Na cozinha com os índios
Descubra como povos indígenas do Amazonas preparam as suas refeições!
Que tal se o almoço hoje for quinhapira de tucunaré e a sobremesa, doce de cubiu? Não sabe que pratos são esses? Pois eis aí dois tipos de comida preparados por povos indígenas da região do Alto Rio Negro, que fica no Amazonas, na fronteira entre Brasil, Colômbia e Venezuela. Nesse local, vivem 21 grupos indígenas, cada um com língua, costumes e ritos próprios. Mais do que fonte de energia, os alimentos são parte da sua cultura. Então, vamos conhecer melhor a sua culinária?!
À caçada!
Em geral, os índios têm uma alimentação variada e equilibrada. A carne – seja de peixe ou de caça – é a sua principal fonte de proteínas. Os indígenas do Alto Rio Negro, por exemplo, costumam caçar a paca, a capivara e o caititu – animal conhecido também como porco-do-mato –, além de macacos e aves como o mutum. Já os xavantes, que vivem no centro-oeste brasileiro, em pleno cerrado, apreciam bastante a ema e outros animais desse bioma.
“A alimentação depende do ambiente onde o índio se encontra, e é por isso que povos indígenas diferentes possuem técnicas de caça e pesca diferentes”, explica a médica e antropóloga Luiza Garnelo, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, uma das autoras do livro Comidas tradicionais indígenas do Alto Rio Negro.
Mandioca para acompanhar
Faz parte ainda da alimentação indígena uma raiz que você deve conhecer: a mandioca! Ela pode ser consumida na forma de farinha ou como o principal ingrediente de uma receita pra lá de especial: o beiju! Massa feita de mandioca, geralmente servida em forma de disco, como acompanhamento nas refeições.
De pimenta a frutas
Na alimentação indígena também não faltam pimentas e frutas. Além de servir de tempero para diversos pratos, a pimenta é uma importante fonte de vitaminas e fibras para os índios. Como ela, as frutas também têm destaque na alimentação. No Alto Rio Negro, as mais consumidas são o açaí, o patuá, a pupunha, a bacaba, a banana, o abacaxi e outras frutas típicas da Amazônia, como o cubiu. Outro vegetal bastante utilizado é o caruru, erva daninha comestível que cresce nas roças de mandioca.
Os índios têm um jeito próprio de preparar os alimentos, que podem ser cozidos, assados ou defumados (ou moqueados). As frituras não têm muito espaço no cardápio. Para cozinhar, é usado um fogão feito com pedaços de madeira da roça.
Pelo menos duas vezes ao dia, as mulheres indígenas se reúnem para compartilhar seus alimentos com os outros habitantes da aldeia. Funciona assim: cada uma leva a comida feita na sua casa. As pessoas sentam-se em um grande salão e esperam com o prato na mão, enquanto os jovens da comunidade passam distribuindo a comida. “É uma demonstração de união e solidariedade, além de ser uma forma de garantir que todos possam comer daquela comida”, conta Luiza. Bacana, não?
Tradição que tem sido perdida
Mas, apesar de rituais como esse, algo preocupante está acontecendo com os índios que migram para as cidades: a substituição das comidas tradicionais por alimentos industrializados. Segundo Luiza, produtos como óleos para frituras e refrigerantes já foram incorporados à alimentação dos indígenas que vivem em áreas urbanas, o que faz com que muitas crianças fiquem afastadas da culinária das aldeias.
Por isso, aí vai um convite! Que tal ajudar a manter vivas as tradições indígenas? A CHC On-line separou uma receita deliciosa de mingau de banana madura, que você pode fazer aí na sua casa, com a ajuda de um adulto. Clique aqui e confira!
2 comentários:
Paca, capivara nunca comi. Mas adoooro tucunaré. :)
Janaina, eu ainda não experimentei o tucunaré. Beijos!!
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