domingo, 29 de maio de 2011

Inseto também é conhecido por comer cobras (Foto: Shin-ya Ohba)

O inseto surpreendeu ao ser visto com tartaruga (Foto: Shin-ya Ohba)


Inseto é fotografado comendo filhote de tartaruga no Japão
Uma barata d'água foi fotografada comendo um filhote de tartaruga no Japão, no que foi considerada uma inversão pouco comum de papéis predatórios. Grandes insetos da subfamília Lethocerinae são conhecidos por caçar pequenos vertebrados, incluindo peixes e sapos. Mas uma espécie particular já era conhecida por comer filhotes de cobras – e, agora, ficou comprovado que se alimenta até de tartarugas.O pesquisador Shin-ya Ohba registrou o comportamento pouco comum durante uma coleta de amostras durante a noite na província de Hyogo, no centro-sul do Japão. Em um texto publicado na revista científica Entomological Science, Ohba descreve a sua observação de um Kirkaldyia deyrolli comendo um filhote de tartaruga em um fosso próximo a uma plantação de arroz. Usando as suas patas dianteiras, a barata d'água agarrou a tartaruga, enfiando o seu bico semelhante a uma seringa no pescoço da presa para poder se alimentar. Anteriormente, Ohba já havia fotografado estes insetos comendo cobras. "Todo mundo pensa que os insetos da subfamília Lethocerinae vivem de peixes e sapos. Embora comer tartarugas e cobras seja raro em condições naturais, (esta evidência) surpreende os naturalistas (por mostrar) hábitos alimentares vorazes", diz.

Espécie ameaçada
Os Kirkaldyia deyrolli são nativos do Japão, onde são encontrados vivendo em plantações de arroz, se alimentando principalmente de pequenos peixes e sapos. A espécie é considerada ameaçada pela Agência Ambiental Japonesa depois de reduções significativas em sua população nos últimos 40 anos, supostamente devido à perda de habitat e à poluição da água. As baratas d'água são os maiores exemplares dos insetos da ordem Hemiptera. Os integrantes da subfamília Lethocerinae são encontrados em lagoas de água fresca, lagos e córregos de baixa velocidade, além de rios nas Américas do Norte e do Sul e no leste da Ásia. Algumas espécies do gênero Lethocerus podem atingir até 15 cm de comprimento, têm hábitos noturnos e podem voar, aproveitando a luz da lua cheia para migrar. Ocasionalmente, estes insetos picam seres humanos.

domingo, 15 de maio de 2011

Preparando a farofa de içá



Içá na culinária indígena
(Fonte das informações: Wikipédia e fórum de jogos UOL)

Farofa de içá é uma iguaria feita com a parte inferior do abdome da tanajura (a fêmea da formiga saúva) que possui cerca de 30% de gordura e 15% de proteína. Como "rainha do sauveiro" ela pode viver mais de 14 anos.
O consumo de içá vem da cultura indígena e nos dias atuais é um hábito da região do Vale do Paraíba, típico da comida caipira do interior de São Paulo.O escritor Monteiro Lobato, foi um grande apreciador da iguaria, chamando-a de "caviar da gente taubateana".
O gosto da içá pode remeter ao sabor do camarão. O alimento é apreciado até hoje pelos índios e por caboclos de zonas rurais brasileiras. As içás (Atta cephalotes) são bastante protéicas (44%) em comparação com as carnes de frango (20%) e de boi (23%). Outras formigas como a Atta sexdens, Atta laevigata, Atta bisphaerica, Atta opacipes e Atta capiguara também podem ser consumidas.

O modo de preparo não é muito diferente de outros pratos: em geral, a içá é torrada com óleo e sal como se faz com o amendoim. Outra forma é separar as extremidades (pernas e cabeça) e misturar o abdômen (que concentra mais carne) com alho e farinha de mandioca e fazer uma paçoca. Ainda há os que colocam içás ou tanajuras em garrafas de pinga para dar à cachaça um alegado gosto de mel.

domingo, 8 de maio de 2011

Foto: Anderson Dezan, enviado especial a Marabá (PA)

Atarkwyti recebendo o carinho de três filhos

Foto: Anderson Dezan, enviado especial a Marabá (PA)
Jonprymanpeti com a filha e o marido

Foto: Anderson Dezan, enviado especial a Marabá (PA)
Tutaki cercada por alguns filhos e netos



HOMENAGEM DA URSA AO DIA DAS MÃES:

Em aldeia indígena, mães convivem com as tradições e o novo
Índias Parkatejê amamentam os filhos até os cinco anose querem ser mães de advogados e médicos
(Anderson Dezan, enviado especial a Marabá (PA) - Fonte: site Delas Comportamento )

Atarkwyti já nasceu comprometida com seu marido. Aos nove anos, ficou noiva. No ano seguinte, se casou. E aos 13 anos, teve o primeiro de seus seis filhos. A vida precoce, que pode causar espanto em muitas pessoas, para ela é tida como normal. Atarkwyti faz parte da comunidade indígena Parkatejê, que vive em uma aldeia no município de Bom Jesus de Tocantins, no sudeste do Estado do Pará.

“Na época, não sabia direito o que estava acontecendo e tive que me acostumar. Hoje, graças a Deus, sou feliz. Estou com meu marido que eu amo e tenho meus filhos”, diz a mulher de 28 anos. Sorridente, ela fala português claramente, assim como a maior parte dos integrantes mais jovens da comunidade.
Criar os filhos em uma aldeia com mais de 62 mil hectares de terra provavelmente seria uma dor de cabeça para muitas mães urbanas. A possibilidade de seus filhos se machucarem e se perderem, por exemplo, são preocupações comuns a brasileiras que vivem em espaços muito mais confinados. Para Atarkwyti, no entanto, isso não é um problema. Pelo contrário.
Segundo ela, a principal diferença de criar os filhos em uma aldeia indígena e não em uma cidade é não ter que se preocupar com a segurança das crianças. A aldeia é considerada um local seguro e tranquilo. “Aqui não tem perigo algum. Eles ficam livres e à vontade. Índio é assim, desde criança já sabe se cuidar sozinho”, conta.
Mãe de seis filhos e avó de tantos netos que já perdeu a conta, Tutaki se mostra mais precavida. “A aldeia é segura, mas eu não deixava meus filhos irem para muito longe. Eles podiam cair e quebrar o braço ou algum bicho podia mordê-los”, relembra a avó, que não sabe a própria idade – fato comum entre os mais velhos da aldeia. “Não sei quantos anos tenho porque nasci no mato”, relata.

Alimentação e tradições
Cercados pela floresta Amazônica, os índios Parkatejê possuem uma alimentação repleta de frutas e legumes. Cupuaçu, açaí, inhame, aipim, batata, abóbora e castanha-do-pará estão entre os alimentos frequentemente usados na culinária local. Para as crianças, nada de papinhas compradas em supermercados. Com menos de 1 ano, elas já começam a comer os mesmos alimentos que os adultos.
“Até oito meses, só amamentamos. Após essa idade, começamos a dar os legumes e as frutas que colhemos na aldeia. Amassamos bem e damos para o bebê. O leite materno também continua e, muitas vezes, eles são amamentados até os cinco ou seis anos”, diz Atarkwyti.
Se a alimentação tradicional é rigorosamente passada das mães para os filhos, elas não encontram a mesma facilidade para repassar a cultura Parkatejê. No mundo atual, os indígenas estudam, cursam faculdade e trabalham – atividades de “kupens” (homens brancos). Manter a ligação com o mundo moderno e ao mesmo com suas tradições muitas vezes é uma tarefa difícil. Mas não impossível.
“Espero que os meus filhos busquem os dois lados. Quero que estudem e se formem para que no futuro possam proteger os tios, os pais e os avós. Mas eles também têm que valorizar a própria cultura. Não podemos deixar a tradição de nossos antepassados se perder”, avalia Atarkwyti, que coloca sua filha caçula de dois anos para dormir ao som de cantigas indígenas e incentiva os demais filhos a participarem das atividades culturais da aldeia, como danças e rituais.

Modernidade
Adolescente e mãe, Jonprymanpeti conhece de perto a dualidade tradição versus modernidade. Assim como Atarkwyti, ela também se casou cedo. A jovem, entretanto, não nasceu já prometida ao marido. Os dois se conhecem desde a infância e, no início da adolescência, começaram a namorar. Quando tinha 15 anos – e ele 16 – formalizou a união com o consentimento dos pais. Hoje, aos 18, tem uma filha de dois anos.
“Conheço o meu marido desde pequena. No início, tinha raiva dele porque ele já tinha brigado com meu irmão. Mas, com o tempo, esse sentimento foi mudando”, conta a adolescente, tímida e de voz baixa.
Pela manhã, a jovem – que mora com o marido na casa da sogra – cuida da filha e dos afazeres domésticos. À tarde, trabalha na faxina da escola onde estuda à noite. Sua vontade sempre foi ser advogada para ajudar a própria comunidade. Por considerar o sonho como algo difícil de ser alcançado, o repassou para a filha.
“Espero que ela não tenha filhos tão cedo como eu tive e que estude. Também quero passar para ela a nossa cultura. Minha sogra diz para eu falar com minha filha na nossa língua, mas não sei muitas coisas. O que sei, falo e ensino. Acho importante resgatar a tradição indígena”, diz a jovem, evangélica e fã de novelas, principalmente “O Clone” e “Insensato Coração”.
As dificuldades e inseguranças naturais às mães de primeira viagem de qualquer origem cultural também estão presentes no dia-a-dia de Jonprymanpeti. “Quando a criança adoece é muito ruim. Ela já ficou dois dias internada no hospital, chorando direto. Eu também chorava por vê-la sofrer”. Questionada se quer ter mais filhos, já que está no auge da juventude, ela é categórica. “Não agora. Criar só ela já é difícil, imagine criar outros”, avalia. As índias Parkatejê já não são mais as mesmas.

* o repórter viajou a convite da Vale

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Breu-branco
(Fonte: site Natura Ekos)

O breu-branco é uma resina de odor natural agradável e fresco, que nasce do cerne do tronco de uma árvore da Floresta Amazônica. Seu tronco é fino, em comparação ao das grandes árvores da floresta; porém, pode crescer tanto quanto elas.

A árvore expele esta resina naturalmente pelo tronco, como forma de autoproteção, quando é danificada ou picada por um inseto da mata. No princípio o breu tem cor branca e brilhante, lembrando um mineral. Com o tempo, solidifica-se, formando uma massa dura, esbranquiçada e cinzenta, ou cinza-esverdeada, bastante quebradiça e facilmente inflamável.

O breu-branco tem vários usos na região. Por exemplo, na comunidade do Iratapuru, o principal uso é como ingrediente para a calafetação de canoas. Também é usado como defumador e incenso em rituais religiosos e combustor para o fogo (para ajudar a acender o fogão a lenha, por exemplo).

Responsabilidade Socioambiental

O conhecimento tradicional associado ao breu-branco foi acessado por Natura Ekos na Comunidade do Iratapuru na RDS do Iratapuru localizada no Amapá, em Laranjal do Jari, estado do Amapá, e na Associação das Erveiras e Erveiros do Ver-o-Peso, em Belém do Pará.

O breu-branco usado nos produtos é extraído na Comunidade do Iratapuru na RDS do Iratapuru, através do manejo florestal não madeireiro certificado pelo FSC (Conselho de Manejo Florestal). A coleta do breu-branco é simples, mas saber reconhecê-lo no meio da mata é essencial. Só se encontra em mata fechada de regiões acidentadas. Existem vários tipos de breu-branco, e só quem conhece bem o identifica. Seu cheiro se espalha pela mata e nos guia até sua árvore. Ao encontrá-la, já podemos ver o reflexo claro da resina no tronco, semelhante a uma pedra bruta incrustada na madeira.

A resina pode ser retirada do tronco com as mãos ou com a ajuda de um facão, sem danificar ou prejudicar a planta, pois não é preciso tirar a casca da árvore, ou cortar galhos, nem fazer vincos. Esta resina é retirada da árvore e dela produz-se um extrato aromático.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Expedição na Amazônia revela 'peixe-onça'
(Fonte: blog Planeta & Clima)
Eric Camara | 16:24, quarta-feira, 2 março 2011

Um minúsculo peixe com pintinhas escuras é uma das mais recentes novas espécies descobertas na Amazônia. Por causa da aparência - que lembra uma onça - ele foi batizado com o nome Ix, que significa jaguar no idioma maia.
O Stenolicnus Ix é da família dos bagres, mas muito menor, cerca de 2 cm de comprimento, e foi encontrado quase no fim de uma das sete expedições do Museu Emílio Goeldi em parceria com a Universidade Federal do Pará, o grupo ambientalista Conservação Internacional (CI) na Estação Ecológica Grão Pará e o governo do Estado.
A espécie foi descrita na edição de janeiro da revista especializada Zootaxa . Os pesquisadores salientaram a dificuldade em se capturar o peixe, por causa de seu tamanho.
Ele foi literalmente peneirado no igarapé Curuá, um afluente da margem esquerda do rio Amazonas. A região faz parte da reserva ambiental considerada a maior área contígua do mundo totalmente protegida, com seus 4 milhões de hectares.
A área é tão protegida que os pesquisadores tiveram que ser deixados de helicóptero no local.
Para ambientalistas, a descoberta reforça o argumento de que é preciso proteger a Amazônia com rigor.
"Descobertas como essa nos lembram de que ainda temos muito o que aprender sobre a biodiversidade da Amazônia. A área (da reserva) abriga espécies importantes, conhecidas e ainda não descritas pela ciência, e serviços ambientais essenciais", afirmou Patricia Baião, diretora do Programa Amazônia da CI-Brasil.