quinta-feira, 5 de julho de 2007
COMIDA DE PASSARINHO E DA URSA :))
Jiló chegou ao Brasil no século 17
(Rachel Botelho - Colaboração para a FOLHA - Equilíbrio)
"Ai quem me dera voltar / Pros braços do meu xodó / Saudade assim faz doer e amarga que nem jiló." Nesses versos, os compositores Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira reforçam a má fama da hortaliça. Freqüentemente rejeitado por pessoas que sequer conhecem seu sabor, mas o evitam por sua reputação de fruto amargo, o jiló é considerado popularmente um ingrediente de qualidade e paladar inferiores.
Acredita-se que o jiloeiro seja nativo da Índia ou da África. Ao Brasil, teria chegado no início do século 17, com os escravos trazidos para trabalhar nos canaviais de Pernambuco. Mas é em Minas Gerais e no interior de Goiás, de São Paulo e do Rio de Janeiro que ele aparece em mais receitas. No mercado municipal de Belo Horizonte, por exemplo, o fígado com jiló grelhado é um clássico.
Seus frutos devem ser colhidos verdes e, quando maduros, tornam-se amarelo-esverdeados. Sua polpa é macia, porosa e com pequenas sementes brancas. A chef Mara Salles, do restaurante de comida brasileira Tordesilhas, em São Paulo, declara-se uma defensora do jiló. No cardápio da casa, ele aparece frito como acompanhamento de carne seca. "Não é um legume fácil, mas é muito interessante", afirma Salles. A chef costuma prepará-lo de três formas, sendo a mais comum fritá-lo em lâminas com a casca e salpicá-lo com sal. "Fritar é uma boa forma de eliminar seu amargor."
Outra opção é fatiá-lo em lâminas um pouco mais grossas, de 3 mm, temperar com sal e limão e empanar no fubá mimoso, fritando em seguida. "Uso o jiló ainda num molho tradicional da cozinha afro-brasileira chamado nagô. Ele é cozido com a casca e passado por uma peneira para retirar a polpa, que é misturada com camarão seco, pimenta-malagueta e o caldo de cozimento de uma carne seca ou fresca. Acompanha os cozidos brasileiros."
Semelhante à berinjela, embora muito menor, o fruto ovóide também pode ser cozido e recheado com carne moída. Menos comuns são as receitas de compotas e doces de jiló, como a que se vê ao lado. Em Pirenópolis (GO), o doce de jiló em calda fez fama entre os turistas.
O jiló é fonte de vitaminas (A, C e do complexo B) e sais minerais, como magnésio, cálcio e ferro. De acordo com a Tabela de Composição Nutricional das Hortaliças, elaborada pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), possui 38 calorias a cada 100 gramas.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
12 comentários:
URSA,
eu ADORO jiló... mas somente eu aqui em casa, gosto desse fruto (legume?) amarguinho. Gosto muito, assim como aprecio também o maxixe, semelhante ao jiló, mas com ums pontinhas, você conhece ? Tem um gosto bobo de chuchú...
Não sabia que o jiló tem tantas propriedades benéficas, agora vou gostar mais ainda !
Como com carne moída, costeletas de porco ou bife normal, mesmo.
Tem muita gente que torce o nariz pro jiló, mas geralmente nunca nem provaram. É como muitas coisas na vida, que as pessoas dizem que não curtem, mas também não querem provar.
Beijo do amigo
Jôka
Ah! Ursa, que delícia!
Eu sou apaixonada por giló, mas sempre compro apenas 3 (ninguém mais gosta aqui em cansa).
Omelete de giló (ai,meu Deus!!!!)
E eu não sabia nada disso que você ensinou.
Obrigada.
beijos
P.S. Já está plenamente recuperada?
Só como bem fritinho coberto de queijo ralado, a moda do meu pai que amava jiló, rss
Lindo e feliz dia amiga Angela
beijos
Oi, Ursa! Já tinha ouvido falar de jiló, mas nunca tinha visto essa "fruta". No RS não existe jiló, nem tapioca, que eu também morro de vontade de experimentar.
Beijo pra ti.
Que saudades de jiló....
estou e contunuo sempre aprendendo coisas maravilhosas contigo, já tenho uma pasta cheia destas aprendizagens! Obrigada Amiga!
Oi Ursa!
Eu sou fã nº 1 de jiló!!! Gosto dele refogado apenas, com tomate picado, alho e cebola. E muito limão em cima... hummm deu água na boca ... e ainda não jantei. rs
Obrigada pela aula.
beijos,
Jôka, eu também tinha dúvida se jiló era legume ou fruto. Pesquisei e descobri que é um fruto. Então, você também gosta de jiló! É difícil encontrar pessoas que gostem dele. Vou fazer um jantar com jiló aqui na floresta, ok? ;)) Eu conheço o maxixe sim, tem gosto mesmo parecido com o xuxu. Beijos da Ursa! :))
Saramar e Márcia Clarinha, que bom achar mais fãs do jiló! Vcs estão convidadas também para o jantar florestal :)) Beijos!!
Luciane, quando você for ao Rio ou SP, vai encontrar jiló nos supermercados. Experimente que é uma delícia! Beijos!
Maria Clarinda e Tina, vocês também são convidadas do jantar florestal em homenagem ao jiló! Beijos :))
Sugiro o jiló cortado em fatias finas com azeite, sal e para completar uma cerveja super gelada. É isso mesmo. O jilo´cru é um tira gosto e tanto. Se quiser dar uma sofisticada, sirva-o com queijinho mineiro meio curado, em cubos.
Cadinho RoCo
Ursa; passando receitas...fazendo até o jiló ficar saboroso...Vc tem mesmo o dom de transformar td!!!Bjus mil!!!
Angela, eu sempre associo jiló com passarinho e não adianta que não consigo vê-lo como comida de gente. Dizem que é amargo e aí, minha amiga, estou fora. ;-)
Cadinho Roco, nunca tinha experimentado jiló como tira-gosto. E com queijo mineiro deve ser mesmo muito bom! Obrigada pela dica! Beijo da Ursa :))
Lia, experimente algumas receitas de jiló que você vai gostar. Beijos floridos! :))
Ana, eu gosto do amargo do jiló. Não é um amargo qualquer, é especial. Só provando para sentir e acabar gostando :)) Beijos!
Ursa, antes tinha cisma com o nosso querido jiló, mas aprendi a fazer uma salada de jiló crua que é tudo de bom! Eu escolho jilós BEM verdinhos e tenros, com uma faca bem afiadinha eu corto em lâminas fininhas, e vou colocando numa saladeira que previamente juntei sal, azeite de oliva, vinagre de maçã ou de vinho, cebola também em lâminas. Depois eu levo à geladeira, "pra descansar". Nossa, fica um azedinho amargo tudo de bom! Ah, o jiló, eu o uso cru! Beijinho!
Postar um comentário