A Origem das Flautas Sagradas, índios Tukano Hausirõ Porã
(Fonte das informações: Boletim Iandé de março/08)
No começo do mundo, todos os instrumentos musicais faziam parte do corpo de Bisiu, um ancestral dos índios Tukano. Quando Bisiu subiu para o Universo, levou os instrumentos e a terra ficou em silêncio.
Demorou muito tempo até que os índios encontrassem outros instrumentos musicais. Um dia, as filhas do líder da aldeia encontraram uma palmeira e pediram ao pai que cortasse um pedaço da árvore para elas usarem na cozinha.
O pai encontrou a palmeira e notou que ela era feita de pedra. Era uma árvore alta, que subia até o Universo. Ele percebeu que aquela árvore serviria para fabricar as flautas sagradas miriãporã.
Com a ajuda de um esquilo que cortou os galhos da árvore, o índio fez um conjunto de flautas de diversos tamanhos e as escondeu na beira do rio. Chegando em casa disse a seu filho caçula que fosse à noite até o rio, se purificasse e aprendesse a tocar as flautas.
Porém as filhas ouviram as instruções do pai.
À noite, aproveitando que o filho caçula dormiu demais, elas foram até o rio. As flautas tentaram fugir mas não conseguiram. As filhas tentaram tocar de qualquer jeito. Usaram a boca, o umbigo, os seios e até a vagina, mas não saiu som. A alma das flautas, que era o Uirapuru, saiu de dentro delas e foi embora. Por isso que hoje as flautas têm de ser sopradas, do contrário elas tocariam sozinhas.
Um peixe ensinou às índias como tocar as flautas. E as mulheres passaram a dominar o Universo.
As mulheres porém tocavam as flautas sagradas a qualquer hora, e não somente nas ocasiões especiais. Então os homens misturaram umas pimentas bem fortes e construíram outras flautas com elas. O som destas novas flautas era vibrante, forte como as pimentas. Os homens entraram no local onde as mulheres estavam festejando e tocaram as flautas apimentadas. Na mesma hora as mulheres caíram desmaiadas e os homens retomaram as flautas sagradas.
Para saber mais: - Dahsea Hausirõ Porã ukushe wiophesase merã bueri turi: Mitologia sagradas dos Tukano Hausirõ Porã (Coleção Narradores Indígenas do Rio Negro, volume 5); por Ñahuri e Kumarõ
8 comentários:
Tive um amante Pajé, que tocava muito bem essa flauta.
Enquanto o índio hercúleo tirava sons melodiosos de sua flautinha, eu dançava inteiramente nua ao redor de uma fogueira.
Depois ele ficava muito excitado e me possuía em silêncio.
Aquele índio imenso e poderoso ficava se movendo suavemente sobre o meu corpo.
E a lua cheia era a única testemunha, lívida de espanto.
Kristal, você precisa mesmo lançar um livro com as suas aventuras :)) Beijos da Ursa
Bom dia,
Adoro estes contos indígenas,
cheios de fantasias e lendas.
bjs
querida ursa!!!!!! como as tuas postagens me encantam... levam minha fantasia com elas, quase como um embalo doce para que possa sonhar mais profundo! teu blog me faz um bem...
beijos ricardo
Bandeiras, eles têm muita criatividade mesmo. Beijos da Ursa :))
Ricardo, fico feliz de saber que a Floresta te dá paz :)) Beijos floridos da Ursa
Quanta belezura nesse canto...
Amiga Angela, o Brincando com Palavras fechou seu ciclo, se fez a hora de cessar a brincadeira.
Agora de casa nova, mais madura, mais sofrida mas com força no recomeço eu digo: chega de saudade...
Dias lindos querida flor
beijos
Márcia Clarinha, felicidades na nova casa. Beijos e carinho da Ursa :))
Ursa: que maravilha essa flauta...adorei!!!
Bjus mil!!!
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