(Fonte: site Amazonia.org.br - 04/09/2006 )
Vanessa Sequeira, pesquisadora portuguesa de 36 anos, foi barbaramente assassinada em Sena Madureira, no Acre. Seu corpo foi encontrado na manhã de ontem, sem roupas, dentro de um igarapé próximo à região de Toco Preto, onde realizava entrevistas para sua pesquisa de doutorado. Há indícios de que tenha sido morta a pauladas e sofrido estupro.
Um acusado foi detido também na segunda. A polícia aguarda os resultado das análises do IML para confirmar a autoria do crime.
É o segundo caso recente de assassinato de um pesquisador na Amazônia. O arqueólogo americano James Petersen foi morto em agosto do ano passado, em Iranduba, no Amazonas, durante um assalto ao qual não reagiu. Três acusados, entre eles um policial militar e um menor, foram presos.
Trabalhos como os realizados por Vanessa e James são de relevância estratégica para o desenvolvimento na Amazônia. Influenciam políticas públicas, denunciam problemas, colocam lugares e povos esquecidos no mapa, apontam caminhos. A comunidade científica com atuação nesta região está de luto e neste 5 de setembro, data inspiradora para fazer balanços de trajetórias e metas, o temor em relação ao futuro das pesquisas de campo na floresta se sobressai.
Christiane Ehringhaus, pesquisadora alemã e amiga de Vanessa, declarou em uma carta enviada ao blog da Rede Resex: "É dificil acreditar que neste Acre que todos nós trabalhamos com bastante tranquilidade durante todos estes anos possa acontecer uma coisa destas". E sobre a amiga considera: "Vanessa tinha paixão por esta vida 'tropical' e tinha um compromisso muito forte com produtores rurais na Amazônia, a conservação das florestas e a melhora da qualidade de vida - apesar dos sacrifícios pessoais e a distância que isto significava".
A antropóloga e também pesquisadora Mary Alegretti deu destaque ao acontecimento no seu blog: "Até pouco tempo atrás a Amazônia se caracterizava pela violência fundiária, mas estava livre daquela típica das grandes cidades. Agora não dá mais para ser pesquisador de campo como manda a tradição de centenas de anos das ciências sociais e naturais. Para onde vamos sem futuro?".
Sequeira estava fazendo doutorado pela Universidade de Wales Banfor, no Reino Unido. Sua pesquisa aborda a comparação de sistemas de produção extrativistas com sistemas agropecuários, para entender a realidade socio-economica dos projetos de assentamento da região. Ela tinha mais de 10 anos de experiência profissional em conservação e desenvolvimento de recursos naturais, com passagens pelo Brasil, Peru, India e Costa Rica.
Leia mais:
http://altino.blogspot.com/
http://maryallegretti.blogspot.com/
http://reservasextrativistas.blogspot.com
12 comentários:
Angela, me diga, e este assassino quem é?
Olá. D. Ursa.....
Que noticia lamentável..
Boa semana....
Bjs...
Que coisa escrota !
Horrível !!!
:C
Que horror, esse tipo de violência persegue as mulheres em todos os lugares, independe de ser campo ou cidade, muito triste, mesmo!
beijos, :).
Meire, pelo que li no blog do Altino, o assassino ainda não confessou o crime. Não é citado o nome dele. Abraços da Ursa
Diana, essa notícia é muito triste e causa muita indignação. Beijos!
Jôka, foi um ato de violência bárbaro! Beijos da Ursa
Nanbiquara, é uma tremenda covardia usar o estupro como forma de violência contra uma mulher. Beijos!
Que barbaridade!! Pouco tempo atrás foi um turista português no Rio. O Que os Portugueses devem estar pensando dos povos brasileiros??
Beijus
Belo trabalho o que desenvolves aqui, Angela. Se tivéssemos mais gente como você, as coisas seriam diferentes no Brasil. Parabéns!
Pois é amiga Ursa espero que ela esteja por aí vagueando por onde mais gostava. Pela sua Amazónia!
bjs
Nao ha anda que me fa'ca sentir mais tristeza do que essas coisas... Nada... Fiquei mal...
bjx
RF
Oi, Ursa! Que horror! A gente fica envergonhada de saber dessas barbaridades cometidas no nosso país.
Beijo pra ti.
Luciane
Luma, o que ocorre na Amazônia é uma série de atividades ilegais, não há controle sobre isso e pessoas inocentes morrem. Abraços da Ursa!
Marconi Leal, obrigada pelas suas palavras e pelo apoio! Abraços da Ursa!
Hugo, ela agora está junto de Tupã e vai olhar pela Floresta também. Beijos da Ursa! :))
Roy, é verdade, além da tristeza, indignação, dá mesmo uma sensação de impotência diante dessas coisas. Beijos!
Luciane, é mesmo, quando a gente vai conseguir um pouco de paz na Amazônia e no mundo? Beijos da Ursa :))
nossa...caramba...
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