sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Floresta tem sua exuberância ameaçada pela ocupação desordenada Scot Martin/Harvard School of Engineering and Applied Sciences
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/ciencia/mudancas-climaticas-devem-fazer-amazonia-emitir-carbono-3707417#ixzz1jyh9Owzy 

Mudanças Climáticas devem fazer Amazônia emitir carbono
A ocupação desordenada da Amazônia compromete a qualidade dos rios, altera a quantidade de radiação solar que chega ao solo e, principalmente, compromete o maior depósito de carbono da planeta. Estes sintomas preocupantes, coletados nos últimos 20 anos, foram destrinchados em artigo publicado pela "Nature". Segundo o levantamento, nos anos de 2005 e 2010 a floresta deixou de cumprir sua função histórica de sequestrar gases-estufa e passou a liberá-los na atmosfera, contribuindo para o aquecimento global. A transformação deveu-se à estiagem que acometeu a região — e que, segundo os modelos climáticos, ocorrerá com frequência crescente.
Assinado por pesquisadores do Programa LBA (o Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia), o trabalho culpa o processo desordenado de expansão da fronteira agrícola por mudanças naquele ecossistema. Em partes da floresta, principalmente no Mato Grosso e no sul do Pará, os estragos causados pelo homem já seriam irreversíveis, a despeito do mecanismo de autodefesa desenvolvido pelo bioma.
— A Amazônia, ao longo de sua evolução, fez de tudo para estabilizar suas condições ecológicas — conta Paulo Artaxo, presidente do Comitê Científico internacional do LBA. — Se estiver seca demais, por exemplo, a floresta pode aumentar sua evaporação e, consequentemente, o volume de chuvas. Mas esses mecanismos têm um limite, e já teríamos chegado a esta marca em algumas áreas.
A estabilidade natural é particularmente comprometida pelas grandes estiagens, quando as queimadas aumentam a mortalidade de árvores. Vale lembrar que a vegetação do bioma guarda 100 bilhões de toneladas de carbono, o equivalente a dez anos de emissões de combustíveis fósseis. Quanto maior a flora queimada, mais gases-estufa liberados — elevando, assim, a temperatura global.
Apenas 13 radares em toda a mata
Em 2005 e 2010, a floresta perdeu para a atmosfera cerca de uma tonelada de carbono por hectare. Nos anos sem seca, a Amazônia absorve 0,5 tonelada do gás por hectare — uma quantidade menor do que se pensava. Ainda assim, restringe o aumento da temperatura do planeta.
— As mudanças climáticas estão interagindo com o desmatamento, aumentando a tensão sobre a floresta — alerta Eric A. Davidson, cientista sênior do Woods Hole Research Center, nos EUA, e autor principal do artigo publicado pela "Nature". — As fontes de combustão são maiores onde se criaram pastagens. Embora seja encorajador ver as taxas de desflorestamento caírem, ainda nos preocupamos com a elevada incidência de fogo. Esta fumaça afeta a saúde humana, a formação de gotas de chuva e, por isso, o clima.
A floresta não é afetada integralmente da mesma forma. Sua fração leste experimenta uma estação de seca todos os anos, reforçada em períodos de El Niño. As espécies de plantas lá encontradas adaptaram-se para aguentar uma estiagem moderada por um certo período. Os solos profundos em diversas regiões fornecem armazenamento de água suficiente para que as árvores extraiam água durante um ou dois anos sem precipitações. No entanto, o levantamento avaliou que uma parte do bioma, isolada para um experimento, não aguentou três anos com baixa quantidade de chuvas. Em outras palavras, a vegetação dificilmente resistiria a uma mudança climática mais severa.
Não é uma possibilidade remota, considerando a velocidade com que a Amazônia tem sido ocupada. Em 1960, a população no bioma era de 6 milhões; em 2010, pulou para 25 milhões.
— O processo desordenado de ocupação da floresta começou no fim dos anos 1970, e seus efeitos têm sido muito extensos — lamenta Artaxo. — Mas ainda não é possível concluir se o bioma passará por um processo de desertificação. Isso depende de inúmeros fatores, como a circulação atmosférica global e a mudança no fluxo d'água do Atlântico tropical para a selva.
O estudo das transformações climáticas da Amazônia esbarra em alguns poréns. O maior deles é a limitação de recursos e logística. Em todo o bioma, que se espalha por 5,5 milhões de quilômetros quadrados, há apenas 13 pontos de observação ambiental.
Artaxo defende a criação de um sistema que, além de criar novas redes, misture sensoriamento remoto com observações de campo, dando a floresta a importância que ela merece: a de uma região cuja saúde seja vista como um programa estratégico para o país.
— O Brasil está avaliando como o ecossistema pode ser transformado por políticas inadequadas de ocupação de solo — ressalta. — No entanto, a Amazônia, mesmo com todo o poder de absorver carbono, não salvará sozinha o mundo. O aquecimento será um problema enquanto o mundo não controlar a emissão de combustíveis fósseis.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012


Hoje, recebi um lindo material indígena de presente da minha amiga Ana de Toledo
Convido, então, vocês a visitarem a exposição: A Presença do Invisível - Vida Cotidiana e Ritual entre os Povos indígenas do Oiapoque
No Museu do Índio: Rua das Palmeiras, 55 - Botafogo, RJ
Clique aqui para visitar o site da exposição





sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Meninos Awá-Guajá (Fonte da imagem: blog de Claudio Maranhão)


Lideranças denunciam assassinato de criança indígena Awá-Guajá na Terra Indígena Araribóia
(Fonte: CIMI)


Lideranças indígenas do povo Guajajara da aldeia Zutiwa, Terra Indígena Araribóia, no Maranhão, denunciam o assassinato de uma criança Awá-Guajá que pertencia a um grupo em situação de isolamento.


O corpo foi encontrado carbonizado em outubro do ano passado num acampamento abandonado pelos Awá isolados, a cerca de 20 quilômetrosda aldeia Patizal do povo Tenetehara, região localizada no município de Arame (MA). A Fundação Nacional do Índio (Funai) foi informada do episódio em novembro e nenhuma investigação do caso está em curso.


As suspeitas dão conta de que um ataque tenha ocorrido entre setembro e outubro contra o acampamento dos indígenas isolados. Clovis Tenetehara costumava ver os Awá-Guajá isolados durante caçadas na mata. No entanto, deixou de encontrá-los logo que localizou um acampamento com sinais de incêndio e os restos mortais de uma criança.


“Depois disso não foi mais visto o grupo isolado. Nesse período os madeireiros estavam lá. Eram muitos. Agora desapareceram. Não foram mais lá. Até para nós é perigoso andar, imagine para os isolados”, diz Luís Carlos Tenetehara, da aldeia Patizal. Os indígenas acreditam que o grupo isolado tenha se dispersado para outros pontos da Terra Indígena Araribóia temendo novos ataques.


Conforme relatam os Tenetehara, nos últimos anos a ação de madeireiros na região tem feito com que os Awá isolados migrem do centro do território indígena para suas periferias, ficando cada vez mais expostos aos contatos violentos com a sociedade envolvente. Além disso, a floresta tem sido devastada pela retirada da madeira também colocando em risco a subsistência do grupo, essencialmente coletor.


Estima-se que existam três grupos isolados na Terra Indígena Araribóia, num total de 60 indígenas. Os Tenetehara conservam relação amistosa e afastada com os isolados, pois dividem o mesmo território.


Denúncias antigas


“A situação é denunciada há muito tempo. Tem se tornado frequente a presença desses grupos de madeireiros colocando em risco os indígenas isolados. Nenhuma medida concreta foi tomada para proteger esses povos”, diz Rosimeire Diniz, coordenadora do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) no Maranhão.


Para a missionária, confirmar a presença de isolados implica na tomada de medidas de proteção por parte das autoridades competentes. Rosimeire aponta a situação como de extrema gravidade e que não é possível continuar assistindo situações de violência relatas por indígenas.


Durante o ano passado, indígenas Awá-Guajá foram atacados por madeireiros enquanto retiravam mel dentro da terra indígena e os Tenetehara relatam a presença constante dos madeireiros, além de ameaças e ataques. “Não andamos livremente na mata que é nossa porque eles estão lá, retirando madeira e nos ameaçando”, encerra Luiz Carlos.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Arma letal: O parasita da mosca Apocephalus borealis (marcado no círculo da foto) é visto sobre uma abelha.(Fonte da imagem)

Descoberto um parasita da mosca que transforma as abelhas em zumbis 
(Fonte: JB on line)

Os investigadores detectaram um parasita da mosca que faz as abelhas domésticas abandonarem suas colmeias, as deixa desorientadas e provoca sua morte, segundo um estudo publicado na última edição da revista PLoS ONE.
Este problema foi observado pela primeira vez no campus da Universidade do Estado em San Francisco (oeste dos Estados Unidos).
Segundo os entomologistas, esta parasita pode ajudar no avanço das pesquisas para determinar as causas do desaparecimento maciço das abelhas, um fenômeno conhecido como "desordem de colapso de colônia ou CCD".
Este misterioso fenômeno surgido em 2006 dizimou as populações de abelhas domésticas nos Estados Unidos, que têm um papel essencial para preservar as colheitas que dependem de sua polinização.
Essas produções, em especial as frutas e certos legumes, representam vendas de 15 bilhões de dólares por ano e significam um terço da alimentação humana.
Até o momento, este parasita da mosca, denominado Apocephalus borealis, foi encontrado apenas nas abelhas domésticas da Califórnia e Dakota do Sul, segundo John Hafernick, professor de biologia na Universidade do Estado, um dos autores desta investigação publicada na edição de 3 de janeiro da revista PLoS ONE.
Mas Hafernick adverte sobre o risco de que se trate de um parasita emergente que "poderá ameaçar as colmeias de todos os Estados Unidos devido ao grande número de Estados atravessados pelos apicultores profissionais com suas colmeias para polinizar as colheitas".
A infecção de uma colmeia começa quando uma mosca deposita seus ovos no abdômen de uma abelha.
Uma vez infectada por parasitas, as abelhas abandonam suas colmeias para se reunir perto de fontes de luz.
"Observamos que as abelhas infectadas começam a dar voltas sem nenhum sentido ou orientação", explicou Andrew Core, pesquisador da Universidade do Estado, o principal autor destes estudos.
A maioria das abelhas morre normalmente no lugar onde param e, às vezes, se encolhe antes de morrer", acrescentou.