São Gabriel da Cachoeira, na margem do Rio Negro (Foto: site pessoal de Gabriel, março/2002, publicada no Novo Milênio)
Línguas indígenas são oficializadas no Amazonas (Fonte: Jornal da Ciência)
O município amazonense de São Gabriel da Cachoeira, o maior do país, será o primeiro a oficializar a prática das línguas indígenas tucano, nheengatu e baniua nos meios de comunicação, serviços públicos, escolas, placas de sinalização, comércio e serviços bancários A adoção dos idiomas está na Lei Municipal nº 145, de 2002.Para regulamentar a lei, as entidades indígenas do município, Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Lingüística (Ipol), Instituto Socioambiental, Câmara de Vereadores, Secretaria de Educação do Amazonas, Fundação Nacional do Índio (Funai) e Universidade Federal do Amazonas (Ufam), entre outras instituições, realizam na cidade o seminário Política Lingüística, Gestão do Conhecimento e Tradução Cultural, na maloca da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), de domingo, dia 23, até quarta-feira, 26. De acordo com o diretor do Ipol, Gilvan Müller de Oliveira, a regulamentação da lei determinará como os serviços públicos e privados devem ser oferecidos nas línguas indígenas.Haverá mudanças em todas as áreas, especialmente nos serviços públicos municipais. O cumprimento da lei não será difícil, segundo Müller, pois 97% dos 45 mil habitantes do município são indígenas.A iniciativa de São Gabriel da Cachoeira, na avaliação do diretor do Ipol, indica que no Brasil o caminho da oficialização das línguas indígenas deve se expandir além do âmbito municipal.O país tem cerca de 200 línguas, a maioria falada em um município ou região, nunca na área total do estado.Com a aprovação da lei, o curso de magistério para 315 professores indígenas de 14 povos, iniciado em 2006, já é ministrado nas três línguas e em português.Em julho próximo, terá início o primeiro curso de graduação da futura Universidade dos Povos Indígenas.O curso de licenciatura em política educacional e desenvolvimento comunitário será oferecido pela Ufam em parceria com o Ipol e a Foirn.Será o primeiro de uma universidade pública, nas aldeias, ministrado em línguas indígenas, com o português como língua auxiliar. As aulas serão ministradas em Cucuí, no Rio Negro; Taracuá, no Rio Uaupés; e Tunuí ou Assunção, no Rio Içana.Município com 112 mil km², São Gabriel da Cachoeira tem área maior que Portugal. No Brasil, supera estados como Pernambuco, Espírito Santo, Santa Catarina, Alagoas, Sergipe e Paraíba. Faz divisa com Venezuela e Colômbia. Caracteriza-se pelo plurilingüísmo: tem 25 línguas indígenas de cinco troncos. A maioria dos povos fala, além da sua língua materna, o tucano, o nheengatu e o baniua.Dados do Censo Escolar de 2005 indicam que o município tem dez mil alunos indígenas em classes da educação infantil ao ensino médio, 208 escolas e 640 professores, todos indígenas. (Ionice Lorenzoni, Assessoria de Comunicação do MEC)
sexta-feira, 28 de abril de 2006
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Um comentário:
Oi, amiga.
Mesmo tão devagarinho, acho que ainda há tempo... É só não parar!
Beijos. :)
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