sábado, 28 de julho de 2007


O dia em que os bichos da floresta sumiram
A Ursa despertou com os raios de sol batendo nos olhos. Deu um pulo assustada e viu que o sol já estava alto. "O que aconteceu? Por que os passarinhos não me acordaram hoje?" Levantou correndo e saiu da oca. O silêncio era grande na floresta, apesar do dia iluminado e do vento gelado. Não se ouvia nenhum canto de pássaro. Não tinha um besouro no ar ou borboleta. A Ursa arregalou os olhos e andou pela Floresta à procura dos animais. Nada... Não havia pegadas ou galhos partidos no caminho. Para onde foram as antas? E os macacos? As onças também não tinham passado por ali para caçar. A Ursa continuou caminhando floresta a dentro por horas seguidas, até sentir fome e sede. Logo, o dia ia terminar e a escuridão tomaria conta de tudo. Era melhor voltar enquanto havia claridade.
Quando fez a volta, ouviu um barulho diferente. Pareciam folhas secas. Ou seriam galhos estalando numa fogueira? Correu na direção do som e tum! Bateu a cabeça com força em alguma coisa. Mas não tinha nada ali!? Ou tinha e ela não podia ver?! O coração da Ursa bateu acelerado de medo. Sim, tinha uma parede invisível e, do outro lado, estava tudo escuro. De repente, luzes começaram a piscar no escuro. Duas delas se aproximaram. Eram os olhos de uma onça! Mas o que ela estava fazendo lá, atrás da parede.
A onça também parecia assustada. Então, a Ursa percebeu que as outras luzes também eram olhos dos outros animais desaparecidos. Logo em seguida, uma voz que parecia um trovão gritou: "Eles fugiram da floresta virtual por causa do frio! Saíram para fora da tela e se esconderam no fundo escuro do monitor para se esquentarem. Vai ser preciso editar o modelo para corrigir isso."
A Ursa deu um pulo assustada e, quando viu, estava deitada na oca. Os passarinhos cantavam lá fora.
Zonza, ela ficou pensando se aquilo tinha sido um sonho ou não...

domingo, 22 de julho de 2007

Índios Fulni-ô (Fonte da imagem)

VIDA DE ÍNDIO
(Fonte: Usina de Letras)
A repórter Xereta entrevistou alguém muito especial para a nossa reportagem: a índia Maria Helena Sarapó, que estava de passagem por Brasília.
Nossa entrevistada mora na tribo dos Fulni-ô, uma aldeia de 6 mil índios no interior do Pernambuco, e contou como é a vida em sua aldeia.
Você vai ver que ela é gente como a gente.
Como é a vida na sua tribo? O que vocês fazem no dia-a-dia?
A gente faz artesanato, cozinha e busca lenha no mato.
Os homens caçam e fazem artesanato também: arco, flecha e lança.
As crianças de manhã vão para a escola aprender português, e de tarde vão para a escola da nossa língua, o Iatê.
Normalmente ficamos mesmo na aldeia, mas no final de agosto a gente vai para a reserva passar três meses, onde praticamos nossos rituais e ensinamos às crianças as tradições da tribo.
A escola consegue atender a todas as crianças da tribo?
Sim, a escola tem 10 salas de aula, e todas as crianças estudam.
A tribo tem energia elétrica?
Na aldeia temos energia elétrica, sim, e também televisão, som, escola de computação, telefone e água encanada. Mas na reserva, que é uma área mais isolada, só tem água encanada; não tem energia porque o cacique prefere que não tenha, lá a luz é de lampião.
A escola de computação é para toda a comunidade?
Sim, para toda a aldeia, e tem acesso à internet. Só que são 10 computadores para a aldeia toda (de 6 mil índios).
Que tipo de brinquedos as crianças têm na tribo?
Os pais fabricam brinquedos, mas eles recebem muita doação de bola, carrinho e outros brinquedos.
Alguns índios têm mais condição e compram para os próprios filhos.
Alguns índios da minha aldeia são funcionários da prefeitura e do estado.
Esses têm mais condição, porque têm salário certo. Os que não têm, vivem das plantações, do artesanato e de doações.
Em que idade as crianças começam a ser consideradas adultas na tribo?
As meninas são consideradas adultas depois da menstruação, e os meninos, a partir dos 13 anos.
As crianças trabalham? Ajudam na plantação?
Só quando elas têm um tempinho, mas sempre a escola está em primeiro lugar.
O que a senhora acha de mais importante que os índios devem reivindicar?
A terra, pois as reservas não têm espaço suficiente.
A nossa área é de 11 mil hectares.
Antigamente era de 53 mil hectares, mas o branco foi tomando e só ficaram 11 mil.
É muito apertado para mais de 6 mil índios. Porque a gente planta muitas coisas: milho, feijão, algodão, verduras, frutas.
Para a senhora, qual a importância de ter um dia dedicado aos índios?
É bom para as pessoas lutarem pelos direitos dos índios, porque ainda tem muita gente que não gosta de índio.
Seria bom se as pessoas entendessem e apoiassem, porque de vez em quando tem questão de terra, com gente querendo tomar.
Até índio queimado já mataram aqui mesmo em Brasília (o índio Galdino Jesus dos Santos foi queimado por cinco jovens enquanto dormia num ponto de ônibus, em 20 de abril de 1997) .
Que mensagem deixaria para as crianças?
Eu falaria para as crianças não seguirem maus exemplos, que elas seguissem sempre bons exemplos, porque quando a pessoa é criada vendo bons exemplos ela vai fazer boas ações.
Vendo televisão, a gente vê tanta coisa ruim, mas quem tem um coração bom vai tentar ajudar para que o mal não aconteça mais.
Eu queria que as crianças crescessem tendo paz no coração.
Recado dado, né, pessoal? Os índios têm muito o que nos ensinar!

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Jurá
(Fonte: site do Museu do Índio)
A Jurá - Casa Wajãpi foi construída, no Museu do Índio, em março de 2002, por Matapi, Noé, Mata e Emyra Wajãpi com matéria prima trazida da Terra Indígena Wajãpi no Amapá.

"Os Wajãpi gostam de fazer diversos tipos de casa, têm casas térreas e outras altas.
Uma das extremidades é arredondada. Em geral, as casas são abertas de todos os lados. O material que os Wajãpi usam para construir suas casas é muito variado. Tudo vem da floresta: madeira de diferentes árvores, vários tipos de folhas de palmeira, resinas, cipós. Os Wajãpi não usam pregos. Só usam cipó, amarram bem e, pronto, tudo está no lugar. Cada casa é diferente da outra(...) Sobre o fogo, um moquém serve para preparar a carne e o peixe. (...). A maioria das famílias tem sua casa de cozinha no pátio, onde ficam guardados os trançados para processar a mandioca e onde mães e filhas se reúnem para fazer beijus. A frente tem beirais grandes e, assim, pode-se conversar mesmo quando está chovendo muito. Há tudo o que é necessário numa casa. Para guardar utensílios e alimentos, jiraus altos e baixos". (Depoimento de professores Wajãpi - 2000)

terça-feira, 17 de julho de 2007

O animal nasceu no zôo alemão em 1990.

Zoológico alemão apresenta híbrido de leão e tigre
(Fonte: Reuters - publicada no site Terra)

O zoológico privado Arca de Noé, localizado na vila de Groemitz, na costa alemã do mar Báltico, apresentou nesta terça-feira o híbrido Bahier, uma cruza de um leão com uma fêmea de tigre.O nome "liger", como é chamado este tipo de animal, vem da mistura de lion e tiger (leão e tigre, em inglês). Segundo o zôo, Bahier vive no local desde que nasceu, no ano de 1990.

domingo, 15 de julho de 2007

Zarabatana nos Jogos indígenas - Saiba mais sobre os Jogos dos Povos Indígenas e conheça o site Jogos Indígenas do Brasil.

De pai para filha
(Gabriela Romeu - Folhinha)

As histórias têm um poder e tanto. É o que diz o escritor indígena Kaká Werá Jecupé, 43, que acaba de lançar o livro "As Fabulosas Fábulas de Iauaretê" (ed. Peirópolis, R$ 40).
"Entre os guaranis, as histórias são usadas até para curar pessoas. É muito bonito", explica o índio de origem tapuia. Se alguém está muito, mas muito triste, dá para contar uma história que cairá como um remédio naquela tristeza.
Para a filha do escritor, Sawara, 11, as histórias têm um gostinho ainda mais especial. É que ela fez os desenhos que ilustram o livro.
"Sempre quando chegava da escola, meu pai me contava uma história diferente para explicar por que isso deve ou não ser feito."
Como tudo começou Em outro livro, "Sehaypóri: O Livro Sagrado do Povo Saterê-Mawé" (ed. Peirópolis, R$ 44), o indígena Yaguarê Yamã, 33, conta histórias mágicas dos maués.
Esse povo amazônico guarda suas histórias num remo sagrado chamado Puratig. Está tudo ali: lendas e mitos sobre como surgiram as coisas do mundo.
O livro conta, por exemplo, como os maués compraram a noite da surucucu (e foi a partir daí que ela ganhou veneno). Não dá vontade de parar de ler.

sexta-feira, 13 de julho de 2007


PAN 2007 FLORESTAL - Espetáculo incluiu fantasias belíssimas e alegorias gigantes como um jacaré de 20 metros de comprimento articulado (Fonte da imagem: O Dia Online)

terça-feira, 10 de julho de 2007

Noite na Floresta da Ursa (clique para ampliar. Pode ser usada como papel de parede)
CD "Quem deu esse nó ?" - Cantos Tradicionais indígenas cantados pelo Coral Kurumins Tapeba
gravado por índios: Tapeba - local: Ceará
(Fonte: site Iandé)

Esse CD reúne cantos de autoria dos Povos Tapeba, Tremembé, Pitaguary, Jenipapo-Kanindé e outros povos da região. As músicas são cantadas por 80 crianças que formam o Coral Kurumins Tapeba. É uma iniciativa de escolas de educação diferenciada indígenas do Ceará.
É um trabalho muito bem feito, com dezenas de fotos das crianças indígenas, as letras e vários depoimentos de lideranças desses povos, explicando um pouco da história de cada uma das músicas.
A professora Margarida Tapeba, que participou desse projeto, apresenta esse projeto com bonitas palavras, que servem de lição não só para as crianças:
"Sabemos que se a sociedade entendesse a nossa fala, o mundo seria diferente, próximo da harmonia, da fraternidade e da alegria de viver, colocando o coletivo acima do individual..."

sábado, 7 de julho de 2007

Por causa da poluição das queimadas nos canaviais:

Europa 'não quer etanol sujo do Brasil', diz jornal - 06/07/2007
(Fonte: BBC - publicada no site Amazonia.org.br)


Uma matéria do jornal espanhol El Mundo diz nesta sexta-feira que a União Européia não quer "etanol sujo" do Brasil

O termo é uma referência à desconfiança do bloco dos 27 em relação às práticas de cultivo de açúcar brasileiras, vistas por líderes europeus como potencialmente danosas ao meio-ambiente.
Em uma conferência internacional sobre biocombustíveis em Bruxelas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva procurou convencer a audiência européia de que o Brasil inspecionará seu etanol de exportação, para certificar que o produto respeita critérios ambientais, sociais e trabalhistas.
"O presidente Lula falava ontem em tom idealista sobre 'o cuidado com o planeta Terra'. Mas os europeus não esquecem a queima maciça dos campos no processo de produção do etanol, e a tentação de estender ao Amazonas os cultivos de açúcar para obtê-lo", disse o jornal.
"Bruxelas advertiu o país amazônico que não importará seu biocombustível se for produzido de forma insustentável".
Escravidão - A desconfiança em relação ao etanol brasileiro foi manifestada também pelo italiano La Repubblica, que recordou a recente libertação de 1.106 trabalhadores forçados de uma fazenda de cana-de-açúcar no Pará.
Segundo o jornal, Lula – descrito como o líder "que faz o papel de apóstolo dos biocombustíveis" – "não disse (em Bruxelas) que as duas notícias estão interligadas".
"A operação de maquiar as condições de trabalho nas plantações de cana-de-açúcar indica que o presidente precisa enfrentar as críticas contra a solução do etanol, que se tornou o próximo grande negócio da economia brasileira."
O La Repubblica reconhece que o combate ao trabalho forçado no Brasil aumentou nos últimos anos, mas ressalva que o "espetacular aumento da produção de cana-de-açúcar" levanta preocupações em relação ao tema.
"Nas plantações de etanol, milhares de camponeses emigrados do nordeste vivem da miserável paga de um euro por tonelada de cana, sujeitos aos abusos dos patrões e da precariedade."

Meio ambiente - Já o britânico Financial Times centrou sua matéria nas conseqüências ambientais do cultivo de etanol. Abrindo amplo espaço para os argumentos do governo brasileiro, o diário econômico disse que as novas áreas de plantação de cana-de-açúcar seriam abertas em locais planos, nos quais a automação eliminaria a necessidade da queima da lavoura.
"A cana também não seria cultivada na Amazônia por razões climáticas, embora críticos digam que as plantações podem substituis culturas como a soja, que penetrariam na floresta amazônica."
Segundo o jornal, usineiros brasileiros disseram que "os principais obstáculos ao crescimento das exportações de etanol não são ambientais, mas a carência de infra-estrutura de transporte e, principalmente, tarifas e subsídios adotados nos mercados desenvolvidos".
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Lula erra em Bruxelas ao negar cana-de-açúcar na Amazônia - 06/07/2007
(Trechos de matéria - Fonte: Amazonia.org.br)
Presidente diz que plantação do país "fica muito distante da Amazônia, região que não se presta à cultura"

Altino Machado

Mal assessorado, Lula gera constrangimento com declarações desencontradas quando repete frases de assessores da Casa Civil. Na Amazônia, já existem usinas de porte expressivo em Presidente Figueiredo (AM), Ulianópolis (PA), Arraias (TO), além de meia dúzia no Mato Grosso. De acordo com o último levantamento oficial da Conab, um órgão do Ministério da Agricultura, de maio deste ano, na safra passada houve mais de 19 milhões de toneladas de produção de cana-de-açucar na Amazônia Legal, entre Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Amazonas e Pará.
Ainda não consta no documento a produção do Acre, isto é, da agroindústria Álcool Verde, pertencente ao Grupo Farias, que os políticos petistas do "governo da floresta" consideram como o grande trunfo de investimento. Uma antiga usina, que jamais havia produzido álcool, foi revitalizada com dinheiro público e privado. O investimento já atinge mais de 2 mil hectares de cana-de-açúcar plantados ao longo da BR-317. O ex-governador Jorge Viana, que preside o Fórum Empresarial do Acre, já anunciou que uma segunda usina será instalada na região.
É falso o mito de que o cultivo da cana-de-açúcar é inviável na Amazônia. De acordo com o relatório da Conab, a produtividade média na região amazônica é de 70 toneladas por hectare, bastante próxima à media nacional de 79 toneladas, e muito superior àquela de estados como Alagoas e Pernambuco, que são grandes produtores tradicionais de cana, e que apresentam, respectivamente, produção de 63 e 52 toneladas por hectare.

quinta-feira, 5 de julho de 2007


COMIDA DE PASSARINHO E DA URSA :))

Jiló chegou ao Brasil no século 17

(Rachel Botelho - Colaboração para a FOLHA - Equilíbrio)

"Ai quem me dera voltar / Pros braços do meu xodó / Saudade assim faz doer e amarga que nem jiló." Nesses versos, os compositores Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira reforçam a má fama da hortaliça. Freqüentemente rejeitado por pessoas que sequer conhecem seu sabor, mas o evitam por sua reputação de fruto amargo, o jiló é considerado popularmente um ingrediente de qualidade e paladar inferiores.
Acredita-se que o jiloeiro seja nativo da Índia ou da África. Ao Brasil, teria chegado no início do século 17, com os escravos trazidos para trabalhar nos canaviais de Pernambuco. Mas é em Minas Gerais e no interior de Goiás, de São Paulo e do Rio de Janeiro que ele aparece em mais receitas. No mercado municipal de Belo Horizonte, por exemplo, o fígado com jiló grelhado é um clássico.
Seus frutos devem ser colhidos verdes e, quando maduros, tornam-se amarelo-esverdeados. Sua polpa é macia, porosa e com pequenas sementes brancas. A chef Mara Salles, do restaurante de comida brasileira Tordesilhas, em São Paulo, declara-se uma defensora do jiló. No cardápio da casa, ele aparece frito como acompanhamento de carne seca. "Não é um legume fácil, mas é muito interessante", afirma Salles. A chef costuma prepará-lo de três formas, sendo a mais comum fritá-lo em lâminas com a casca e salpicá-lo com sal. "Fritar é uma boa forma de eliminar seu amargor."
Outra opção é fatiá-lo em lâminas um pouco mais grossas, de 3 mm, temperar com sal e limão e empanar no fubá mimoso, fritando em seguida. "Uso o jiló ainda num molho tradicional da cozinha afro-brasileira chamado nagô. Ele é cozido com a casca e passado por uma peneira para retirar a polpa, que é misturada com camarão seco, pimenta-malagueta e o caldo de cozimento de uma carne seca ou fresca. Acompanha os cozidos brasileiros."
Semelhante à berinjela, embora muito menor, o fruto ovóide também pode ser cozido e recheado com carne moída. Menos comuns são as receitas de compotas e doces de jiló, como a que se vê ao lado. Em Pirenópolis (GO), o doce de jiló em calda fez fama entre os turistas.
O jiló é fonte de vitaminas (A, C e do complexo B) e sais minerais, como magnésio, cálcio e ferro. De acordo com a Tabela de Composição Nutricional das Hortaliças, elaborada pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), possui 38 calorias a cada 100 gramas.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Piranha preta - a maior da Amazônia
(Fonte)
Peixe de escamas; corpo romboidal, alto e comprimido; mandíbola saliente e dentes afiados. A coloração é uniforme, variando do cinza ao preto nos indivíduos adultos; os jovens são mais claros com manchas escuras. Alcança 40 cm de comprimento e é a maior piranha da Amazônia.

Distribuição Geográfica: Bacias Amazônica e Araguaia-Tocantins
Ecologia: A Piranha-preta ocorre em rios de águas claras e pretas e os indivíduos são solitários. Espécie carnívora, alimenta-se de peixes e invertebrados.
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Piranha é menos perigosa do que se imagina, dizem cientistas
(Fonte: Estadão - publicada no site Ambientebrasil)

A reputação da piranha como perigoso predador pode não ser totalmente justificada, de acordo com cientistas britânicos. Encontrada na Amazônia, a piranha costuma ser retratada como um peixe carnívoro voraz que opera em grupo para atacar sua presa.
Mas especialistas da Universidade de St. Andrews dizem que as piranhas são peixes onívoros, que se alimentam de outros peixes, plantas e insetos.
Segundo os pesquisadores, os peixes formam grandes cardumes primordialmente para se defender de outros predadores, e não para caçar. "Anteriormente acreditava-se que as piranhas formavam cardumes para permitir que formem um grupo de caça cooperativo", disse Anne Magurran.
"Mas nós descobrimos que isto é primordialmente um comportamento defensivo." As piranhas podem ser atacadas por botos, jacarés e outros peixes grandes, e formar um cardume é a forma que têm de evitar serem comidos, afirmou Magurran.
Peixes em idade de reprodução ficam no centro do cardume para maior proteção e o tamanho do cardume depende do nível de risco. "Em águas profundas os peixes nadam em cardumes pequenos pois há mais espaço para evitar predadores, e a ameaça é menos intensa", disse Magurran.
"Mas quando o nível da água baixa, isolando águas de enchentes em lagos menores e canais, os cardumes podem aumentar para mais de 50 peixes por causa da proximidade de predadores."
A equipe está apresentando sua pesquisa, juntamente com um tanque de piranhas vivas, na Exposição de Verão de Ciências da Royal Society, em Londres.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Em PE, índios inauguram oficina para manipular plantas medicinais
(Renata Baptista da Agência Folha)

Os índios fulniô de Águas Belas (301 km de Recife), que cultivam plantas medicinais para consumo em suas aldeias, profissionalizaram a prática milenar e inauguraram uma oficina de manipulação dessas plantas.
A ação é custeada pelo projeto Vigisus 2, parceria entre a Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e o Banco Mundial. O objetivo é melhorar a saúde indígena e o saneamento em comunidades remanescentes de quilombos. O investimento é de R$ 460 mil.
Cerca de 3.500 índios que vivem na aldeia serão beneficiados pela distribuição gratuita dos medicamentos fitoterápicos que passam a ser produzidos no local.
A oficina foi inaugurada no último dia 5. Dez índios trabalham supervisionados pela farmacêutica responsável e por um botânico.

Comercializar
Inicialmente, a produção da oficina de manipulação não será comercializada. Mas, de acordo com a coordenadora de assistência farmacêutica da Funasa em Pernambuco, Mônica dos Santos, a idéia é começar a vender os remédios no prazo de até um ano e transformar a oficina em um projeto auto-sustentável.
Para o coordenador do projeto, Xicê Fulniô, o ponto mais importante da iniciativa é fortalecer e divulgar a cultura indígena, além de ajudar a preservar a saúde dos moradores da aldeia.
"Aprendemos as técnicas com os mais velhos, que aprenderam com os antepassados. Não há muita doença na aldeia. Tem gente com 80 anos que tem boa saúde porque usa as plantas", disse.
As plantas -folhas, raízes e cascas de árvores- são coletadas na aldeia do Ouricuri e na serra Comunaty, áreas de dois hectares que pertencem à reserva indígena.
São produzidos xaropes, pomadas, chás e sabonetes para cuidados básicos de saúde e prevenção de doenças.
De acordo com o coordenador Xicê Fulniô, há plantas específicas para a realização de tratamento de diabetes, obesidade, ansiedade, infecções de pele, gastrite, úlcera e até impotência sexual.