Brasil e Alemanha vão construir na selva amazônica uma torre de 300 metros de altura que servirá para medir as mudanças climáticas. A estrutura de aço terá altura semelhante à da Torre Eiffel, em Paris, que tem 324 metros de altura.
O principal objetivo das torres é a medição do fluxo de gases e das condições meteorológicas. A medição da quantidade de gás carbônico no ar sobre a floresta permite tirar conclusões sobre o seu papel no processo de aquecimento global. Acredita-se que a mata tenha a importante função de retirar carbono da atmosfera.
Além da estrutura de 300 metros, outras quatro torres de 60 metros serão erguidas na Amazônia segundo o acordo bilateral assinado nesta quinta-feira (12) pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, e a ministra da Educação e Pesquisa da Alemanha, Anette Schavan.O projeto será coordenado pelo lado brasileiro pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) e pelo Instituto Max Planck de Química pelo lado alemão. Segundo o governo alemão, o acordo prevê investimentos da ordem de 8,4 milhões de euros (R$ 25 milhões), que serão custeados meio a meio pelos dois países. Atualmente já existem doze torres de até 60 metros espalhadas pela Amazônia, como parte do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera (LBA). O programa é um conjunto de pesquisas integradas com participação de instituições e cientistas brasileiros e estrangeiros, que busca melhorar a compreensão do funcionamento da Amazônia e do impacto das mudanças dos usos de sua terra pelo homem, além das interações entre a floresta e o clima global.

Segundo o professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (Ifusp), Paulo Artaxo, que particpa do LBA e utiliza as torres já instaladas, as de até 60 metros permitem medições num raio de até 50 quilômetros, enquanto a de 300 metros terá alcance de até 2.000 quilômetros. “Esta torre grande deve ser instalada cerca de 150 quilômetros ao norte de Manaus. Com isso, teremos um alcance para medir a atmosfera de Belém até São Gabriel da Cachoeira (AM)”, explica.

Segundo Artaxo, a torre gigante será uma estrutura triangular de aço ancorada ao solo por cabos. A contrução amazônica será a terceira do tipo no mundo, pois existem outras duas torres deste tamanho para medições atmosféricas, uma na Sibéria (Rússia) e outra em Wisconsin (EUA).

Impactos
Será realizada nos dias 24 e 25 de março, em Lima, Peru, a Cúpula Latino-americana sobre Mudanças Climáticas e seus impactos aos Povos Indígenas, evento convocado pelo Enlace Continental de Mulheres Indígenas, da região sul-americana, e pelo Conselho Indígena da América Central (CICA).O objetivo do encontro é compartilhar e elaborar propostas representativas que contribuam com a prevenção dos efeitos negativos das mudanças climáticas, recuperando e valorizando a cosmovisão e os conhecimentos dos povos indígenas.Os temas abordados serão: os avanços na aplicação dos convênios das Nações Unidas e o Protocolo de Kyoto; impactos das Mudanças Climáticas aos povos indígenas e estratégias para sua mitigação; desenvolvimento sustentável e os povos indígenas; soberania alimentar nos povos indígenas; vida e saúde dos índios; aportes das mulheres indígenas ao impacto das mudanças climáticas e os impactos das mudanças climáticas às novas gerações.