segunda-feira, 31 de maio de 2010

Cerimônia de casamento coletivo de 100 casais indígenas na aldeia de Sassoró em Tacuru (MS). Fonte da imagem: G1

Município do MS adota o guarani como língua oficial
(31 de maio de 2010 - VENILSON FERREIRA - Agência Estado )

O município de Tacuru (MS), situado a 416 km ao sul de Campo Grande, é o segundo município brasileiro a adotar um idioma indígena como língua oficial. Com a sanção do Projeto de lei em 24 de maio, oficializando a língua guarani, os serviços públicos básicos na área de saúde e as campanhas de prevenção de doenças neste município devem, a partir de agora, prestar informações em guarani e em português.

Ainda de acordo com a nova lei, a Prefeitura de Tacuru se compromete a apoiar e a incentivar o ensino da língua guarani nas escolas e nos meios de comunicação do município. É estabelecido também que nenhuma pessoa poderá ser discriminada em razão da língua oficial que faça uso e o respeito e a valorização às variedades do guarani, como o kaiowá, o ñandeva e o mbya.

O Ministério Público Federal do Mato Grosso do Sul (MPF-MS) elogia a aprovação da medida e argumenta que "o Brasil é multiétnico e que o português não pode ser considerado a única língua utilizada no País". Segundo os procuradores, o Brasil é signatário do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, que determina que, nos Estados em que haja minorias étnicas ou linguísticas, pessoas pertencentes a esses grupos não poderão ser privadas de usar sua própria língua.

A Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) determina que, durante procedimentos legais, deverão ser adotadas medidas para garantir que os membros das minorias étnicas possam compreender e se fazer compreender em procedimentos legais, facilitando para eles, se for necessário, intérpretes ou outros meios eficazes.

Os procuradores lembram que no dia 4 de maio deste ano, durante o júri dos acusados de assassinar o cacique guarani Marco Verón, morto a pauladas em Juti (MS), em 2003, a juíza acatou o pedido da defesa para impedir que indígenas se expressassem em guarani, por meio de um intérprete. "O pedido da defesa foi contrário à Constituição Federal e à Declaração Universal dos Direitos Humanos e, por isso, o MPF abandonou o plenário. Novo júri foi marcado para fevereiro de 2011."

O primeiro município do Brasil a adotar idioma indígena como língua oficial, além do português, foi São Gabriel da Cacheira, localizado no extremo norte do Amazonas. Além do português, São Gabriel tem três línguas indígenas oficiais (Nheengatu, Tukano e Baniwa). Em Paranhos, também em Mato Grosso do Sul, tramita um projeto de lei semelhante ao aprovado em Tacuru, que propõe a oficialização do idioma guarani como segunda língua do município.

sábado, 29 de maio de 2010


Proteção das Terras Guarani garante a preservação da Mata Atlântica
(Por Bianca Pyl, para a Comissão Pró-Índio de São Paulo (CPI-SP) - Fonte: Lista de Literatura Indígena)

Na semana em que as atenções se voltam para a Mata Atlântica, devido ao Dia Nacional desse bioma - comemorado em 27 de maio, é impossível esquecer dos Guarani, um povo indígena que luta pela preservação da mata, da qual depende diretamente para manter seu modo de vida. “O povo Guarani sempre foi o mais interessado em preservar a Mata Atlântica e continua sendo o que mais preserva porque não estamos preservando somente a mata, estamos preservando a nossa cultura. Onde ainda tem um restinho dessa mata é porque ali vive o povo Guarani”, define Antônio Carvalho, o Werá Kwaray, da aldeia Boa Esperança, no município de Aracruz (ES).

Os Guarani constituem a maior população indígena em área da Mata Atlântica. Cerca de 90% das 120 terras Guarani situadas nas regiões Sul e Sudeste estão localizadas em meio a esse bioma. Isso não é por acaso, o bioma é o local privilegiado para sua cosmologia e para a constituição do tekoa, conceito que diz respeito à realização do seu modo de ser. “Para nós, povo Guarani, é a natureza que foi preservada, nós entendemos que ela é um espaço muito importante para o povo Guarani. E também para o povo Guarani ela é bastante sagrada, ela precisa ser preservada. Nós entendemos que ela não é importante só para o povo Guarani, por isso ela deve ser preservada, não só pelo Guarani, mas pela sociedade branca, o próprio governo precisa fazer com que essas áreas não seja destruída", relata Maurício da Silva Gonçalves, da aldeia Estiva, em Diamante (RS).

As principais causas do processo da destruição da Mata Atlântica - a expansão da fronteira agropecuária, os grandes empreendimentos de infraestrutura, o crescimento das cidades e a exploração não sustentável das florestas - são também as principais ameaças aos direitos territoriais dos Guarani. Não é coincidência que o Estado de Santa Catarina - segundo colocado entre os estados campeões em desmatamento no período de 2005 a 2008 segundo o "Atlas da Mata Atlântica" da Fundação SOS Mata Atlântica - é também uma das regiões onde as disputas envolvendo as terras Guarani são mais acirradas.

A destruição da mata e o confinamento em áreas diminutas também ameaça a seguridade alimentar dos Guarani que dependem dos recursos da floresta para garantir a sua subsistência. Além disso, os índios estão entre as populações mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas decorrentes do desmatamento da floresta e o aumento das emissões de gases do efeito estufa.

Os Guarani estão conscientes e preocupados com tal situação, como coloca Santiago Karaí Ryapua, líder Guarani da Aldeia Lomba do Pinheiro, localizada em Porto Alegre (RS). “Os mais velhos sentem muita falta, sempre no Rio Grande do Sul temos uma reunião de Guarani e sempre os pajés começam a falar como era antes e até hoje, é muito difícil não existe mais mato, espaço livre para nós poder fazer, sentir como Guarani, sentir como Mbya. Não tem mais condições hoje em dia. Por isso há muita dificuldade. Os mais velhos sempre fala, a mata é sagrada, que o nosso Nhanderu deixou para nós, para nós cuidar. Mas o branco não respeita e não conhece o valor que tem essa mata, o rio, ele não conhece, para nos Mbya é uma tristeza que a gente passa no dia-a-dia", lamenta.

Proteção do meio ambiente e dos direitos indígenas: horizonte comum

Sérgio Macena, da aldeia Ribeirão Silveira (SP), conta que aguarda ansioso pela efetivação de uma Unidade de Conservação (UC) próxima à aldeia. “Sendo (a área) uma Unidade de Conservação é mais fácil para gente porque sabemos que não haverá mais desmatamento, é preciso que os órgãos responsáveis atuem e nos ajudem na conservação da mata, tão importante para a nossa sobrevivência”.

A aldeia onde Sérgio mora está localizada entre os municípios de Bertioga, São Sebastião e Salesópolis. A unidade de conservação que se pretende criar tem mais de 8 mil hectares e fica no trecho mais preservado de Mata Atlântica no litoral paulista. A área de planície, que faz conexão com o Parque Estadual da Serra do Mar, abriga rica diversidade de ambientes: dunas, praias, rios, florestas, mangues e uma variada vegetação de restinga, nos quais vivem animais raros e ameaçados de extinção, de acordo com a Organização Não-Governamental (Ong) WWF-Brasil.
O “Diagnóstico Socioambiental para Criação de Unidades de Conservação Polígono Bertioga”, encomendado pela WWF-Brasil para embasar a etapa de consultas públicas, reconhece a importância da presença dos Guarani: “As Terras Indígenas (TI) do Povo Guarani, aldeia do Ribeirão Silveira, cumpre importante papel na manutenção da cultura local e do uso diferenciado do território”. O mesmo documento aponta que “embora esta população tenha suas terras demarcadas e vivam da agricultura de subsistência são enormes as dificuldades por eles encontradas, pois, entre outros pontos críticos, as áreas oficiais que foram demarcadas como Território Indígena não têm grande valor para a prática da agricultura tradicional. Em vista disso, eles hoje ocupam uma área particular, e lutam há vários anos na justiça pela remarcação e ampliação dos limites de seu território”.

Para Sérgio a área onde vivem continuará preservada, se os direitos ambientais e territoriais forem respeitados. “Nossa área vai continuar preservada porque, hoje no Brasil a gente vê, onde existe comunidade indígena, tem preservação da mata centenária e original. Nós temos uma educação de desde que Deus criou a gente, sempre respeitamos a natureza, porque a natureza é tudo. Mas tem muito hotel e condomínio de luxo perto da gente e temos que ficar de olho para nada mais ser construído”, alerta.

A proteção do meio ambiente e a dos direitos territoriais indígenas, além de terem sido consagrados na Constituição Federal, possuem um horizonte comum. Na opinião de Lúcia Andrade, coordenadora da Comissão Pró-Índio de São Paulo, a demarcação das terras indígenas deveria ser percebida como uma estratégia de proteção da Mata Atlântica complementar à criação e consolidação das unidades de conservação e ao fortalecimento do arcabouço legal que protege a vegetação nativa.

Nessa perspectiva, lembramos as diversas situações, em que os Guarani, ao defenderem seus direitos, contribuíram para impedir danos ao bioma. É possível encontrar uma série de exemplos de casos em que a presença dos Guarani em determinada área impediu o desenvolvimento de projetos que acarretariam sérios impactos ambientais. Esse foi o caso dos índios da Aldeia Rio Branco, de Itanhaém (SP) que conseguiram na década de 1990 o adiamento por tempo indeterminado das barragens nos rios Capivari e Monos. Os Guarani também participam da campanha que busca impedir a construção da Hidroelétrica de Tijuco Alto no Rio Ribeira de Iguapé, na região do Vale do Ribeira (SP). Exemplo mais recente (2008) foram os esforços para impedir a do complexo portuário Porto Brasil, da empresa LLX, no município de Peruíbe, litoral sul de São Paulo, que afetaria a TI Piaçaguera.

Terras ameaçadas

A maior dificuldade dos Guarani se encontra justamente no fato de não terem suas terras reconhecidas e homologadas, como garante a Constituição Federal. Esse é o caso das terras de Santigo Karaí Ryapua, que vive com 27 famílias em uma área de 10 hectares não regularizada em Porto Alegre (RS), e de muitos outros Guarani.

O estudo “Terras Guarani no Sul e Sudeste”, elaborado pela Comissão Pró-Índio de São Paulo, revela que 80% dos territórios Guarani localizados no Sul e no Sudeste ainda não foram regularizados ou se encontram regularizados com pendências. Apenas 32 TIs encontram-se homologadas.

Os dados não deixam dúvidas: do total de 74 Terras Indígenas (TIs) homologadas pelo governo federal do início de 2003 até outubro de 2009, apenas três contemplam o povo Guarani. O número inexpressivo de terras contrasta com o número de pessoas que compõem essa que é uma das maiores populações indígenas do país: 55 mil 302 índios de acordo com a Funasa.

A incapacidade do governo em garantir as demarcações e as disputas envolvendo as terras Guarani e geram uma situação de insegurança que ameaça a sustentabilidade física e cultural desse povo e o coloca em situação de extrema vulnerabilidade.

terça-feira, 25 de maio de 2010

(capa do livro Pataxó Hã hã hãe)

Conheça o blog
Aldeia Brasil Indígena - Cultura Indígena Contemporânea - Etnomídia Indígena Colaborativa

domingo, 23 de maio de 2010


sexta-feira, 21 de maio de 2010

O cubiu é uma fruta típica da Amazônia

Na cozinha com os índios
Descubra como povos indígenas do Amazonas preparam as suas refeições!
(Por: Camilla Muniz, Instituto Ciência Hoje/RJ)

Que tal se o almoço hoje for quinhapira de tucunaré e a sobremesa, doce de cubiu? Não sabe que pratos são esses? Pois eis aí dois tipos de comida preparados por povos indígenas da região do Alto Rio Negro, que fica no Amazonas, na fronteira entre Brasil, Colômbia e Venezuela. Nesse local, vivem 21 grupos indígenas, cada um com língua, costumes e ritos próprios. Mais do que fonte de energia, os alimentos são parte da sua cultura. Então, vamos conhecer melhor a sua culinária?!

À caçada!
Em geral, os índios têm uma alimentação variada e equilibrada. A carne – seja de peixe ou de caça – é a sua principal fonte de proteínas. Os indígenas do Alto Rio Negro, por exemplo, costumam caçar a paca, a capivara e o caititu – animal conhecido também como porco-do-mato –, além de macacos e aves como o mutum. Já os xavantes, que vivem no centro-oeste brasileiro, em pleno cerrado, apreciam bastante a ema e outros animais desse bioma.
“A alimentação depende do ambiente onde o índio se encontra, e é por isso que povos indígenas diferentes possuem técnicas de caça e pesca diferentes”, explica a médica e antropóloga Luiza Garnelo, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, uma das autoras do livro Comidas tradicionais indígenas do Alto Rio Negro.

Mandioca para acompanhar
Faz parte ainda da alimentação indígena uma raiz que você deve conhecer: a mandioca! Ela pode ser consumida na forma de farinha ou como o principal ingrediente de uma receita pra lá de especial: o beiju! Massa feita de mandioca, geralmente servida em forma de disco, como acompanhamento nas refeições.

De pimenta a frutas
Na alimentação indígena também não faltam pimentas e frutas. Além de servir de tempero para diversos pratos, a pimenta é uma importante fonte de vitaminas e fibras para os índios. Como ela, as frutas também têm destaque na alimentação. No Alto Rio Negro, as mais consumidas são o açaí, o patuá, a pupunha, a bacaba, a banana, o abacaxi e outras frutas típicas da Amazônia, como o cubiu. Outro vegetal bastante utilizado é o caruru, erva daninha comestível que cresce nas roças de mandioca.
Os índios têm um jeito próprio de preparar os alimentos, que podem ser cozidos, assados ou defumados (ou moqueados). As frituras não têm muito espaço no cardápio. Para cozinhar, é usado um fogão feito com pedaços de madeira da roça.
Pelo menos duas vezes ao dia, as mulheres indígenas se reúnem para compartilhar seus alimentos com os outros habitantes da aldeia. Funciona assim: cada uma leva a comida feita na sua casa. As pessoas sentam-se em um grande salão e esperam com o prato na mão, enquanto os jovens da comunidade passam distribuindo a comida. “É uma demonstração de união e solidariedade, além de ser uma forma de garantir que todos possam comer daquela comida”, conta Luiza. Bacana, não?

Tradição que tem sido perdida
Mas, apesar de rituais como esse, algo preocupante está acontecendo com os índios que migram para as cidades: a substituição das comidas tradicionais por alimentos industrializados. Segundo Luiza, produtos como óleos para frituras e refrigerantes já foram incorporados à alimentação dos indígenas que vivem em áreas urbanas, o que faz com que muitas crianças fiquem afastadas da culinária das aldeias.
Por isso, aí vai um convite! Que tal ajudar a manter vivas as tradições indígenas? A CHC On-line separou uma receita deliciosa de mingau de banana madura, que você pode fazer aí na sua casa, com a ajuda de um adulto. Clique aqui e confira!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Evento da Rede GRUMIN de Mulheres Indígenas no Rio de Janeiro (Clique na imagem para ampliar): "Construindo Novos Horizontes" - Dia 27/05/2010

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Índios Pankararu
da Comunidade Real Parque de São Paulo-SP

gravado por índios:
Pankararu
local: São Paulo
(Mais informações no site Iandé)

Os índios Pankararu vivem no sertão do estado de Pernambuco e em diversos locais da cidade de São Paulo, para onde migraram a partir da década de 40. Mesmo na metrópole de São Paulo, continuam a praticar as cerimônias para os Encantados, entidades a quem depositam confiança e fé e que auxiliam os índios no campo espiritual.

A seguir está um fragmento do texto de apresentação do CD:
"As músicas Pankararu são denominadas de toantes e torés. A diferença entre essas duas modalidades musicais é que a primeira tem caráter sagrado e serve para evocar a presença dos Encantados nos rituais. Quanto aos torés, apesar de pertencer da mesma forma que o toante a um Encantado, eles são executados para que todos possam cantar e dançar.

(...) Cada Encantado tem um toante, que é um canto sagrado de evocação, sendo reconhecido pelos Pankararu quando entoados.

O repertório musical, identificado aos respectivos Encantados, é um código que facilita o acesso e estabelece um canal de comunicação com o mundo sobrenatural."

quinta-feira, 6 de maio de 2010

O Cacique Raoni ameaça "matar os brancos" que construírem Belo Monte
Numa entrevista exibida na noite deste domingo na TV francesa TF1, o cacique Raoni, chefe dos Caiapó, ameaçou "matar os brancos" que construírem a hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.
Raoni, que ganhou o mundo com o cantor Sting defendendo a preservação da Amazônia, falou rodeado de crianças da tribo, adiantando porém que poupará "as crianças dos brancos". A equipe francesa, que enfrentou sete horas de avião e canoa para encontrar a celebridade internacional, "de idade indefinida", ouviu dela que "já é hora de recuperar o que é nosso" e que "pedi a meus guerreiros que se preparem para a guerra e também avisei às tribos do Alto Xingu".
A reportagem relata a fama de violência dos Caiapó, que estão na floresta "há centenas de anos e que evoluíram do arco e flecha à internet". Diante das câmeras ele "implorou" a Jacques Chirac (ex-presidente da França) e a Nicolas Sarkozy (o atual), para que impeçam o presidente Lula de construir a barragem no rio Xingu". A TF1 explicou que se trata de um afluente do Amazonas, numa região de 500 km2 de florestas, que seriam inundados, desalojando "à força" 20 mil pessoas.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

"O morcego Myotis Emarginatus (Foto: Universidade de Florença)


Itália usa morcegos para combater mosquitos
(Fonte: BBC Brasil - publicado no site MSN Verde)

Prefeitos de várias cidades da Itália decidiram substituir pesticidas contra pernilongos por caixas que atraem colônias de morcegos, considerados excelentes predadores de insetos.
O projeto "Um Morcego Amigo" foi criado pela Universidade de Florença para colher informações a respeito dos mamíferos voadores, envolver a população na conservação da espécie e divulgar o uso de um sistema biológico para eliminar os mosquitos.
Para atrair os morcegos de volta às cidades, zoólogos da universidade e do Museu de Historia Natural de Florença, projetaram caixas especiais de madeira, que são espalhadas em locais públicos e servem como refúgio para que os bichos possam hibernar, se reproduzir e criar colônias.
A cidade de Godega Sant'Urbano, perto de Treviso, na região norte da Itália, colocou sua primeira caixa para abrigar morcegos no domingo passado.
Em entrevista à BBC Brasil, o prefeito, Alessandro Bonet, disse que elas vão ser distribuídas em escolas e edifícios públicos, para trazer de volta os morcegos que abandonaram a cidade.
"Dez anos atrás havia muitos morcegos aqui. Por causa da poluição do ar e da falta de lugares onde se instalar, eles foram desaparecendo e aumentou a quantidade de mosquitos. Queremos que os morcegos voltem maciçamente, porque cada um pode capturar até 2 mil mosquitos por noite", disse.

Monte seu refúgio
A campanha começou em 2006 na cidade de Fiesole, na região da Toscana e agora tem adesões em todo o país.
"Cidades de norte a sul Itália, de Nápoles a Milão, participam do projeto. Distribuímos mais de 8 mil caixas, além de divulgar as instruções para as pessoas montarem os refúgios sozinhas", disse à BBC Brasil Paolo Agnelli, zoólogo responsável pelo projeto.
As caixas, de 66 por 40 centímetros, oferecem refúgio seguro aos predadores de mosquitos e foram projetadas para criar um ambiente ideal para os animais. A caixa tem compartimentos diferenciados. As fêmeas preferem a parte mais quente, que fica no alto, e os machos, que gostam do frio, ficam na parte baixa.
Para atrair os morcegos, as caixas precisam ser envelhecidas, as paredes internas devem ser ásperas, com cortes que parecem degraus, para que os morcegos possam ficar pendurados de cabeça para baixo.
Os refúgios de morcegos são colocados durante a primavera em árvores ou do lado de fora dos prédios, a quatro metros de altura, numa área mais protegida e menos exposta. Cada um pode abrigar até 25 fêmeas e apenas três ou quatro machos.

Tempo de colonização
Depois da colocação das caixas nas cidades que aderiram ao projeto, os zoólogos constataram um aumento na população de morcegos, mas observaram que uma colonização leva tempo para se formar.
"Desde 2007 as caixas foram colonizadas em 40% e ficou evidente que as chances delas encherem de animais depende de quanto tempo ficam expostas. Por isso é melhor não tirá-las no inverno", disse Paolo Agnelli.
O prefeito de Godega Sant'Urbano fez um curso em Florença para entender mais sobre morcegos. Ele garante que a população não tem medo dos bichinhos.
"A espécie italiana é inócua e muito pequena. Pesa cerca de cinco gramas", garantiu.
O objetivo do projeto é divulgar os morcegos que, segundo os zoólogos, são muito interessantes do ponto de vista cientifico.
"Ao usá-los para combater mosquitos, as pessoas querem saber mais sobre eles. Há muitas lendas e superstições sobre os morcegos", disse Paolo Agnelli.

domingo, 2 de maio de 2010

(Clique na imagem para ampliar e ler mais informações)

Eliane Potiguara na III Jornada Internacional de Mulheres Escritoras

"Comunico aos amigos e amigas que estarei participando nas mesas de debates e Redes da III JORNADA INTERNACIONAL DE MULHERES ESCRITORAS DE 3 A 9 DE MAIO de 2010 em S. Paulo e em São José do Rio Preto.
Tenho utilizado a expressão literária em forma de livros, blogs, listas de discussão, sites, participação em dezenas de coletâneas como instrumento de conscientização sobre quem somos como indígenas e nossos direitos Humanos.
Obrigada, Luz e Amor!"