quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
sábado, 26 de dezembro de 2009
Belém - Crianças indígenas da etnia Caiapó observam suas mães fazendo pinturas em participantes do Fórum Social Mundial 2009 - Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr
Feliz Natal e Próspero Ano Novo Indígena!
(Fonte: Índios On line)
A renovação do nosso espírito, e a satisfação da vida material, se dá com o nascer do sol: com uma planta que nasce, com o brotar da flor, com o aparecimento do fruto, com cada folha que renova, com o canto dos pássaros, com as matas povoadas de animais, com o encanto das florestas, com os rios, lagos, ou lagoas cheios de peixes, com o barulho das cachoeiras, com a água pura que mata a nossa sede, e que nos banha, com as nossas roças produzindo alimentos, para saciar nossa necessidade de perpetuação, com o entardecer, com a lua que surge para nos encantar, com as estrelas, que servem para nos guiar, com o novo amanhecer, com o nascer de uma criança, com o respeito e, o cuidado com os nossos semelhantes, com o direito de viver, e, com a nossa partida para o mundo espiritual. Enfim, com o amor e a proteção que nos relacionamos com a Mãe Natureza.
Somos parte da Terra, pedaços de torrões!
Não queremos um Natal e Próspero Ano Novo, que é medido de ano em ano, onde as pessoas são levadas a acreditarem que é só nesses momentos, que o espírito precisa de renovação e paz, que se redime de todos os tipos de atrocidades cometidos ao longo de um ano, que deve se colocar a melhor roupa, o melhor sapato, ter o melhor alimento, amar, sonhar, tolerar, perdoar, presentear, reunir os membros da família, e que depois de passado surgem as incertezas, o desespero, o egoísmo, o orgulho, a prepotência, a vaidade, o rancor, o ódio, a desesperança, a ganância, a sede do poder, a cegueira, a desilusão etc..;. Que transforma o homem, em um ser avilte.
Não queremos um Feliz Natal, e um Próspero Ano Novo de quem faz parte de um Sistema, ou aceita ser dominado por conveniência, e que deixa seus próprios irmãos: com fome, com sede, sem teto, sem pátria, sem direito a uma boa educação, à saúde, a um trabalho digno, sem acesso ao conhecimento dos direitos e deveres de cidadania, sem rosto e sem voz, que fomentam a guerra (a disputa e a discórdia),
Queremos sim, comungar sempre, com aqueles, que enxergam a humanidade como um todo, que não precisam de retórica, e nem se dizem intelectuais para seduzir e enganar seus irmãos, que não possuem olhos vendados, e que tem a plena consciência de que somos todos iguais perante a Natureza. A diferença é unicamente cultural. E, acima de tudo possuem a consciência de que precisamos preservar e cuidar do meio em que vivemos, se deseja para nossas futuras gerações uma vida digna!
Auere!
Yakuy Tupinambá
yakuy@indiosonline.org.br
(Fonte: Índios On line)
A renovação do nosso espírito, e a satisfação da vida material, se dá com o nascer do sol: com uma planta que nasce, com o brotar da flor, com o aparecimento do fruto, com cada folha que renova, com o canto dos pássaros, com as matas povoadas de animais, com o encanto das florestas, com os rios, lagos, ou lagoas cheios de peixes, com o barulho das cachoeiras, com a água pura que mata a nossa sede, e que nos banha, com as nossas roças produzindo alimentos, para saciar nossa necessidade de perpetuação, com o entardecer, com a lua que surge para nos encantar, com as estrelas, que servem para nos guiar, com o novo amanhecer, com o nascer de uma criança, com o respeito e, o cuidado com os nossos semelhantes, com o direito de viver, e, com a nossa partida para o mundo espiritual. Enfim, com o amor e a proteção que nos relacionamos com a Mãe Natureza.
Somos parte da Terra, pedaços de torrões!
Não queremos um Natal e Próspero Ano Novo, que é medido de ano em ano, onde as pessoas são levadas a acreditarem que é só nesses momentos, que o espírito precisa de renovação e paz, que se redime de todos os tipos de atrocidades cometidos ao longo de um ano, que deve se colocar a melhor roupa, o melhor sapato, ter o melhor alimento, amar, sonhar, tolerar, perdoar, presentear, reunir os membros da família, e que depois de passado surgem as incertezas, o desespero, o egoísmo, o orgulho, a prepotência, a vaidade, o rancor, o ódio, a desesperança, a ganância, a sede do poder, a cegueira, a desilusão etc..;. Que transforma o homem, em um ser avilte.
Não queremos um Feliz Natal, e um Próspero Ano Novo de quem faz parte de um Sistema, ou aceita ser dominado por conveniência, e que deixa seus próprios irmãos: com fome, com sede, sem teto, sem pátria, sem direito a uma boa educação, à saúde, a um trabalho digno, sem acesso ao conhecimento dos direitos e deveres de cidadania, sem rosto e sem voz, que fomentam a guerra (a disputa e a discórdia),
Queremos sim, comungar sempre, com aqueles, que enxergam a humanidade como um todo, que não precisam de retórica, e nem se dizem intelectuais para seduzir e enganar seus irmãos, que não possuem olhos vendados, e que tem a plena consciência de que somos todos iguais perante a Natureza. A diferença é unicamente cultural. E, acima de tudo possuem a consciência de que precisamos preservar e cuidar do meio em que vivemos, se deseja para nossas futuras gerações uma vida digna!
Auere!
Yakuy Tupinambá
yakuy@indiosonline.org.br
sábado, 19 de dezembro de 2009
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Os botos de Novo Airão
(Trechos de tópico do blog Impressões Amazônicas, de Altamiro Vilhena)
Poucos animais exercem tanto fascínio sobre nós quanto os
golfinhos. Golfinhos são tudo de bom. Inteligentes como macacos,
simpáticos como pandas, afetuosos como cachorros. Como eu disse...
tudo de bom!
No Brasil há vários lugares onde os golfinhos podem ser
vistos nas praias. Nos rios amazônicos encontramos duas espécies, aqui
chamadas de botos: o cinza, conhecido como tucuxi e o cor-de-rosa. O
cor-de-rosa é animal especial, mágico, que ganhou fama de lenda. Maior
que o primo cinzento, é acusado de seduzir mocinhas, levando-as ao
fundo dos rios para noites de amor, nas quais, invariavelmente, as
engravidam. A fama é tão grande que em todo mercado mais popular,
inclusive no famoso Ver-o-peso, de Belém, se encontra com facilidade
(contrariando as nossas leis ambientais), tanto o “sexo do boto”
quando o “sexo da bota”, ambos com propriedades afrodisíacas
incomparáveis, segundo os locais.
Assim, seduzido pelos botos, cá estou eu em Novo Airão,
município amazonense distante cerca de três horas de Manaus, para
mergulhar com os botos cor-de-rosa. Sim, aqui eles são tão habituados
com a presença humana que se pode mergulhar com eles – sem o perigo de
ser levado para o fundo das águas.
E vou ser sincero, fui enfeitiçado. Não sei se é
“ambientalmente correto”, mas... é tudo de bom. Eles são realmente
dóceis e se aproximam com facilidade. Na verdade não são tão
desinteressados, pois a melhor forma de atrai-los é com um bom punhado
de peixe, mas uma vez que o cheiro do peixe cai no rio, lá vem. Um,
dois, três, quatro... contei até sete botos. E se você entra com o
peixe dentro do rio eles vem “abraçá-lo” gentilmente, pedindo o peixe.
O problema é que, embora gentis conosco, não são assim com os irmãos
de espécie, e então, como dois botos não podem ocupar o mesmo lugar no
espaço, um pula por cima do outro, da focinhada e até morde, na
tentativa de deixar claro que “este peixe é meu”.
Exceto por esta briga entre irmãos, que é possível de ser
administrada com um bom estoque de peixes, a alegria é contagiante. A
gente se sente meio Namor, Aquamen, Netuno ou qualquer uma destas
criaturas meio humanas, meio aquáticas que habitam nosso imaginário.
Com uma máscara você pode mergulhar abraçado a eles, com um peixe bem
acima da linha d’água eles chegam a colocar as barbatanas de fora. E
com um pouco de paciência, logo você tem fotos de toda família... pois
cada boto já foi batizado e tem seu nome próprio, podendo ser
identificado por diferentes sinais como um bico torto ou manchas na
face.
Novo Airão, guardem este nome. Não dá vontade de ir
embora. A sensação de integração a natureza é única. A plenitude maior
ainda. Posso ter abraçado um boto, mas com certeza fui abraçado por
Deus.
(Trechos de tópico do blog Impressões Amazônicas, de Altamiro Vilhena)
Poucos animais exercem tanto fascínio sobre nós quanto os
golfinhos. Golfinhos são tudo de bom. Inteligentes como macacos,
simpáticos como pandas, afetuosos como cachorros. Como eu disse...
tudo de bom!
No Brasil há vários lugares onde os golfinhos podem ser
vistos nas praias. Nos rios amazônicos encontramos duas espécies, aqui
chamadas de botos: o cinza, conhecido como tucuxi e o cor-de-rosa. O
cor-de-rosa é animal especial, mágico, que ganhou fama de lenda. Maior
que o primo cinzento, é acusado de seduzir mocinhas, levando-as ao
fundo dos rios para noites de amor, nas quais, invariavelmente, as
engravidam. A fama é tão grande que em todo mercado mais popular,
inclusive no famoso Ver-o-peso, de Belém, se encontra com facilidade
(contrariando as nossas leis ambientais), tanto o “sexo do boto”
quando o “sexo da bota”, ambos com propriedades afrodisíacas
incomparáveis, segundo os locais.
Assim, seduzido pelos botos, cá estou eu em Novo Airão,
município amazonense distante cerca de três horas de Manaus, para
mergulhar com os botos cor-de-rosa. Sim, aqui eles são tão habituados
com a presença humana que se pode mergulhar com eles – sem o perigo de
ser levado para o fundo das águas.
E vou ser sincero, fui enfeitiçado. Não sei se é
“ambientalmente correto”, mas... é tudo de bom. Eles são realmente
dóceis e se aproximam com facilidade. Na verdade não são tão
desinteressados, pois a melhor forma de atrai-los é com um bom punhado
de peixe, mas uma vez que o cheiro do peixe cai no rio, lá vem. Um,
dois, três, quatro... contei até sete botos. E se você entra com o
peixe dentro do rio eles vem “abraçá-lo” gentilmente, pedindo o peixe.
O problema é que, embora gentis conosco, não são assim com os irmãos
de espécie, e então, como dois botos não podem ocupar o mesmo lugar no
espaço, um pula por cima do outro, da focinhada e até morde, na
tentativa de deixar claro que “este peixe é meu”.
Exceto por esta briga entre irmãos, que é possível de ser
administrada com um bom estoque de peixes, a alegria é contagiante. A
gente se sente meio Namor, Aquamen, Netuno ou qualquer uma destas
criaturas meio humanas, meio aquáticas que habitam nosso imaginário.
Com uma máscara você pode mergulhar abraçado a eles, com um peixe bem
acima da linha d’água eles chegam a colocar as barbatanas de fora. E
com um pouco de paciência, logo você tem fotos de toda família... pois
cada boto já foi batizado e tem seu nome próprio, podendo ser
identificado por diferentes sinais como um bico torto ou manchas na
face.
Novo Airão, guardem este nome. Não dá vontade de ir
embora. A sensação de integração a natureza é única. A plenitude maior
ainda. Posso ter abraçado um boto, mas com certeza fui abraçado por
Deus.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Índios da tribo Kuikuro "peixinho bicudo"
(Fonte das imagens e informações)
Kuikuro (peixinho bicudo), uma das catorze aldeias que integram o Parque Nacional do Xingu, fundado em 1961 por iniciativa dos irmãos Villas Boas. Falam o dialeto Karib, somam-se 400 indígenas e habitam o Alto Xingu, às margens do rio Kuluene.
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