesmo entre o povo da capital.

Receita de arroz de piquiá com charque:
Livre das cascas cerca de 6 a 8 piquiás. Dessalgue e afervente, mais ou menos, meio quilo de charque não muito gorduroso, cortando-o, após, em pedaços pequenos. Numa panela, de preferência de barro, coloque uma cebola média, cortada miúdo, uns três dentes de alho bem amassados, pimentinha verde e o charque. Não acrescente gordura. Leve ao fogo, mexa bem e a gordura existente no charque manterá o ponto ideal do refogado. Acrescente uma boa quantidade de temperos verdes (alfavaca e chicória) tudo miudinho. Ponha água e deixe o charque amaciar. Então, acrescente os piquiás, o arroz e água suficiente para cozinhá-lo. Prove o sal. O arroz de piquiá deve ficar suculento. Sirva bem quente, na própria panela e coma, seu mano, coma porque, ratificando, é um prato "pai-d´égua" de bom!
castanha-do-pará

10 alimentos para viver mais

(Fonte: Revista Veja, ed. 1856, de 02/06/04 - publicada no site
Mais Que Beleza )

Conheça alguns dos alimentos que a ciência já comprovou serem capazes de prevenir doenças e a quantidade indicada para potencializar seus benefícios* - Foto: Claudio Meletti

AVEIA Ajuda a diminuir o colesterol ruim, o LDL. Ganhou o selo de redutor do risco de doenças cardíacas da FDA, agência americana de controle de alimentos e remédios. Quantidade recomendada: 40 gramas por dia de farelo ou 60 gramas da farinha

ALHO Reduz a pressão arterial e protege o coração ao diminuir a taxa de colesterol ruim e aumentar os níveis do colesterol bom, o HDL. Pesquisas indicam que pode ajudar na prevenção de tumores malignos. Quantidade recomendada: um dente por dia (para diminuir o colesterol e a pressão arterial)

AZEITE DE OLIVA Auxilia na redução do LDL. Sua ingestão no lugar de margarina ou manteiga pode reduzir em até 40% o risco de doenças do coração. Quantidade recomendada: 15 mililitros por dia ou uma colher (de sopa rasa)

CASTANHA-DO-PARÁ Assim como noz, pistache e amêndoa, auxilia na prevenção de problemas cardíacos. Também ganhou o selo de redutora de doenças cardiovasculares da FDA. Quantidade recomendada: 30 gramas por dia ou de cinco a seis unidades

CHÁ VERDE Auxilia na prevenção de tumores malignos. Estudos indicam ainda que pode diminuir as doenças do coração, prevenir pedras nos rins e auxiliar no tratamento da obesidade. Quantidade recomendada: De quatro a seis xícaras por dia (para reduzir os riscos de gastrite e câncer no esôfago)

MAÇÃ
Ajuda a prevenir tumores malignos, diz o médico Michael Roizen. O consumo regular de frutas variadas auxilia na redução de doenças cardíacas e da pressão sanguínea, além de evitar doenças oculares como catarata. Quantidade recomendada: cinco porções de frutas por dia

PEIXES Os peixes ricos em ômega 3, como a sardinha, o bacalhau e o salmão, são poderosos aliados na prevenção de infartos e derrames. Estudos indicam também que reduzem dores de artrite, melhoram a depressão e protegem o cérebro contra doenças como o mal de Alzheimer. Quantidade recomendada: pelo menos 180 gramas por semana (para reduzir o risco de doenças cardiovasculares)

SOJA Ajuda a reduzir o risco de doenças cardiovasculares, segundo a FDA. Seu consumo regular pode diminuir os níveis de colesterol ruim em mais de 10%. Há indicações de que também ajuda a amenizar os incômodos da menopausa e a prevenir o câncer de mama e de cólon. Quantidade recomendada: 150 gramas de grão de soja por dia, o equivalente a uma xícara de chá (para reduzir o colesterol)

TOMATE Auxilia na prevenção do câncer de próstata. Quantidade recomendada: uma colher e meia (sopa) de molho de tomate por dia

VINHO TINTO A uva vermelha, presente no vinho ou no suco, ajuda a aumentar o colesterol bom e evita o acúmulo de gordura nas artérias, prevenindo doenças do coração. Quantidade recomendada: dois copos de suco de uva ou uma taça de vinho tinto por dia
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* As quantidades de alimentos indicadas se referem apenas à prevenção das doenças especificadas. A dosagem ideal para o combate das demais ainda não foi identificada pelos pesquisadores

Camarão aparece em uma das imagens feitas pela rede Venus

Observatório submarino do Pacífico abre portal online (Fonte: Estadão)
Uma rede submarina de fibra óptica e instrumentos que, conectada à internet, permite visitas virtuais ao fundo do mar


OTTAWA - A instalação submarina Rede Experimental Victoria Sob o Mar ("Venus", na sigla em inglês) passa a oferecer um portal de dados e imagens do fundo do mar, via internet. No website de Venus, cientistas e o público em geral poderão acessar uma coleção crescente de imagens, sons e dados submarinos em tempo real.
Venus é formado por uma rede submarina de fibra óptica e instrumentos que, conectada à internet, permite que leigos façam visitas virtuais ao fundo do mar e que cientistas controlem seus instrumentos e baixem dados em tempo real. Um trecho de fibra óptica de 3 km, que marca a primeira etapa de Venus, foi instalado em fevereiro. Espera-se que um segundo trecho, de 40 km, seja instalado ainda neste ano.

Clique aqui para visitar o site da Rede Experimental "Venus"

sábado, 24 de junho de 2006

A tartaruga Harriet, em foto de 2003, ao lado de funcionárias do zoológico (EFE)

Morre Harriet, a tartaruga de Darwin (Fonte: Estadão)
Acredita-se que Harriet tenha sido um dos animais recolhidos pelo naturalista Charles Darwin durante sua passagem por Galápagos (AP)

QUEENSLAND, AUSTRÁLIA - Ela nasceu quando o Brasil ainda era uma colônia portuguesa, e pode ter ajudado o naturalista britânico Charles Darwin a montar sua teoria da evolução. Hoje, a tartaruga Harriet morreu na Austrália com 175 anos. Ela era o animal mais antigo em cativeiro que se tinha notícia. Vivia no Zoológico da Austrália há 17 anos e, apesar de ser uma das principais atrações do lugar, curtia uma aposentadoria relativamente tranqüila. Paparicada, adorava mastigar flores de hibisco e ganhou, em seu último aniversário, um bolo no formato de tartaruga.
Segundo o veterinário-chefe do zoológico, John Hangar, ela morreu à noite, sem sofrer, após um ataque cardíaco e um período curto de doença. Harriet teria sido tirada de sua terra natal, as ilhas Galápagos, por um Darwin jovem durante sua viagem pelo mundo a bordo do navio HMS Beagle, em 1835. O naturalista se encantara pelas tartarugas do lugar e coletou três indivíduos de ilhas ao perceber que havia pequenas diferenças entre eles, que as caracterizariam como subespécies. A observação o ajudou a formular a teoria de adaptação dos seres vivos ao ambiente.
Os três foram levados para a Inglaterra mas, em 1837, partiram novamente a bordo do Beagle com destino à Austrália, onde viveriam sob condições climáticas mais próximas de seu hábitat original. Na época, e por 100 anos seguintes, Harriet era chamada de Harry - achava-se que ela era ele. Só em 1960 que o engano foi desfeito, após um exame detalhado da tartaruga, e acabava o mistério de por que o animal recusava-se a cruzar com fêmeas.
Há dois anos, o paleontólogo britânico Paul Chambers afirmou que Harriet pode não ser uma das tartarugas coletadas por Darwin. Análises do DNA indicam que ela viria de Galápagos sim, mas da Ilha de Santa Cruz - enquanto os registros da viagem indicam Espanola, Santa Maria e São Salvador como origem dos três animais que embarcaram no Beagle. Sua idade, entretanto, nunca foi questionada.

sexta-feira, 23 de junho de 2006

A Onça-Pintada (Panthera onca) é o maior felino das Américas. (Fonte da imagem)

Projeto trabalha para preservar a onça-pintada na região Sul do Brasil
(Fonte: trecho de matéria publicada no site AmbienteBrasil )

No próximo mês de julho, será dado início à parte de campo do projeto “Corredor do Tigre”, em alusão ao “apelido” que os colonizadores do sul do Brasil deram à onça-pintada, assim como eles também costumam chamar de leão o puma ou onça-parda.
“Verificamos a perda de distribuição gradativa da onça-pintada nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e que o padrão de desaparecimento se deu do sul para o norte”, diz Marcelo Mazzolli, fundador e diretor geral do Projeto Puma, ONG que está desenvolvendo o programa Corredor do Tigre.
Mestre em Ciência pela Universidade de Durham, no Reino Unido, e atualmente cursando Doutorado em Ecologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Mazzolli faz um alerta: o projeto tem caráter de urgência por restarem poucos indivíduos desta espécie na Mata Atlântica.
O Corredor do Tigre será implantado na porção sul da Serra do Mar - entre Santa Catarina e Paraná -, tendo em vista que esta região se constitui no maior refúgio de onças-pintadas neste ecossistema.
Segundo Mazzolli, a médio prazo, o objetivo do Corredor do Tigre é deter o processo de perda da distribuição histórica da espécie. A longo prazo, é viabilizar a recolonização nos locais onde a onça-pintada foi extinta.
A metodologia consiste basicamente de, em primeiro lugar, sistematizar o monitoramento da presença e expansão/retração de populações de onças na Serra do Mar, envolvendo expedições aos locais de ocorrência do animal. Com esses dados, espera-se ser possível estabelecer os ambientes com prioridades na conservação da espécie.
O projeto também envolve a inclusão de áreas privadas para formação de um Corredor Ecológico. Até o momento as empresas WEG, Battistela, Hemmer, e Comfloresta já concordaram em disponibilizar suas áreas para o Corredor.
Por fim, deve ser estabelecida uma rede de informações da presença da onça, atuando paralelamente a uma rede de ‘resgate’, quando no caso de prejuízos causados por algum indivíduo da espécie a rebanhos domésticos.

quinta-feira, 22 de junho de 2006

CD "Iny - Cantos da Tradição Karajá" (Fonte: Iandé )
(gravado por índios: Karajá - local: Tocantins)

Esse disco foi gravado na aldeia Fontoura, às margens do Rio Araguaia, no Tocantins.

Daniel Coxini, o líder da aldeia, apresenta o disco dessa maneira
:
"Os Iny realizam todos os anos duas grandes cerimônias: a cerimônia de Aruanã (Ijasó), para reverenciar os ancestrais e Canãxuwê (Criador); e a cerimônia de Hetohoky, a Festa de Casa Grande, para iniciar os meninos na vida adulta. (...)

Por esta razão gravamos este CD com alguns cantos destes rituais tão significativos para o povo Iny; para que através da música, o Tori (não-índio) possa conhecer um pouco da cultura do povo Iny. E assim, conhecendo e entendendo nossa tradição, possa ajudar a preservá-la, pois ela é parte da história deste país Brasil."
Para ver a lista de músicas do CD, clique AQUI.

quarta-feira, 21 de junho de 2006

Gatos e coelhos chineses vendidos como alimentos (Fonte da imagem)
(Obs: Desculpem pela imagem chocante, mas é para mostrar como são maltratados esses animais na China)


Ativistas fecham restaurante chinês que servia carne de gato
(Fonte: site do UOL, em 19/06/2006)

PEQUIM (Reuters) - Ativistas defensores dos direitos dos animais invadiram um restaurante que servia carne de gato na cidade de Shenzhen, no sul da China, e obrigaram o estabelecimento a fechar as portas, disse a agência de notícias Xinhua no domingo.
Os cerca de 40 ativistas -- a maioria mulheres, segurando cartazes que diziam "gatos e cachorros são amigos dos seres humanos" -- entraram no restaurante Fangji Almôndega de Gato e exigiram que o dono libertasse os animais ainda vivos, disse a agência.
Nenhum gato foi encontrado no prédio, pois o proprietário já havia retirado os animais de lá, segundo a agência. Mas alguns ativistas choraram ao ver um gato em uma geladeira.
"Não posso continuar com meu negócio, e não venderei mais carne de gato", disse o dono do restaurante, segundo a agência de notícias. Mas o proprietário defendeu seu restaurante, alegando que comer gato é uma tradição na província de Guangdong.
Uma beldade local, a Miss Shenzhen 2005, participou do protesto pedindo às pessoas que "parem de comer gatos e cães e virem civilizadas", segundo a Xinhua.
Muitos chineses, principalmente do sul, acreditam que cães e gatos são alimentos bons para se ingerir no inverno.
Mas a China vem desenvolvendo um movimento pelos direitos dos animais já que cada vez mais chineses começam a ter animais de estimação, o que era visto como algo burguês durante o regime Comunista do país.

Chico Mendes

O ator Cássio Gabus Mendes (Fonte da imagem)

Cássio Gabus Mendes será Chico Mendes na TV (Fonte)

Rio - O ator Cássio Gabus Mendes, 45 anos, interpretará Chico Mendes na minissérie 'Amazônia - De Galvez a Chico Mendes', de Glória Perez. O seringueiro, um líder sindical do Acre, que foi assassinado em 1988, será um dos personagens principais da nova minissérie da Globo, que prestará uma homenagem ao seu estado de nascimento. Os outros dois são Luiz Galvez Rodrigues de Arias, boliviano que em 1900 proclamou a independência e o gaúcho José Plácido de Castro, líder que reproclamou a independência local, em 1902.

terça-feira, 20 de junho de 2006

Os novos profissionais da etnia Umutina, de Barra do Bugres, mostram com orgulho os diplomas de graduado: desejo de intervir na realidade (Fonte da imagem: Diário de Cuiabá)

Índios - Com o canudo na mão
(Fonte: Diário de Cuiabá - trecho de matéria publicada no site Amazonia.org.br)

Primeiros indígenas a concluir o curso superior voltam às aldeias com muito mais do que um mero pedaço de papel

Os diplomas estão todos muito bem guardados. Entregues dentro de um envelope plástico - para evitar que ficassem marcados pelas pinturas corporais de seus destinatários - muitos deles continuavam assim, intocados, quase quatro dias após a cerimônia de colação de grau. O mesmo se pode afirmar em relação às lembranças da bela festa, realizada em Cuiabá na último dia 7 de junho.
“Nunca vou me esquecer. Foi uma emoção muito forte, que não tem explicação”, emociona-se Edna Monzilar, um dos nove representantes da etnia Umutina dentre os 198 índios formados pela primeira turma do projeto Terceiro Grau Indígena, da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat).
Graduada em Ciências Sociais, ela retornou à Terra Indígena Umutina (localizada no município de Barra do Bugres, a 170 quilômetros de Cuiabá) com o diploma nas mãos e muitas idéias na cabeça. “Quero discutir a nossa história, antes e depois do contato, as mudanças, o conhecimento da terra. E espero conseguir envolver a comunidade”.
Pioneiros na América Latina, os novos professores indígenas têm a partir de agora a grande responsabilidade de fazer florescer, na prática, os objetivos que motivaram a implantação do curso em 2001. Mais do que uma oportunidade de formação superior, o projeto representa a oportunidade de mudança nas bases da educação indígena (ver matéria).
“Não nos tornamos professores para formar mão de obra para o mercado de trabalho fora das aldeias. Temos que assegurar uma formação voltada para a nossa realidade e a nossa cultura, para que as futuras gerações vivam e trabalhem aqui”, explica Filadelfo de Oliveira, umutina formado em Ciências Matemáticas e da Natureza e diretor da Escola Estadual de Educação Indígena Jula Paré.
O nome da escola é uma homenagem a um dos mais importantes sobreviventes do processo de contato que, ao longo das décadas de 1910 e 1940, reduziu a população Umutina a pouco mais de 20 indivíduos. Morto em 2004, Jula Paré era o último falante do idioma e um depositário de lendas e tradições que jamais serão recuperadas.
O trabalho dos novos professores, na opinião de recém-formada Maria Alice Cupodonepá, é assegurar que nenhuma outra destas conexões seja perdida. E mais: trabalhar para que as novas gerações ajudem a dar vida e a reatar os laços com o passado. “Durante o curso, aprendemos a valorizar as nossas características, nossa especificidade. Queremos que nossos alunos aprendam o mesmo”.
Neste processo, ensina ela, os idosos serão as principais fontes de pesquisa. Serão “livros vivos”, como ela gostar de qualificar. “Temos de buscar os ensinamentos dos mais velhos, estudar o que eles dizem, trazer o muito que sabem para dentro da sala de aula. Isso significará a revitalização da nossa cultura”.
Entre as mudanças já implementadas desde o início do projeto, está o uso cada vez maior de expressões e palavras recuperadas do idioma original umutina. Na escola que leva o nome do último falante, há cartazes por toda parte explicando o significado de muitas delas. “Já estamos percebendo a mudança. As crianças já não têm vergonha de usar pinturas, de dançar e cantar nossas músicas. A escola, por aqui, se tornou uma referência cultural para todos os umutina"

segunda-feira, 19 de junho de 2006

Aprenda a fazer um pau-de-chuva

Begorotire - O Homem Chuva
(Fonte: Escola Vesper - texto extraído do site
Desvendar.com)

Begorotire era um índio feliz. Certo dia, porém, havendo sido injustiçado na divisão da caça, ficou furioso, decidindo que sairia à procura de outro lugar para viver. Cortou os cabelos da esposa e da filha, pintando toda a família com uma tintura preta que havia retirado do fruto do jenipapo. Pegou um pedaço de madeira pesada e resistente, fazendo a primeira borduna Caiapó, com o cabo trançado em preto e a ponta tingida com sangue da caça. Chegou então ao alto de uma montanha, levando sua arma, e começou a gritar. Seus gritos soaram como fortes trovões. Girou fortemente a borduna no ar e de suas pontas saíram relâmpagos. Em meio ao barulho e às luzes, Begorotire subiu aos céus. Os índios assustados atiraram suas flechas, mas nada conseguiu impedir que o índio desaparecesse no firmamento.
As nuvens, também assustadas, derramaram chuva. Por isso Begorotire tornou-se o homem chuva. Tempos depois, levou toda a família para o céu, onde nada lhes faltava, e de lá muito fez para ajudar os que na terra ficaram. Juntos sementes de suas fartas roças, secou-as sobre o girau, entregando-as a uma filha para trazê-las. A índia desceu dentro de uma cabaça enorme amarrada a uma longa corda, tecida com as próprias ramas do vegetal. Caminhando pela floresta, um jovem encontrou a cabaça, amarrou-a com os cipós e pedaços de madeira e, com ajuda dos amigos levou-a para a aldeia. A mãe, abrindo a cabaça, encontrou a índia, a filha da chuva, que estava magra e com longos cabelos, por lá haver permanecido muito tempo.
A jovem foi retirada e alimentada, e teve seus cabelos aparados. Ao ser indagada, a filha da chuva explicou por que viera, entregando-lhes as sementes enviadas por seu pai e deixando a todos muito felizes. O jovem que encontrou a cabaça casou-se com a moça, passando esta a morar novamente na terra. Com o tempo, resolveu visitar os pais. Pediu ao esposo vergasse um pé de Pindaíba, trazendo a copa até o chão. Sentou-se sobre ela e, ao soltarem a árvore, a índia foi lançada ao céu. Ao retornar, trouxe consigo toda a família e cestos repletos de bananas e outros frutos silvestres. Begorotire ensinou a todos como cultivar as sementes e cuidar das roças, regressando depois ao seu novo lar. Ate hoje, quando as plantas necessitam de água, o homem chuva provoca trovões, fazendo-a cair sobre as roças para mantê-las sempre verdes e fartas.

domingo, 18 de junho de 2006

Garrafas pets recolhidas na comunidade de Pinhais são utilizadas como matéria-prima para fabricação de vassouras e ajudam na renda familiar de comunidade carente (Fonte da imagem)

Oceanos têm 18 mil peças de plástico por km2 (Fonte: BBC Brasil / Estadão - notícia publicada no site Ambiente Brasil )

Um relatório divulgado nesta sexta-feira pelo Programa Ambiental das Nações Unidas (Unep, na sigla em inglês) traz inúmeros dados que alertam para o impacto da poluição, pesca predatória e aquecimento global sobre os oceanos mundiais.
Segundo o estudo, há atualmente mais de 46 mil detritos de plástico a cada milha quadrada de oceano, ou cerca de 18 mil em cada quilômetro quadrado. A cada ano, afirma o estudo, detritos plásticos causam a morte de 1 milhão de pássaros marinhos, 100 mil mamíferos aquáticos e inúmeros peixes.
Além de não perecível, o plástico é capaz de viajar longas distâncias. Exemplo disso foi visto no início desta semana, quando embalagens plásticas vindas de diferentes partes do mundo, como Brasil e Japão, foram achadas no remoto arquipélago de Saint Kilda, na Escócia - local considerado Patrimônio da Humanidade e lar de inúmeras aves.
De acordo com o relatório, sacos plásticos, por exemplo, são particularmente letais para tartarugas e mamíferos, que as confundem com animais que lhes servem de alimento, como lulas e águas-vivas, e, por conta disso, podem morrer de asfixia ou por terem seus intestinos bloqueados.

Pesca
O documento afirma ainda que atividades pesqueiras representam a maior ameaça à biodiversidade oceânica e dos mares profundos, com 52% do cardume mundial de peixes já plenamente explorado.
O índice de espécies marítimas ameaçadas ou extintas passou de 10%, em meados dos anos 70, para 24% em 2002.
Populações de peixes considerados de grande valor comercial, como atum, bacalhau e peixe-espada, tiveram uma queda de 90% nos últimos cem anos.
Segundo o documento, a pesca ilegal e sem regulamentação movimenta entre US$ 4,9 bilhões e US$ 9,5 bilhões. "Se não agirmos agora, será impossível reverter o impacto sobre os oceanos. Poderemos perder muitas espécies e ecossistemas", afirma Stefan Hain, diretor da Unidade de Conservação de Corais da Unep.
O relatório mostra que a pesca ilegal não vitima apenas peixes. Segundo o documento, o uso ilegal de redes para pesca no alto mar mata 300 mil aves marinhas anualmente.

sábado, 17 de junho de 2006

A samaumeira (Ceiba pentandra), da Amazônia (Fonte da imagem)

A grande samaumeira, dos ticunas (Fonte: site de Julio Cezar Melatti)
Nas pp. 72-75 do livro Nosso Povo (Rio de Janeiro: Museu Nacional , 1985), escrito por índios ticunas, estão os episódios míticos "Como apareceu o dia" e "O coração da samaumeira", que resumo a seguir.

Como apareceu o dia. Naquele tempo era sempre noite. Os galhos da samaumeira cobriam o mundo, escurecendo tudo. Os irmãos Yoi e Ipi tentaram abrir um buraco na copa da árvore, jogando-lhe caroços de araratucupi, mas sem resultado. Chamaram o pica-pau, que tentou cortar o tronco com o bico, mas não conseguiu. Resolveram então tirar o machado da cutia. Ipi colou penas em todo o corpo e ficou deitado de boca aberta no caminho da cutia. A cutia estranhou a figura que encontrou no caminho e começou a fazer-lhe perguntas. Como Ipi não respondesse, ameaçou urinar na boca dele, cortar-lhe a língua, até que ele respondeu, dizendo que podia arrancá-la. Ela se aproximou e Ipi arrancou-lhe a paleta, a perna de trás, que era o seu machado.A cutia perseguiu Ipi mancando e gritou-lhe que, quando fizesse roça, não dissesse o nome dela, e que ela iria cobrar-lhe o roubo, furtando nas roças que fizesse. É o que a cutia faz até hoje. A cutia não pode mais plantar. Só cutia pequena ainda tem o machado.
De posse do machado, Ipi começou a cortar a árvore. Mas o corte se tornava a fechar. Yoi então tentou cortar e, onde ele batia, o corte se mantinha aberto. Quando se cansou, entregou o machado a Ipi, que continuou a cortar, mas agora o corte não se fechava mais. Apesar de o tronco estar bem fino, a árvore não caía. Olhando para cima, viram que era uma preguiça que a segurava. O quatipuru, convidado para subir e tirar a mão da perguiça do galho, foi até a metade e desceu, com medo da altura. O quatipuru pequeno aceitou subir com formigas de fogo para jogar nos olhos da preguiça. Ele subiu e conseguiu atingir os olhos da preguiça. Deu então um pulo para trás, e caiu, machucando o rabo no machado. Por isso o quatipuruzinho tem o rabo dobrado nas costas. A samaumeira caiu, e daí por diante se pôde ver o sol, o céu, as estrelas. Como recompensa, Yoi e Ipoi deram sua irmã para casar com o quatipuruzinho.
O coração da samaumeira. Depois de algum tempo Ipi foi até a árvore derrubada para ver se já tinha apodrecido. Mas ela estava viva, tinha começado a brotar de novo. Ipi ouviu batidas de coração e resolveu tirá-lo. E começou a cortar com o machado. Ipi e Yoi disputavam o machado, cada qual querendo a tarefa de tirar o coração da samaumeira. Finalmente um golpe de Yoi fez o coração pular fora. Um calango o engoliu e ele ficou parado na garganta. Ipi encostou um tição na garganta do calango e o coração pulou fora. Mas uma grande borboleta azul engoliu o coração. Ipi queimou a asa da borboleta com o mesmo tição e ela vomitou. Por isso as borboletas azuis de hoje têm manchas na asa. O coração caiu num buraco muito apertado. Yoi então mandou a cotia roer o coração pelo lado direito, trazer o caroço e plantar no terreiro. Passado algum tempo, daí nasceu a árvore de umari.
O mito da grande samaumeira e o de seu coração também estão divulgados em O Livro das Árvores (Benjamin Constant: OGPTB, 1997), um volume escrito e ilustrado pelos professores indígenas ticunas, que trata da importância das árvores na vida e cultura de seu povo. Entre as suas muitas ilustrações, há um desenho da árvore Tchaparane, que produzia terçados. Ela ficava em Cujaru, um lugar perto do rio Jacurapá, e as pessoas iam até lá e esperavam que caíssem no chão.

quinta-feira, 15 de junho de 2006

Índios homenageiam mortos - tribos do Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso, fazem homenagem aos mortos, através do Kuarup (Fonte da imagem)

Um índio morto a cada 60 dias na Amazônia
(notícia publicada no site Amazonia.org.br )
(Local: Belém - PA - Fonte: O Liberal )

Igreja católica - Acusa o governo federal de negligenciar demarcação de terras e saúde das tribos

Sete índios assassinados, de seis etnias diferentes, três conflitos de terra, três ameaças de morte e quatro casos de estupro a crianças e adolescentes, bem como casos de racismo e de negligência à saúde. Esses são os principais crimes contra os povos indígenas do Pará e Amapá, entre 2003 e 2005, cujos motivos estão vinculados à cobiça das terras por fazendeiros, grileiros e madeireiros. A denúncia está no relatório 'A Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil', produzido pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) - Regional Norte II, que reuniu jornalistas e ativistas do movimento social, ontem pela manhã, na sede da regional Norte II da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para divulgar o documento, cujas cópias foram enviadas ao Ministério da Justiça e à Fundação Nacional do Índio (Funai), com pedido de providências urgentes.
Quarenta missionários do Cimi elaboraram o documento a partir de depoimentos coletados em aldeias de 27 etnias nos dois estados. Eles ouviram as próprias vítimas, membros das comunidades atingidas, organizações indígenas; e cotejaram matérias publicadas nos jornais e nos registros policiais. O relatório trata de quatro grandes grupos de violências contra os índios, provenientes de conflitos e direitos territoriais, contra indígenas, provocadas por omissões do Poder Público e contra povos isolados e de pouco contato.
Os sete assassinatos registrados ocorreram entre 2003 a 2004. Os autores são brancos. Dos três conflitos de terra, dois ocorreram na aldeia Baú, em Novo Progresso, e um em Caluaia, Altamira, na região do Xingu, sudoeste do Pará. O relatório atribui os conflitos na aldeia Baú à 'atitude irresponsável do governo federal', acusado de suspender a demarcação das terras indígenas e dar posse de 300 mil hectares que pertencem aos índios a fazendeiros da região. 'Isso é resultado da atual política indígena do governo Lula, que tem compromisso apenas com as elites, desprezando os índios', acusa Claudemir Monteiro, coordenador regional do Cimi.
Os três casos de ameaça de morte também foram registrados entre 2003 e 2004, contra índios Tembé e Amanaê, que vivem no nordeste paraense. Os quatro casos de estupros envolveram crianças e adolescentes Mundurucu, em Itaituba e Jacareacanga, na região oeste do Pará.

Racismo
O exemplo mais notório de racismo, ressaltado no relatório, é o do ex-presidente da Câmara Federal Severino Cavalcante (PPB), que renunciou ao mandato para fugir à cassação por causa de seu envolvimento na cobrança de propina para a exploração do serviço de restaurantes na Câmara, em Brasília. Ao visitar o Pará em maio do ano passado, Severino chamou os índios de preguiçosos e gananciosos, ecoando a acusação preconceituosa de grileiros contra as nações indígenas, por causa da demarcação de suas terras. 'Também é grande o número de políticos do interior do Pará e do Amapá que utilizam a luta contra os interesses dos indígenas para conseguir votos durante as eleições, mesmo sabendo que essas terras já foram demarcadas e homologadas pelo governo federal', destacou Claudemir Monteiro.
Ameaças de morte, de seqüestro e tentativas de invasões já se incorporaram à rotina de várias tribos indígenas, constata o relatório. 'Há mais de 40 anos lutamos para chamar a atenção do Poder Público e da sociedade sobre a situação em que vivemos, mas até hoje ninguém olhou por nós', denunciou o índio Piná Tembé, que vive em uma aldeia de Santa Luzia, na região Guajarina. Os Tembé têm naquela região 279 mil hectares de terras demarcadas, mas o território deles está invadido por grileiros, agricultores e até plantadores de maconha.
Os casos mais graves, porém, envolvem os 60 grupos de povos isolados, principalmente na região do alto Xingu, bem como 18 etnias do Amapá. O isolamento os deixa ainda mais vulneráveis aos ataques de posseiros, grileiros e fazendeiros.
O descaso da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) com o atendimento médico às comunidades indígenas é apontado como responsável pela morte de nove de crianças Mundurucu em Jacareacanga, no ano passado.
O arcebispo metropolitano de Belém, Dom Orani João Tempesta, informou que o relatório do Cimi objetiva reduzir a violência contra os indígenas no Brasil. 'A população precisa tomar consciência da importância do índio e cobrar providências do governo para acabar com esta situação. E a igreja sempre estará presente nas ações em favor dos povos indígenas, fazendo denúncias e ajudando a proporcionar a eles saúde e educação. No ano que vem o tema da Campanha da Fraternidade será a Amazônia, quando vamos tratar de diversas questões como a biodiversidade, a água, os problemas fundiários, assim como a violência e o preconceito contra os índios', advertiu.

A atriz Darryl Hannah (Fonte da imagem)

Darryl Hannah é presa em manifestação em prol de um jardim
(dia 13/06/06 - Fonte)

A atriz americana Darryl Hannah foi detida hoje em Los Angeles enquanto participava de um protesto contra o despejo de um jardim agrícola localizado ao sul da cidade americana.
A intérprete de "Splash" foi presa junto com outros 40 manifestantes que se amarraram a uma árvore ou se acorrentaram à mobília do jardim para evitar o despejo, quando a Polícia chegou para executar a ordem.

Os 5,6 hectares de terreno em litígio são, desde 1992, um jardim agrícola em uma região industrial do sul de Los Angeles.

Nela, cerca de 350 pessoas que moram na área mantiveram seus cultivos.

No entanto, o dono do terreno, Ralph Horowitz, deseja agora utilizar o lugar para a construção de outra loja de departamento como as muitas que existem na região.

Apesar do apoio demonstrado por numerosas celebridades e pelo prefeito da cidade, Antonio Villaraigosa, os agricultores urbanos não conseguiram os US$ 16 milhões que Horowitz pedia pelos 4 hectares do terreno.

Há um mês, um juiz ditou a ordem de despejo de inquilino contra quem tivesse cultivos ali, ordem executada por 120 efetivos da Polícia com forças antidistúrbios.

As prisões puseram fim a um mês de protestos que contaram com o apoio de figuras como Joan Baez, Willie Nelson e a ativista defensora das árvores Julia Butterfly Hill.

terça-feira, 13 de junho de 2006

Conheça o Curso de Tupi Antigo on line do Prof. Joubert Di Mauro
e, para cantar durante a Copa do Mundo, veja a letra do Hino Nacional Brasileiro em Tupi

O tupi que o Brasil fala hoje (Fonte: site Galileu)
Assim como o latim e o grego, o tupi antigo participou decisivamente do português que é falado no Brasil. Assim, mesmo sem saber, não existe brasileiro que não conheça alguma palavra desse idioma. Que não saboreie abacaxi, pitanga, caju, jaboticaba, sapoti, gravatá ou pequi, frutas que conservaram seus nomes nativos. Ou que jamais tenha ouvido cantigas folclóricas como "Eu fui no itororó beber água e não achei. Achei bela morena, que no itororó deixei " -, mesmo desconhecendo que itororó é uma palavra indígena que significa bica d'água. Leia a seguir mais alguns exemplos, extraídos do Método Moderno de Tupi Antigo, livro do professor Eduardo Navarro:

"Reparando bem, todo mundo tem pereba, só a bailarina que não tem"
,
diz uma música de Chico Buarque de Holanda.

Pereba, do tupi, significa ferida.

Pare com este nhen-nhen-nhen. A expressão vem do verbo nhe'eng (falar, piar) e significa pare de ficar falando, de falar sem parar

O velho jogo de peteca, que é um pequeno saco cheio de areia ou serragem sobre o qual se prendem penas de aves, tem este nome devido ao verbo petek - golpear ou bater com a mão espalmada. É com a palma da mão que se joga o brinquedo.

Velha coroca é uma velha resmungona. O termo nasceu do verbo kuruk, que significa resmungar.

O verbo cutucar, em português, origina-se do tupi kutuk, cujo significado original - furar, espetar - modificou-se ligeiramente. Em português, cutucar é tocar com a mão ou com o pé.

Estar jururu é estar melancólico, tristonho, cabisbaixo. O termo indígena aruru, de onde surgiu a palavra, tem o mesmo sentido.

Várias palavras mantiveram pronúncia e significado praticamente originais: mingau (papa preparada geralmente com farinha de mandioca), capim, mirim (que significa pequeno) e socar (do verbo sok, com o mesmo significado).

A expressão estar na pindaíba muito brasileiro conhece: significa estar em graves dificuldades financeiras.É uma expressão que vem das palavras pinda'yba - vara de pescar (pindá, isoladamente, significa anzol). Antigamente, quando a pobreza abatia as populações ribeirinhas, era comum se tentar tirar a subsistência do rio, pescando para comer ou para vender o pescado. Segundo os pesquisadores, a expressão nasceu no período colonial brasileiro, em que o tupi em sua forma evoluída conhecida como "língua geral" era falado pela maioria dos brasileiros.

A perereca recebe esse nome simplesmente porque ela pula. Vem do verbo pererek, pular, que é também a origem do Saci-Pererê que, por não ter uma perna, anda aos pulos.
Erva-Mate (Fonte da imagem)

A Lenda da Erva-Mate (Fonte)
Conta a lenda da Erva–Mate que um velho guerreiro guarani vivia triste em sua cabana pois já não podia mais sair para as guerras, nem mesmo para caçar e pescar, vivendo só com sua linda filha yari, que o tratava com muito carinho, conservando-se solteira para melhor dedicar-se ao pai.
Um dia, Yari e seu pai receberam a visita de um viajante que pernoitou na cabana recebendo seus melhores tratos. A jovem cantou para que o visitante adormecesse e tivesse um sono tranqüilo, entoando um canto suave e triste.
Ao amanhecer, o viajante confessando ser enviado de Tupã, quis retribuir-lhes a hospitalidade dizendo que atenderia a qualquer desejo, mesmo o mais remoto. O velho guerreiro, sabendo que sua jovem filha não se casara para não abandoná-lo, pediu que lhe fosse devolvidas as forças, para que yari se tornasse livre.
O mensageiro de Tupã entregou ao velho um galho de árvore de Caá, ensinando-lhe a preparar uma infusão que lhe devolveria todo o vigor. Transformou ainda Yari, em deusa dos ervais e protetora da raça Guarani, sendo chamada de Caá-Yari, a deusa da erva-mate. E assim, a erva foi usada por todos os guerreiros da tribo, tornando-os mais fortes e valentes.
Quando os espanhóis por aqui chegaram, encontraram os índios guaranis dóceis e receptivos, já então utilizando uma bebida que sorviam em cabaças por meio de um canudo, preparada, com folhas de uma árvore nativa da região – chamada cáa – dizendo que esta lhes havia sido dada pelo deus Tupã. De imediato os espanhóis adquiriram este hábito e passaram a tomar o chimarrão, desde os soldados até oficiais, sem distinção de classes sociais.
O chimarrão, tradicional e salutar hábito do Rio Grande do Sul, é um símbolo da hospitalidade do gaúcho, que oferece sempre a qualquer visitante. Atualmente, é bebido em uma cuia onde depositamos um pouco de erva-mate já moída e de onde sorvemos o líquido (água quente sem ferver), através de uma bomba de metal.
O costume de tomar chimarrão está bastante difundido, tanto no meio rural como no urbano e faz parte da vida do gaúcho desde o amanhecer até a noite, quando encerra suas tarefas do dia.
Livro "Jogos e Brincadeiras dos Índios Kalapalo" (informações extraídas da Lista de Literatura Indígena)
Além de apresentar o histórico e contexto do povo Kalapalo, do Parque do Xingu, o livro descreve 25 brincadeiras, traz um levantamento dos objetos utilitários e ornamentos e ainda há dezenas de fotos.
O livro está à venda em todas as unidades do SESC de São Paulo. O preço é R$ 48,00. Junto com o livro vem um DVD com um documentário desse projeto.
_____________________
Exposição (Fonte e mais informações: portal SESC SP)
Exposição interativa e itinerante, Jogos e brincadeiras do povo Kalapalo no SESC São Carlos vai mostrar, até 30 de julho, aspectos culturais da etnia Kalapalo, um dos quatro grupos de língua Karib que habita a região do Alto Xingu.

A idéia do projeto, que além da exposição recebe pesquisadores para palestras, oficinas de jogos e venda de artesanato produzido no Alto Xingu -, é mostrar o universo lúdico deste grupo, estabelecendo novos olhares sobre a brincadeira, através de objetos, vídeos, fotografias, coleções etnográficas de artefatos, arte plumária, utensílios, instrumentos, cerâmicas, uma grande casa indígena e documentário sobre a forma de vida.


Jogos e brincadeiras do povo Kalapalo
De 01 de junho a 30 de julho | terça a sexta, das 13h às 21h30, sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 18h.

Local: SESC São Carlos | avenida Comendador Alfredo Maffei, 700 - Jardim Gibertoni - tel.: 16 3372-7555

domingo, 11 de junho de 2006

Eles voltaram para a Floresta da Ursa ! :))
Madri, 10/06/2006 - Pelados passaram em frente a monumento

Nus, espanhóis protestam contra uso de automóveis (Fonte: Terra)
Centenas de defensores do uso da bicicleta protestaram neste sábado pelas ruas centenárias de Madri, na Espanha, contra a utilização de automóveis. Sem roupa, os manifestantes percorreram grande parte da cidade exigindo maior respeito para o transporte livre de poluição. A adesão à marcha foi grande e o calor ajudou os menos desinibidos a se integrarem à manifestação. Com palavras de ordem como "um carro a menos" e "biometanol" em suas costas, os ciclistas nus realizaram o terceiro ano da Ciclonudista em Madri, Barcelona e Pamplona. O protesto fez parte de eventos mundiais de nudismo neste sábado na Europa, América do Norte e América do Sul.
"Nós nos sentimos nus quando estamos no trânsito porque as pessoas não vêem a bicicleta como outro meio de transporte", disse o ciclista madrileno Ramon Linaza à Reuters, usando apenas um capacete e um par de tênis.
Rebocando carros de papelão, os manifestantes afirmaram que o rápido aumento dos automóveis na Espanha estava transformando as cidades em um território cada vez mais hostil e perigoso. Os organizadores disseram que a bicicleta é uma forma eficiente e saudável de transporte urbano, amplamente ignorada pelos motoristas e urbanistas espanhol.
O protesto chamou a atenção de quem passava pelas ruas históricas. Muitos espanhóis e também turistas aproveitaram para tirar fotos da passeata inusitada.

sábado, 10 de junho de 2006

Cesto Wayana-Apalay, com desenho representando o lagarto de duas cabeças

Tuluperê: Mitos dos índios Wayana-Apalay (Fonte: Boletim Iandé n. 10 )
Os índios Wayana-Apalay vivem no norte do Pará, na região de fronteira entre Brasil, Suriname e Guiana Francesa.
Eles contam que antigamente, os Wayana viviam separados dos Apalay. Eles tentavam se encontrar e nunca conseguiam. Um grupo pensava que o outro matava seus índios, porquê nunca alguém havia conseguido voltar para contar a história. Todos desapareciam próximo ao igarapé Axiqui.
Um dia os guerreiros Wayana estavam na região, e viram uma enorme arara azul sair do fundo das águas. O pássaro desapareceu na serra do Axiqui. Em seguida saiu um monstruoso lagarto de duas cabeças do igarapé, chamado Tuluperê. Uma das cabeças só comia índios Wayana e a outra cabeça comia os Apalay.
Os índios Wayana lutaram com o lagarto e o mataram.
Foram então à aldeia dos Apalay para contar o caso. Os homens Apalay voltaram ao igarapé e viram o monstro, que já estava afundando na água.
Na pele do lagarto de duas cabeças estavam desenhos, que os índios passaram a copiar em seus objetos. Os Wayana utilizam maior quantidade de padrões diferentes, isso porquê viram o monstro inteiro enquanto lutavam. Por outro lado, os desenhos feitos pelos Apalay têm mais qualidade, porquê esses índios viram o lagarto parado e tiveram tempo de aprender melhor seus grafismos.

quinta-feira, 8 de junho de 2006

Índios protestam em frente ao Congresso contra a construção de barragem no rio Xingu (Foto: por Alan Marques / Fonte: Folha Imagem - site UOL)

Índios do Xingu protestam na Câmara contra hidrelétrica
Edson Santos

Cerca de 130 índios ikpeng na manifestação em frente ao anexo 4 da Câmara

Cerca de 130 índios ikpeng, do Parque Nacional do Xingu, fizeram nesta manhã uma manifestação em frente ao anexo 4 da Câmara dos Deputados. Segundo o porta-voz do grupo, Napiku Txicão, eles reivindicam a paralisação das obras da hidrelétrica de Paranatinga 2, no município de Campinópolis (MT).Segundo Napiku Txicão, a construção da barragem está secando o rio na parte abaixo da obra e, na parte de cima, o lago que será formado vai tomar parte das terras dos índios e inviabilizar o primeiro Quarup a ser sediado pela tribo (Quarup é a festa anual em que os índios do Xingu homenageiam seus mortos).O deputado Eduardo Valverde (PT-RO) recebeu os índios e anunciou que se reunirá daqui a pouco com o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, para pedir que intermedeie um encontro com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para rediscutir a implantação da usina.O parlamentar disse também que estuda a possibilidade de pedir liminar à Justiça para interromper as obras da barragem até que seja feito um novo estudo de impacto ambiental na área.
(Reportagem - Aprígio Nogueira/Rádio CâmaraEdição - Natalia Doederlein (Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara') Agência CâmaraTel. (61) 3216.1851/3216.1852Fax. (61) 3216.1856E-mail:
agencia@camara.gov.br )
Gisele Bündchen apóia campanha ambiental de preservação e recuperação do Xingu

Fashion Rio e Gisele Bündchen apóiam campanha ecológica (Fonte: site Terra)
O tema escolhido para a edição do Fashion Rio verão 2007 é a água. Toda a decoração e programação visual são inspirados no tema. Mas além de efeito decorativo, o evento também se preocupa com a parte ambiental e vai apoiar a campanha Y'Ikatu Xingu (Salve a água boa do Xingu), que também conta com a participação de Gisele Bündchen.
A campanha tem como objetivo a proteção e recuperação das nascentes e matas ciliares do Xingu, no norte do Mato Grosso.

Gisele Bündchen literalmente já vestiu a camiseta da campanha e posou para fotos de divulgação. A modelo tomou conhecimento dos problemas ambientais relacionados ao Xingu depois de uma viagem que fez há dois anos ao local com seu namorado na época, o ator Leonardo Di Caprio.

Durante o Fashion Rio também serão exibidos filmes sobre as dez normas básicas para a utilização racional dos recursos hídricos do planeta.
O ritual funerário dos Bororo (MT) é um momento especial de socialização dos jovens. Não só porque muitos deles são formalmente iniciados, mas, também, porque é por meio de sua participação nos cantos, danças, caçadas e pescarias coletivas que eles têm a oportunidade de aprender e perceber a riqueza de sua cultura. (Foto: Kim-Ir-Sam, 1973 - Fonte: Inst. Socioambiental.

quarta-feira, 7 de junho de 2006

terça-feira, 6 de junho de 2006

Povo Kanamari ( Fotografia: Maria Rosário Carvalho - Fonte: site UFBA - Pineb )

Indígenas do Amazonas pedem apoio para fiscalizar terras em ato no Dia Mundial do Meio Ambiente
(Thaís Brianezi Repórter da Agência Brasil - 05/06/06)

Manaus - Cerca de 80 lideranças indígenas de 15 etnias fizeram hoje (5) em Tefé (AM) um ato público pelo Dia Mundial do Meio Ambiente. No protesto, elas leram a carta com os resultados do seminário Sustentabilidade Econômica e Meio Ambiente em Terras Indígenas do Médio Solimões e Afluentes, do qual participaram no fim de semana.
"A gente precisa fortalecer o que os povos indígenas já fazem tradicionalmente: proteger suas terras", declarou à Agência Brasil o coordenador da União das Nações Indígenas de Tefé (Uni Tefé), Tomé Fernandes, da etnia cambeba. "Em muita coisa a Funai Fundação Nacional do Índio precisa também estar presente. Não basta só demarcar o território, é preciso proteger a área contra invasões de madeireiros e de pescadores."
A Uni Tefé busca parcerias para expandir a iniciativa piloto apoiada pelo Projeto Integrado de Proteção às Populações e Terras Indígenas (PPTAL), subprograma do Programa Piloto de Proteção das Florestas Tropicais do Brasil, conhecido como PPG 7, que é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e financiado pela cooperação internacional. "Em 2003, a gente começou esse projeto em quatro terras indígenas, oferecendo oficinas de legislação ambiental e construindo tapiris [casas de apoio, equipadas com radiofonia e veículos de transporte hidroviário]", contou Fernandes. "Com um motorzinho rabeta [canoa motorizada], em vez de passar três dias para visitar sua área, você passa um dia".
O projeto da Uni Tefé em parceria com o PPTAL envolve 1,6 mil moradores das terras indígenas Cuí-Cuí, Maraã-Urubaxi, Paraná do Paricá e Lago do Alá. O financiamento, com valor total de R$ 78 mil, termina no próximo mês.
A Uni Tefé atua na região do médio Solimões, que engloba 14 municípios, dos quais Tefé é pólo. Dados da entidade revelam que cerca de 10,5 mil indígenas, divididos em 84 comunidades, vivem na região.
Um estudo divulgado em fevereiro mostrou que o desmatamento nas terras indígenas é dez menor do que no seu entorno. Os pesquisadores chegaram a esse número analisando a cobertura vegetal de 121 terras indígenas brasileiras, com imagens de satélite referentes ao período de 1997 a 2000. A análise foi coordenada pelo norte-americano Daniel Nepstad, professor-visitante no Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará (Naea/UFPA) e membro do Instituto de Pesquisas da Amazônia (Ipam). 05/06/2006

A PCH Paranatinga II em construção no Culuene já provoca danos ambientais...

...como o assoreamento e mudanças na vazão do rio, prejudicando a navegação e a pesca que é a principal preocupação dos índios, caso a barragem seja finalizada pois eles temem que espécies não realizem a piracema e tenham sua reprodução comprometida (Informações e imagens do site Socioambiental )

Funcionários de usina são libertados

Eles eram mantidos presos pelos índios do Xingu, que não aceitam a construção da hidrelétrica na área, que para eles é sagrada
(Fonte: Diário de Cuiabá)

ATACHA WOGEL

Cento e oitenta e cinco funcionários da construção da usina hidrelétrica Paranatinga II, no município de Campinápolis (a 565 quilômetros de Cuiabá), conseguiram deixar as instalações da obra depois de serem liberados pelos índios do Xingu que ocupam a área desde terça-feira, em protesto contra a continuidade do empreendimento. A informação foi fornecida pela assessoria de imprensa da empresa Paranatinga Engenharia, responsável pela construção. O manifesto dos índios reivindica a derrubada da usina, por ter sido erguida sobre um local considerado sagrado pelas nações xinguanas, onde a festa do Kuarup foi originada. A obra fica às margens do rio Culuene, principal abastecedor do Parque Nacional do Xingu.
Segundo a assessoria da empresa, a liberação dos funcionários partiu da negociação feita pela procuradora federal da Fundação Nacional dos Índios (Funai), Ana Maria Carvalho, que chegou ao local do conflito na manhã de ontem. Porém, os índios devem permanecer ali até que seja viabilizado um encontro deles com o presidente da Funai na próxima semana. As lideranças indígenas estão aproveitando o manifesto para realizar a festa do Kuarup, uma tradicional cerimônia em homenagem aos mortos, que segundo eles nasceu ali, às margens do rio Culuene.
Conforme a Paranatinga, uma pequena parte da construção sofreu alguns danos em função do protesto. Segundo o diretor de Operações da empresa, Manuel Martins, mais de 60% da obra já estão concluídos e, atualmente, a continuidade da construção encontra-se parada até que o Tribunal Regional Federal (TRF) julgue o recurso apresentado pela Paranatinga contra a decisão proferida pelos juiz da 1ª Vara Federal de Mato Grosso, Julier Sebastião da Silva, que determinou a derrubada da construção.
“Nós pedimos o efeito suspensivo da decisão, que foi apresentado à Justiça Federal primeiro aqui. Como já imaginávamos que quem paralisou a obra não fosse conceder o recurso, deu devolutivo e agora está no TRF. O processo já estava sendo instruído, tramitando desde 10 de maio”, relacionou o diretor da Paranatinga.
As alegações de Martins quanto aos estudos de impacto ambiental promovidos para o licenciamento da obra são de que o porte da usina não motivará a escassez do pescado e nem a diminuição da água de um dos principais rios que abastecem o Xingu. “Não existe esse risco. Essa usina é de pequeno porte, tipo fio d’água, o que significa dizer que toda água que entrar na barragem vai sair do outro lado. Não há reservatório, não tem como segurar a água. Quanto aos peixes, essa vai ser a primeira usina a ter escala de peixe no Estado. Foi construída com um dispositivo que permite que o peixe suba e passe a barragem, voltando ao curso normal”.
Para as autoridades que acompanham o caso, os estudos de impacto ambiental para aprovação prévia da obra são insuficientes, por não terem levado em conta a questão cultural indígena. O procurador federal que move uma ação civil pública contra a empresa, Mário Lúcio Avelar, sustenta que a obra foi licenciada a revelia da Funai, colocando um local sagrado para os índios em risco. “A área é sagrada para os índios do Xingu, uma terra que era deles. Isso é uma agressão às comunidades”.
O juiz que sentenciou a anulação do licenciamento concedido pela antiga Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fema), hoje Secretaria, disse que a competência para concessão da autorização compete ao Ibama, e não à esfera estadual, por se tratar de uma área de interesse indígena. A informação é contestada pelo diretor da Paranatinga. “Em um dos processos, existe uma declaração da procuradoria do Ibama dizendo que a competência para fazer o licenciamento é da Sema, por ser o Culuene um rio estadual. O EIA/Rima foi aprovado pela antiga Fema, pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente, com a anuência da Assembléia Legislativa”, alegou.

domingo, 4 de junho de 2006

(Para saber mais informações visite o site do Rio 6 - World Climate and Energy Event)

Objetivo do Evento Rio 6

As energias renováveis, tais como energia solar, eólica, biomassa e hidroelétricas, são as energias do futuro. A promoção destas energias tem a finalidade de evitar mudanças climáticas drásticas e proteger as reservas do nosso planeta, o tema está na agenda desde o primeiro Encontro Mundial das Energias para o meio ambiente (UN-World-Summit) no Rio de Janeiro em 1992. Encontros posteriores das Nações Unidas em Kioto, Johanesburgo e Bonn (Renewables 2004), levaram os líderes mundiais a alcançar os primeiros acordos e ações em escala global. Em Johanesburgo e Bonn, um compromisso foi firmado para aumentar consideravelmente a utilização das energias renováveis para redução da pobreza, do efeito estufa, da emissão de gases e da dependência dos combustíveis fósseis. Este acordo estimulará uma indústria que já emprega 500,000 pessoas em todo o mundo e que promoveu uma taxa de crescimento constante de 20% ao ano na última década.

Ainda existem muitas possibilidades para a participação das energias renováveis no mercado da energia global. O que não somente compensaria o impacto nas mudanças climáticas causadas pela emissão de gases causadores do efeito estufa, mas também forneceria a energia necessária para regiões em desenvolvimento. Nos últimos anos, muitos obstáculos para a indústria das energias renováveis foram identificados e transpostos, tais como: falta de conhecimento e visão da esfera pública e política, legislação inadequada, lobbing ineficiente e avaliação de mercado insuficiente entre outros.

O RIO 6, na mesma seqüência dos bem sucedidos eventos RIO 02 , RIO 3, RIO 5 (Eventos Mundiais sobre Clima e Energia), ocorrerá novamente no Rio de Janeiro para discutir estratégias de implementação das energias renováveis e de eficiência energética. Este evento reúne especialistas destacados na ciência, indústria e política num debate sobre as últimas pesquisas, mostrando produtos inovadores e serviços, discutindo as políticas atuais implementadas (bem sucedidas ou não), mostrando os recursos financeiros dos projetos através de comércio internacional de carbono, de fundos setoriais, e de financiamento via política governamental, e através da formação de redes de informação eficientes. Para divulgar o uso das energias renováveis alguns eventos públicos serão realizados, tais como a Feira Latino-americana de Energias Renováveis LAREF com entrada gratuita e um concerto de música alimentado com energia solar acompanharão o evento RIO 6.

Rádio Porantim (Fonte: site CIMI)

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sexta-feira, 2 de junho de 2006

Ritual dos índios Xavante da Terra Indígena Pimentel Barbosa (MT).

Exposição
(Fonte: site do Museu do Índio)

"Celebrações Indígenas"


O Museu do Índio inaugura no próximo dia 02 de junho, sexta-feira, às 14 horas, com o apoio do Departamento de Museus e Centros Culturais do IPHAN/ Ministério da Cultura, a exposição “Celebrações Indígenas” que reúne 16 fotografias, representando festas e rituais de 12 povos indígenas diferentes.
A mostra, que vai ocupar o espaço Muro do Museu, reúne imagens feitas por fotógrafos profissionais e antropólogos em suas pesquisas de campo. Os povos retratados são Kayapó (PA), Waiwai (AM), Karajá (GO), Ikpeng (MT), Pankararu (PE), Wayana-Aparai (PA), Yawalapiti (MT), Bororo (MT), Xikrin (PA), Xavante (MT), Tiriyó (PA), e Ticuna (AM).
“Celebrar faz parte da vida ritual dos povos indígenas. Por meio de festas e rituais, onde os índios preparam grande quantidade de comida, enfeitam seus corpos com adornos emplumados, executam danças e cantos, momentos da vida indígena são marcados e celebrados. Mostrar a vitalidade dessas formas de expressão cultural é o objetivo dessa exposição fotográfica”, explica o antropólogo Luís Donisete Benzi Grupioni, curador da mostra.
Entre os fotógrafos destacam-se Carlos Silva (Belém), Rosa Gauditano (São Paulo) e Milton Guran (Rio de Janeiro).