sábado, 28 de janeiro de 2006
Cena da peça "Paixão de Ajuricaba", no SESC-AM
Ajuricaba (Fonte)
(Episódio das guerras indígenas ocorridas na Amazônia no século XVIII, entre os portugueses e os índios manau)
Em um afluente da margem esquerda do rio Negro, havia três grandes aldeias. Em uma delas reinava o destemido Ajuricaba, amado e respeitado por sua gente. Filho de Huiuiebéu, um dos maiores chefes dos manaus, tribo considerada a maior confederação ameríndia da Amazônia, e neto de Caboquena, Ajuricaba era forte, robusto e corajoso. As filhas dos tucanos e dos barés o disputavam, mas ele escolheu como companheira a mais bela cunhantã dos titiás poderosos. Os brancos que aqui chegaram mataram e desonraram as belas índias, e por esse motivo Ajuricaba se rebelou contra eles. Em 1727, à frente de centenas de bravos, guiou-os no combate ao invasor das terras. Em 1723, uma tropa de resgate enviada de São Luís, sob o comando de Manuel Braga, foi atacada pelo guerreiro Ajuricaba. O governador paraense, sabendo do feito, recorreu à Lisboa, pedindo armas, munições e soldados, alegando que Ajuricaba estava aliado aos holandeses. O rei de Portugal enviou armas e um capitão, Belchior Mendes de Morais, com sua tropa ao rio Negro, a fim de proteger os sertanistas dos ataques de Ajuricaba. Belchior, não conseguindo conter a fúria de Ajuricaba, pediu reforço ao governador, que enviou o capitão João Paes do Amaral e alguns soldados.O missionário frei José de Souza conseguiu fazer uma aliança com Ajuricaba, trocou a bandeira dos holandeses pela bandeira de Portugal, obtendo 50 escravos como resgate. Os carmelitas, a serviço da Holanda, não gostaram do acordo feito com os jesuítas, pois tinham interesse nos manaus e no próprio guerreiro, visando à conquista da região.O gevernador Maia da Gama pediu mais reforços da metrópole e convocou a chamada Guerra Justa, através de uma lei de 28 de abril de 1688. Dos representantes que aprovariam o início da guerra, apenas o reitor do colégio dos jesuítas votou contra. Assim foi declarada a guerra contra os manaus e Ajuricaba. Segundo relato do cronista Ribeiro de Sampaio, no primeiro confronto foram presos de 300 a 2 mil nativos. Ajuricaba perdeu o filho, o jovem Cacunaca, e foi também prisioneiro e transportado para Belém. Ao atravessar o encontro das águas, houve um motim, que colocou em perigo a tropa de Belchior e Amaral. Dominado o levante, depois de muito derramamento de sangue, Ajuricaba e um amigo se lançaram nas águas do rio que tanto amavam, morrendo afogados. O fato foi comunicado a Lisboa em 26 de setembro de 1727. Em carta de 23 de janeiro de 1728, o rei D. João declarou ao governador Maia da Gama: "Tudo que obraste foi com acerto e ajustado com as minhas ordens e se vos aprova o que nesta parte dispusestes".
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5 comentários:
Oi!
fico impressionado com a beleza que um conto,ou fato historico indigena pode trazer.Temos muito que explorar em nossa propria cultura não é? Pena que poucos são os que fazem isso.
geninho
URSA é cultura.
E ponto.
Amei a flor de Lótus.
Nunca tinha visto.
:D
Geninho, realmente tem muitos fatos da história indígena que a gente desconhece ou são pouco divulgados. Abraços florestais da Ursa! :))
Jôka, se você gosta de incenso, experimente o de lótus, para sentir o delicioso perfume dessa flor. Beijos e carinho da Ursa!
Ursa: a pureza indígena está faltando em nossas vidas...a valorização de td enfim!
Bjus e mais beijos.
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