Índios da aldeia yawalapiti preparam beiju com moqueado (Foto: Mário Vilela/Funai)
Segundo a Funai, beiju é refeição muito comum nas comunidades indígenas brasileiras (Foto: Mário Vilela/Funai)
Culinárias Indígenas(Informações extraídas do blog Raiz Cultura )
O escritor paraense Abguar Bastos realizou uma extensa pesquisa sobre a preferência alimentar de vários grupos indígenas. Para descrever o resultado de seus estudos ele usou o termo “pantofagia”, ou seja, o ato de comer de tudo.Ele propôs uma divisão dos alimentos consumidos pelos índios em certas categorias: de resguardo, interditos, compensatórios, privativos e sagrados.Os alimentos de resguardo são aqueles incentivados ou proibidos de serem consumidos durante um período ligado a um rito de passagem. Os alimentos probidos, se forem absorvidos durante esse período, podem trazer consequências graves, tanto para a pessoa que os comeu quanto para seus parentes próximos. Entre os índios Bororo, do Mato Grosso, as mães que davam à luz não comiam carne de tatu nem de tartaruga, senão seus bebês podiam ficar raquíticos. Entre os Urubu-Kaapor, do Maranhão, as meninas que estão prestes a menstruar pela primeira vez tomam uma sopa de aipim – “para esquentar a vagina” – e apenas podem comer tartaruga-branca, os peixes mandi e aracu, e chibé (farinha seca diluída na água).Os alimentos interditos são aqueles proibidos a toda a comunidade indígena, como fêmeas grávidas ou animais considerados mágicos. Os Kaingang, do sul do Brasil, e os Rikbaktsa, do norte do Mato Grosso, não comem tamanduás. Os Kaingang dizem que são gratos ao tamanduá, que ensinou alguns cantos e danças para os índios. Entre outros exemplos: os índios Xikrin (do Pará) não comem o peixe jaú, os Karajá (do Tocantins) não comem tatu, os Tapirapé (do Mato Grosso) não comem preguiça… É comum que os índios comam a carne de macacos, mas há sempre alguma espécie que não é consumida. Geralmente o motivo é – segundo as lendas – que aquela espécie já foi um humano que se transformou em tempos passados.Alimentos recompensatórios são geralmente reservados aos homens que realizam alguma atividade muito trabalhosa. Era habitual entre os índios Bakairi, do Mato Grosso, que os homens ganhassem alimentos de todos da aldeia, antes de partirem para a caça. Entre os índios Krahò, do Tocantins, persiste um costume realizado de tempos em tempos, que fortalece a amizade entre as famílias: todos os homens saem para a mata em busca de um alimento. Quando voltam à aldeia, oferecem esse alimento a uma mulher que não seja sua própria esposa, que retribui a gentileza com uma comida preparada por ela própria. Uma espécie de troca de presentes.Os alimentos privativos são aqueles reservados a certos indivíduos ou grupos. Entre os índios Suyá, do Mato Grosso, apenas os homens podem comer os miúdos da anta. Também só os homens, entre os Rikbaktsa, comem a cabeça de macacos e porcos-do-mato.Por fim, o escritor Abguar Bastos chama alguns alimentos de “sagrados”. Ele reúne nessa categoria os alimentos que sofrem uma influência espiritual, antes de serem consumidos. Por exemplo: os pajés dos índios Marubo, do sudoeste do Amazonas, usam o canto para curar as doenças. Há casos em que esses pajés cantam sobre um pote de mingau, que depois é oferecido ao índio doente. Isso ocorre também entre os índios Baniwa, do norte do Amazonas. Durante a festa Kariana, um rito de passagem feminino, os pajés benzem e jogam fumaça sobre a comida que será consumida pelas meninas; normalmente beiju com molho de pimenta, peixe cozido e uma cabeça de peixe. Entre os índios Wanana, do alto Rio Negro – noroeste amazônico, os pajés benzem também o leite materno que é oferecido às crianças durante a cerimônia de batismo.
O escritor paraense Abguar Bastos realizou uma extensa pesquisa sobre a preferência alimentar de vários grupos indígenas. Para descrever o resultado de seus estudos ele usou o termo “pantofagia”, ou seja, o ato de comer de tudo.Ele propôs uma divisão dos alimentos consumidos pelos índios em certas categorias: de resguardo, interditos, compensatórios, privativos e sagrados.Os alimentos de resguardo são aqueles incentivados ou proibidos de serem consumidos durante um período ligado a um rito de passagem. Os alimentos probidos, se forem absorvidos durante esse período, podem trazer consequências graves, tanto para a pessoa que os comeu quanto para seus parentes próximos. Entre os índios Bororo, do Mato Grosso, as mães que davam à luz não comiam carne de tatu nem de tartaruga, senão seus bebês podiam ficar raquíticos. Entre os Urubu-Kaapor, do Maranhão, as meninas que estão prestes a menstruar pela primeira vez tomam uma sopa de aipim – “para esquentar a vagina” – e apenas podem comer tartaruga-branca, os peixes mandi e aracu, e chibé (farinha seca diluída na água).Os alimentos interditos são aqueles proibidos a toda a comunidade indígena, como fêmeas grávidas ou animais considerados mágicos. Os Kaingang, do sul do Brasil, e os Rikbaktsa, do norte do Mato Grosso, não comem tamanduás. Os Kaingang dizem que são gratos ao tamanduá, que ensinou alguns cantos e danças para os índios. Entre outros exemplos: os índios Xikrin (do Pará) não comem o peixe jaú, os Karajá (do Tocantins) não comem tatu, os Tapirapé (do Mato Grosso) não comem preguiça… É comum que os índios comam a carne de macacos, mas há sempre alguma espécie que não é consumida. Geralmente o motivo é – segundo as lendas – que aquela espécie já foi um humano que se transformou em tempos passados.Alimentos recompensatórios são geralmente reservados aos homens que realizam alguma atividade muito trabalhosa. Era habitual entre os índios Bakairi, do Mato Grosso, que os homens ganhassem alimentos de todos da aldeia, antes de partirem para a caça. Entre os índios Krahò, do Tocantins, persiste um costume realizado de tempos em tempos, que fortalece a amizade entre as famílias: todos os homens saem para a mata em busca de um alimento. Quando voltam à aldeia, oferecem esse alimento a uma mulher que não seja sua própria esposa, que retribui a gentileza com uma comida preparada por ela própria. Uma espécie de troca de presentes.Os alimentos privativos são aqueles reservados a certos indivíduos ou grupos. Entre os índios Suyá, do Mato Grosso, apenas os homens podem comer os miúdos da anta. Também só os homens, entre os Rikbaktsa, comem a cabeça de macacos e porcos-do-mato.Por fim, o escritor Abguar Bastos chama alguns alimentos de “sagrados”. Ele reúne nessa categoria os alimentos que sofrem uma influência espiritual, antes de serem consumidos. Por exemplo: os pajés dos índios Marubo, do sudoeste do Amazonas, usam o canto para curar as doenças. Há casos em que esses pajés cantam sobre um pote de mingau, que depois é oferecido ao índio doente. Isso ocorre também entre os índios Baniwa, do norte do Amazonas. Durante a festa Kariana, um rito de passagem feminino, os pajés benzem e jogam fumaça sobre a comida que será consumida pelas meninas; normalmente beiju com molho de pimenta, peixe cozido e uma cabeça de peixe. Entre os índios Wanana, do alto Rio Negro – noroeste amazônico, os pajés benzem também o leite materno que é oferecido às crianças durante a cerimônia de batismo.
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Ingredientes
- 100g de goma de mandioca peneirada
- 1 peixe pequeno de sua preferência
- pimenta a gosto
- sal a gosto
Modo de fazer
Coloque a goma em uma panela e leve a panela ao fogo para fazer o beiju. Asse o peixe para fazer o moqueado misturando-o com bastante pimenta e um pouco de sal (os índios socam o tempero em um pilão). O moqueado é o recheio do beiju
5 comentários:
Uhmm... deve ser gostoso... fica tipo uma tapioca né?
Beijos!!
Minha querida Angela: primeiramente quero expressar minha alegria em recebê-la nesta minha pequena oca virtual. Tee você por perto significa um grande presente que vem de ñanderu. Grata pela leitura do poema Manifesto e pelo carinho. Saudades muitas, Grauninha
PS: teu blog é um dos meus favoritos. Uma floreste super encantada. Paz em Ñanderu.
Ursa essa imagem abriu o paetite,faz elmbrara tapioca.Beijos floridos.
parec bem gostoso. Me lembrei também de uma tapioquinha!!!!!
Janaina (do Alfarrábio), eu adoro tapioca! Acho que faz parte do meu lado indígena ;)) Beijos!
Graça, muito carinho da Ursa para você! Obrigada pelas suas doces palavras. Beijos!!
Janaina, tapioca é uma delícia mesmo!! Beijos floridos :))
Ricardo, então você é mais um fã da tapioca. Beijos carinhosos! :))
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