domingo, 30 de abril de 2006

Campanha
Fui convocada pela
Fátima, do blog português Educação Ambiental, para participar desta campanha:
Há a fome dos outros. A fome de poder. A fome da leviandade. A fome da inércia. A fome de vida. A nossa fome.
- Mãe tenho fome!
- Poderás ter vontade de comer. Fome… duvido.
- Pronto, está bem, tenho vontade de comer. Mas é uma frase mais longa.
- Mas é a frase correcta. Jamais confundas fome, com vontade de comer.
Foi através
daqui, da ONE, que começou este pequeno gesto de solidariedade para com os povos mais desfavorecidos. E foi através desta Senhora, de nome Maria Árvore, a quem roubei esta frase, que vos dou a ler o seguinte: "Banco Alimentar Contra a Fome", que todos os dias ajuda a colmatar a pobreza e a fome em Portugal e que já a 6 e 7 de Maio próximo estará num supermercado próximo de si, ou então, a APAV – Associação de Apoio à Vítima por apoiar as vítimas de todos os tipos de crimes . Já agora, que não custa nada, passem por aqui se faz favor, e apoiem a velhinha UNICEF, que continua muito coerente com os seus princípios básicos. Ela agradece. Obrigado!
À semelhança da Fátima, proponho que a corrente continue através dos seguintes blogs:
- The Rainbow Warrior
- Whispers from the wind
- A Vida Pode Ser Maravilhosa
- O Pluto é Filho da Pluta
e de todos os outros amigos que quiserem colaborar com esta Campanha.
Fonte da imagem
Rosas - por José Carlos Augusto - Fonte: The Wallpaper.Net


4o. Motivo da rosa
(Cecília Meireles - Fonte: Jornal de Poesia)

Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.
*
Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.
*
Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.
*
E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.
Aldeia Mrubo

Conheça o CTI - Centro de Trabalho Indigenista
Ao longo de seus 23 anos de existência, os membros do CTI trabalharam com mais de 18 comunidades, em vários estados do país, mantendo relações de longo prazo com alguns desses povos. Conheça o trabalho de parceria com algumas dessas comunidades e suas organizações.
Povos indígenas com os quais trabalhamos
Guarani - Identificação e participação na regularização fundiária de todas as aldeias Guarani nos estados de São Paulo, Rio de janeiro, Paraná e santa Catarina.
Matis - Assessoramento, através de uma observação participante, na construção de uma auto-imagem positiva enquanto povo, fundamental para o estabelecimento de uma relação digna com a sociedade nacional.
Mrubo - As atividades desenvolvidas com os Marubo, sobretudo nas áreas de educação, capacitação profissional e cultura, visam formar indígenas comprometidos com os projetos de futuro de seu povo, considerando a preservação ambiental e o respeito à diversidade cultural
Terena - Apoio à agricultura regenerativa e agrosilvicultura.
Timbira -Apoio às escolas, elaboração de material didático e formação de professores indígenas.
Fonte da Imagem: site Integrativa

SABEDORIA TIBETANA

Dalai Lama pede compaixão a médicos
(trechos de entrevista concedida ao jornal Folha de SP - Cláudia Colluccida, Reportagem Local, caderno Cotidiano, 29/04/2006)

COMPAIXÃO - Compaixão e altruísmo não são valores exclusivamente do seres humanos. Vemos que muitos animais têm vida social em que a cooperação é fundamental. As formigas, por exemplo, não têm um Estado de Direito, leis, polícia, mas funcionam até melhores que os seres humanos. Costumamos manifestar compaixão, mas com uma atitude manchada pelo apego, pelo preconceito. Quem se mantém muito autocentrado, fecha a porta interior. Sente-se só na vida, com medo, inseguro. A saúde também é afetada. O caminho [da compaixão] é o treinamento constante. Ainda não inventaram uma injeção milagrosa que leve a pessoa a desenvolver compaixão. Talvez algum dia desenvolvam um procedimento cirúrgico que removesse a raiva. Mas a pessoa ficaria com um buraco na cabeça e, muito provavelmente, a parte restante do cérebro começaria a desenvolver novamente a raiva.
PAZ - A humanidade está caminhando lentamente em direção à paz. Não fomos feitos para agredir. Nossa conformação física é mais para coelho do que para tigre. Não temos garras. Nossas mãos, nossos braços foram feitos para acolher, e não para ferir. Até 50, 60 anos atrás, as pessoas tinham uma aceitação em relação à guerra, como se ela fosse algo inevitável. Mas agora os conflitos são acompanhados de desaprovação, com muitas pessoas críticas às guerras. No século 20, houve muito derramamento de sangue, mas o 21 será um século mais pacífico, com mais diálogo.
PROFISSIONAIS DA SAÚDE - O contato com a dor, com o sofrimento, pode fazer com que o senso de vida seja amortecido e a pessoa passe a lidar como se estivesse lidando com uma máquina que precisa de conserto. Assim, a medicação tende a não fazer efeito mesmo sendo indicada por um médico muito estudado, mas que tem o coração fechado. A eficácia está ligada aos valores que vêm do coração. Nas vezes que fui a hospitais fazer exames, tinha algo de mecânico na atitude dos profissionais. Não me senti confortável.
CIÊNCIA E ESPIRITUALIDADE - A ciência e a tecnologia avançaram enormemente. São coisas que tornam o nosso mundo mais fácil, mas ainda não foram capazes de criar uma máquina capaz de causar paz de espírito.

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Visite o site oficial do Dalai Lama

sábado, 29 de abril de 2006

sexta-feira, 28 de abril de 2006

Visite o site Clickarvore e ajude a plantar uma árvore na Mata Atlântica

O Equilíbrio Natural (Fonte: site Clickarvore)
Muitas espécies de plantas e animais dependem diretamente da existência das florestas para se abrigar, reproduzir ou alimentar. Da mesma forma, algumas plantas dependem diretamente de animais ou insetos específicos para poder se reproduzir. Neste complexo e delicado equilíbrio natural, a extinção de determinadas espécies compromete a existência de muitas outras.Nas florestas tropicais, o equilíbrio provém principalmente da diversidade de espécies. Água abundante, luminosidade intensa e temperaturas altas e estáveis, além de uma variedade de ocupação animal e vegetal, conferem ao ecossistema da floresta complexas interações entre fauna, flora e elementos não vivos. Vejamos alguns exemplos dessas interações:
Não é por acaso que as frutas são normalmente coloridas e saborosas. Várias delas dependem de animais herbívoros para dispersarem suas sementes. Estes as comem e, feita a digestão, defecam estas sementes já com um adubo natural. Todos saem ganhando : as plantas dispersam seus genes e, como “gratidão”, os animais ganham uma saborosa e nutritiva refeição.
· Na floresta, existem plantas que exalam cheiros atraentes ou até mesmo simulam uma fêmea de algum animal com a função de atrair polinizadores, tais como abelhas, borboletas, mariposas, aves, entre outros. Suas formas, cheiros, tamanhos e cores variam de acordo com a espécie que as poliniza.
As Bromélias acumulam, em sua parte central, água e matéria orgânica que é decomposta e posteriormente absorvida por células especializadas, possibilitand a absorção de nutrientes. A água retida em seu interior serve de habitat para vários organismos, como algas, protozoários, insetos e pequenos anfíbios.
O autor do site Nheengatu Tupi, Luiz R. Costa (de azul) e seu irmão (de vermelho) com alguns índios guaranis da tribo Mbiguaçu de Santa Catarina (Fonte da imagem)

Origem dos nomes de alguns Estados que vieram do Tupi (Fonte: site Nheengatu Tupi)
Amapá
O nome, segundo alguns estudiosos, provém do tupi ama'pa, árvore da família Apocynaceae, Hancornia amapa, muito abundante na região.
Goiás
Apresentam-se alguns étimos. Para a maioria, o nome teve origem no tupi gwa ya, cujo significado é "gente semelhante"; "indivíduo da mesma raça". Outros vêem em guaiás (nome dos índios) a formação da palavra. Há quem diga que o vocábulo é originário de Goiá, tribo indígena antiga.
Guaporé
Diz que o nome do antigo território de Guaporé (hoje Rondônia) formou-se do tupi wa (campo) e po'ré (cachoeira, catarata, rio).
Maranhão
Não se sabe ao certo qual a origem desse nome, mas para alguns autores viria do tupi mba'ra, mar, e nã, corrente. Segundo outros, viria de Mair-Anhanga, expressão tupi-guarani que significa "Alma ou espírito de Mair.
Pará
O Estado tomou, o nome do rio (braço direito do Amazonas, chamado Pará).Do tupi pa'ra, mar; rio que parece com o mar.
"Há alguma confusão entre "rio" e "mar". No guarani "mar" é pará, "rio" y ou, quando volumoso paranã. No tupi, "mar" é paranã e "rio" y ou y-gûasu. Os vocabulários não mencionam pará no tupi, mas pelos nomes geográficos vê-se que tanto paranã como pará foram empregados para designar o mar e os rios mais caudalosos. " - Pe. A. Lemos Barbosa, Curso de Tupi Antigo
Paraíba
Na opinião de muitos, o nome teve origem no tupi pa'ra (rio), e a'iba (ruim, impraticável). Outros dão o étimo para'iba, nome indígena da árvore Simabura versicolor, que floresce abundantemente na região.
Pernambuco
Diz-se que se formou do tupi para'nã (rio caudaloso) e pu'ka (gerúndio de pug, arrombado, rebentar). Segundo os historiadores, havia uma pedra furada nas margens do rio Capibaribe por onde o mar entrava, com grande ruído.
Piauí
Segundo a maioria dos estudiosos, o nome teve origem do tupi piau (piau, espécie de peixe) e y (rio). Piauí tem portanto o sentido de "rio dos piaus".
Piau (Leporinus elongatus)
Sergipe
Para alguns estudiosos, vem do tupi si'ri y pe (no rio dos siris). Outros vêem em Cerigip (ferrão de siri), nome do mais influente cacique que se opôs ao domínio português, o étimo Sergipe. O nome do Estado, antigamente, era Seregipe del Rei.
Tocantins
Nome de tribo indígena que habitou as margens do rio. É palavra tupi que significa bico de tucano. Tukã´(acópope de Tukano) e tï ( bico).
São Gabriel da Cachoeira, na margem do Rio Negro (Foto: site pessoal de Gabriel, março/2002, publicada no Novo Milênio)

Línguas indígenas são oficializadas no Amazonas (Fonte: Jornal da Ciência)
O município amazonense de São Gabriel da Cachoeira, o maior do país, será o primeiro a oficializar a prática das línguas indígenas tucano, nheengatu e baniua nos meios de comunicação, serviços públicos, escolas, placas de sinalização, comércio e serviços bancários A adoção dos idiomas está na Lei Municipal nº 145, de 2002.Para regulamentar a lei, as entidades indígenas do município, Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Lingüística (Ipol), Instituto Socioambiental, Câmara de Vereadores, Secretaria de Educação do Amazonas, Fundação Nacional do Índio (Funai) e Universidade Federal do Amazonas (Ufam), entre outras instituições, realizam na cidade o seminário Política Lingüística, Gestão do Conhecimento e Tradução Cultural, na maloca da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), de domingo, dia 23, até quarta-feira, 26. De acordo com o diretor do Ipol, Gilvan Müller de Oliveira, a regulamentação da lei determinará como os serviços públicos e privados devem ser oferecidos nas línguas indígenas.Haverá mudanças em todas as áreas, especialmente nos serviços públicos municipais. O cumprimento da lei não será difícil, segundo Müller, pois 97% dos 45 mil habitantes do município são indígenas.A iniciativa de São Gabriel da Cachoeira, na avaliação do diretor do Ipol, indica que no Brasil o caminho da oficialização das línguas indígenas deve se expandir além do âmbito municipal.O país tem cerca de 200 línguas, a maioria falada em um município ou região, nunca na área total do estado.Com a aprovação da lei, o curso de magistério para 315 professores indígenas de 14 povos, iniciado em 2006, já é ministrado nas três línguas e em português.Em julho próximo, terá início o primeiro curso de graduação da futura Universidade dos Povos Indígenas.O curso de licenciatura em política educacional e desenvolvimento comunitário será oferecido pela Ufam em parceria com o Ipol e a Foirn.Será o primeiro de uma universidade pública, nas aldeias, ministrado em línguas indígenas, com o português como língua auxiliar. As aulas serão ministradas em Cucuí, no Rio Negro; Taracuá, no Rio Uaupés; e Tunuí ou Assunção, no Rio Içana.Município com 112 mil km², São Gabriel da Cachoeira tem área maior que Portugal. No Brasil, supera estados como Pernambuco, Espírito Santo, Santa Catarina, Alagoas, Sergipe e Paraíba. Faz divisa com Venezuela e Colômbia. Caracteriza-se pelo plurilingüísmo: tem 25 línguas indígenas de cinco troncos. A maioria dos povos fala, além da sua língua materna, o tucano, o nheengatu e o baniua.Dados do Censo Escolar de 2005 indicam que o município tem dez mil alunos indígenas em classes da educação infantil ao ensino médio, 208 escolas e 640 professores, todos indígenas. (Ionice Lorenzoni, Assessoria de Comunicação do MEC)

quarta-feira, 26 de abril de 2006

Preguiça-de-bentinho (Bradypus tridactylus)
Preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus)

Bicho-preguiça mora no parque da Luz em São Paulo (Fonte: Ambiente Brasil)
Camuflados nas árvores e com movimentos lentos característicos, quatro bichos-preguiça passam quase despercebidos pelos visitantes de um dos parques mais conhecidos de São Paulo, o jardim da Luz, em pleno centro.Até os mais atentos precisam ser alertados da existência deles. Na sexta-feira (21), um grupo de observadores de aves, com binóculos na mão, foi avisado pelos seguranças do parque de que no local havia um casal e dois machos de bicho-preguiça. "Nosso foco principal são os pássaros, mas sempre que encontramos animais diferentes colocamos em nosso relatório", disse Luiz Fernando Figueiredo, do Centro de Estudos Ornitológicos da USP, que desconhecia a presença de preguiças na área.Há mais de uma versão para o fato de os bichos-preguiça habitarem o jardim da Luz. Segundo a veterinária Vilma Clarisse Geraldi, da divisão de fauna da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, havia um zoológico no local. Os outros animais foram retirados do parque, mas os preguiças não foram resgatados.Já o biólogo André Dias, administrador do parque, diz que o bicho sempre existiu na área. A espécie, preguiça-de-bentinho, também pode ser vista na serra da Cantareira. "A informação que eu tenho é que os bichos ocorriam na cidade e, com a expansão urbana, formou-se uma ilha de preservação na Luz. Então, eles ficaram por lá", afirma.O número de animais, entretanto, está diminuindo com o passar dos anos. Até 2000, segundo Geraldi, havia sete preguiças no parque. Com a revitalização do espaço, poda e corte de árvores, três morreram.De acordo com Dias, os bichos já estavam debilitados na época. Ele tem esperança, entretanto, de que o único casal consiga se procriar neste ano. "Já faz muito tempo que não temos um filhote", diz. De acordo com o Ibama, a espécie preguiça-de-bentinho não está ameaçada de extinção. Já a preguiça-de-coleira está na lista das que correm risco. (Folha Online)

Foto: Ralf Schomode/Wikipedia

Todos os animais dormem?
(Maria Ramos - site Museu da Vida)

Se você pensar naquele soninho de todos os dias... A resposta é não. Sono como conhecemos só existe em mamíferos, aves e alguns vertebrados (animais que possuem coluna vertebral). E, mesmo entre estes animais, o sono varia muito, conforme a anatomia, a fisiologia, e a necessidade de adaptação do animal ao ambiente em que vive.
Mas é verdade também que esta definição de sono está sendo reavaliada. Até recentemente, o foco da maioria dos pesquisadores era o sono dos mamíferos (o homem é um mamífero). Por isso, a forma de dormir dos outros animais não era considerada sono propriamente. No entanto, estudos mais aprofundados do sono de répteis, anfíbios, peixes e animais invertebrados, como crustáceos e insetos, têm levantado uma questão para os pesquisadores: o que é realmente sono?
O sono, em geral, é definido como um estado natural de repouso físico e mental, em que ocorre um período de inconsciência total ou parcial. Porém, pesquisas recentes têm constatado que animais com sistema nervoso primitivo têm estágios semelhantes ao sono, embora o cérebro deles não produza o tipo de padrões de atividade cerebral que os cientistas costumam usar para definir o sono.
Ihhh!!! Está começando a ficar complicado saber se todos os animais dormem mesmo, ou não. Mas uma coisa podemos afirmar com toda certeza: os animais dormem das formas mais variadas possíveis. O sono dos mamíferos, por exemplo, tem em comum o movimento rápido dos olhos (REM, na sigla em inglês). Este movimento acontece quando estamos dormindo em sono profundo, e é neste estágio do sono que acontecem os sonhos.
Então, os cientistas acreditam que a maioria dos mamíferos pode sonhar assim como nós. Você já reparou um cachorro latindo ou repuxando a pata enquanto dorme? Pois os cientistas já. Para eles, isso pode ser um indício de que eles sonham. É parecido com as pessoas que falam quando estão sonhando. Mas provar isso vai ser meio complicado. Como é que eles vão perguntar para o cachorro ou para o gato se eles andaram sonhando, com um osso ou com um peixe, quem sabe?
Muitos animais, no entanto, não podem dormir em sono profundo como nós, porque, certamente, seriam presas fáceis para os predadores. Assim, eles possuem vários mecanismos para permanecerem vigilantes. A girafa, por exemplo, geralmente dorme em pé e, só em ocasiões muito especiais, quando se sente completamente segura, deita-se no chão para descansar.
Outros animais, como as aves e alguns mamíferos aquáticos (cetáceos, como baleias e golfinhos), conseguem dormir descansando o corpo, mas deixando seu cérebro em alerta. Pesquisas científicas indicam que eles têm o chamado descanso unilateral do cérebro, ou seja, enquanto um lado do cérebro dorme, o outro lado permanece atento. Difícil de imaginar? Talvez nem tanto. Os cientistas chegaram a esta conclusão observando o comportamento destes animais. E perceberam que eles podiam dormir, em seu ambiente natural, com um olho aberto e outro fechado!
Esse estado de semiconsciência é que evita que as aves relaxem totalmente a ponto de despencar da árvore durante o sono. É também responsável por não deixar golfinhos e baleias morrerem sufocados enquanto dormem, já que eles precisam estar ao menos parcialmente conscientes para subir à superfície e respirar.
Está vendo como o sono dos animais pode ser muito diferente do nosso? O tempo de sono diário dos animais também varia muito. Alguns bichos dormem pouquíssimo, como a girafa que dorme menos de 2 horas por dia, enquanto outros dormem muuuuuuito, como os morcegos, que dormem quase o dia inteiro.
(Imagem enviada para a Lista de Literatura Indigena)

Yawanawas divulgam cultura da tribo pelos Estados Unidos

(Fonte: A GAZETA, 19.4.2006)

MAÍRA MARTINELLO
Dois representantes da tribo Yawanawa, o cacique Joaquim Taska Yawanawa e sua mulher, Laura Soriano Yawanawa, viajaram ontem à noite para uma temporada de um mês nos Estados Unidos, onde participarão de uma série de eventos com lideranças indígenas, empresários e organizações não-governamentais (Ongs) de diversos países, com o objetivo de divulgar a cultura da tribo e discutir sobre as atuais experiências e ações realizadas no mundo a favor do fortalecimento das políticas indígenas.
O principal encontro acontecerá no próximo dia 24 de maio, em Nova Iorque, no qual os Yawanawas participarão, pela primeira vez, do Fórum Permanente de Povos Indígenas da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta conferência, Joaquim explica que as lideranças indígenas discutirão com Ongs e empresários sobre o financiamento de antigos e novos projetos desenvolvidos nas aldeias, além de outros temas relacionados às políticas ambientais, sociais e econômicas mundiais. "Trata-se de uma ótima oportunidade de nos apoiarmos mutuamente, conhecermos as iniciativas de outros povos e divulgarmos a nossa história, cultura e valores", enfatiza o cacique.
O primeiro destino do casal será a cidade de Los Galo, na Califórnia. Em seguida, partirão para outros eventos em Santa Fé (Novo México); em San Francisco; na Califórnia; em Miniápolis e, por último, em Nova Iorque.
Famosos pela luta em prol da divulgação e do reconhecimento de sua cultura, os Yawanawas defendem o equilíbrio entre as tradições e a modernidade como forma de manterem "vivas" a sua história e seus valores, com qualidade de vida e prosperidade para a tribo de 620 índios, em Tarauacá. "Um povo que se isola e que não é visto acaba sendo esquecido e até desrespeitado. Nós, yawanawas, assim como os outros povos indígenas da Amazônia, temos muito a ensinar a partir de nossa própria história de luta e sobrevivência, e é isso que procuramos fazer em muitas de nossas andanças pelo mundo todo", explica Joaquim.
Tribo se destaca por iniciativas inovadoras : Filho do cacique da tribo Yawanawa, Joaquim Taska Yawanawa nasceu em Ta-rauacá, aprendeu a falar a língua da aldeia e, em Rio Branco, buscou uma escola que lhe ensinasse o português. O domínio do idioma permitiu que conhecesse o presidente da multinacional de cosméticos Aveda, interessada na principal fonte de atividade da tribo, a semente de urucum, cuja cor, o vermelho, os Yawanawas usam para pintar o corpo.
A parceria já completa 13 anos e, atualmente, os Yawanawas, exportam cerca de quatro toneladas de urucum por ano para a multinacional, que apóia ainda outros projetos da tribo. Graças a uma bolsa oferecida pela Aveda, Joaquim viajou para Santa Bárbara, na Califórnia, em 1997, para aprender inglês e poder se comunicar com os executivos da multinacional. Em busca de novos aprendizados, o índio conseguiu outra bolsa, desta vez em San Francisco, para estudar computação gráfica.
Hoje, a tribo conta com escritórios que se comunicam com internet via satélite, além do telefone. Joaquim escreveu e dirigiu também, no final de 2004, um documentário sobre os Yawanawas. O filme de 56 minutos contando a história de vida, cultura e valores deste povo indígena foi distribuído em 9 línguas e concorreu ao prêmio de melhor documentário do Festival de Sundance, nos Estados Unidos, no ano passado.
A última grande inovação dos Yawanawas para movimentar a economia da aldeia promete sacudir o mundo da moda. Após o lançamento da grife Yawanawa, em 2004, os índios começaram, no mês passado, as primeiras negociações com a grife Zoomp, para a criação de uma coleção de camisetas que terá como estampas os desenhos milenares da tribo feitos pelas índias. "A marca demonstrou muito interesse, e nós estamos nas primeiras negociações. Estamos fazendo tudo com muito cuidado porque apesar de se tratar do lançamento de um 'produto' de moda, estamos lidando também com a nossa cultura, que, para nós, é algo permanente, para toda a vida", diz.
20 Anos de Chernobyl (Fonte: Greenpeace Brasil)
Caro ciberativista,
esta é Annya, vítima do desastre de Chernobyl. Ela é uma das milhares de pessoas condenadas a uma vida de dor e sofrimento, causados por uma indústria suja e perigosa, financiada pelos impostos que todos nós pagamos, em todo o mundo.Este dia 26 de abril marca 20 anos do acidente de Chernobyl... 20 anos de um trágico marco para a vida de centenas de milhares de famílias, cujas vidas foram arruinadas e condenadas para sempre.Apesar de todas as alternativas existentes hoje para a geração de energia limpa, o governo federal tenta levar adiante um perigoso projeto nuclear que já consumiu mais de 50 BILHÕES DE REAIS desde quando foi iniciado, há mais de 30 anos, ainda durante o regime militar.

PROTESTE: www.greenpeace.org.br/chernobyl
VEJA a apresentação sobre o acidente de Chernobyle ENVIE para seus amigos: www.greenpeace.org.br/chernobyl/chernobyl-20.pps

segunda-feira, 24 de abril de 2006

Conheça o site da RENCTAS - Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres

Oito pessoas são detidas por vender animais silvestres (23/04/2006 - Amanda Raiter / JB online - Fonte: ambientebrasil)
Policiais da Delegacia de Proteção de Meio Ambiente (DPMA) e fiscais do Instituto Estadual de Florestas (IEF) realizaram, na manhã deste domingo, uma operação para combater a venda e tráfico de animais silvestres na Praça Varnhagen, na Tijuca, e no bairro Areia Branca, em Belford Roxo. Oito pessoas foram detidas por vender os animais. Trinta e cinco animais foram apreendidos, entre eles estavam quatro jabutis e 31 aves. De acordo com o delegado da DPMA, Rafael Menezes, a pena por este crime pode chegar até um ano de detenção. Menezes também completou que os verdadeiros alvos da operação são as pessoas ligadas diretamente ao tráfico de animais silvestres. - Nossa intenção é descobrir quem são os fornecedores- finalizou. No último domingo, dia 16, houve uma operação na Tijuca e em Neves, em São Gonçalo. Ao total, vinte pessoas foram detidas e 272 aves foram apreendidas.

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* Os crimes ambientais podem ser denunciados no Rio de Janeiro ao IEF, pelo Disque-Floresta: (21) 3523-4030.
Recife e Olinda são Cidades Amigas da Amazônia (Trechos de matéria publicada no site Greenpeace Brasil )
Navio do Greenpeace esteve na capital pernambucana para mobilizar população em defesa da floresta
Os prefeitos de Olinda e Recife, Luciana Santos (PC do B-PE) e João Paulo Lima e Silva (PT-PE), e o presidente da Câmara Municipal de Recife, Josenildo Sinesio da Silva (PT-PE), assinaram hoje Termo de Compromisso com o programa Cidade Amiga da Amazônia, do Greenpeace. O objetivo do Cidade Amiga da Amazônia é incentivar prefeituras brasileiras a adotarem leis que evitem o consumo de madeira nativa de origem criminosa nas compras e licitações públicas. Durante a solenidade realizada a bordo do navio Arctic Sunrise, da entidade ambientalista, o prefeito de Recife foi representado pelo secretário de planejamento do munícipio, Marcelo Olímpio, que reafirmou o compromisso do mandato em combater a extração ilegal de madeira. Ambos os prefeitos também editaram decretos criando grupos técnicos de trabalho, formados por representantes de diversas secretarias da administração municipal e de entidades civis, para elaborar a política de consumo responsável de madeira. Recife é a segunda capital nordestina e 31º município brasileiro a aderir ao programa Cidade Amiga da Amazônia – Olinda é o 32º município. A ONG local Cais do Parto apoiou a iniciativa. "Ao fechar suas portas para madeira de origem criminosa, as prefeituras de Recife e Olinda estão agindo concretamente para deter o desmatamento da Amazônia", comemora Adriana Imparato, coordenadora do programa Cidade Amiga da Amazônia. "Esperamos que a adesão dessas duas importantes cidades pernambucanas motivem outros municípios do estado a fazer o mesmo e inspirem a sociedade a consumir produtos florestais de forma responsável".Estima-se que entre 60% e 80% de toda madeira amazônica tenham origem ilegal e 64% da produção destinam-se ao mercado consumidor brasileiro. As prefeituras utilizam grandes volumes de madeira em obras como escolas e postos de saúde. "Consumir madeira de origem ilegal é inaceitável. O dinheiro público não pode financiar a destruição criminosa da Amazônia", completa Adriana Imparato. Diversas autoridades e ONGs participaram da solenidade no navio. Entre elas ASPAN, AMANE, Centro de Cultura Luiz Freire e EKOS. Todos formalizaram apoio à campanha pela criação de uma rede de áreas protegidas como parques e reservas na para conter o desmatamento da floresta amazônica. O navio do Greenpeace está em expedição pelo litoral brasileiro promovendo propostas de proteção à floresta como a implementação de uma rede de áreas protegidas e de uso sustentável e o consumo responsável de produtos florestais. A idéia da expedição é levar a realidade de regiões remotas da Amazônia para grandes centros urbanos do litoral brasileiro. Ao longo de 27 dias, o navio já visitou quatro cidades - Porto Alegre (RS), Santos (SP), Salvador (BA) e Recife (PE) e deve atracar no final desta semana em Fortaleza (CE). Em todo o mundo, o Greenpeace trabalha pela criação de uma rede de áreas protegidas para salvar os últimos remanescentes florestais do planeta. "Acreditamos que só a mobilização da sociedade e a ação de todos os níveis de governo podem reverter a tendência de destruição da floresta. A Amazônia tem pressa", conclui Adriana Imparato.

domingo, 23 de abril de 2006

Tecelagem (Fonte: site AMOA KONYA )
Esteira - Feita de espinhos da palmácea buriti e algodão,uasda para espremer a massa da mandioca ralada. Povo: Mehinaku • Região: Alto Xingú - MT • Fam. lingüística: Aruak • População: 200 pessoas.


Aldeia Rio Branco, Itanhaém, SP (Fotos: Cláudio Guimarães)

Entenda o que está acontecendo com os povos indígenas no Brasil
(Fonte: site
MSN, ECOLOGIA : 19/4/2006 - Ana Paula Brasil)
Durante este mês de abril, muitas festas e homenagens são feitas para o povo da floresta. Mas, que floresta? Onde foi parar a mata? Será que existe mesmo razão para comemoração? Bem, até podemos pensar que sim, sendo muito otimistas, já que pelo menos estão conseguindo se fazer ouvir, nem que seja pouco. Mesmo vendo suas florestas queimando cada vez mais rápido.Estima-se que a população indígena gire em torno de 600 mil indivíduos, pertencentes a 225 povos, vivendo em 24 estados brasileiros. Desta população que restou - depois de uma verdadeira chacina que esse povo sofreu nesses pouco mais de 500 anos de história brasileira - pouco mais da metade vive em seus territórios de origem, cerca de 200 mil migraram para centros urbanos e uma pequena parte, cerca de mil índios, pertencem a povos que não tem contato com o homem branco.A partir da chegada dos europeus, os povos indígenas sofreram diversos tipos de violência e ainda hoje a violência continua em pauta na política indigenista atual. É uma violência estrutural que se revela na invasão de terras, aliciamento, repressão cultural e religiosa, roubo, fome, alcoolismo, prostituição, venda de sangue indígena, esterilização de índias, discriminação racial e por aí segue. Mas a principal causa de violência contra os índios é a cobiça por suas terras. Pode-se afirmar que 85% das terras indígenas (incluindo-se as demarcadas) é objeto dos mais diversos tipos de invasão, com a presença de posseiros, garimpeiros, madeireiros, projetos de colonização, abertura de estradas, hidrelétricas, linhas de transmissão, hidrovias, ferrovias, gasodutos, oleodutos, minerodutos, criação de unidades de conservação ambiental e qualquer outro motivo, justificável ou não. As reivindicações dos povos indígenas são justas, pois se fundamentam nos direitos que possuem, como pessoas, como cidadãos e como povos diferenciados. Eles exigem a garantia da terra, da dignidade e da justiça. Suas lutas questionam a concentração da terra em grandes latifúndios, a privatização dos bens, recursos e o conhecimento produzido socialmente. Uma das mais expressivas vitórias na história recente dos índios no Brasil foi a conquista de um capítulo especial na Constituição Brasileira. O artigo 231, referente aos direitos indígenas, reconhece a posse coletiva das terras, o significado do território para as culturas dos povos. Afirma serem elas “inalienáveis e indisponíveis”, ou seja, não podem ser vendidas, são usufruto exclusivo dos índios. Pena que assim como acontece com os parques nacionais no Brasil, na prática isso não acontece.Desde 1850, quando editaram a Lei de Terras, a mesma já determinava que as terras indígenas não eram passíveis de colonização, por estarem destinadas aos seus ocupantes tradicionais (indígenas). Apesar desta garantia, os índios foram expulsos e confinados em reservas, cercadas por grandes fazendas, muitas delas implantadas dentro da própria terra indígena. Para completar a tragédia, muitas vezes, eles viam-se obrigados a trabalhar nessas fazendas para não morrer de fome.Uma verdadeira piada! Mas levando-se em conta que o nosso Congresso Nacional é o responsável por esse povo chamado de “incapaz” pela Lei Federal, ou seja, incapaz de decidir sequer sobre sua própria pessoa, a piada nos parece até comum, habitual, como tantas outras que eles fazem na nossa cara e saem estampadas nas capas dos jornais.A demarcação depende de decretos presidenciais, e um presidente sempre desfaz o que o anterior propôs. Em 1996, o então presidente Fernando Henrique Cardoso revogou um decreto do ex-presidente Fernando Collor e colocou em revisão todas as terras indígenas que já estavam demarcadas, gerando assim uma situação de muita instabilidade. Apenas as terras registradas e reservadas são consideradas realmente demarcadas, todas as outras ainda estão sujeitas à revisão, podendo ser reduzidas, ou não demarcadas, dependendo do entendimento do governo. O decreto criado por FHC abriu a possibilidade para terceiros particulares fazerem uso de títulos de posse ou propriedade considerados nulos pela Constituição Federal de 1988, e assim se oporem aos limites propostos ou demarcados, além de permitir que Estados e Municípios se oponham às demarcações.Teve início uma série de novas brigas e discussões. Logo que começou a valer o decreto, em poucos meses, 155 áreas ficaram sujeitas a contestações, possibilitando que o Governo Federal, a partir de pedidos encaminhados pelos interessados, procedesse ou não à revisão dos limites das demarcações de terras. Ficaram passíveis de revisão desde as terras que já tinham Laudo de Identificação publicado pela Funai, até aquelas já homologadas pela Presidência da República.Pela lógica indígena que considera a vida na integralidade, a utilização dos recursos naturais não é predatória. Não é parte do sistema econômico a exaustão dos recursos, por isso não é necessário criar leis para evitar o corte de árvores, proibir a pesca ou ainda determinar quantos metros cúbicos serão cortados ou quantos quilos poderão ser pescados. Não foi o homem que teceu a trama da vida; ele é apenas um de seus fios. E se o tecido adoece, toda a vida adoece com ele, e diante da lentidão do governo, os povos indígenas vão encontrando suas próprias formas para apressar o processo de demarcação.Nesta vontade corajosa de reconquistar a terra, os povos indígenas nos ensinam diferentes caminhos de luta. Caminhos que não se constroem somente com lutas, mas com coragem, fé e rituais. Articulando passado, presente, futuro, e contando com a força dos ancestrais para exigir justiça do Ministério da Justiça e encontrar forças para existir no Ministério da Esperança.

sábado, 22 de abril de 2006

Peça: Quadro pintado pelos índios Tikuna, do Amazonas. Dimensões: 69cm x 42cm. Material: tururi (entrecasca de árvore). Preço: R$ 80,00 - código: tik051114 (Fonte: loja virtual do site Iandé Arte com Hístória)

Está acontecendo na cidade de Campinas, em São Paulo, a XII Mostra de Cultura Indígena.
Os temas das exposições nesse ano são:
- "40 anos do Programa de Saúde da Escola Paulista de Medicina no Parque Indígena do Xingu": fotos e aparelhos do acervo da Escola Paulista de Medicina
- "O Cotidiano Indígena": peças indígenas ilustrando as técnicas de cerâmica, cestaria e tecelagem; e armas e instrumentos musicais. São utensílios feitos pelas etnias: Ticuna, Tucano, Marubo, Matis, Mayoruna, Nambikwara, Zoró, Asurini, Araweté, Caiapó, Enawenê-Nawê, Rikbaktsa, Xavante, Wauja, Kalapalo, Kayabi, Tapirapé, Krahô, Gavião-Parkatejê, Suruí, Yudjá, Mehinaku, Pareci, Guarani, Guajajara, Tupiniquim, entre outras. O acervo é do programa Artíndia de São Paulo e de Rubem Pereira de Ávila.

Há visitas monitoradas com o casal de índios Xavante: Cipassé e Severiá.

Data: 18/abril a 12/maio de 2006
horário: das 8h às 18:00h
local: Centro de Convivência Cultural de Campinas
endereço: Praça Imprensa Fluminense s/nº
telefone para informações e agendamento de visitas monitoras: (19) 3232.4148 ramal:25
Macaco Cairara (Cebus Kaaporis) (Foto extraída do site do Globo Repórter)
Macaco Cairara, encontrado apenas na reserva e áreas indígenas adjacentes, ameaçado de extinção; é outro "mico leão dourado" brasileiro, representante exclusivo das ameaças que vem sofrendo toda a Amazônia oriental, a região mais devastada de toda a Amazônia que, além do Maranhão, inclui os estados do Pará e Tocantins, cujo estado atual assemelha-se ao da mata atlântica. (Fonte do texto:
Amazônia Maranhense )

A lenda do Cairara - Pajé obeso
Na tribo dos Bororós havia um pajé muito sábio. O Pajé sofria de uma profunda tristeza, pois era muito gordo e por isso todos o chamavam de cairara. Certo dia, ele descobriu uma erva que os macacos comiam e os conservavam sempre esbeltos e ágeis. Resolveu tomar um chá feito da erva, para ver se ficava esbelto como os macacos. Durante sete dias ingeriu a porção. Ficou esbelto, os cabelos finos se alongaram, as pernas encolheram. Ficou assustado quando viu que até um rabo começou a aparecer. Parou de beber a droga, mas a transformação continuou. Hoje o cairara é uma espécie de macaco fino, inteligente e engenhoso que vive nas matas da Amazônia.

sexta-feira, 21 de abril de 2006



Maria das Dores de Oliveira Pankararu

Título de doutor é concedido pela primeira vez a indígena
(Matéria por: Antônio Gois, Folha de SP, 17/04/06)

A pernambucana Maria das Dores Pankararu defenderá tese de lingüística na quarta-feira, em Alagoas
Antônio Gois escreve de Maceió para a “Folha de SP”:Quarta-feira, 19 de abril, é o dia de uma índia. É também a data em que se celebra o Dia do Índio, mas não será por isso que Maria das Dores de Oliveira Pankararu, 42, será o centro das atenções na Universidade Federal de Alagoas.Na quarta, ela defenderá sua tese de doutorado em lingüística. Pode parecer pouco, mas não é. A Funai (Fundação Nacional do Índio) não tem registro de outro índio que tenha chegado ao mais alto grau acadêmico do país. Ela conta que não vê a hora de visitar de novo sua aldeia, desta vez com um título de doutora, para comemorar com os pankararu da mesma maneira que fez quando concluiu seu mestrado. Eles, que vivem no município de Tacaratu (no sertão pernambucano), porém, não serão os únicos a terem motivos para comemoração.Durante seu doutorado, Maria pesquisou a língua indígena ofayé. Ela hoje é falada por 11 pessoas da comunidade ofayé, de Brasilândia (MS), e está em risco de extinção. Seu trabalho, em parceria com a professora ofayé Marilda de Souza, foi fazer uma cartilha para ensinar as crianças da comunidade o idioma e criar uma correlação entre a língua oral e a escrita para facilitar o aprendizado.Chegar ao topo da carreira acadêmica não foi simples, mas ela encarou como mais um passo. Os primeiros, e mais difíceis, foram dados ainda criança, quando andava a pé por uma hora e meia por morros e trilhas até chegar à escola mais próxima de sua aldeia, no município de Tacaratu. Ainda criança, ela se mudou para São Paulo quando a família fugia da seca e buscava emprego. Fez até a sétima série e voltou com seus pais para sua aldeia.Apesar de ter vivido na maior cidade brasileira, Maria conta que ela só "descortinou o mundo" quando voltou a estudar na pequena cidade de Tacaratu. "É uma cidade pequena, mas chegar lá de novo para mim foi como descortinar o mundo. Minha família sempre me protegeu muito, mas eu tive que estudar sozinha. Tive que ter coragem para continuar na escola porque muitos tinham aquela visão de que os índios são bêbados, vagabundos." Após se formar no ensino fundamental e no médio, Maria passou no vestibular do curso de história de uma pequena faculdade próxima de Tacaratu. Depois, fez outro curso de graduação, pedagogia. Dessa vez, porém, foi mais longe e passou no vestibular da Universidade Federal de Alagoas. "Sofri muito quando vim morar em Maceió. Perguntava o que eu estava fazendo aqui. Mas disse para mim mesma que tinha que parar de ser vítima da história", diz. Em sua trajetória acadêmica na universidade, Maria trombou muitas vezes com o mesmo preconceito que enfrentou em Tacaratu. "No mestrado, um professor chegou a repetir em aula, sem saber que eu era índia, os mesmos estereótipos sobre os indígenas. Eu protestei, mas ninguém quis se posicionar na briga."
Apoio
Mas em seu caminho na universidade ela também encontrou apoio, como o de suas orientadoras Januacele de Costa e Adair Palácio. A oferta de bolsas também foi fundamental. No mestrado, veio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas. No doutorado, a ajuda foi da Fundação Ford. O programa de bolsas da Fundação Ford, feito em parceria com a Fundação Carlos Chagas, é de ação afirmativa, mas não trabalha com cotas. Ele prioriza os segmentos da população menos presentes na pós-graduação: negros ou indígenas que venham de famílias que tiveram poucas oportunidades econômicas e educacionais e nascidos no Norte, no Centro-Oeste ou no Nordeste.Além de fazer todo ano anúncios das inscrições - as deste ano estão abertas até 22 de maio e mais informações podem ser obtidas no site
www.programabolsa.org.br-, há também um programa pró-ativo na busca de candidatos que se encaixem no perfil. Após serem selecionados, eles ganham uma bolsa para se manter durante o curso e para compra de recursos didáticos."Eu fiquei sabendo que haveria uma seleção de bolsas a partir de critérios de ação afirmativa pela Fundação Ford. Vi que me encaixava em todos os requisitos e tentei. A bolsa foi fundamental para que eu pudesse viajar com freqüência para a aldeia ofayé e fizesse minha pesquisa", conta Maria.O resultado das viagens de Maria e de sua pesquisa de doutorado pode significar para os ofayé o resgate de uma língua. Tentativas anteriores de ensiná-la para a geração mais jovem tiveram pouco êxito. Dessa vez, no entanto, o projeto partiu de uma índia para índios. Fez toda a diferença.

quinta-feira, 20 de abril de 2006

Donos de animais colocam lenços para que eles não aspirem a cinza do vulcão (Fonte da imagem e da matéria: Reuters - publicada no site Terra)

Animais sofrem com cinzas de vulcão no Peru (Fonte: Terra - Ambiente)
As cinzas do vulcão Ubinas, na região de Moquegua, no Peru, têm causado problemas para os animais da região. Os donos de bezerros têm usado máscaras para proteger seus animais depois que o vulcão começou a expelir cinzas e fumaças, desde ontem. O fenômeno acontece a 900 km de Lima, capital peruana.
Veja fotos do vulcão
Pelo menos mil pessoas também têm sofrido problemas respiratórios por aspirar a fumaça do vulcão e 20 lhamas morreram depois de comer pasto envenenado, relatou um oficial local.

quarta-feira, 19 de abril de 2006

Criança Ianomami (Foto: Elena Atsma)

"BIOÉTICA"
(Fonte: Revista Época, edição no. 413, de 17/04/2006 - matéria enviada pela amiga Janaína)
A guerra do Novo Mundo
A Universidade Federal do Pará (UFPA) devolveu aos ianomâmis 90 amostras de DNA originadas de uma coleta de sangue realizada em 1990. É a primeira vez que isso acontece no Brasil. E é a primeira vitória dos índios, que iniciaram uma campanha com repercussão internacional em 2000. Neste ano, o jornalista americano Patrick Tierney denunciou, no livro Trevas no Eldorado, atrocidades cometidas contra os índios em expedições comandadas pelo geneticista James Neel e pelo antropólogo Napoleon Chagnon nos anos 60 e 70.
Parte das acusações não foi comprovada, mas os ianomâmis descobriram pelo livro que 12 mil amostras de sangue dos antepassados estavam armazenadas em universidades dos Estados Unidos. No ano passado, a Procuradoria da República em Roraima reivindicou o material indígena de dez instituições americanas. Até agora, apenas quatro responderam e aceitaram negociar a devolução.
O que era pesquisa para os cientistas se transformou em pesadelo cultural para os índios. Pela cultura ianomâmi, todos os vestígios dos mortos devem ser eliminados. Até mesmo a terra pisada pouco antes da morte, assim como as pontas de flecha deixadas na mata. Do contrário, os vivos não terão paz. Milhares de universitários americanos têm apoiado a reivindicação por meio de uma campanha virtual coordenada pelo antropólogo Robert Borofsky, da Hawaii Pacific University. O caso ianomâmi tornou-se um marco bioético internacional.
O material genético devolvido no final de março à Justiça pela UFPA foi coletado durante atendimento médico aos índios, que estavam sendo dizimados por epidemias nos anos 90. Não pertence às polêmicas expedições americanas, mas, segundo os ianomâmis, também foi obtido sem o necessário esclarecimento. Hoje, a lei estipula que qualquer coleta só pode ser realizada após a devida explicação e aceitação pelas comunidades. A questão, agora, é como contar às lideranças ianomâmis que o minúsculo tubinho de água - DNA em solução aquosa - é tudo o que restou. Eles planejam realizar um ritual xamanista antes de devolver o sangue dos avós ao rio.
Juruna
Orlando Villas Bôas, com criança Yawalapiti no colo, ao lado do Txukarramãe Raoni (1959). Foto: Arquivo Murillo Villela, Fonte: Memória, Estadão)

Dia do Índio - Homenagem
Dois caciques, dois destinos (Fonte: Terra Almanaque)
O xavante Juruna e o txucarramãe Raoni são os dois índios mais conhecidos do Brasil. De certa forma, vivem vidas opostas, embora ambos tenham recorrido ao mundo dos brancos para resolver os problemas de suas tribos. Mário Juruna, filho do cacique xavante Apoenã, nasceu na aldeia próxima a Barra do Garças (MT) em 1942. Seis anos depois, sua tribo foi contatada pela primeira vez, pela expedição do sertanista Chico Meirelles. Dez anos mais tarde, em 1959, Juruna resolveu deixar a aldeia e conhecer de perto a vida dos brancos. Trabalhou em fazendas, viajou de carona, passou fome e, anos depois, voltou para casa. Não ficou muito tempo lá: na década de 70, passou a percorrer os gabinetes da Funai em Brasília, lutando pela demarcação xavante. Foi então que se tornou famoso: jamais era visto sem seu gravador, "para registrar tudo o que o branco diz". em 1981, Juruna foi eleito deputado federal pelo PDT. Findo o mandato, e abandonado pela tribo, ficou na miséria, em Brasília.
Raoni também perdeu uma eleição: foi destituído do cargo de cacique dos caiapós-txucarramães por Tutu Pompo. Perdeu em casa, mas ganhou o mundo. Acompanhando o cantor Sting, Raoni percorreu o planeta, foi recebido por alguns dos mais poderosos políticos do planeta e conseguiu atenção e dinheiro para a causa indígena no Xingu e na Amazônia. Raoni nasceu em 1942. Ficou famoso em 1976, quando o francês Jean-Pierre Dieleux dirigiu um documentário sobre sua vida. Raoni encarna o mito do bom selvagem.

terça-feira, 18 de abril de 2006

Por que dia 19 de abril é Dia do Índio?
(por Alexandre Pankararu, Email –
alex@indiosonline.org.br - publicado no site Índios On Line)

"Certo que todo dia é dia do índio, assim já dizia Baby Consuelo, hoje, Baby do Brasil, só que o dia 19 de abril, foi um fato histórico pois em 1940, no México, foi realizado o I Congresso Indigenista Interamericano, com a presença de diversos países da América e os índios, tema central do evento, também foram convidados. Como os índios, estavam habituados a perseguições e outros tipos de desrespeito, preferiram manter-se afastados e não aceitaram o convite. Dias depois, após refletirem sobre a importância do Congresso na luta pela garantia de seus direitos, os índios decidiram comparecer. Essa data, 19 de abril, por sua importância histórica, passou a ser o Dia do Índio, em todo o continente americano. No Brasil, o então presidente Getúlio Vargas assinou o decreto nº 5.540, em 1943, determinando que o Brasil, a exemplo dos outros países da América, comemorasse o Dia do Índio em 19 de abril. Daí então, que deu inicio aos grandes movimentos indígenas, pois através desse I Congresso Indigenista, que os indígenas tiveram consciência, que tinham forças para lutarem pelos seus direitos. Lutarem por suas terras, pela preservação de sua cultura, por sua sustentabilidade e lutar pelo simples direito de continuarem a ser índios. Por isso temos que ter consciência, que o dia 19 de abril, não é só uma data comemorativa banal, essa data tem um significado histórico, e temos que respeitar, pois o dia 19 de abril de 1940, foi o primeiro passo para nós estarmos caminhado hoje."
Alexandre Pankararu - Email –
alex@indiosonline.org.br



Artesanato Timbira (Fotógrafo: Bento Viana)

Nação Timbira (Fonte: site CTI - Centro de Trabalho Indigenista)
Krahô, Gavião-Pykopjê, Krikati, Apinajé, Canela-Apãnjêkra e Canela-Ramkokamekra, são povos que formam a chamada nação Timbira. Falantes de uma língua do tronco Jê, foram ocupantes tradicionais de uma grande extenção de terras situada nos cerrados do norte do Tocantins e sul do Maranhão e colonizada a partir do século passado por frentes agropastoris.
Sua população atual ultrapassa cinco mil pessoas, distribuídas em 28 aldeias.
Atualmente os territórios ocupados pelos Timbira são descontínuos, formando pequenas ilhas que variam entre 50 a 300 mil hectares, cercadas ou invadidas por pequenas fazendas de criação de gado - totalizando 774 mil ha de cerrados e 62 mil hectares de floresta sub-tropical.
Estas terras estão localizadas numa região onde os conflitos pela posse da terra são violentos.
Nas últimas décadas, a região de Imperatriz (MA) e Araguaína (TO) tem sido alvo de empreendimentos subsidiados por incentivos fiscais visando a industrialização da região.
Para a grande maioria dos Timbira, entretanto, este processo tem significado apenas a invasão e a retaliação de suas terras, com a passagem de estradas de rodagem, linhas de alta tensão e a conseqüente pressão sobre seus recursos naturais.
Apesar do contato permanente com a sociedade nacional há mais de um século e de toda a pressão advinda com o "desenvolvimento" da região, os Timbira têm coseguido manter seus padrões socioculturais.
A reprodução do seu ethos é garantida pelo sistema ritual, as "festas" - valorizadas e apoiadas pelo CTI. Essas festas - marcadas por cantos e corridas com toras específicas - exigem uma farta distribuição de alimentos. Hoje em dia algumas festas se prologam em período de latência por vários meses, até que a aldeia promotora possa providenciar os alimentos e outros itens necessários para a conclusão. Esse rituais marcam a solidariedade necessária ao convívio nas aldeias e são momentos em que se enfatizam as regras de comportamento.

domingo, 16 de abril de 2006

Uma Feliz Páscoa para todos os meus queridos amigas e amigas! Beijos da Ursa :))

sábado, 15 de abril de 2006

Cesta de ovos de Páscoa ucranianos

Páscoa no mundo (Fonte:
Ciência Hoje - matéria de Mara Figueira)
Veja como a festa é celebrada nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia
Ao abrir seu ovo de chocolate na manhã do domingo de Páscoa, você achou um brinde diferente: sandálias voadoras. Depois de colocá-las, decidiu ver como era a comemoração da Páscoa pelo mundo. Sua primeira parada foi nos Estados Unidos. Lá, as crianças brincam de caça ao ovo no domingo de Páscoa. Os ovos cozidos, decorados com tintas, são escondidos pelos pais no quintal ou dentro de casa.
Ao passar pela Bélgica e pela França, você estranhou o silêncio nas cidades. Logo descobriu o motivo: os sinos das igrejas não tocam entre a
Sexta-feira da Paixão e o Domingo de Páscoa. Diz uma lenda local que os sinos voam para Roma até a Páscoa e quando voltam... deixam cair ovos para todo mundo encontrar! Por via das dúvidas, as crianças belgas fazem ninhos de palha e os escondem na grama para que o coelho da Páscoa os encha de ovos.
Na Páscoa da Bulgária, há o costume de colorir ovos cozidos após a missa na
Quinta-feira Santa. Eles também fazem pães pascais chamados kolache ou kozunak. Um pão é decorado com número ímpar de ovos vermelhos e levado à igreja na madrugada de sábado. Os pães e ovos são abençoados e dados aos amigos turcos da família - padrinhos, madrinhas, pais e parentes. Depois de comer um pedaço, você percebeu que o gosto era parecido com panetone! Após o almoço de Páscoa, cada pessoa da família pega um ovo e todos começam a batê-los uns com os outros. Quem ficar com o ovo inteiro terá um ano de sorte.
A Páscoa da Suécia faz lembrar o dia das bruxas americano. Na quinta-feira Santa ou na véspera da Páscoa, as crianças suecas vestem-se de bruxos, visitam seus vizinhos e deixam um cartão decorado para conseguir doce ou dinheiro! No oeste da Suécia, os cartões são deixados nas caixas de correios ou debaixo das portas, mas ninguém pode ver quem os colocou!
A sua viagem chega ao final do outro lado do mundo: na Índia e China. A população indiana, que segue a religião hindu, promove o festival Holi, para lembrar como o deus Krishna apareceu. As pessoas dançam, tocam flautas e fazem comidas especiais. Então, é hora de visitar os amigos e experimentar o que cada um preparou! O dono da casa costuma marcar a testa de seus convidados com pó colorido. Já na China, na época da Páscoa, acontece o Ching-Ming. Durante essa festividade, as pessoas visitam os túmulos de seus ancestrais e fazem oferendas, como refeições e doces. O objetivo é deixar os ancestrais satisfeitos com seus descendentes.
O índio que virou porco-espinho (Fonte)
Num período de seca e pouco peixe, os índios saíam todos os dias para pescar, mas voltavam de mãos vazias. As mulheres riam e debochavam de seus maridos. Um dia, elas propuseram aos maridos o seguinte: ao invés de eles irem pescar, por que não deixavam irem as mulheres? Os índios concordaram e elas foram. No final do dia, voltaram com o cesto cheio de peixes. Os índios ficaram envergonhados. À noite, quando se reuniram no centro da aldeia, os homens chegaram à conclusão de que havia um truque na pescaria das mulheres. - Por que tanta fartura de peixe para eles e para nós nada?No dia seguinte, ficaram vigiando as mulheres. Quando elas saíram para a pesca, os índios mandaram uma pomba juriti segui-las. A juriti, voando de galho em galho, acompanhou-as. Chegaram elas à beira do rio e cantavam chamando as lontras: - Queremos peixe... queremos peixe... tragam bastante peixe e em troca lhes daremos um beijo. A juriti, fofoqueira como ela só, voou... voou... até chegar à aldeia. Estava cansada, mas louca para revelar o que tinha visto. Então chamou os índios: - Fill!... fill!... fill!... eu vi as índias chamarem as lontras! A juriti contou tudo o que se passou na beirado rio. Então os índios, no dia seguinte, prepararam uma armadilha. Untaram as varas com visgo e partiram bem cedinho. Chegando à beira do rio, agiram da mesma forma que suas esposas. Quando as lontras apareceram, foram fisgadas e estranguladas pelos índios.Passados alguns dias, as índias foram pescar e encontraram as lontras esquartejadas na beira do rio. Elas ficaram revoltadas e voltaram para a aldeia, onde prepararam uma bebida de pequi, sem tirar os espinhos, oferecendo a bebida aos seus maridos. Eles beberam tudo e os espinhos fincaram em suas gargantas, causando-lhes dor e muitos gemidos. - Humm... humm... humm...Então todos os índios se transformaram em porcos-espinhos e estão soltos pelas florestas até hoje.
O cacau (Fonte da imagem)

Cacau e chocolate (Fonte)
O mundo civilizado só tomou conhecimento da existência do cacau e de chocolate depois que Cristóvão Colombo descobriu a América. Até então, eram privilégio dos Índios que viviam no Sul do México, América Central e bacia amazônica, onde o cacau se desenvolvia naturalmente em meio à floresta. Hoje, quase 5 séculos depois, derivados do cacau são consumidos em muitas formas, em quase todos os países, e fazem parte da vida do homem moderno. Estão presentes em todos os lugares: nas mochilas dos soldados e nas bolsas dos estudantes, em barras de chocolate de alto valor nutritivo; nos salões de beleza mais sofisticados, nas formas mais variadas de cosméticos; e nas reuniões sociais, através de vinhos e licores. Seus resíduos são utilizados como adubo e ração para os animais.
Saindo da floresta amazônica para conquistar o mundo, o cacau percorreu um longo caminho. Sua história cercada de lenda, está marcada por episódios curiosos, foi usado pelos Astecas, como moeda, provocou discussão entre os religiosos sobre o seu uso nos conventos devido às suas supostas propriedades afrodisíacas e, por muito tempo, foi uma bebida exclusiva das mais faustosas cortes da Europa. Suas sementes, levadas para outras regiões e continentes, formaram grandes plantações que, hoje, representam importante fonte de trabalho e renda para milhões de pessoas.
Valor Energético do Chocolate
O chocolate é o alimento melhor balanceado que existe, contendo uma associação bem equilibrada de cacau, leite e açúcar. Devido ao seu alto índice de carboidratos e gordura, o chocolate apresenta taxas de proteínas bastante apreciável. Um tablete de 100 gramas corresponde a 6 ovos ou 3 copos de leite ou 220 gramas de pão branco ou 750 gramas de peixe ou 450 gramas de carne bovina.

sexta-feira, 14 de abril de 2006

Lideranças indígenas no Acampamento Terra Livre - 2006 - Foto: Ailson Truká (Fonte: CIMI)

Polêmica na Conferência Indígena (Fonte: jornal Diário da Serra, 14/04/06)
Mais de 550 lideranças indígenas da Mobilização Abril Indígena, que representam 86 etnias, divulgaram abaixo-assinado manifestando posição contrária à Conferência Nacional dos Direitos Indígenas. O movimento não reconhece a representatividade da Conferência, ao considerar que uma outra será elaborada, "dentro de um espaço que conta com a participação paritária dos povos indígenas e de representantes do Estado brasileiro". Segundo Daniel Coxini, da etnia Carajá, a conferência interessa aos índios. "Estamos no século 21. A maioria dos índios tem nível superior, já sabemos o que queremos. Queremos participar do desenvolvimento do Brasil e trabalhar conscientemente como cidadãos, preservando a nossa cultura, o meio ambiente, respeitando a sociedade brasileira", afirmou Coxini, para quem a conferência é o espaço ideal de onde se pode extrair uma nova proposta para o Estatuto do Índio.
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Informe nº 710: Acampamento Terra Livre 2006 não reconhece legitimidade na Conferência da Funai (Trecho de matéria publicada no site CIMI, 12/04/2006)
As 550 lideranças indígenas reunidas no acampamento Terra Livre de 2006, realizado na primeira semana de abril em Brasília, externaram sua posição sobre a Conferência Nacional dos Povos Indígenas, que está sendo organizada pela Funai e terá início na noite desta quarta-feira, 12 de abril, em Brasília.

Uma das conclusões do acampamento é que, decorridos três anos do governo Lula e apesar dos instrumentos propostos na campanha presidencial para a construção de uma política indigenista com a participação dos povos e do movimento indígena e indigenista, este governo ainda não realizou a necessária mudança nos rumos da política indigenista. E a Conferência Nacional marcada pela Funai, pela forma como foi construída, não será o instrumento para alterar esta política. “Em momento algum da construção inicial dessa Conferência os movimentos foram solicitados”, afirmou Ilton Tuxá, coordenador da Apoinme.
A crítica realizada pelos movimentos indígena e indigenista passa pela centralização das definições sobre temas e participantes das Conferências regionais, que foram concentradas pela Fundação Nacional do Índio. Foi o presidente da Funai que, através de uma portaria, convocou as Conferências regionais, estabeleceu a pauta e a forma de discussão dos temas por ele escolhidos e criou critérios para eleições dos representantes sem discutir previamente com povos e organizações indígenas, contrariando todas as indicações do movimento indígena, que tem lutado para criar canais de participação dos povos e de suas entidades representativas na construção das políticas públicas votadas aos seus povos. Os convites para a participação nos processos, quando existiram, foram posteriores às definições.
“A atual política indigenista deste Governo é retrógrada, tutelar e oficialista, confundindo os interesses dos povos indígenas com os interesses da Funai, pretendendo confundir o órgão indigenista com a política indigenista. Uma demonstração desta política ocorreu na organização e convocatória das pré-conferências regionais, onde a Funai pautou as discussões somente em cima dos seus interesses”, afirmaram os participantes do 3o. Acampamento Terra Livre, realizado na primeira semana de abril, em Brasília, em moção sobre a Conferência.
“Por isso é que nós não reconhecemos nesta Conferência legitimidade para propor uma política indigenista que venha tão somente reforçar a tutela e o órgão tutor ou ainda aproveitar este espaço para legitimar o encaminhamento de questões cruciais para os povos indígenas por meio de projetos de lei avulsos e que não tramitem no Congresso no âmbito do Estatuto dos Povos Indígenas que ali se encontra”, completam.
Bacaba, Bacaba-açu, bacaba-verdadeira, Família: Arecaceae. Nome científico: Oenocarpus bacaba Mart. Palmeira nativa da Amazônia. Distribuída na Bacia Amazônica, com maior freqüência no Amazonas e no Pará, tendo como habitat, a mata virgem alta de terra firme.
SUCO (VINHO) Ingredientes: Frutos de bacaba, Água morna
Modo de fazer: Colocar os frutos de molho em água morna por uma hora, para soltar a casca e amolecer a polpa. Esmagar os frutos por atrito manual ou mecânico. Decantar e filtrar o suco cor de chocolate. Pode ser bebido com açúcar ou com tapioca. Um quilo de fruto rende cerca de um litro de suco. (Fonte: site Curupira )

quinta-feira, 13 de abril de 2006

Takuma e Marika filmando o Sol (Fonte da imagem - site Objeto Sim)

Mostra "Um Olhar Indígena" em Brasília
(Fonte: site
Objeto Sim - informação divulgada através da Lista de Literatura Indígena)
Mostra apresenta uma retrospectiva da consagrada série Vídeo nas Aldeias, com filmes realizados pelos próprios indígenas

A partir do dia 17 de abril, o público de Brasília terá oportunidade de conhecer o cotidiano de vários povos indígenas, segundo o olhar dos próprios indígenas. Pela primeira vez, será exibida na cidade uma mostra retrospectiva do consagrado projeto Vídeo nas Aldeias, com filmes realizados pelos próprios índios. A mostra chamada de Um Olhar Indígena vai exibir, na Sala Alberto Nepomuceno e no Auditório do Centro Cultural Brasil Espanha, um total de 38 produções que prometem surpreender o público, não só pela qualidade, mas também pelo que apresentam na tela.
A mostra contempla duas etapas distintas da trajetória do projeto Vídeo nas Aldeias: a primeira, que corresponde aos primeiros dez anos do projeto, retrata o processo de apropriação dos meios audiovisuais pelos índios e o uso do vídeo como veículo de troca de informação e de conhecimento recíproco entre as aldeias; a segunda apresenta um painel da recente produção de autoria indígena.

realização da ong Vídeo nas Aldeias e apoio da Secretaria de Cultura, de 17 até dia 23 de abril, entrada franca. Exibição de 38 vídeos da série premiada, realizados entre 1988 e 2006, retratando o processo de apropriação dos meios audiovisuais pelos povos indígenas.

Programação

Sala Alberto Nepomuceno – Teatro Nacional Cláudio Santoro
Segunda, dia 17: 19h – Abertura da Mostra com o lançamento do vídeo Xinã Benade Zezinho Yube

Terça, dia 18:17h – Rituais e mitos - 19h – Realizadores Indígenas 4
Quarta, dia 19: 17h – Xamanismo - 19h – Realizadores Indígenas 5
Quinta, dia 20: 17h – Conflitos - 19h – Realizadores Indígenas 6
Sexta, dia 21: 17h – Projetos - 19h – Realizadores Indígenas 1
Sábado, dia 22:17h – Índios no Brasil - 19h – Realizadores Indígenas 2
Domingo, dia 23: 17h – Realizadores Indígenas 2 - 19h – Realizadores Indígenas 3 -
Centro Cultural Brasil Espanha
Segunda, dia 17: 21h – Realizadores Indígenas 6
Terça, dia 18: 19h – Projeto Vídeo nas Aldeias 1 - 21h – Realizadores Indígenas 5
Quarta, dia 19: 19h – Coquete

21h – Iauaretê - Debate
Quinta, dia 20: 19h – Projeto Vídeo nas Aldeias - 221h – Realizadores Indígenas
Sexta, dia 21: não há sessãol
Sábado, dia 22:19h – Projeto Vídeo nas Aldeias - 321h – Realizadores Indígenas
Um olhar indígena
Local: Sala Alberto Nepomuceno do Teatro Nacional e Auditório do Centro Cultural Brasil Espanha, Brasília, DF
Data: de 17 a 23 de abril de 2006
Horários: 17h, 19h e 21h00- Entrada franca
Informações: (61) 3443. 9916 – CCBE

quarta-feira, 12 de abril de 2006


Correio da Ursa: Cachorrinhos feitos de flores
Jovens da tribo Kamaiurá passam urucum contra os mosquitos. No Xingu a expectativa de vida subiu para 50 anos (Fonte: Veja on line)
Posto Diauarum: porta de entrada das tribos para o Xingu. Festa da Taquara: diariamente, durante três meses, para afastar tristeza (Fonte: Veja On line)
O Kaiová cacique Paulito Aquino diz ter mais de 100 anos de idade (Foto: Guto Pascoal)

Anciãos transmitem cultura indígena (trechos de matéria publicada na revista Com Ciência -
Fonte)
Na maior parte das sociedades indígenas, a transmissão dos elementos culturais como a mitologia, os rituais e os costumes é feita oralmente e são os idosos que desempenham essa função fundamental para a sobrevivência dos povos.
Há exemplos da importância do idoso para a preservação das culturas em aldeias da Amazônia e em Mato Grosso do Sul, onde o cacique Kaiová, Paulito Aquino, que diz ter mais de 100 anos, é a única pessoa a realizar os rituais de perfuração dos lábios. Entre os Baniwa, do Alto Rio Negro, os idosos são os responsáveis por contar as histórias da criação do mundo durante os rituais de passagem de idade. Há relatos de velhos sábios com conhecimentos e poderes sobrenaturais que reuniam uma legião de seguidores. A importância da figura desses sábios está também na organização e reorganização social fundamental para a sobrevivência do grupo.
A transmissão oral da cultura acontece em nativas de todos os continentes. No Brasil, existem cerca de 220 etnias indígenas e, em grande parte delas, a figura do ancião é valorizada como um arquivo vivo. Os saberes tradicionais englobam várias aspectos da vida nas aldeias, desde a medicina, com as curas através do conhecimentos dos remédios feitos de ervas e dos rituais xamânicos, até os cantos e as danças para os dias de festas.
A valorização das tradições passou a ser mais freqüente, principalmente a partir das organizações políticas e sociais que aconteceram nas últimas décadas para exigir o respeito aos direitos indígenas e a demarcação das terras. Esses processos utilizam os velhos como principais fontes para o resgate cultural das tradições que foram abandonadas e perdidas com o contato com as áreas urbanas.

Profetas Baniwa
Na tradicional cultura Baniwa, os idosos são extremamente importantes, principalmente pelos conhecimentos espirituais desenvolvidos durante toda a vida. Os xamãs mais poderosos só atingem os altos níveis de poderes sobrenaturais, como o dom da cura, da clarividência e das profecias, depois de uma longa vida de experiências. Os Baniwa vivem na região do Alto Rio Negro na Amazônia. No Brasil, são 5.100 pessoas, na Colômbia 7.000 e na Venezuela cerca de 1200.

segunda-feira, 10 de abril de 2006

Durante as filmagens de "Villa-Lobos - Uma Vida de Paixão"

Filme "Villa-Lobos - Uma Vida de Paixão" (Fonte)

Diretor: Zelito Viana
Elenco:
Antônio Fagundes Marcos Palmeira Letícia Spiller Marieta Severo Ana Beatriz José Wilker Emílio de Mello Ilya São Paulo
Equipe técnica:
Walter Carvalho Eduardo Escorel Paulo Moura Marcos Flaksman Marcelo Tas Silvio Barbato Joaquim Assis
Sinopse
Villa-Lobos prepara-se para um concerto de gala no Teatro Municipal onde será homenageado. É a última vez que o Maestro sai de casa. Durante o concerto, são evocadas lembranças de sua vida, que saltam no tempo e no espaço e utilizam a música como elemento dramático fundamental.
Neste percurso emocional ao passado, Villa-Lobos confronta a violência do pai, o peso da tristeza materna, o desencontro afetivo com Lucília, sua primeira mulher, a impossibilidade de ter filhos, a rejeição de sua arte num meio cultural colonizado, o fracasso e a falta de dinheiro, a doença e a mutilação, o medo de perder Mindinha - seu grande amor - o abismo entre a genialidade e a loucura. Aos poucos, o personagem define-se em toda a sua complexidade: enérgico e frágil, simples e megalômano, amoroso e egocêntrico, genial e ingênuo.
VILLA-LOBOS - UMA VIDA DE PAIXÃO narra a história de um homem aventureiro e intuitivo que amava sua terra. Antes de tudo, um brasileiro que lutou muito para manter-se fiel a si próprio e às suas raízes. Sua música é um retrato de sua paixão pelo Brasil.

Da Trilha Sonora
Parte da Bachianas 5 (disponível para download 586 kb)
Música 13 - Trenzinho do Caipira (disponível para download 199 kb)
Wai-Wai (Fonte)
Povo da língua Karib, que habita o noroeste do Estado do Pará, às margens do rio Mapuera. Historicamente, os Wai-Wai se deslocaram para a Guiana Inglesa no início do século, retornando em por volta de 1970 a região dos Rios Mapuera, Trombetas e Cachorro, na Terra Indígena Nhamundá-Mapuera, Estado do Pará, onde também vivem os Povos Katuena, Hixkariana, Mawaiana, Xeréu, Tiriyó, Wayana, Apalaí, Wapxana, Kaxuyana, Tunayna e Xikyana. Trata-se de uma área de difícil acesso, podendo levar uma semana de viagem até Campo Grande, pois irão fazer uso da canoa, navio, avião e ônibus nesse deslocamento. Divididos em cinco aldeias, onde a maior aldeia é Mapuera com aproximadamente 1270 pessoas. Vivem da caça, da agricultura, da coleta e da pesca. São exímios artesões, confeccionando colares, pulseiras, bancos de madeiras que tem no seu desenho as características peculiar Wai-Wai de beleza rara.

domingo, 9 de abril de 2006


Conheça a Associação de Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro

Universidade lança dicionário de língua indígena do Alto Rio Negro
(Márcia Wonghon, Repórter da Agência Brasil - Recife - Fonte)

Depois de três anos de pesquisas, o Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) lança o primeiro dicionário da língua dos Hupd'ah, povo indígena que vive na região do Alto Rio Negro, no Amazonas.A publicação é resultado de um trabalho conjunto elaborado pelo professor Renato Athias, estudioso de diversas etnias há mais de 20 anos, e o lingüista Henri Ramirez, da Universidade Federal de Rondônia. O projeto foi financiado pela organização não-governamental Saúde Sem Limites, que desenvolve atividades com comunidades isoladas.De acordo com o professor Renato Athias, além de fortalecer a identidade cultural dos povos Hupd'ah, o dicionário vai contribuir para a educação escolar específica, já que "mais de 1,6 mil indígenas de 35 aldeias da etnia ainda não estão alfabetizados". Athias destacou que 40 professores índios começaram a ser capacitados, dentro das próprias aldeias, para iniciar o trabalho de alfabetização da tribo. "O aprendizado será facilitado pela adoção do dicionário e por uma cartilha já existente", ressaltou o professor. Segundo ele, no Brasil, além do português, existem 170 línguas faladas por indígenas.
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Assista a vídeo de curso de magistério com indígenas Hupd'äh (Fonte)