domingo, 9 de março de 2008

Salvador Chindoy, xamã do Vale do Sibundoy, Colômbia, fotografado por R.E.Schultes nos anos 40 (Fonte da imagem: Xamano´s blog )

Textos Xamânicos
(
Fonte das informações)

"Nós os indios, conhecemos o silêncio. Não temos medo dele. Na verdade, para nós ele é mais poderoso do que as palavras. Nosso ancestrais foram educados nas maneiras do silêncio e eles nos transmitiram esse conhecimento. "Observa, escuta, e logo atua", nos diziam. Esta é a maneira correta de viver.
Observa os animais para ver como cuidam se seus filhotes. Observa os anciões para ver como se comportam. Observa o homem branco para ver o que querem. Sempre observa primeiro, com o coração e a mente quietos, e então aprenderás. Quanto tiveres observado o suficiente, então poderás atuar.
Com vocês, brancos, é o contrário. Vocês aprendem falando. Dão prêmios às crianças que falam mais na escola. Em suas festas, todos tratam de falar. No trabalho estão sempre tendo reuniôes nas quais todos interrompem a todos, e todos falam cinco, dez, cem vezes. E chamam isso de "resolver um problema". Quando estão numa habitação e há silêncio, ficam nervosos. Precisam preencher o espaço com sons. Então, falam compulsivamente, mesmo antes de saber o que vão dizer.
Vocês gostam de discutir. Nem sequer permitem que o outro termine uma frase. Sempre interrompem. Para nós isso é muito desrespeitoso e muito estúpido, inclusive. Se começas a falar, eu não vou te interromper. Te escutarei. Talvez deixe de escuta-lo se não gostar do que estás dizendo. Mas não vou interromper-te. Quando terminares, tomarei minha decisão sobre o que disseste, mas não te direi se não estou de acorso, a menos que seja importante. Do contrário, simplesmente ficarei calado e me afastarei. Terás dito o que preciso saber. Não há mais nada a dizer. Mas isso não é suficiente para a maioria de vocês.
Deveríamos pensar nas suas palavras como se fossem sementes. Deveriam planta-las, e permiti-las crescer em silêncio. Nossos ancestrais nos ensinaram que a terra está sempre nos falando, e que devemos ficar em silêncio para escutá-la.
Existem muitas vozes além das nossas. Muitas vozes. Só vamos escutá-las em silêncio." ("Neither Wolf nor Dog. On Forgotten Roads with an Indian Elder" - Kent Nerburn )

11 comentários:

Janaina disse...

Ai, Angela! Que texto lindo!! Será que tem como você me mandar ele por e mail? Nossa, me tocou demais. Mesmo.
Beijos!

Angela Ursa disse...

Janaina, já chegou sua resposta avisando que você recebeu o texto. Beijos! :))

As Tertulías disse...

eu também achei este texto lindíssimo... principalmente: Nossos ancestrais nos ensinaram que a terra está sempre nos falando, e que devemos ficar em silêncio para escutá-la.
Existem muitas vozes além das nossas. Muitas vozes. Só vamos escutá-las em silêncio.

que maravilha!!!!!!!

Lia Noronha disse...

Ângela: obrigada pela lembrança do meu niver...vc é uma amiga sempre atenciosa.
Bjus carinhosos pra vc e toda a sua floresta maravilhosa...diretamente do meu urbano Cotidiano.

Anônimo disse...

Foto linda, silêncio precioso!

Angela Ursa disse...

Tertulias, essas vozes que não são ouvidas pelos que destroem a natureza. Beijos da Ursa!

Angela Ursa disse...

Lia, beijos floridos para você! :))

Ana, essa foto me impressionou. Ela não fazia parte da matéria mas foi uma ilustração perfeita. Beijos da Ursa! :))

Janaina disse...

Feliz Aniversário, Angela Linda! Um beijo enooooorme, do tamanho da sua floresta linda e encantada.

Cristina Soares disse...

Puxa, vou tratar de me encerrar dentro de minha casa sem preencher o vazio !! escutar o silêncio é uma boa pedida !!!! Adorei !!

Jôka P. disse...

Não gosto de silêncio.
Sou um ser urbano viciado em esporro.

Angela Ursa disse...

Janaina, obrigada por lembrar do dia. Beijos floridos da Ursa :))

ficticia, ter alguns momentos de silêncio faz bem sim. Beijos!

Jôka, eu não gosto nem de muito barulho nem de muito silêncio. Um equilíbrio entre os dois é o ideal. Alguns momentos de silêncio me ajudam a relaxar, ou quando estou admirando uma paisagem. Beijos da Ursa :))