quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008


Betsy Border Collie - Entende um vocabulário crescente e equivalente ao de uma criança pequena.Viena, Áustria. Quanta inteligência há por trás destes olhos? Muita, no caso deste cão. Com 6 anos de idade, “Betsy” consegue associar nomes a objetos com mais rapidez que um grande primata, e por enquanto já entende nada menos que 340 palavras.

Alex - Papagaio-cinza africano - Contava; distinguia cores, formas e tamanhos; tinha entendimento básico do conceito abstrato de zero.Universidade Brandeis, Waltham, Massachusetts (até morrer, aos 31 anos, em setembro de 2007) - Foto de Vincent J. Musi Texto das fotos: Jennifer S. Holland

Mentes que brilham
(Trechos de matéria com 11 páginas, por: Virginia Morell, publicada na Revista National Geographic Brasil )

Os animais são mais espertos do que você imagina.

Em 1977, a psicóloga Irene Pepperberg resolveu descobrir o que passava pela cabeça dos animais. Para tanto, decidiu conversar com eles. Começou levando ao laboratório um papagaio cinzento com 1 ano de idade, a quem batizou de Alex, a fim de ensiná-lo a reproduzir os sons da língua inglesa. "Imaginei que, se ele aprendesse a se comunicar, eu poderia lhe perguntar como ele via o mundo."
Certas habilidades são consideradas sinais típicos de capacidade mental superior: boa memória, entendimento de gramática e símbolos, percepção de si, compreensão de motivos alheios, imitação de comportamento e criatividade. Pouco a pouco, por meio de experimentos engenhosos, os pesquisadores conseguiram documentar exemplos de tais talentos em outras espécies. Os gaios Aphelocoma, por exemplo, sabem que outras aves da mesma espécie costumam roubar alimentos e que a comida armazenada corre risco de estragar; as ovelhas conseguem distinguir rostos; os chimpanzés usam várias ferramentas distintas para escarafunchar ninhos de cupim e até dispõem de armas para abater pequenos mamíferos; os golfinhos imitam posturas humanas. E o papagaio Alex revelou ser um conversador muito animado.
Chimpanzés, bonobos e gorilas já participaram de experimentos nos quais aprenderam sinais e símbolos para se comunicar conosco, por vezes com resultados impressionantes. O bonobo Kanzi, por exemplo, costuma levar consigo sua pasta de símbolos a fim de "conversar" com os pesquisadores humanos, e chegou até a inventar combinações de símbolos para exprimir suas idéias. Todavia, ainda não se trata de nenhum animal que se volta para nós, abre a boca e diz algo.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Índios Guarani-Nhandeva

TRISTEZA!

Pai e filho cometem suicídio em aldeia
(por Ângela Kempfer - Fonte: Campo Grande News, encaminhada pela Lista de Literatura Indígena)

As tragédias parecem cada vez mais tristes nas aldeias de Mato Grosso do Sul. Hoje uma família guarani-ñandeva sofreu a dor de perder de uma só vez filho e pai, ambos por suicídio.
Na aldeia Potrero Guassú, em Paranhos, a 575 quilômetros de Campo Grande, o adolescente Ronei Benite, de 14 anos, chegou em casa, após a escola, determinado a ganhar um caderno. O pai, Cecílio Benite, tentou explicar ao filho que no momento não tinha dinheiro para a compra, mas que estava disposto a vender um porco para atender a vontade do rapaz. Cecílio não teve tempo.Revoltado com a pobreza, Ronei pegou uma espingarda pressionou contra a barriga e, com o dedo do pé, atirou. A tragédia começava ali, mas ainda teria um desfecho pior. O pai, ao ver o corpo do filho caído no quintal, pegou a arma, seguiu para o quarto e também se suicidou, aos 34 anos.A esposa, Plácida Benite, acompanhou tudo, ao lado de outros seis filhos, o menor de um ano de idade. “Ela não consegue falar nada, só chora, ninguém acredita. Hoje eu vim com ele da escola, a gente estava feliz, combinando de jogar bola”, conta o primo de Ronei, Robson Pires, de 15 anos.O adolescente estudava na cidade, em uma escola municipal de Paranhos. Era um dos orgulhos da aldeia, diz o primo. “O melhor aluno da sala”, conta Robson.As duas mortes são agora o 8º e o 9º suicídio de índios guarani neste ano em Mato Grosso do Sul.Os casos chocam, mas o maior motivo de preocupação, segundo o coordenador do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), Egon Heck, é que o problema, antes restrito aos guarani-kaiowá, atinge agora os ñandeva. “Essa população sempre negou o suicídio, por considerar uma doença que pode contaminar todos os outros.Esse caso nos surpreende por isso, o que antes era negado pelo ñandeva, até como defesa, agora invade a vida dessa comunidade e vira algo público”, avalia.
A questão fundiária é novamente apontada como a causa do lamento, da pobreza, da tragédia entre os guarani. Em Potrero Guassú, 709 famílias ocupam uma área por anos explorada pela pecuária. Recuperar a terra, para o plantio de culturas tradicionais, não é tarefa fácil diante do colonião e da braquiaria.Assembléia indígena – Na próxima sexta, os guarani abrem mais uma assembléia indígena, a Aty Guassu. Na aldeia Lagoa Rica, em Dourados, são esperados 500 índios que vão discutir assuntos importantes para a etnia.
Uma das presenças esperadas é do presidente da Funai, Márcio Meira.Durante o encontro, os índios devem cobrar, mais uma vez, celeridade na demarcação de terras no Estado, investimentos na produção e discutir a questão dos suicídios.Em 2007, 48 índios guarani kaiowá se suicidaram no Estado, segundo a Ffundação Nacional de Saúde, média de uma morte por semana.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

A espécie perdida
(Trechos de matéria e foto por Adriano Gambarini. Fonte: Revista National Geographic Brasil )

Por séculos, este belo mico foi mera lembrança em livros antigos de naturalistas. Cientistas o identificaram. Mas, agora, o fantasma da extinção volta a rondar.

Os olhos de um grupo de macacos-prego-galegos fitavam entre as folhagens numa área de mata nativa de Mamanguape, a 85 quilômetros de João Pessoa, na Paraíba. Moradores da região relatam que, às vezes, alguns deles saem em busca de cana-de-açúcar em plantações vizinhas. Um filhote expôs-se mais no meio de galhos. Mas foi só. Tão rápido quanto surgiram, os quatro animais se foram, sem dar a mínima para as armadilhas com frutas que havíamos deixado no chão. No lusco-fusco da tarde, o grupo sumiu sem deixar vestígios.Não era a primeira vez que esses macacos se mostravam fugazes. Na verdade, vem sendo assim há mais de 300 anos. Uma das 12 espécies de seu gênero do planeta, o macaco-prego-galego (Cebus flavius) permaneceu um enigma para a ciência durante todo esse tempo. Citado apenas em antigos livros de naturalistas europeus que passaram pelo país nos séculos 17 e 18, não era visto desde então. Durante gerações, a espécie foi até mesmo dada como extinta. Contudo, nem bem teve sua existência novamente reconhecida pela comunidade científica, o Cebus flavius já corre, mais uma vez, o risco de sumir - desta vez para sempre. "Pela sua área de distribuição, a ameaçada Zona da Mata, e pelo baixo número de populações encontradas até agora", diz o biólogo Marcelo Marcelino, chefe do Centro de Proteção de Primatas Brasileiro, "essa poderá ser em breve considerada a espécie em estado mais crítico de conservação no Brasil."

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Jovem Puyr Tembé, em um ritual de dança e canto (Fonte da imagem)

Piora tensão entre brancos e índios - 20/02/2008
(Trechos de matéria publicada no site
: O Liberal )

Entidades temem conflito pela posse de terra na região do Alto Rio Guamá

Agentes da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Polícia Federal, além de orgãos estaduais de segurança pública, chegam hoje ao município de Garrafão do Norte, no nordeste paraense, região do Alto Rio Guamá, a fim de evitar um novo 'massacre de Eldorado dos Carajás', segundo o indigenista Chico Potiguara, funcionário da Funai e um dos que intervirão para evitar o confronto. Há três dias colonos mantém como reféns 25 índios da nação tembé, na aldeia Itahu, tentando impedir a construção de uma estrada até a localidade de Vila de Cupu e pressionando para redividir 279 mil hectares de terras com uma população indígena de 1.500 habitantes.
Chico Potiguara, que já chefiou a unidade da Funai na região, diz que a situação tem origem nas ambições políticas do ex-vereador de Garrafão do Norte, Manuel Evilásio. Potiguara afirma que, em busca de benefícios eleitorais, o 'agitador' está insuflando a população branca contra os índios, sob a alegação de que as terras indígenas serão redistruídas, já que os tembé, guajajara, capó e outras nações não teriam direito sobre a área. A idéia está sendo reforçada para que os colonos não saiam dos terrenos invadidos. O prazo para a desocupação terminou no dia 31 de dezembro do ano passado.
Desde então, a disputa está cada vez mais acirrada entre brancos e índios, com algumas contendas inclusive registradas pela imprensa, como a ameaça de morte dos tembé aos agricultores e madeireiros que continuassem resistindo à saída da reserva. Chico Potiguara conta que recentemente 42 homens da Polícia Militar paraense foram expulsos da área quando tentavam garantir a reintegração das terras indígenas aos seus legítimos donos. Segundo o funcionário da Funai, o poder de persuasão de Manuel Evilásio junto à população tem provocado constrangimentos legais como este, que desrespeita o aparato de segurança do Estado. 'Ele está agindo à margem da lei', comenta.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Lenda da Priprioca
(Fonte)
Piri-Piri era um belo índio guerreiro, cobiçado por todas as índias da tribo. Certo dia, uma jovem índia resolveu pedir ao seu pai, feiticeiro da aldeia, para ajudá-la a conquistar o bravo índio, ensinando-lhe um encanto. O feiticeiro avisou que era arriscado. Apaixonada, a índia insistiu para que seu pai revelasse o encanto. O pai, convencido com os apelos da filha, resolveu ensiná-la. Numa noite de lua cheia, enquanto Piri-Piri dormia, a índia, com seus próprios cabelos, amarrou os pés do belo índio. Mas o encanto deu errado e ele desapareceu numa nuvem de fumaça de agradável aroma. Tempos depois, no local do desaparecimento, começou a nascer uma espécie de grama com raízes em forma de caroços e de cheiro inebriante, muito similar ao da nuvem de fumaça em que o índio desaparecera. Desse dia em diante, por acharem que Piri-Piri ainda vivia, todas as índias passaram a utilizar o fascinante aroma que a tal raiz exalava, em forma de banhos, lavando os cabelos com a infusão da raiz triturada em água cristalina. Em homenagem ao índio, a raiz começou a ser chamada de Piripirioca, logo apóes sendo simplificada para PRIPRIOCA.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Da galeria de imagens da IV Olimpíada dos Povos Indígenas em Campo Grande, Mato Grosso (foto: Lisa Ismael )

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Bicho-preguiça em estrada de Ubatuba, litoral norte. 'Pegar sempre por trás', alerta veterinária. (Foto: Instituto Argonauta/Divulgação)

Apelidado de George, bicho-preguiça sofreu graves queimaduras em três membros e corre risco de não sobreviver. (Foto: Instituto Argonauta/Divulgação)

Bichos-preguiça são vítimas de choques de alta tensão em Ubatuba
(Fonte das informações: site G1)

Depois de tratados, animais dificilmente sobrevivem em cativeiro.
Instituto busca solução para o problema junto à concessionária da rede elétrica


Bichos-preguiça têm se tornado vítimas de choques em redes de alta tensão na região de Mata Atlântica em Ubatuba, litoral norte de São Paulo e a 224 km da Capital. O Instituto Argonauta para a Conservação Costeira e Marinha, organização não-governamental sem fins lucrativos e patrocinado pelo Aquário de Ubatuba, recebeu, entre os anos de 2005 e início de 2008, 14 animais deste tipo, sendo que cinco deles sofreram choques elétricos.
Quatro morreram com os ferimentos. O último caso, recebido pelo instituto em 2 de janeiro deste ano e apelidado de George pelos veterinários, recupera-se de graves queimaduras em três membros.
A preocupação, no entanto, será devolvê-lo para a natureza em condições de sobreviver. De acordo com a veterinária Paula Baldassim, animais desta espécie dificilmente resistem em cativeiro. “Teria de ser igual a cativeiro de zoológico, uma área bem ampla e com grande diversidade de árvores. O bicho-preguiça se alimenta de várias tipos de plantas e sem essa diversidade ele morre de desnutrição”, explicou.
No caso de George, a hipótese de implantação de próteses nos membros afetados já foi descartada. “As queimaduras tostaram os ossos e os nervos”, disse a veterinária.
Mesmo assim, George começa a ser treinado para subir em árvores novamente. Aos poucos, começa a apresentar avanços. “Se ele conseguir, será solto na natureza novamente.”

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Uma das fotos da exposição de Amilton Forcinetti

Xingané - Festa Ancestral Apurinã
(informações relacionadas a exposição fotográfica de Amilton Forcinetti em 2001 -
FONTE)

XINGANÉ
Segundo Forcinetti, o povo Apurinã da aldeia Camicuã, localizada na divisa dos estados do Acre e Amazonas, está em contato com o "branco" há aproximadamente um século, desde o 1º ciclo da borracha na região. Apesar de ter absorvido muitos costumes ocidentais, como o uso da espingarda, de roupas e utensílios domésticos, muitas de suas tradições permanecem intactas, como seus mitos e festas. O Xingané é uma delas, dedicada aos mortos. Quando um membro da aldeia morre, um de seus filhos fica responsável por fazer três festas em sua homenagem. Acredita o Apurinã que somente após este ritual o espírito estará liberto.

PESCA DOPANTE
Para a festa é necessária muita comida e bebida, pois são convidados membros de todas as aldeias da região. O suprimento é conseguido através de excursões de caça e pesca pela floresta. A pescaria é praticada do mesmo modo dos antigos Apurinãs. Um grupo procura um cipó conhecido como "tingui". Após recolher uma boa quantidade, se reúnem para bater e triturar a planta, que fica parecida com o bagaço da cana. Em seguida colocam o "tingui" dentro de grandes cestos e se dirigem para o alto de um igarapé (rio estreito), onde é iniciada a "lavagem" do cipó. Imerso na água corrente o cipó solta um líquido leitoso que muda a coloração da água, de ocre para esbranquiçada. "Como por encantamento" os peixes começam a boiar desorientados com o efeito dopante causado pelo cipó e são capturados com facilidade ao longo do igarapé. O cipó não causa efeitos no homem. Em menos de uma hora o grupo recolhe mais de 100 quilos de peixes que, depois de assados serão servidos juntamente com "rapé" e uma bebida extraída da banana e mandioca conhecida como "caissuma". A festa tem duração de dois dias, com danças ininterruptas por toda a noite.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Bichinhos de cera, índios Xetá (feitos para as crianças brincarem); Coleção do Museu Paranaense

Índios Kayapó e Xetá
(para conhecer a história desses povos, acesse o
boletim Iandé )

Em maio de 2007 uma notícia incomum foi veiculada na mídia: descobriu-se, no sul do Pará, um grupo de 87 índios sem contato com os homens brancos.
Estes índios, todos da etnia Kayapó, viviam em uma área de floresta fechada e fugiam quando percebiam a aproximação de não-índios (garimpeiros, madereiros e grileiros). Fizeram assim por muito tempo, porém a mata em que podiam se esconder foi acabando e estes índios decidiram procurar abrigo em uma outra aldeia kayapó, a aldeia Capoto, onde vivem índios que já mantém contato com os homens brancos há algumas décadas.
O encontro entre os Kayapó da floresta e os Kayapó da aldeia Capoto deve ter sido comovente. Os da aldeia julgavam que seus parentes haviam sido mortos já há muito tempo e os receberam com alegria. Os mais velhos devem ter conversado sobre tempos antigos e os índios da aldeia devem ter falado sobre algumas coisas do mundo dos não-índios.
Dez dias depois, com bem menos destaque, uma outra notícia incomum foi divulgada: a morte do índio Tukanambá Xetá, em um hospital de Curitiba, por insuficiência respiratória. A notícia é incomum, infelizmente não pela morte de um índio, mas por se tratar de um índio Xetá. Tukanambá era um dos últimos 7 sobreviventes de seu povo. Com sua morte, restam hoje 6 índios Xetá.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Quinua, a proteína do século 21
(Fonte das informações: site Boa Forma da Abril - leia a matéria na íntegra e conheça receitas feitas com quinua)

O grão, consumido pela população andina há mais de 500 anos, foi recentemente considerado pela ONU como o alimento mais completo do planeta. Para quem quer conquistar músculos, não tem nada mais apetitoso. Se você ainda não ouviu falar dela, aguarde: a quinua é o alimento mais festejado do momento. Ótima fonte de proteína, carboidrato de baixo índice glicêmico, gordura saudável, vitamina e minerais, esse grão ainda tem outra grande qualidade. “Seus aminoácidos (componentes da proteína) são combinados na medida certa para atender às necessidades do organismo”, atesta Jaime Amaya Farfán, coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação, da Universidade de Campinas (Unicamp). Para começar, cada grão tem 20 aminoácidos diferentes, entre eles a metionina e a lisina, responsáveis pela formação da proteína completa, e que é quase uma exclusividade dos alimentos de origem animal.
O que você ganha com isso? Proteína tem tudo a ver com o efeito do seu treino e com sua boa forma – ajuda a aumentar e manter o volume dos músculos, o que acelera o ritmo do metabolismo e faz o corpo queimar mais calorias. “Completa e de fácil digestão, a proteína da quinua é perfeita até para quem pega pesado nos exercícios”, assegura a terapeuta nutricional Gabriela Marques, de São Paulo. Aliás, esse novo herói do prato saudável é também uma excelente alternativa protéica para quem não come carne.
Além da proteína e do carboidrato, o poderoso grão esbanja ômega 3 e 6, gorduras do bem que impedem a deposição de gorduras maléficas nas artérias. Esse trio de nutrientes controla a liberação de glicose, impedindo aquele sobe-e-desce do açúcar no sangue que dá fome rapidinho. O mix de vitaminas (tiamina, riboflavina, niacina e vitamina E), fibras e minerais (magnésio, potássio, zinco e manganês) e a ausência de glúten (ótima notícias para quem tem alergia a esse elemento) somam mais pontos na ficha nutricional da quinua. O que os estudiosos estão tentando descobrir agora é se o vegetal, originalmente cultivado nas altas montanhas da Bolívia, possui fitoestrógenos semelhantes ao da soja — substâncias naturais que imitam a ação de certos hormônios, ajudando a amenizar os sintomas da TPM e da menopausa.
Botanicamente, a quinua não pertence à categoria dos cereais nem à das leguminosas. “É uma espécie de arroz e feijão num único grão”, compara Jaime Amaya Farfán. Peruano, o professor da Unicamp conta que esse alimento tinha um significado místico para os incas e era chamado de segunda mãe. “Logo depois de desmamadas, as crianças eram alimentadas com o grão”, diz. A planta brota somente no alto das montanhas andinas da Bolívia, a quase 4 mil metros de altitude. Suas propriedades nutricionais, reconhecidas a partir das décadas de 1950 e 1960, foram atestadas mais tarde pela Food and Agriculture Organization (FAO), órgão das Nações Unidas para a alimentação. Vários países pretendem cultivá-lo. No Brasil, há 20 anos a Embrapa, empresa do governo federal de pesquisa em agricultura e pecuária, estuda sua adaptação nos solos frios e altos da Região Sul. Segundo a empresa Quinua Real Brasil, o alimento é considerado o melhor de origem vegetal para consumo humano e foi selecionado pela Nasa para integrar a dieta dos astronautas em vôos espaciais de longa duração.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Mato Grosso concentra 50% dos municípios que mais desmatam no Brasil
(Trechos de matéria de 24/01/08 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da
Agência Brasil)

Brasília - O governo federal divulgou hoje (24) uma lista de 36 municípios prioritários para ações de prevenção e controle do desmatamento, identificados a partir de monitoramento por satélite. Dezenove municípios – que representam pouco mais de 50% do total – estão localizados no Mato Grosso. O estado também conta com o primeiro colocado da lista: Marcelândia, seguida da paraense São Félix do Xingu.O levantamento inclui outras 11 cidades do Pará, quatro de Rondônia e uma do Amazonas.Todas a propriedades rurais destes municípios serão recadastradas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e aquelas onde for constatada derruba ilegal de florestas serão embargadas. Isto significa que não poderão vender produtos ou receber financiamentos. Quem comprar produtos dessas fazendas também poderá responder criminalmente.A divulgação da "lista suja" e o fortalecimento dos mecanismos de fiscalização são as apostas do governo pra combater o aumento do desmatamento na Amazônia nos últimos cinco meses.Segundo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, os municípios citados são responsáveis historicamente por cerca de 50% do desmatamento total da Amazônia.“Estamos propondo uma ação integrada de governo para conseguir manter a governança na região e impedir o recrudescimento do desmatamento”, disse a ministra após reunião emergencial convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir ações de fortalecimento ao combate à derrubada da floresta.
Confira a lista de municípios que mais desmataram de agosto a dezembro, segundo o levantamento do governo: Marcelândia (MT); São Félix do Xingu (PA); Querência (MT); Nova Ubiratã (MT); Porto Velho (RO); Pimenta Bueno (RO); Juara (MT)São Félix do Araguaia (MT); Peixoto de Azevedo (MT); Nova Bandeirantes (MT); Santana do Araguaia (PA); Ulianópolis (PA); Lábrea (AM); Altamira (PA); Cumaru do Norte (PA); Brasnorte (MT); Gaúcha do Norte (MT); Paranaíta (MT); Novo Progresso (PA); Vila Rica (MT); Nova Maringá (MT); Porto dos Gaúchos (MT); Alta Floresta (MT); Confresa (MT); Nova Mamoré (RO); Juína (MT); Cotriguaçu (MT); Dom Eliseu (PA); Colniza (MT); Santa Maria das Barreiras (PA); Aripuanã (MT); Machadinho D'Oeste (RO); Paragominas (PA); Novo Repartimento (PA); Rondon do Pará (PA)Brasil Novo (PA).

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Após sobrevôo, Marina Silva diz que desmatamento em Mato Grosso é preocupante
(Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil)
Brasília - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, avaliou que o sobrevôo feito hoje (30) pela região de Marcelândia (MT) – município da Amazônia que mais desmatou de agosto a dezembro do ano passado, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) – provou que a situação do desmatamento na região é “preocupante”.