terça-feira, 28 de fevereiro de 2006

Luva onde são colocadas formigas, dos índios Sateré-Mawé

Colar-Apito "awá tukaniwar" - índios Urubu-Kaapor

Ritual de Nominação: Batismo dos índios Urubu-Kaapor (Fonte: boletim Iandé - Arte com História)
Os índios Urubu-Kaapor vivem no Maranhão, entre os rios Gurupi e Turiaçu, próximos à fronteira com o estado do Pará. Sua população aproximada é de 800 pessoas.
Quando nasce uma criança Kaapor, seus pais devem cumprir um rigoroso resguardo e dieta. É um período longo que dura vários meses. Os índios acreditam que a saúde do bebê pode ser comprometida, se os pais quebram essas regras.
Quando o bebê completa aproximadamente um ano, é preparada uma festa de nominação. Esse é o ritual mais importante dos índios Urubu-Kaapor. É uma cerimônia coletiva, onde podem ser batizadas diversas crianças juntas. Até essa data, os bebês não são chamados por nome algum.
Para a festa, é preparada uma grande quantidade de uma bebida alcoólica feita a partir do caju. Todos os adultos e crianças mais velhas começam a beber no início da noite e continuam até a aurora. Ao amanhecer, enquanto os homens fumam longos cigarros, as mães das crianças sentam-se em esteiras, carregando seus bebês em tipóias emplumadas e tecidas com algodão.
A arte plumária dos Urubu-Kaapor é a mais bela e sofisticada entre os índios brasileiros. Todos se adornam com suas melhores peças, pois acreditam que elas ajudam a iluminar as nuvens escuras, talvez uma analogia ao destino das crianças.
Os padrinhos das crianças usam um colar-apito, feito com um osso de gavião. O padrinho toma o bebê do colo da mãe, e o levanta para o alto. O padrinho grita o nome que escolheu para a criança e em seguida todos os índios repetem esse nome em coro. O padrinho dança para frente e para trás, com a criança em seus braços e assopra o colar-apito no ouvido do bebê, que começa a chorar.
O nome da criança é repetido por todos até que ela pare de chorar e adormeça. Nessa ocasião, ela recebe um pequeno cocar, e o padrinho devolve o bebê para sua mãe. Foi anunciado ao mundo, que um novo Kaapor nasceu.

Ritos de Puberdade: Passagem para a Vida Adulta
Os índios Sateré-Mawé - que habitam a região entre os rios Madeira e Tapajós, na floresta amazônica - preparam uma luva cheia de grandes formigas chamadas tocandiras. Os jovens Sateré-Mawé vestem essas luvas e são picados pelas formigas, mas não podem demonstrar dor, ou serão considerados homens fracos.
Mestre Jamelão (Fonte)
Bateria da verde-e-rosa (Fonte)
Primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira (Fonte)

Mangueira querida!! - A verde-e-rosa apresentou o Samba-enredo "Das águas do velho Chico nasce um rio de esperança".

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2006

Abre-alas da Grande Rio

Imagem do desfile da Grande Rio, que homenageou a Amazônia - Ala "No caminho, índios e amazonas" (Fonte da foto)
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Rio de Janeiro, 27/02/2006 - Escola Caprichosos de Pilares levou dezenas de índios, entre atores e verdadeiros, para a Sapucaí (Fonte da imagem)

Caprichosos traz 36 índios tupiniquins para a avenida
(Natanael Damasceno -
O Globo)
RIO - A Caprichosos de Pilares está trazendo para o desfile 36 índios tupiniquins, da cidade de Aracruz, no Espírito Santo, estado que é o enredo da escola. Vinte deles sairão na bateria, 13, ao redor da rainha de bateria, Mel Brito, e outros dois, na comissão de frente.

domingo, 26 de fevereiro de 2006

Nem tudo é carnaval

Injustiças nas Alegrias (Fonte: site Índios On line)
Sou Aruanã, membro da comunidade indígena Pataxó Hãhãhãe. Neste momento de luta estou muito triste, porque, no dia 17/03/06/, vamos ser retirados da nossa terra, com 300 policia de choque da cidade de Itabuna e policia militar junto com pistoleiros da cidade de Itaju do colônia, que vem com objetivo de nos massacrar batendo em criança, idoso, mulheres. Aqui estamos com muito medo, é nessas famílias que pensamos o que fazer com elas,pois a retirada começa em Nailton Muniz (cacique), terminando em Akanawan (cacique).Ficamos aqui refletindo, até hoje estamos sofrendo pela uma terra que é nossa, e a justiça nos alega dizendo: que a terra que estamos ocupando não é terra indígena, estamos tanto sofrendo que nos sentimos sozinho. Mas apesar desse todo sofrimento, somos considerado guerreiros porque Tupã nos ajuda. Estamos pedindo ajuda as autoridades; que nos ajude nesta causa, queremos uma decisão justa e comprovada.Alem disso, somos índios que não têm justiça, não temos paz,sofremos com os preconceitos, somos excluído de algumas sociedade. Somos os primeiros habitante do Brasil, mas a justiça não dão importância alguma, no nosso ponto de vista estão querendo nos destruir. Mas, nós existimos, somos unidos pela vida contra a violência e impunidade. Na Quarta-feira, no dia 16/02/06/nós se deslocamos da aldeia caramuru, junto com o a comunidade, a destino a região das Alegrias, quando a caminho encontramos com o coordenador da Policia Federal ( Vianey) que nos trouxe uma mau noticia, dizendo para nós sair da terra, pois no mês de Março será o resultado final para a nossa retirada. Alem disso os policiais falaram: Ah!. A estrada já está sendo feita na mata para vocês correrem! E ai, já vão saírem da terra! Nós dizemos que não vamos sair, só vamos sai com a negociação da justiça, mas eles nos falam que vamos vê o resultado no mês que vem.Depois o coordenador foi até na fazenda de esta na posse de Paulo Peixinho, onde está sendo retomado por Nailton ao chegar pede a Nailton para se retirar da terra o mais rápido possível, mas Nailton se recusou a sair, dizendo: da nossa terra eu não saio! O coordenador falava com gritos, você está mim tratando com violência-Não estou com violência, mas você vem aqui para massacra eu, e meu povo, pois tenho que mim defender da suas grosseria. Olha! Nós somo humanos igualmente a você, nesta causa queremos paz!Além disso tivemos outra noticia ruim, o juiz de Ilhéus está dando eliminar favorável aos fazendeiros, mais uma vez da região das alegrias e construindo o interdito proibitório passando um documento pata o STF (Supremo Tribunal Federal). O Nelson Jobim afirma que a nossa terra não é demarcada, e diz que o índio só pode retomar terra só com a ordem da justiça, também diz que a nossa terra não é indígena, e nos fala, para nossa terra ser julgada é precisamos de sete ministro a favor nosso.Estamos lutando para nós ganhar a nossa terras, temos consciência que ela é nossa, nós não estamos roubando nada de ninguém, estamos resgatando o que foi tomado de nós, para nos manter o sustento da nossa nação. Queremos viver, queremos comer, viver sempre em paz, em harmonia, ecultivando a Mãe Terra. Este texto partiu de Yonana Pataxó a partir da conversa com o membro da comunidade; Aruanã Pataxó

sábado, 25 de fevereiro de 2006

"Vista assim do alto, mais parece um céu no chão..." (para ver toda a letra clique AQUI)

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Carnaval de São Paulo



Águia de Ouro denuncia pedofilia na Internet
(Fonte: site
Terra ) Águia de Ouro, inovou com o enredo "Não tem desculpa", abordando o problema da pedofilia na Web. Na letra do samba, versos como "ver o lobo mau/comer a vovozinha/de olho na menininha" fizeram sucesso. A Águia levou à avenida 3.500 componentes, divididos em 23 alas, 5 carros alegóricos e 22 destaques, em um desfile tecnicamente impecável - fora um carro que fez uma manobra incorreta na avenida e provocou alguns problemas. O luxo das alegorias, em perfeita sintonia com o enredo, agradaram público e crítica.
A escola azul e branco tem uma história peculiar: fundada em 1976, é oriunda de um time de futebol de várzea, chamado "Faísca de Ouro", e representa os bairros da Pompéia, Lapa e Água Branca.

Foto Araquém Alcântara (Fonte)

Amazonas, o Eldorado é Aqui
(Samba de Enredo 2006 da G.R.E.S. ACADÊMICOS DO GRANDE RIO - Duque de Caxias - RJ -
site)

Uma expedição partiu
Buscando o eldorado no Brasil
O homem com sua ambição matou e destruiu
Assim dizimando aldeias
Seguiu rio abaixo até encontrar... mulheres guerreiras
Verdadeiras donas do lugar
Que foram chamadas de amazonas
Daí o nome desse rio-mar

A lenda virou história... o mundo quis conhecer
Piratas de todo lado... pagaram pra ver
Fizeram benfeitorias... lutaram pra conquistar
E o bandeirante veio colonizar...

A luta... desse povo continua sem parar
Vem do tempo das missões no solimões e do forte São José
Levaram riquezas em nome da fé
O ouro e a borracha... quem é que não quer?
No maior estado do país
Nasceu um teatro, o povo aplaudiu
E a nossa capital é internacional...
Viva o nosso pólo industrial!!!
Chegou a hora do Brasil gritar com todo gás
Deixem o meu eldorado em paz!!!

Sou Grande Rio... Amor! Amazonense
A minha floresta... tem o poder de curar
Amazonas...
Teu nome do mapa... ninguém vai tirar

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

Depoimento: O Apuí (nome popular) pertence a família Cecropiaceae, e existem diferentes espécies de Apuí, cada qual com seu nome científico. O Apuí é um cipó que cresce sobre outras árvores lançando raízes aéreas (vem do alto em direção ao chão), e a medida que vai se desenvolvendo, abraçando e dominando a árvore que o hospedou, esta vem a morrer. É uma caracteristíca da Floresta Amazônica ela se alimentar dela mesmo, daí a constatação de que na floresta, muitas vezes morte é vida. (Foto por Amauri Pereira no site Amazônia.org.br)

Lenda da Cunhã e o Marupiara (Fonte: Portal Amazônia)
Existia na selva amazônica um casal indígena que morava próximo a um lago. Ela era a cunhã e ele o Marupiara. Cunhã cuidava da casa e ele gostava de pescar e caçar pela floresta repleta de animais e peixes deliciosos.O casal era muiro feliz, eles se amavam e se cuidavam muito. Sempre que podia Marupiara convidava cunhã para passear pela floresta.Um dia o sol estava bonito e ele a convidou para ir pescar . Ela, feliz por poder ficar ao lado do amado, aceitou prontamente. Mas, algo inesperado aconteceu. Eis que o céu se fecha rapidamente enquanto eles pescavam no meio do lago.Marupiara ficou assustado com a força da natureza. Vendo o céu negro e o vento aumentando rapidamente pediu que Cunhã o ajudasse a levar a canoa para a margem da floresta. No entanto, a margem do rio estava muito longe e eles teriam que remar muito, muito...Eles remavam rapidamente, mas com a fúria das águas, os remos caíram na água. Cunhã se desesperou e abraçada a Marupiara perguntava a ele:_ O que será de nós, Maru, querido?- Sossega, mulher, sossega. Eu estou aqui e nada de mal vai acontecer.O céu rugia furioso, cortado pelos grandes raios e, abraçada ao marido, a cunhã rezava e pedia a Tupã que os protegesse. No entanto, a tempestade tornava-se cada vez mais violenta e mesmo assim, o barco conseguiu chegar até a margem. O Casal tocou o chão e ficou abraçado. Ele, cheio de medo, mas com muito amor, tentava proteger a amada da água e dos raios queEra tarde porém. Um raio enorme os atingiu e o casal morreu de forma fulminante. A natureza, no entanto, cúmplice daquele amor, transformou Cunhã na palmeira uricuri, palmeira cheia de graça e que enfeita as matas amazônicas. Ele se fez apuí, cipó bonito que abraça.Assim, em memória do casal que morava junto ao lago, sempre unidos estão a uricuri e apuí, representando cunhã e marupiara, que mesmo na desgraça nunca se separaram.
Daniela Mercury abriu seu camarote fantasiada de índia (site: Terra - Salvador)

Carnaval blogueleza da Floresta da Ursa

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006

Negócios da Floresta - Kaiapó produzem óleo de castanha e dignidade - (trecho de matéria - Fonte: Amazonia.org.br )
A série Negócios da Floresta mostrou, durante o último mês, um panorama do empreendedorismo nos estados da Amazônia Legal. Duas vezes por semana, o especial trouxe matérias sobre associações, comunidades e empresas apoiados pelo projeto
Balcão de Serviços para Negócios Sustentáveis que, por meio do manejo florestal sustentável, transformam a matéria-prima em produtos que promovem o respeito ao meio ambiente, a inclusão social e a geração de renda.
"Índios Kaiapó fecham negócio de mais de quatro mil litros de óleo de castanha em feira internacional". A notícia, de novembro de 2005, de certa forma emocionou àqueles que acompanham a trajetória desses índios. Essa notícia trata, mais especificamente, de três aldeias dos Kaiapó no Xingu: Baú, Mekrãgnotire e Pukanú. Com o trabalho do Instituto Raoni, criado pelo cacique Raoni em 2001, hoje os quase 1500 índios dessas três aldeias não têm mais sua história marcada pela atividade madeireira e pelo garimpo irregulares. Na década de 90, era esse o estigma desse povo, que escandalizava o país nos periódicos que tratassem da questão indígena.
Rio Madeira

Campanha Rio Madeira Vivo (visite o site da campanha)

Organizações lançam campanha contra a construção das usinas do Complexo Rio Madeira (Fonte: Radiobrás, matéria publicada no site ambientebrasil)
22/02/2006
Manaus – O lançamento de uma cartilha com os impactos sócio-ambientais previstos com a construção das usinas hidrelétricas Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, deu início hoje (22) a uma mobilização contra esse projeto.
O presidente da organização ambientalista Rio Terra, Alexis Bastos, disse que a cartilha Viva o Rio Madeira Vivo "é o começo de uma campanha popular de mobilização contra essas obras". O texto de 22 páginas será apresentado no Fórum de Debates sobre Energia de Rondônia (Foren) em Porto Velho. "Aqui no estado só o lado bom do empreendimento está sendo apresentado às pessoas, por Furnas, pela mídia e pelo governo", disse.
O organizador do texto, Artur Moret, doutor em Planejamento Energético e professor da Universidade Federal de Rondônia (Unir), disse que é preciso "mostrar o que está por trás da construção dessas usinas, que modelo de integração da Amazônia é esse, que não inclui as pessoas e só se preocupa com o capital".
Moret explicou que foram feitas 5 mil cópias da cartilha, que serão distribuídas gratuitamente em escolas, faculdades, organizações não-governamentais (ONGs), movimentos sociais e veículos de comunicação. "O texto é voltado para formadores de opinião, ele é difícil para quem não tem hábito de leitura", esclareceu Moret. "Mas já estamos trabalhando em uma outra cartilha, mais ilustrada e com linguagem mais simples".
O local do lançamento da campanha é estratégico: na Praça da Estrada de Ferro Madeira Mamoré - Porto Velho, ferrovia que será parcialmente alagada pelas barragens. Além da perda do patrimônio histórico, outros problemas que o empreendimento trará ao estado, apontadas pela cartilha, são o reassentamento de dois mil ribeirinhos, que terão suas casas alagadas, enfrentarão dificuldades em conseguir indenização (porque não possuem documento da terra) e perderão sua fonte de renda (a pesca); o inchamento populacional de Porto Velho; o assoreamento do rio Madeira, nos trechos anteriores às barragens; as alterações ambientais nocivas aos animais e plantas protegidos pelas estações ecológicas de Moji Canava e Serra Dois Irmãos, que ficam na área de influência das usinas.
A capacidade de geração das novas hidrelétricas será de 6,45 mil megawatts, mais da metade da energia produzida pela usina hidrelétrica de Itaipu (a maior do Brasil, com potencial de gerar 11,20 mil megawatts) e 20 vezes o atual consumo total de energia em Rondônia. A construção das duas barragens faz parte da viabilização da hidrovia do rio Madeira, que vai permitir o transporte da soja do Centro-Oeste pelo Oceano Pacífico, passando pela Bolívia e pelo Peru.
As obras devem demorar de oito a dez anos – e só serão iniciadas após a obtenção da licença ambiental prévia, seguida da concorrência pública para sua execução (por meio dos chamados leilões de energia). O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ainda analisa o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) elaborado pelas Furnas Centrais Elétricas e pela construtora Odebrecht. A audiência pública em Rondônia está prevista para abril.
O site http://www.riomadeiravivo.org deverá ainda hoje trazer informações e ações da campanha Rio Madeira Vivo. Fazem parte do fórum o Grupo de Pesquisa em Energia Renovável e Sustentável da Unir, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a ong ambientalista Canindé, a rede Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), a Organização dos Seringueiros de Rondônia (OSR), a ONG Rio Terra e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). (Thaís Brianezi)
Cadela querida, mascote da Floresta da Ursa.

San Francisco quer gerar energia com cocô de cães (Fonte: Reuteurs - site Terra)
A cidade de San Francisco, líder em reciclagem urbana, está se preparando para converter os dejetos de sua população canina em energia. A companhia de resíduos da cidade, Norcal Waste Systems Inc., planeja testar carrinhos e bolsas biodegradáveis em um parque popular entre os donos de cachorros.
Um estudo da cidade americana revelou que cerca de 4% do lixo recolhido nas casas é formado por fezes de animais. Estima-se que São Francisco tenha cerca de 120 mil cachorros.
As fezes dos cães poderão ser recicladas em digestor de metano, dispositivo que usa insetos e microorganismos que decompõem o material e emitem metano, que será captado e usado para alimentar turbinas geradoras de eletricidade ou aquecimento de casas.
Cães e gatos dos Estados Unidos produzem cerca de 10 milhões de toneladas de dejetos por ano, segundo Will Brinton, cientista ambiental e proprietário de um laboratório no Maine. (Reuters)
Polêmica: gasoduto na Amazônia

FT: Petrobras defende gasoduto que corta a Amazônia (Fonte: site BBC Brasil)
O presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, defendeu em entrevista ao jornal britânico Financial Times publicada nesta terça-feira a construção de gasoduto entre Venezuela e Argentina, passando pela Amazônia.
"Gabrielli reconheceu que o projeto enfrentou sérios obstáculos, inclusive considerações de cunho ambiental", além de questões ligadas a finanças, propriedade e regulamentação, "mas caso seja concluído, ele terá 'um enorme impacto sobre a matriz energética da América Latina', possibilitando uma série de atividades dependentes de energia como a produção de aço e de fertilizantes".
De acordo com o artigo do Financial Times, o presidente da Petrobras disse: "As redes de gás são fundamentais (para o crescimento econômico). Veja o que está acontecendo na Ucrânia, na Europa (ocidental) e nos Estados Unidos. O mundo precisa dessas veias".
Segundo o artigo, críticos do projeto para o gasoduto, de 8 mil quilômetros, dizem que ele é motivado mais "por considerações políticas do que comerciais e que, com as distâncias envolvidas, seria mais econômico liquidificar o gás para entrega por navio".

terça-feira, 21 de fevereiro de 2006

Capa de um dos livros de Daniel
Conheça o site de Daniel Munduruku
Formado em filosofia, com licenciatura em Historia e Psicologia, é escritor, mestrando em Antropologia Social (USP) e relações públicas do INBRAPI (Instituto indígena brasileiro da propriedade intelectual).
Foi professor na rede estadual e particular de ensino e atuou como educador social de rua pela Pastoral do Menor em São Paulo, capital.
Professor de mestrado em Educação em Valores Humanos ( Unicapital/SP e Uniube/MG), desenvolve oficinas pedagógicas e culturais para a formação das crianças e dos valores humanos. Esteve na Europa dando conferências sobre a cultura indígena e participando de oficinas culturais.
Autor de sete
livros infanto-juvenis, coordenador e incentivador de outras obras literárias e multi-mídia. E-mail: danielmunduruku@uol.com.br

Palavras de Daniel:
"Gosto muito de contar histórias.
Histórias moram dentro da gente, lá no fundo do coração. Elas ficam quietinhas num canto. Parecem um pouco com a areia no fundo do rio: estão lá, bem tranqüilas, e só deixam sua tranqüilidade quando alguém as revolve. Aí elas se mostram"

"O livro O segredo da chuva foi inspirado pelo meu filho Lucas, que faz a dança da chuva sempre que sente aflição pelo próprio crescimento. A ele e a todos que também se sentem assim eu dedico, desejando que nunca tenham medo de buscar e viver suas aventuras. Também dedico aos amigos Cauê e Moreno, primeiros leitores e incentivadores desta aventura. Que todos se divirtam".
Cacique Raoni - obra do artista Sérgio Macedo

Filme "Raoni" em São Paulo (dica enviada para a Lista de Literatura Indígena)
Na quarta-feira, dia 22 de fevereiro às 20:00, será exibido o filme Raoni, dirigido em 1978 por Jean Pierre Duttilleux. É uma sessão única, que será exibida no Centro Cultural Banco do Brasil. O endereço é rua Alvares Penteado, 112 . O preço é R$ 4.
Para quem não conhece o filme, trata-se de um documentário com cenas da aldeia dos índios Caiapó, liderada por Raoni (no auge de seu vigor físico na época). O filme registra ainda a peregrinação de Raoni por aldeias de outras etnias do Xingu, costurando com outras lideranças um acordo de defesa das terras do parque contra os não-índios; e por fim uma viagem sua até São Paulo onde ele e Claudio Villas-Boas conversam sobre os problemas enfrentados pelos índios na época.
Bebês Kaiapó (Fonte da imagem)

Amazônia possui um dos solos mais ricos do mundo, diz pesquisa (Fonte)
A Amazônia possui alguns dos solos mais ricos do planeta que podem transformar áreas áridas em terras férteis, afirmou hoje um pesquisador na assembléia anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, na sigla em inglês)." O estudo das 'terras pretas' da Amazônia nos mostra como podemos restaurar solos degradados, triplicar os rendimentos das colheitas e, além disso, como podemos desenvolver tecnologias que previnam mudanças críticas no clima mundial", disse Johannes Lehmann, do Departamento de Ciências de Cultivos e Solos na Universidade de Cornell (Nova York).Lehman, durante a reunião da associação em St. Louis, Missouri, disse que os cientistas têm um método para reproduzir este tipo de solo, conhecido como "terra preta" da Amazônia que, com seu alto conteúdo de carvão vegetal, ajuda a extrair enormes quantidades de dióxido de carbono da atmosfera terrestre.Lehman é autor do livro "Terras pretas da Amazônia" publicado em 2003, que é o estudo mais amplo e profundo até agora sobre esse tipo de solo.Os primeiros estudos das "terras pretas" foram realizados em 1874 pelo professor também da Universidade de Cornell, Charles Hartt.Segundo Lehman esse solo é resultado do trabalho de milhares de anos de povos indígenas que usavam o método de poda e carvoeiras, em lugar de poda e queima.Enquanto o método "poda e queima" usa fogos abertos que reduzem a biomassas a cinzas, o "queima e carvoeira" usa fogos de baixa intensidade e rescaldos cobertos com terra e palha, que excluem parcialmente o oxigênio.Segundo Lehman, a "queima e carvoeira" capturam enormes quantidades de carbono durante milhares de anos e reduzem substancialmente as emissões de metano e óxido nitroso dos solos."O resultado é que é retido quase 50% do carbono da biomassas", acrescentou. "Com a retenção de enormes quantidades de carbono esta técnica constitui uma captura muito mais prolongada e significativa de dióxido de carbono atmosférico que qualquer outra opção, o que a torna uma ferramenta poderosa para mitigar a mudança climática".Lehmann e seus colaboradores calcularam que poderia ser reduzido cada ano até 12% das emissões de carbono produzidas pela atividade humana se fosse empregada a "poda e carvoeira", em lugar da "poda e queima".A aplicação do conhecimento das "terras pretas" à forma contemporânea de lidar com os solos também poderia reduzir a poluição ambiental porque diminui as quantidades de adubos necessários para os cultivos, já que o carvão vegetal ajuda a reter o nitrogênio no solo, da mesma forma que altos níveis de fósforo, enxofre e matéria orgânica, acrescentou. (Fonte: EFE / Folha Online)


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006

Podemos ter o universo nas mãos,
se em nosso coração habitarem estrelas

Homenagem à amiga e aniversariante Márcia Clarinha
Pisciana, poeta, sensível, mangueirense e tricolor!! Parabéns! Beijos da Ursa

Imagens incluídas no folder da CPY

Um texto do folder: "A terra-floresta só pode morrer se for destruída pelos brancos. Então, os riachos sumirão, a terra virará pó, as árvores secarão e as pedras das montanhas racharão com o calor. Os espíritos xapiripë , que moram nas serras e ficam brincando na floresta, acabarão fugindo. Seus pais, os xamãs, não poderão mais chamá-los para nos proteger. A terra-floresta se tornará seca e vazia. Os xamãs não poderão mais deter as epidemias-fumaças e os seres maléficos que nos adoecem. Assim, todos morrerão." (Davi Kopenawa)

Folder da Comissão Pró-Yanomami (14/09/2004) (Fonte)
Veja AQUI as formas digitais de acesso ao "Folder da Comissão Pró-Yanomami".
Em versão Power Point (1,5 Mb) ou versão por links em página da CPY.


A COMISSÃO PRÓ-YANOMAMI E SUAS AÇÕES
Criada em 1978, a Comissão Pró-Yanomami (CCPY), originalmente denominada Comissão pela Criação do Parque Yanomami, é uma organização não-governamental brasileira sem fins lucrativos dedicada à defesa dos direitos territoriais, culturais e civis dos Yanomami. Seu primeiro objetivo foi lutar pela demarcação da Terra Indígena Yanomami. Para isso, dedicou-se a uma longa e ampla campanha nacional e internacional de modo a informar e sensibilizar a opinião pública e pressionar o Estado brasileiro a efetuar a demarcação de uma área contínua e adequada às necessidades dos Yanomami. Depois de 13 anos desta campanha ininterrupta, a Terra Indígena Yanomami foi oficialmente demarcada em 1991 e homologada e registrada em 1992, garantindo, assim, a esse povo indígena o direito constitucional de usufruto exclusivo de quase 96.650 quilômetros quadrados localizados no norte dos estados de Roraima e Amazonas.
Uma vez garantida oficialmente a Terra Indígena Yanomami, a CCPY passou a concentrar-se em duas áreas fundamentais: saúde, retomando em 1991 um programa de assistência iniciado em 1981 (porém interrompido com a invasão garimpeira de 1987-89), e educação, com o fomento, a partir de 1995, de uma rede de escolas em três regiões do território yanomami no estado do Amazonas. Em função da crescente demanda de assistência sanitária na Terra Indígena Yanomami e da reforma do sistema público de atendimento à saúde indígena, criou-se um 1999 uma nova Ong, URIHI Saúde Yanomami. Esta entidade, desdobramento do programa sanitário da CCPY, é hoje exclusivamente dedicada à assistência e educação em saúde dos Yanomami (
www.urihi.org.br), através de convênio com a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA)
A partir de 2000, a CCPY, reestruturada com sede em Brasília e escritório em Boa Vista, consolidou e expandiu o seu programa de educação intercultural, em quatro novas regiões, no estado de Roraima, chegando a um total de 35 escolas yanomami. Iniciou ainda um programa de apoio à capacitação e representação políticas dos Yanomami a fim de ampliar sua participação em foros regionais, nacionais e internacionais relevantes à defesa dos seus direitos. Completando estas iniciativas, começou a desenvolver um programa de gestão ambiental na Terra Indígena Yanomami, tendo como objetivo de assegurar a proteção dos seus recursos naturais, com a implementação de sistemas agro-florestais em regiões de longa e crescente concentração populacional, o reflorestamento de áreas degradadas pelas atividades garimpeiras, a construção de poços artesianos em áreas atingidas por seca, e incentivo ao desenvolvimento de uma apicultura - meliponicultura indígena. Paralelamente a essas atividades, coordenadas por seu escritório em Boa Vista, Roraima, a CCPY, a partir da sua sede em Brasília, continua a desempenhar seu papel tradicional de apoio político e jurídico aos Yanomami segundo três principais linhas de ação: 1. divulgação de informações relativas à situação e às iniciativas dos Yanomami através de boletins, eletrônicos, website, comunicados de imprensa, manifestações políticas e culturais; 2. monitoramento das políticas públicas e medidas legislativas que os afetem direta ou indiretamente; 3. assessoria jurídica permanente para a defesa dos seus direitos territoriais, culturais e civis no âmbito nacional e internacional.
Ainda a partir de Brasília a CCPY elabora projetos para captação de recursos, administra os programas de campo e participa de intercâmbio com várias organizações através da Rede de Cooperação Alternativa, fórum internacional que congrega Ongs e organizações indígenas no Brasil e no exterior.

domingo, 19 de fevereiro de 2006

Crianças Yawanawá Mulheres pajés

Os Yawanawás (Fonte), termo que significa “Povo da Queixada” (yawa: queixada; nawa: povo), buscam o equilíbrio entre o tradicional e moderno, atraindo a tecnologia de maneira limitada, mantendo viva a sua cultura, tradição e modo de vida. Nesse paralelo, fatos marcantes se sucedem, escrevendo novas linhas na vida desse povo forte, persistente e de extrema simpatia.
A viagem que leva a esse encontro é repleta de fatos marcantes. Na principal aldeia, a morte de um jovem guerreiro, vítima de picada de cobra, provoca o grito de lamento das mulheres que ecoa na floresta e no rio como sinônimo de perda.
A resposta dos espíritos vem com a fartura da caça. É o sinal das boas-vindas àquele que se despediu do mundo físico. E o alimento que surge como presente é o animal símbolo do povo, a queixada, que devolve o sorriso e brilho nos olhos de cada índio com a vontade de continuar a viver.
Na aldeia do Mutum, que antecede a principal, Nova Esperança, surge uma peculiaridade em dois fatos: a primeira liderança Yawanawá mulher atua ali. Logo adiante, em uma caminhada até a floresta, é ela que mostra um lugar de fatos inéditos e históricos: próximo a um igarapé de água cristalina, duas irmãs passam pela dieta sagrada, que faz parte da preparação para tornarem-se pajés. Elas são as primeiras mulheres da etnia a enfrentarem o desafio.


O futuro que se reforça nas novas gerações
Não há idade para aprender na tribo dos Yawanawá. Ouvir os mais velhos tem sido o caminho para o resgate da cultura e tradição. O arco e a flecha são o brinquedo dos meninos, que cedo aprendem a caçar e viver como guerreiros de seu povo.
Saber o que a natureza oferece e manter o respeito em tudo que o cerca é uma lição que eles carregam por toda a vida. Responsáveis pela caça, os homens aprendem a traduzir os vestígios deixados pelos animais, e seus ouvidos adquirem a sensibilidade que os permite ouvir os sons vindos da floresta.

Ainda crianças, os índios vivem a realidade de conviver com jacaré, tracajá, arara e outros bichos que se tornam de estimação. A habilidade em subir em árvores para pegar o fruto, como o açaí, é cena rotineira por onde passam.
As mães sabem que em suas tarefas de cuidar do alimento, ajudar na colheita e embelezar seu povo está também a responsabilidade de tornar as filhas boas mulheres e os filhos, bons guerreiros.
Uma tribo que não sabe ao certo o tempo de sua existência, que sofreu para manter vivas suas origens, mostra que aliar-se ao novo, mantendo a busca permanente pela preservação do tradicional, é mais que uma filosofia de vida, é a consagração da busca pelo viver bem. São os Yawanawá fazendo história.

Divulgação - Na foto superior, Paulo Edson e o tecladista Maurício Nascimento, que, juntos, trabalharam durante 20 meses na produção de "Terra Sem Mal", dos arranjos à elaboração gráfica do encarte do CD (foto inferior)
Gai Sang

"Um diálogo musical entre primitivo e moderno" (trechos de matéria: Fonte)
Assim o músico sorocabano Paulo Edson define a suíte-pop conceitual "Terra Sem Mal" que acaba de lançar em CD com recursos da Lei de Incentivo à Cultura (Linc). O projeto, que além de um CD gerou também um site e uma banda com o mesmo nome, tem como proposta mesclar a música pop, o reggae e a música indígena para narrar a epopéia da cultura indígena brasileira.Paulo Edson diz que a idéia desse projeto surgiu em julho de 2002, após um passeio pela Floresta de Ipanema, próxima a Sorocaba. Lembra que uma das pessoas que o acompanhava e que mora ao pé do morro, disse-lhe que havia encontrado um machado indígena nos arredores de um dos vários riachos que descem da serra. Interessado em ver esse objeto, o músico foi até a casa do historiador Adolfo Frioli, onde ela se encontrava. Desde então tem pesquisado sobre os indígenas que habitavam a região de Sorocaba e o estado de São Paulo. Paulo, que já havia produzido o espetáculo "Viagem ao Centro da Terra", do multitecladista de Rick Wakeman, junto à Orquestra Sinfônica de Sorocaba, acreditava que a cultura indígena brasileira poderia render um outro interessante trabalho conceitual. Coincidentemente, ele iniciava seu programa de doutorado em tradução na USP relacionado às traduções para o tupi realizadas pelo padre José de Anchieta (1534-1597). Isso colaborou para que seus estudos sobre a cultura indígena se intensificassem, principalmente com o auxílio do professor de tupi, Eduardo Navarro. Em novembro de 2002 teve acesso a algumas gravações de cânticos indígenas e com um pequeno gravador, um sintetizador, partituras e lápis, começou a esboçar algumas melodias e acordes para o que viria a ser o conjunto de músicas do "Terra Sem Mal".
Visita à aldeia
No mês seguinte, após ter composto todas as músicas do CD, Paulo convidou Maurício Nascimento, tecladista da banda jundiaiense Raízes Rasta, para auxiliá-lo na produção do trabalho.

Os dois tecladistas finalizaram o projeto em outubro de 2004, mês em que visitaram a aldeia guarani Jaraguá Ytu, uma das mais carentes do estado, ao pé do Pico do Jaraguá. Após a visita à aldeia, os dois músicos decidiram reverter o projeto em prol daquela comunidade, através da venda dos CDs que será destinada a aquisição de materiais duráveis para a cozinha comunitária (pratos e copos) e para a escola da aldeia (papéis, lápis, etc).

sábado, 18 de fevereiro de 2006

A 8ª Conferência das Partes da CDB – COP-8 será no Brasil, em março de 2006, na cidade de Curitiba no Estado do Paraná. Nós seremos anfitriões da próxima reunião de uma das maiores Convenções do Mundo sobre Biodiversidade.
MOP 3 é o Terceiro Encontro das Partes do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança da ONU, que acontecerá em março de 2006 no Brasil, será cenário de uma nova ofensiva política dos países e empresas que defendem a liberalização da produção e da comercialização de alimentos transgênicos em todo o mundo. Enquanto o movimento ambientalista se esforça para que o encontro internacional consolide uma visão sobre os transgênicos que priorize a realização de estudos prévios de impacto ambiental e a adoção do princípio de precaução quanto aos riscos trazidos por estes alimentos ao meio ambiente e à saúde humana, os setores pró-transgênicos já articulam medidas para impulsionar o mercado.
A MoP, ou seja a Conferência das Partes que serve como Reunião das Partes do Protocolo de Cartagena (Conference of the Parties serving as the Meeting of the Parties to the Protocol) é o corpo principal do PCB, ou seja, é a instância de governo do Protocolo. A organização e regras de procedimento é semelhante a CoP da CDB. A principal função da PCB é manter uma revisão da implementação do Protocolo e tomar decisões necessárias para promover sua implementação efetiva. As MoP são anuais, sendo a de 2006 a terceira reunião.
Na pauta do MOP-3, estão incluidos a criação de mecanismos de compensação por danos causados por transgênicos à biodiversidade, capacitação dos países para lidar com o tema, e formação de um banco de dados com informações sobre OGMs que possa ser acessado por qualquer país ou parte interessada, a principal questão deve ser o estabelecimento de normas de identificação dos OGMs em movimentações transfronteriças, principalmente nos processos de importação e exportação de grãos.

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Participação indígena na Cop-8 (trecho de notícia de 29/11/2005 no site CIR)
Os líderes discutem, além do significado da CDB e das Conferências das Partes Signatárias, propostas para a Cop-8, sobre aspectos da pauta que dizem respeito aos povos indígenas, tais como o acesso ao conhecimento tradicional e ao patrimônio genético, terras protegidas, e regime internacional para proteção dos conhecimentos tradicionais e a repartição de benefícios.
As lideranças, em função dessa pauta, debatem temas como histórico, atualidades e perspectivas internacionais da CDB e da COP 8; agrobiodiversidade e políticas públicas; conhecimento milenar indígena; preservação, recuperação e uso sustentável da biodiversidade em Terras Indígenas.
Elefantes estão se "vingando" de destruição do homem, diz estudo (Fonte)
Um estudo de cientistas e biólogos de vários países concluiu que os elefantes estão se "vingando" da raça humana por ter destruído sistematicamente gerações de paquidermes durante décadas.De acordo com os pesquisadores do Amboseli Elephant Research Project, do Quênia, África, que publicaram suas descobertas na revista britânica "New Scientist", os elefantes estão atacando cada vez mais freqüentemente diferentes grupos humanos, como uma forma de "vingança" pelos anos de destruição de gerações de paquidermes promovida pelo homem.Os especialistas informaram que em Uganda, por exemplo, é cada vez maior o número de elefantes que estão bloqueando estradas, destruindo assentamentos e atacando casas, aparentemente sem justificativa ou motivação alguma. No entanto, depois de longas pesquisas foi concluído que, diferentemente do que se imaginava no princípio, os elefantes "têm a habilidade de se lembrarem de momentos traumáticos e se vingarem".Por isso, estariam promovendo represálias contra o homem devido à destruição sistemática de gerações de paquidermes promovida pelos caçadores entre as décadas de 1970 e 1980.Órfãos - Segundo a pesquisa, muitos mamíferos órfãos, cujos ancestrais foram assassinados por caçadores, lembram-se do estresse e do trauma causados por tais matanças e estão se vingando, destruindo assentamentos humanos."Estes animais são muito sensíveis e estão sofrendo uma desordem chamada estresse pós-traumático, que leva a certas ações de vingança ou retaliação", explicou Joyce Poole, diretor da pesquisa."Muitas manadas de elefantes ficaram órfãs, sem mãe nem pai, e os jovens inexperientes se transformaram em um tipo de `elefantes adolescentes delinqüentes`", acrescentou. Para Poole, os paquidermes são suficientemente inteligentes e sensíveis para se lembrarem do que aconteceu no passado "e se vingarem" da dor e destruição causada pelo homem. "Quando um caçador mata uma elefanta-mãe, o faz sem levar em conta a dor que está causando ao resto da família, além de estar estimulando um ciclo de violência", continuou.Ataques - A pesquisa concluiu também que, diante da ausência de elefantes adultos mais experientes, os mais jovens se tornam animais agressivos, que costumam atacar os seres humanos.Richard Lair, pesquisador de elefantes asiáticos do Instituto Nacional de Mamíferos, na Tailândia, declarou que foram registrados problemas semelhantes na Índia, onde as pessoas vivem com medo de ataques mortais desses animais, depois de os terem caçado durante décadas."Em oposição a isso, em áreas onde os elefantes não estiveram em contato com humanos por décadas, mostram-se mais tolerantes e sociáveis. Isso demonstra a agressão que os humanos geralmente provocam e a destruição que geram no mundo natural", acrescentou. (Ansa/ Folha Online)

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2006

Mulher indígena ralando mandioca (Fonte)

Do laboratório para a terra
(trechos de matéria enviada pela Lista de Literatura Indígena)

Agricultores do DF e Goiás começam a plantar mandioca indígena com potencial nutritivo descoberto pela UnB
A sabedoria indígena não está só nos rituais, rezas e cânticos. Os índios também demonstram conhecimento empírico amplo quando o assunto é alimentação nutritiva. Em 2005, uma pesquisa desenvolvida pela Universidade de Brasília (UnB) comprovou os benefícios nutricionais de duas variedades de mandioca cultivadas pelos indígenas do grupo Tupi. Uma delas é rica em vitamina A e, a outra, tem forte potencial anticarcinogênico.
Agora, esses tubérculos – batizados de UnB 400 e UnB 500 - começam a ser distribuídos para os agricultores. Em dezembro, seis produtores rurais de Goiás e quatro do Distrito Federal receberam 200 estacas e mudas das mandiocas indígenas e já começaram a plantá-las. As estacas são segmentos de caules ou ramos que, uma vez enraizadas, reproduzem a planta originária.
No caso da mandioca, os agricultores goianos e brasilienses poderão fazer a colheita do tubérculo em sete meses. Eles fazem parte de um projeto piloto desenvolvido em uma parceira entre a UnB, por meio da Fundação Universitária de Brasília (Fubra), o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do DF e a Agência Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiário (Agência Rural).
Responsável pelo projeto na UnB, o professor Nagib Nassar prevê vantagens tanto para os agricultores, quanto para os consumidores da mandioca. “É um produto que poderá diferenciar quem cultiva e vende, atraindo mais clientes para as bancas nas feiras e no supermercado”, acredita Nassar. “Para quem compra, o benefício é nutricional.”
Os agricultores interessados em cultivar as mandiocas indígenas devem procurar a Emater no DF e a Agência Rural em Goiânia.
VERMELHA E AMARELA - A primeira mandioca indígena pesquisada pela UnB tem como uma das principais características a cor amarelada após o cozimento. A coloração é conseqüência da presença de carotenóides, precursores da vitamina A, que protegem os olhos contra cegueira.
Batizada como UnB 400, esse tubérculo indígena tem 200 vezes mais carotenóides que a mandioca comum. Além disso, apresenta sabor doce e agradável, menor quantidade de fibras e tempo de cozimento entre cinco e dez minutos, mais rápido que as variedades tradicionais.
A segunda mandioca indígena descoberta pela UnB e batizada com UnB 500 é caracterizada pela coloração vermelha após o cozimento. A cor está relacionada com uma da substância presente na variedade, o licopeno, que também dá a cor vermelhada ao tomate. Entre os benefícios à saúde desse nutriente está a prevenção ao câncer de próstata.
Os estudos sobre os potenciais nutritivos da mandioca e o aproveitamento de espécies silvestres e indígenas começaram a ser feitos na UnB na década de 70, pelo professor Nagib Nassar. O laboratório de melhoramento genético chegou a produzir um híbrido (ICB 300) entre as espécies silvestres e a mandioca comum, mais resistente às pragas e rico em proteínas. Esse híbrido possui ainda uma substância com potencial antioxidante, a luteína. Concentrada nas folhas, ela está presente em uma quantidade 30 vezes maior do que a encontra na mandioca comum.
CONTATO: Professor Nagib Nassar pelos telefones (61) 3307 2169 e 3349 3253 ou pelo e-mail
nagnassa@rudah.com.br. Mais detalhas no site www.geneconserve.pro.br. Nagib Nassar é professor do Departamento de Genética e Morfologia da UnB. Egípcio, ele trabalha há 26 anos na UnB. É doutor em Genética pela Universidade de Alexandria, na Alexandria, Egito.
Novo pedido de ajuda urgente!!

Sim Retomada, e não invasão (Fonte: site Índios On line)
"Nós Pataxó Hãhãhãe, a mais de 50 anos que viemos sofrendo. Nós Hoje enfrentamos a Polícia, o Governo da Bahia, o Poder Legislativo de Ilhéus, a imprensa que é comprada pelos os fazendeiros e os Pistoleiros contratados pelos os Grileiros para nos matar.
Toda essa luta é para nós índios Garantir um direito que esta na Constituição Federal, que é o direito a terras aos índios. Essa luta nossa está travada desde 1982 no STF (Supremo Tribunal Federal), quem é o relator do Processo Nelson Jobim, que tem feito uma cadeira do processo e esta sentado em cima. Enquanto o Povo Pataxó Hãhãhãe vem sofrendo as conseqüências, para ter uma idéia de nossa situação, 19 lideranças indígenas já foram assassinadas e nenhum dos bandidos foi punido (pistoleiros de fazendeiros). E por fim a mídia tem divulgado para sociedade que nós somos invasores de terra, nós é que somos maus... Quando na verdade é o nosso povo que é agredido fisicamente, assassinados, roubados, espancado e torturados. E nós não invadimos nada, pelo o contrario retomamos o que nos pertence, o que é nosso por direito. Então não invadimos e sim Retomamos.

Todos os dias por volta das 4hs da manhã, pistoleiro dá rajadas de tiro na fazenda próxima a área de retomada, e tem mandado constantemente ameaças, dizendo que vão atacar os índios se caso a liminar seja favorável aos índios. A policia federal tem visitado a área retomada, eles sabem onde fica os pistoleiros mais nada tem feito para desarmá-los ou prende-los. Ficamos sabendo que tem até policiais servis de Itabuna juntos com os pistoleiros. Pos isso nós índios estamos correndo muito risco de morte. Mas pedimos a Tupã que nos proteja è a única esperança que nos resta.
Somos caciques Pataxó Hãhãhãe, estaremos disposto ir até o fim para manter a resistência, o que queremos é que um dia o nosso povo possa viver em paz. Hoje estamos sofrendo, a qualquer momento um de nós pode morrer, devido as ameaças constantes, mais estaremos permanecendo na luta. Aqui na retomada estamos passando um momento muito ruim, temos crianças doente precisando de uma assistência medica e também de uma alimentação adequada, o único alimentação que temos é carne, arroz e feijão, em pouca quantidade pela a grande quantidade de índios que existe na retomada, até o momento a FUNASA não deu assistência a nossa comunidade existe epidemia de diarréia, feridas, dor de barriga, também índios que precisa de remédio de controle de diabete, hipertensão... Já cobramos e até o momento não houve uma atenção.Pedimos a você cidadão ou cidadã, que nos ajude, o povo Pataxó Hãhãhãe precisa de seu apoio, vamos juntos pressiona o governo para que as autoridades desse país resolvam logo a nossa causa". Fábio Titia – Presidente do CLSI
Professora de Biologia Hébia e Bill Karajá
Aldeia Karajá de São Domingos

Conheçam o site do Bill Karajá

Domilto Inaruri Karajá (Bill Karajá) da aldeia São Domingos, município de Luciara, Estado de Mato Grosso. Nasceu na aldeia Itxalá (Barra do Tapirapé), no dia 12 de agosto de 1977. Faz Biologia na Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT, Campus Universitário do Vale do Rio Bugres na cidade de Barra do Bugres -Mato Grosso.
Sonho: Fazer o curso de direito para defender o povo indígena junto do seu irmão Dr. Samuel Yriwana Karajá. Conhecer outros paises, como Portugal. E fazer a especialização na área ambiental para proteger a biodiversidade na região e também proteger os conhecimentos indígenas karajá. E desenvolver os trabalhos que beneficiam a sociedade indígena e não indígena.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2006

Tópico em homenagem à amiga e aniversariante Matilda (Nanbiquara)
Nanbiquara, em tupi-guarani, significa pessoa de fala inteligente. Esta árvore, o umbuzeiro, me lembrou a terra dela e o amor que ela tem pela natureza. Além disso, o umbuzeiro representa a riqueza interior, a poesia, a solidariedade, a amizade. Nanbiquara, parabéns pelo dia de hoje! Beijos carinhosos da Ursa!


A riqueza do umbuzeiro (Fonte)
No Brasil colonial era chamado de ambu, imbu, ombu, corruptelas da palavra tupi-guarani "y-mb-u", que significava "árvore-que-dá-de-beber". Pela importância de suas raízes foi chamada "árvore sagrada do Sertão" por Euclides da Cunha.
O umbuzeiro é uma árvore de pequeno porte em torno de 6m de altura, de tronco curto, esparramada, copa em forma de guarda-chuva com diâmetro de 10 a 15m projetando sombra densa sobre o solo, vida longa (100 anos), é planta xerófila.

Vários órgãos da planta são úteis ao homem e aos animais:
Raiz Batata, túbera ou xilopódio
é sumarenta, de sabor doce, agradável e comestível; sacia a fome do sertanejo na época seca. Também é conhecida pelos nomes de batata-do-umbu, cafofa e cunca; criminosamente é arrancada e transformada em doce - doce-de-cafofa. A água da batata é utilizada em medicina caseira como vermífugo e antidiarréica. Ainda, da raiz seca, extrai-se farinha comestível.
Folhas Verdes e frescas, são consumidas por animais domésticos (bovinos, caprinos, ovinos) e por animais silvestres (veados, cagados, outros); ainda frescas ou refogadas compõem saladas utilizadas na alimentação do homem.
Fruto O umbu ou imbu é sumarento, agridoce e quando maduro, sua polpa é quase líquida. É consumido ao natural fresco - chupado quando maduro ou comido quando "de vez" - ou ao natural sob forma de refrescos, sucos, sorvete, misturado a bebida (em batidas) ou misturado ao leite (em umbuzadas). Industrializado o fruto apresenta-se sob forma de sucos engarrafados, de doces, de geléias, de vinho, de vinagre, de acetona, de concentrado para sorvete, polpa para sucos, ameixa (fruto seco ao sol). O fruto fresco ainda é forragem para animais. A industrialização caseira do umbu sugere os seguintes produtos: - Fruto maduro: polpa para suco integral, casca para obtenção de pasta, casca desidratadas ( ao sol ou forno) e moídas para preparo de refrescos, xarope;- Fruto "de vez" (inchado) ou verde: umbuzadas, pasta concentrada, compota;- Fruto verde (figa): umbuzeitona, doce de umbu;- Casca do caule: remédio;- Folhas: salada da folha verde e salada refogada da folha.
Protesto em frente ao consulado da China no RJ
Protesto no Consulado da China em SP (13/02/2006)

Carta que o cônsul da China em SP se recusou a receber (Fonte: CMI Brasil)
Por libertação animal 13/02/2006

Manifestações de protesto ocorreram em 35 cidades em 25 países do mundo.
A carta que o cônsul da China em São Paulo se recusou a receber O cônsul da China se recusou hoje a receber uma carta em português endereçada ao presidente da China (Hu Jintao) nesta segunda-feira, 13/02, no dia internacional contra a pele chinesa (indústria da pele). Manifestações de protesto ocorreram em 35 cidades em 25 países do mundo. Veja abaixo a íntegra da carta que o cônsul de São Paulo se recusou a receber.
CLIQUE AQUI PRA FAZER DOWNLOAD DA CARTA:
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Excelentíssimo Sr. Presidente Hu Jintao Há um provérbio chinês que diz: “Fechando os olhos não aliviará a dor do outro”. Escrevemos esta carta para que Vossa Excelência abra seus olhos ao sofrimento que vai além da decência humana, sofrido por milhões de animais em seu país, incluindo cães e gatos domésticos, mortos para extração de suas peles ou para servirem de alimento. Nós lhe solicitamos que transforme em prioridade a implementação de leis para proteção animal, antes dos Jogos Olímpicos de 2008 em Beijing. Por favor, não deixe que as atrocidades da indústria de peles manche a imagem de seu país durante os jogos olímpicos. Particularmente, solicitamos que decrete imediatamente leis para proibir o comércio de pele de cão e gato na China, bem como o esfolamento de quaisquer animais enquanto ainda vivos. Pedimos também, que implemente o quanto antes leis e regulamentos para o bem-estar animal. Recentes investigações descobriram inimagináveis e chocantes crueldades da indústria chinesa de peles. Uma variedade desses vídeos estão disponíveis na internet. Um deles pode ser visto neste link:
http://www.petatv.com/tvpopup/Prefs.asp?video=trent_fur. Neste vídeo, são exibidos cães e gatos empilhados em gaiolas para serem transportados de um lado a outro no país, sem alimento ou água. Alguns deles já mortos, ou prestes a morrer, com feridas já podres em seus corpos. Em um mercado animal na China do sul, investigadores documentaram 20 gatos esmagados dentro de uma gaiola. Cães e gatos vivos são empilhados dentro de gaiolas do tamanho de uma gaveta de arquivo e lançados de cima de um caminhão sobre o chão. Os animais gritam de dor enquanto suas patas são esmagadas e seus ossos quebrados. Alguns destes gatos e cães têm ainda os colares e as placas de identificação, demonstrando que pertenciam a alguém, que já foi um animal de estimação. Os gatos mortos são amontoados em gaiolas ao lado de gatos vivos. Os cães são pendurados pelas narinas com um fio de arame e cortados transversalmente na barriga enquanto ainda vivos. Em outro vídeo, gatos são colocados dentro de um saco, fervidos vivos, e suas peles retiradas depois por máquinas apropriadas para tal. Um relatório sobre a indústria chinesa de peles, denuncia atrocidades igualmente chocantes cometidas também a outros animais de peles, incluindo raposas, racoons e tantos outros. O senhor verá neste vídeo, que a indústria de peles chinesa, violentamente golpeia, enforca, eletrocuta e estrangula animais de peles. Em fazendas de peles na Província de Hebei, investigadores filmaram trabalhadores arrancando peles de animais ainda vivos, tais como raposas, racoons, cães e outros animais de peles. Os Investigadores testemunharam um número significativo de animais ainda vivos quando do início do esfolamento, começando com uma faca na parte traseira da barriga e que termina com a pele puxada sobre a cabeça do animal. Depois de terem sua pele removida, os animais são jogados em uma pilha de outras carcaças. Esses animais ainda respiravam – com o coração ainda palpitando – e moviam-se continuadamente pelo menos por cinco a dez minutos depois que sua pele fora arrancada de seus corpos, tudo devidamente documentado em vídeo que pode ser visto neste link: http://www.petatv.com/tvpopup/Prefs.asp?video=china_30
FRAUDE: Peles de cães e gatos são enganosamente etiquetadas com nomes fantasia, tais como: Gae-wolf, Sobaki, Asian Jackal, Wildcat, Goyangi, Katzenfelle e outros para serem exportadas ao exterior. Consumidores compram esses itens sem saber exatamente o que estão adquirindo. Outros itens são vagamente etiquetados como botas, casacos, brinquedos e remédios homeopáticos. Essas são práticas comerciais inaceitáveis, tanto para a China como em qualquer outro país. Como o filósofo Jeremy Bentham disse há quase 200 anos: “A questão não é ‘se’ eles podem raciocinar ou falar. Mas, se eles são capazes de sofrer. Sr. Presidente, se seus olhos estiverem abertos, o senhor não pode duvidar que a resposta é um retundante “SIM”. Eles podem sofrer! Felizmente, o senhor tem o poder – e com ele a responsabilidade – de pôr fim ao sofrimento de milhões de animais em seu país. Nós não visitaremos um país que extermine animais para produzir um casaco de peles, ou para decorar uma peça de vestuário, ou para se confeccionar um souvenir qualquer. Este é o destino final de criaturas que são instintivamente companheiras leais e devotas ao homem. Nós estamos firmes em nosso boicote ao turismo chinês, ao comércio e aos Jogos Olímpicos de 2008, bem como de seus patrocinadores, a menos que a China apresente atos visíveis para terminar o tratamento cruel de cães, gatos e de todos os outros animais não-humanos. Até a própria crueldade tem que ter um limite. Respeitosamente, International Anti-Fur Coalition São Paulo, Brazil
http://fur.arforum.org/?lang=en
Quadro de Tururi
Material: entrecasca de árvore, chamado de "tururi" Feito por índios: Magüta Outros nomes/grafias: Tikuna, Tukuna Local: Amazonas Peça: Desenho do sobrenatural mawü (à direita) e de um dos mascarados to'ü (à esquerda - a confirmar) (Fonte da imagem: site Iandé)
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Pensamento Indígena (Fonte: site Iandé )

- "Para nós indígenas, a palavra é de grande valor. É através das histórias contadas pelos mais velhos que mantemos viva a nossa identidade e firme a memória da nossa história, o uso e o cuidado com a nossa terra sagrada. Mas, descobrimos nesses 500 anos de colonização que para os não-índios a palavra não vale nada." (Carta do Ororubá; IV Assembléia Geral do povo Xukuru do Ororubá)
- "Queremos que a floresta permaneça silenciosa, que o céu continue claro, que a escuridão da noite caia realmente e que se possam ver as estrelas. As terras dos brancos estão contaminadas, estão cobertas de uma fumaça-epidemia xawara que se estendeu muito alto no peito do céu. Essa fumaça se dirige para nós, mas ainda não chega lá, pois o espírito celeste Hutukarari a repele ainda, sem descanso. Acima de nossa floresta o céu ainda é claro, pois não faz muito tempo que os brancos se aproximaram de nós. Mas bem mais tarde, quando eu estiver morto, talvez essa fumaça aumente a ponto de estender a escuridão sobre a terra e de apagar o sol. Os brancos nunca pensam nessas coisas que os xamãs conhecem, é por isso que eles não têm medo. Seu pensamento está cheio de esquecimento. Eles continuam a fixá-lo sem descanso em suas mercadorias, como se fossem suas namoradas." (Davi Yanomami ; pajé e líder do povo Yanomami)
- Sobre o homem branco: "O mundo deles é quadrado, eles moram em casas que parecem caixas, trabalham dentro de outras caixas, e para irem de uma caixa à outra, entram em caixas que andam. Eles vêem tudo separado, porque são o Povo das Caixas...." (frase de um pajé do povo Kaingang, recolhida por Lúcia Fernanda Kaingang)

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

Aruanã, outras histórias (fonte: site da ONG Aruanã - Associação para Recursos Ambientais e Artísticos)

ARUANÃ ... um peixe (Osteoglossum bicirrhosum), do Rio Araguaia (TO), conhecido pelos índios como peixe-macaco e peixe-mola pelas suas acrobacias e saltos. O macho é quem cuida dos filhotes, sua boca é berçário e mesa para eles. Quando um perigo ronda os seus filhos, ele, recolhe-os aos milhares em sua boca que pôr ter uma barbela à frente, amedronta a presa. Pôr ser muito nutritivo as índias usam-no para convalescerem-se do parto...

domingo, 12 de fevereiro de 2006

Estamos lutando pelos nossos direitos
(Este texto é de Yonana Pataxó a partir da conversa com a índia Yronei Pataxó - publicado no site Índios Online)
Cada pessoa tem um sonho para realizar. É como os pataxó Hãhãhãe que clamam por justiça para ter sua terra que é seu direito, sonha com a paz que seu povo nunca viu, mais que um dia realizará. Eu, Yronei, índia Pataxó Hãhãhãe, quando estou na retomada não tenho medo. O que eu sinto é aquela força de vontade da gente possuir o nosso direito, que é nossa terra em nossas mãos. Passamos por várias ameaças na nossa Região das Alegrias, por parte dos fazendeiros que vem até a nossa região, com 20 carros cheio de pistoleiros. Mas isso não nos deixa de lutar pela terra, porque o nosso pai Tupã está conosco, é Ele que nos prepara para lutar junto com o nosso povo. Não temos medo do que vem pela frente, pode vim o que vier. A nossa nação está passando por aflição, porque não temos terra para todos, a maior parte está sem terra para sobrevier. Lutamos pela nossa Mãe Terra hoje, porque quando nós morrermos, deixaremos para nossos filhos. A Mãe Terra é direito de cada um da nossa nação. Fazemos esta luta também para nossos filhos, que são criados vendo a nossa luta; a luta pela nossa terra. Isto é feito para que aprendam e adquiram o direito no futuro, para quando tiverem suas gerações saberem contar o que nós sofremos hoje por eles.Continua ainda o nosso sofrimento na região das Alegrias por falta de assistência da Funasa, que não está dando assistência ao índio. Nesta região que estamos ocupando tem muitos escorpiões. Muitos índios estão sendo atingidos por esses escorpiões.Uma criança com nove meses, e um rapaz já foram picados. A Funasa não está se importando com o índio, já pedimos para nos dá assistência, mas a mesma diz que está com medo do conflito. Sabemos que com a Funasa nãoirá acontecer nada, pode acontecer conosco que estamos na luta. E o nosso direito que queremos, mas eles não dão assistência.O Governo não se importa com o índio, é por isso que a Funasa está nos maltrando. Estamos sofrendo assim, porque nesta região acatingada não tem ervas medicinais para podermos curar a nossa comunidade. Eu gostaria que o Supremo Tribunal Federal julgasse a nossa terra, que o Doutor Nelson Jobim deixasse de tirar o direito do índio, que não dessem o direito aos fazendeiros que já tiraram muitas vidas do nosso povo, mas não houve justiça, nem providencia.Essa terra é nossa, nós somos os verdadeiros donos nós não daremos ela a ninguém, nós morreremos em cima dela. Não temos medo do que vem pela frente, a terra é nossa e estamos lutando por um direito que é nosso, que nos pertence.

sábado, 11 de fevereiro de 2006

(Fonte da imagem)

Empresa usa cascas de amendoim para produzir energia e água potável (Fonte)
Quem poderia imaginar que cascas de amendoim serviriam como fonte de energia e de água potável? Pois é. Uma empresa canadense, a Surya Ventures, desenvolveu uma planta protótipo que torna isso possível, ao mesmo tempo em que processa amendoim cru sem casca em óleo e alimento de alto valor protéico.
A planta gera sua própria energia, não precisa de combustível a diesel ou rede de eletricidade, e por conta disso, pode estar localizada em qualquer lugar, incluindo em regiões remotas onde não existe suprimento de energia.
As cascas de amendoim (um recurso de energia renovável) são queimadas numa caldeira onde o vapor é utilizado para produzir eletricidade e calor. A caldeira tem queimado com muito sucesso raspas de madeira, serragem e forragem de milho.
Especificamente desenvolvido para empresários de pequena escala em países em desenvolvimento, este sistema processa 6 toneladas de amendoim sem casca em 24 horas.
“Um importante benefício é a habilidade de produzir água potável para até 10 mil pessoas e água quente para 500 pessoas. Este sistema está posicionado para entregar imediatamente infra-estrutura de energia e de água para áreas rurais, com um escopo considerável para aperfeiçoamentos na saúde e na qualidade de vida. Cada sistema geraria até 100 trabalhos rurais, explica Rajan Patel, da Surya.

Bruce Beehler/CI

Cientistas encontram “Jardim do Éden” (Fonte BBC - notícia publicada no site ECOINFORME )
Uma equipe internacional de cientistas descobriu 20 novas espécies de sapos, quatro de borboletas e pelo menos cinco novos tipos de palmeiras durante uma expedição na região isolada perto das Montanhas Foja, na província de Papua, no leste da Indonésia, que cobre uma área de mais de 1 milhão de hectares de florestas.
Entre as descobertas da equipe, formada por pesquisadores dos Estados Unidos, Indonésia e Austrália, está um exemplar de uma ave que acreditava-se estar extinta há pelo menos cem anos. Trata-se da Parotia berlepschi, também chamada de ave do paraíso, descrita por caçadores do século 19.
É como um Jardim do Éden na Terra, disse Bruce Beehler, um dos líderes da equipe. Mas as descobertas terão de ser analisadas por outros pesquisadores antes de classificadas como novas espécies. Não há indícios do impacto ou presença humana nestas montanhas. Nós fomos levados de helicóptero. Não havia nem uma trilha, disse Beehler.
Segundo ele, até os dois membros de tribos da Indonésia que acompanharam os cientistas ficaram impressionados com o isolamento da área.
Alaranjada
Uma das descobertas mais notáveis, segundo os pesquisadores, foi uma ave que se alimenta de mel e possui a face alaranjada --a primeira nova espécie de ave a ser vista na área em mais de 60 anos. Também foi encontrado um mamífero da espécie Dendrolagus pulcherrimus que, acreditava-se, estava perto da extinção. Beehler disse que algumas das criaturas encontradas pela equipe não reagiram com temor ao serem confrontadas com seres humanos. Dois equidnas de bico longo, mamíferos que botam ovo, permitiram até que cientistas os levassem para seu acampamento para estudo, acrescentou o pesquisador.
A expedição de dezembro de 2005 foi organizada pela Conservation International, sediada nos Estados Unidos, juntamente com o Instituto Indonésio de Ciências. A equipe admite que em sua viagem de um mês não teve tempo suficiente para investigar toda a área. Beehler espera voltar ao local ainda neste ano.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

A Via Láctea abriga as principais constelações da astronomia tupi-guarani, que incluem manchas claras e escuras no desenho de suas formas.

Mitos e Estações no céu Tupi-Guarani

(trechos de matéria publicada revista Scientific American Brasil )

Com astronomia própria, índios brasileiros definiam o tempo de colheita, a contagem de dias, meses e anos, a duração das marés, a chegada das chuvas. Desenhavam no céu histórias de mitos, lendas e seus códigos morais, fazendo do firmamento esteio de seu cotidiano.
Por Germano Afonso


Astronomia e Biodiversidade
Os indígenas são profundos conhecedores do seu ambiente, plantas e animais, nomeando as várias espécies. Os tupis-guaranis, por exemplo, associam as estações do ano e as fases da Lua com o clima, a fauna e a flora da região em que vivem. Para eles, cada elemento da Natureza tem um espírito protetor. As ervas medicinais são preparadas obedecendo a um calendário anual bem rigoroso.Em 1758, na 10ª edição de seu livro Systema naturae, o botânico e médico sueco Karl von Linné (1707-1778) classificou todos os seres vivos até então conhecidos com as noções de gênero e espécie. Ele incluiu 39 espécies (14 mamíferos, 15 aves, 2 répteis e 8 peixes) das 1.370 catalogadas pelo astrônomo alemão Georg Marcgrave (1610 -1644), considerado o primeiro naturalista a estudar a fauna brasileira. Linné considerou os índios guaranis como "primus verus systematicus", dando, assim, o devido crédito à contribuição intelectual desta etnia à ciência da sistemática ou taxonomia, por cuja criação ele é internacionalmente reconhecido.Os tupis-guaranis, em virtude da longa prática de observação da Lua, conhecem e utilizam suas fases na caça, no plantio e no corte da madeira. Eles consideram que a melhor época para essas atividades é entre a lua cheia e a lua nova (lua minguando), pois entre a lua nova e a lua cheia (lua crescendo) os animais se tornam mais agitados devido ao aumento de luminosidade. Certa noite de lua crescente estava observando as constelações com os guaranis na ilha da Cotinga, Paraná.De repente, um deles me disse que seria melhor observarmos quando não houvesse Lua. Rapidamente, com meu conhecimento ocidental, respondi que estava de acordo, pois o brilho da Lua ofuscava o brilho das estrelas, embora conseguíssemos enxergar bem a Via Láctea. Ao que ele retrucou dizendo que, na realidade, o que o incomodava era a quantidade de mosquitos, muito menor quando não há Lua. Nunca havia percebido essa relação, que de fato existe, entre as fases da lua e a incidência de mosquitos.Os guaranis que atualmente habitam o litoral também conhecem a relação das fases da Lua com as marés. Além disso, associam a Lua e as marés às estações do ano (observação dos astros e dos ventos) para a pesca artesanal. Segundo eles, o camarão é mais pescado entre fevereiro e abril, na maré alta de lua cheia, enquanto a época do linguado é no inverno, nas marés de quadratura (lua crescente e lua minguante). Em geral, quando saem para pescar, seja no rio ou no mar, os guaranis já sabem quais as espécies de peixe mais abundantes, em função da época do ano e da fase da Lua.Até o ritual do "batismo" (nimongarai ou nheemongarai, em guarani), em que as crianças recebem seu nome, depende de um calendário luni-solar e da orientação espacial: o plantio principal do milho (avaxi) ocorre, geralmente, na primeira lua minguante de agosto. Após a colheita do milho plantado nessa época é que realizam o batismo das crianças. Esse evento deve coincidir com a época dos "tempos novos", caracterizada pelos fortes temporais de verão, geralmente o mês de janeiro. O nome dado à criança guarani vem de uma das cinco regiões celestes: zênite, norte, sul, leste e oeste. Cada região possui nomes típicos, representando a origem das crianças.A astronomia envolveu todos os aspectos da cultura indígena. O caráter prático dos seus conhecimentos pode ser reconhecido na organização social e em condutas cotidianas que eram orientadas por rituais cujas datas eram definidas pelas posições dos astros.A comunidade científica conhece muito pouco da astronomia indígena e da sua relação com o ambiente, patrimônio que pode ser perdido em uma ou duas gerações pelo rápido processo de globalização, que tende a homogeneizar as culturas e assim perder as nuances da diversidade. Esse risco ocorre, também, pela falta de pesquisa de campo e pelas dificuldades em documentar, avaliar, validar, proteger e disseminar os conhecimentos astronômicos dos indígenas do Brasil. Atualmente, há um grande interesse internacional na proteção e conservação do conhecimento tradicional e de práticas ancestrais de indígenas e das comunidades locais, para a conservação da biodiversidade.

O Sol e os Pontos Cardeais
Para os tupis-guaranis o Sol é o principal regulador da vida na Terra e tem grande significado religioso. Todo o cotidiano deles está voltado para a busca da força espiritual do Sol. Os guaranis, por exemplo, nomeiam o Sol de Kuaray, na linguagem do cotidiano e de Nhamandu, na espiritual.Os tupis-guaranis determinam o meio-dia solar, os pontos cardeais e as estações do ano utilizando o relógio solar vertical, ou gnômon, que na língua tupi antiga, por exemplo, chamava-se Cuaracyraangaba. Ele é constituído de uma haste cravada verticalmente em um terreno horizontal, da qual se observa a sombra projetada pelo Sol. Essa haste vertical aponta para o ponto mais alto do céu, chamado zênite. O relógio solar vertical foi utilizado também no Egito, China, Grécia e em diversas outras partes do mundo. Na cosmogênese guarani, Nhanderu (Nosso Pai) criou quatro deuses principais que o ajudaram na criação da Terra e de seus habitantes. O zênite representa Nhanderu e os quatro pontos cardeais representam esses deuses. O Norte é Jakaira, deus da neblina vivificante e das brumas que abrandam o calor, origem dos bons ventos. O Leste é Karai, deus do fogo e do ruído do crepitar das chamas sagradas. No Sul, Nhamandu, deus do Sol e das palavras, representa a origem do tempo-espaço primordial. No Oeste, Tupã, é deus das águas, do mar e de suas extensões, das chuvas, dos relâmpagos e dos trovões.O calendário guarani está ligado à trajetória aparente anual do Sol e é dividido em tempo novo e tempo velho (ara pyau e ara ymã, respectivamente, em guarani). Ara pyau é o período de primavera e verão, sendo ara ymã o período de outono e inverno. O dia do início de cada estação do ano é obtido através da observação do nascer ou do pôr-do-sol, sempre de um mesmo lugar, por exemplo, da haste vertical. O Sol sempre nasce do lado leste e se põe do lado oeste.No entanto, somente nos dias do início da primavera e do outono, o Sol nasce exatamente no ponto cardeal Leste e se põe exatamente no ponto cardeal Oeste. Para um observador no Hemisfério Sul, em relação à linha leste-oeste, o nascer e o pôr-do-sol ocorrem um pouco mais para o norte no inverno e um pouco mais para o sul no verão. Utilizando rochas, por exemplo, para marcar essas direções, os tupis-guaranis materializavam os quatro pontos cardeais e as direções do nascer e do pôr-do-sol no início das estações do ano.
Lua e as Marés

Para os tupis-guaranis, a Lua (Jaxi, em guarani), principal regente da vida marinha, é considerada do sexo masculino, o irmão mais novo do Sol. A primeira unidade de tempo utilizada pelos tupis-guaranis foi o dia, medido por dois nasceres consecutivos do Sol. Depois veio o mês (também chamado jaxi), determinado a partir de duas aparições consecutivas de uma mesma fase da Lua. Os tupis-guaranis consideravam essa fase como sendo o primeiro filete da Lua que aparecia do lado oeste, ao anoitecer, depois do dia da lua nova (jaxy pyau), dia em que a Lua não é visível por se encontrar muito próxima da direção do Sol.Além de serem utilizadas como calendário mensal, as fases da Lua serviam para orientação geográfica, pois a Lua brilha por refletir a luz do Sol, ficando a sua parte iluminada no lado em que se encontra o Sol. Entre a lua nova e a lua cheia (jaxy guaxu) o hemisfério iluminado aponta para o lado oeste, enquanto entre a lua cheia e a lua nova, a indicação é do lado leste. As fases da Lua também permitiam obter as horas da noite: o primeiro filete, depois da lua nova, aparece ao anoitecer, do lado oeste, e desaparece minutos depois, a lua crescente (jaxy endy mbyte) aparece desde o anoitecer até meia-noite, a lua cheia do pôr-do-sol ao nascer-do-sol e a lua minguante (jaxy nhenpytu mbyte) fica visível da meia-noite ao amanhecer. Segundo d'Abbeville, "os tupinambás atribuem à Lua o fluxo e o refluxo do mar e distinguem as duas marés cheias que se verificam na lua cheia e na lua nova ou poucos dias depois". Assim, mesmo antes dos europeus, os tupinambás já sabiam que perto dos dias de lua nova e de lua cheia as marés altas são mais altas e as marés baixas são mais reduzidas do que nos outros dias do mês. O conhecimento da periodicidade das marés antes dos europeus pode ser explicado em virtude de a relação entre as marés e as fases da Lua ser melhor observada entre os trópicos, região em que se localiza a maior parte do Brasil.
Eclipses e o Fim do Cosmos
Os eclipses sempre espalharam terror por transformarem em caos a ordem de repetição do Cosmos, de eterno retorno. Aparentemente, diversos povos antigos podiam prever esses fenômenos. Mas, por falta de registros, não conhecemos os métodos por eles utilizados. Os tupis-guaranis também observavam os movimentos do Sol e da Lua e se preocupavam em prever os eclipses.Um dos mitos tupi-guarani sobre o fenômeno relata que a onça (xivi, em guarani) sempre persegue os irmãos Sol e Lua. Na ocasião do eclipse solar (kuaray onheama) ou do lunar (jaxy onheama), os indígenas fazem a maior algazarra, com o objetivo de espantar a Onça Celeste, pois acreditam que o fim do mundo ocorrerá quando a ela devorar a Lua, o Sol e os outros astros, fazendo com que a Terra caia na mais completa escuridão.No céu, a cabeça da onça desse mito indígena é representada pela estrela vermelha Antares, da constelação zodiacal do Escorpião, e pela estrela Aldebaran, também vermelha, da constelação zodiacal do Touro. Essas duas constelações ficam no zodíaco onde, observados da Terra, passam o Sol, os planetas e a Lua. Assim, de fato, pelo menos uma noite por mês e um dia por ano, a Lua e o Sol, respectivamente, aproximam-se de Antares e de Aldebaran. Os antigos astrônomos não sabiam que era a Terra que orbitava em torno do Sol (movimento de translação). Ao nascer e ao pôr-do-sol, observavam que a posição do Sol mudava, dia a dia, em relação às estrelas fixas, em um movimento cíclico de um ano. Perceberam que os eclipses solares e lunares ocorriam apenas quando a Lua estava próxima a essa trajetória do Sol entre as estrelas, no céu. Devido a esta relação com os eclipses, denominaram essa trajetória aparente do Sol de eclíptica. O mito sobre os eclipses demonstra o grande conhecimento empírico de astronomia dos tupis-guaranis. As Crateras LunaresLua, irmão do Sol, entrava tateando no escuro, no quarto da irmã de seu pai, com a intenção de fazer amor com ela. Para saber quem a importunava todas as noites, sua tia lambuzou os dedos com resina e de noite, enquanto Lua a procurava, passou a mão em sua face.No dia seguinte, bem cedo, Lua foi lavar a face para retirar a resina. No entanto, a substância não saiu, e ele ficou mais sujo ainda. Por esse motivo, Lua tem sempre a face manchada.Desde então, a lua nova lava seu rosto, fazendo chover para tentar tirar as manchas de resina, que ficam mais visíveis quando ela se torna cheia. Esta fábula ensina aos tupis-guaranis que não devem cometer incesto.