domingo, 30 de outubro de 2005

Homenagem ao aniversário de 336 anos de Manaus-AM (23 de outubro)
BOI BUMBÁ (Fonte)
A festa do Bumba-meu-boi ou Boi-bumbá tem suas origem no Nordeste do país, mas disseminou-se por quase todos os estados da Amazônia, em especial o Amazonas, visitado anualmente por milhares de turistas que vão para conhecer o famoso Festival Folclórico de Parintins, realizado desde 1913.
Na maioria das versões de boi-bumbá existentes em cada Estado, o enredo encenado é geralmente o mesmo. O tripa do boi é uma das peças mais importantes da brincadeira. É o homem que dança embaixo da “carcaça” do boi. O som fica por conta das toadas, com batuques de tambores, repiques, caixinhas e surdos. Esse é o boi em sua forma, digamos, mais original, que em muitas localidades da Amazônia ainda é reproduzido de forma eminentemente folclórica. Tanto que para muitos, esse boi original e primitivo em pouco ou nada se assemelha à grandiosa festa dos bois de Parintins, realizada no mês de julho, a cerca de 400 Km de Manaus, no Amazonas.
Garantido e Caprichoso
O imaginário indígena e figuras mitológicas como pajés e feiticeiros foram incorporados às tradições do boi. Por isso, durante o Festival Folclórico de Parintins, a cidade é chamada de “ilha Tupinambarana”. As cores vermelho e azul, que representam respectivamente os bois Garantido e Caprichoso, tomam conta do bumbódromo, espécie de arena construída especialmente para a realização da festa que acontece de 28 a 30 de julho.
Enredo
As apresentações dos bois em Parintins desenvolvem-se de acordo com um enredo que conta a história do negro Francisco, funcionário de uma fazenda e cuja mulher, Catirina, estava grávida. O estado “interessante” da mulher causou-lhe o desejo de comer a língua do boi mais estimado pelo dono da fazenda. Para que o filho não nascesse com cara de língua de boi, o jeito foi satisfazer o desejo da mulher.
Então, segundo o enredo, Francisco mata o boi preferido do patrão. O amo descobre e manda os índios caçarem Pai Francisco, que busca um pajé para fazer ressuscitar o boi. O boi renasce e tudo vira uma grande festa.
Para desenvolver o tema, cada boi leva cerca de 3 horas. São verdadeiros espetáculos de luzes e cores incluindo show pirotécnico nas aberturas de cada apresentação. Os bonecos gigantescos representando cada personagem da trama são um show à parte.
Cada uma das agremiações leva ao bumbódromo cerca de 5 mil brincantes a cada ano. Cerca de 35.000 pessoas prestigiam o espetáculo anualmente.
Curiosidades
A explicação mais corrente para a origem dos nomes dos bois Garantido e Caprichoso remonta a um amor proibido que o poeta Emídio Vieira teria cultivado pela mulher do repentista Lindolfo Monteverde. Ambos apresentavam seus bois todos os anos.
Como não podia ter a mulher de Monteverde, Emídio lançou o desafio: "Se cuide que este ano eu vou caprichar no meu boi". Ao que o repentista respondeu: "Pois capriche no seu que eu garanto o meu". A rivalidade cresceu entre os dois e, a cada ano, um queria ser melhor do que o outro. Os outros grupos de apresentação de bois foram ficando pelo caminho e apenas os Garantido de Monteverde e o Caprichoso de Vieira chegaram aos nossos dias.
Por falar em rivalidade, essa é uma das principais características da festa dos bois de Parintins. Apesar do respeito que é regra no bumbódromo onde as torcidas jamais devem vaiar a apresentação do boi adversário, há algumas nuances que demonstram a rivalidade das torcidas. Quando um torcedor do Garantido quer se referir ao Caprichoso, por exemplo, ele jamais menciona o nome do adversário, diz apenas “o contrário”. E vice-versa. Os músicos que tocam no Caprichoso formam a Marujada, enquanto os do Garantido são a Batucada. E por aí vai.
O fato é que, seja Garantido ou Caprichoso, ambos representam uma das maiores manifestações folclóricas de nosso povo.

2 comentários:

Anônimo disse...

É uma festa mesmo linda.
Beijos, :).

Angela Ursa disse...

nanbiquara, eu queria poder, um dia, assistir essa festa ao vivo. Beijos!