sexta-feira, 30 de setembro de 2005


GALO NA FLORESTA Típico do norte da Amazônia, o galo-da-serra habita escarpas rochosas e emite barulhos parecidos com miados (Fonte)

MACACO-INGLÊS (Fonte da imagem) O uacari-branco só existe na reserva de Mamirauá, no Amazonas. O apelido vem do corpo branco e da cara vermelha, como um europeu que torrou sob o sol da Amazônia

quinta-feira, 29 de setembro de 2005



Correio da Ursa
"Se alguém lhe bloquear a porta, não gaste energia com o confronto, procure as janelas. Lembre-se da sabedoria da água: a água nunca discute com seus obstáculos, mas os contorna."
Índio Kiriri durante ritual do Toré (Foto: Léo Martins, década de 80, e fonte do texto)

Kiriri é um vocábulo tupi que significa povo "calado", "taciturno". Essa designação teria sido atribuída pelos Tupi da costa aos índios habitantes do sertão. O povo kiriri constitui hoje um grande exemplo de luta para outros povos indígenas localizados na região Nordeste do país. No espaço de quinze anos, eles se estruturaram politicamente e promoveram, em fins dos anos noventa do século passado, a extrusão de cerca de 1.200 não-índios incidentes na Terra Indígena Kiriri, homologada desde 1990.
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O povo do São Francisco é muito mais do que sinônimo de resistência. É também exemplo de preservação cultural, de respeito aos ancestrais. Em cada curva do rio, uma surpresa. Em que outro lugar do Brasil se tem o privilégio de conhecer uma tribo que elegeu uma mulher como cacique?
Com 38 anos e há 15 liderando a aldeia. Maria Kirirí impõe a autoridade que herdou do pai.
"Escreveu não leu o pau comeu. Índio que é índio tem que andar na linha com a liderança, porque eu quero botar ele no caminho certo", avisa Maria Kirirí, cacique.
Segundo o pagé, não há quem ouse desobedecê-la.
“Na hora que ela grita, todo mundo chega junto, de grandes a pequenos, todo muito respeita”, garante Domingos kirirí, pagé Kirirí.
Como bons barranqueiros, os índios Kirirís também são filhos orgulhosos do Velho Chico. (Fonte: trecho de matéria: Devotos do Rio São Francisco, do site do Jornal Nacional.)

terça-feira, 27 de setembro de 2005

("A origem da Noite", artista: Cecilia González Oreján -Técnica: Mista sobre papel)


Lenda da Noite (em nheengatu tupi)
Ipirungáua ramé intimaan pituna, ara anhó opaim ara pupê. Pituna okéri oiko y repipe. Intimaha sooeta opaim maha onheen.
Durante o princípio não havia noite, somente dia todo o tempo. A noite estava adormecida no fundo do rio.
Boiaussu membira ipaha oiumendare iepe curumin ussu irumo. Quaha curuminussu oreko mossapira miassua caturete.
A filha de Cobra Grande, dizem, casou-se com um rapaz. Este rapaz tinha três criados muito bons.
Oiepe ara upe ocenoim mossapira miassua onheen aeta supe:
Um dia ele chamou os três criados e disse-lhes:
— Pecoim peoatá, xeremirecó inti okéri putári ce irúmo.
- Ide passear, minha mulher não quer dormir comigo.
Miaussua ossô ana.
Os criados foram.
Aramê ahê ocenoim xemirecó okéri arama ahê irúmo. Xemirecó ossuaxára:
Então ele chamou sua mulher para dormir com ele. Sua esposa respondeu:
- Inti raim pituna.
Ainda não é noite
- Intimaha pituna ara anhum.
- Não há noite, só dia.
- Xe ruba oreko pituna. Rekeri putari rame xe irumo remundu paimo ahe parana rupi.
- Meu pai tem a noite. Se queres dormir comigo manda buscá-la pelo rio.
Ahe ocenoim mossapira miassua xemireko omundu aeta iruba oca pyri osso opiamo arama iepe tucumã rainha.
Ele chamou os três criados, sua mulher e os mandou irem à casa de seu pai, para buscarem um caroço de tucumã.
Aeta ocyca rame Boiaussu oca upe quaha omehee aeta oiepe tucumã rainha oiucikinau reté onheen:
Quando chegaram na casa do Cobra Grande, ele deu-lhes um caroço de tucumã bem fechado e disse-lhes:
- Kussukui ane rerasso tenhe curi pe pirari... Pepirari rame pecanhyma curi.
— Aqui está, levai, mas não o abri... Se o abrirdes, o perdereis.
Miassua osso Ana, ocena teapu tucumã rainha pupe: ten-ten-ten-ten, xi-xi-xi-xi...Aicoreme teapu jaky sapo pupe baê onhengara pituna bo Outassaba ojepottámo igapucábo popyatã.
Os criados foram, ouviram o som dentro do caroço de tucumã: ten-ten-ten-ten, xi-xi-xi-xi... Era o barulho dos grilos e sapos dos que cantavam pela noite. À viagem continuaram remando forte.
Assapyá nheranacábo xeretaetê aan amoiirê, apu cuaba aicoreme apó baê, nhemonoonga sui igara pupê paum monhangatatá moycu breu oiucikináu rainha baê. Moputuna atãrupi opa.
De repente não suportando mais a curiosidade para saber que barulho era aquele reuniram-se no meio da canoa, fizeram fogo e derreteram o bréu que fechava o caroço. Tudo escureceu de repente.
Pituna semãorecô tukumã rainha suí. É nhé ui, ocamenduara mõ pupê, ocuabámo mojaboéra baê iraarõ angaetê okéri supê. Boiaussu membyra ucuara onheen:
A noite havia saído do caroço de Tucumã. Nesse instante, lá longe na cabana nupcial, os que esperavam para dormir souberam que a semente havia sido aberta. A filha do Cobra Grande ofegante disse:
- Irabámo pituna, orossô é nhé arõ coema.
- Soltaram a noite, vamos esperar agora o amanhecer.


Livro: Vocabulário Nheengatu, de Afonso A. de Freitas

Nheengatu foi língua mais usada no país até o século 18, mistura de tupi e português era falada por religiosos, escravos e bandeirantes
(Fonte: jornal O Estado de São Paulo - MARCOS DE MOURA E SOUZA)

O nheengatu - uma das três novas línguas que agora são oficiais em São Gabriel da Cachoeira - entrou para a história do Brasil com outro nome: tupi. Falado por índios de diferentes tribos em quase toda a costa brasileira na época do Descobrimento, o tupi transformou-se e simplificou-se ao longo dos séculos, ganhando arremates de português até chegar ao estágio atual - sob o nome de nheengatu ou tupi moderno. Hoje, é falado apenas por ribeirinhos, índios e caboclos da Amazônia. A evolução e a importância da velha língua brasílica - como era chamado o tupi por portugueses nos dois primeiros séculos - não são muito exploradas pela maioria dos livros de história. Mas seu uso ajudou a dar uma cara ao Brasil. "Os portugueses, os escravos, os religiosos, os bandeirantes foram aprendendo a falar a língua geral, uma simplificação do tupi com algumas influências do português, e até o século 18 essa foi a língua mais falada nas cidades da costa brasileira, mais até do que o português", diz o professor do Curso de Letras da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), Eduardo de Almeida Navarro, um especialista em tupi e autor do Método Moderno de Tupi Antigo (Vozes). Sobre o uso da língua, o padre Lemos Barbosa - autor de obras referenciais sobre tupi nos anos 50 - dizia o seguinte: "Falada na catequese e nas bandeiras, instrumento das conquistas espirituais e territoriais da nossa história, o seu conhecimento, sequer superficial, fez parte da cultura nacional." Em tupi, Anchieta escreveu peças de teatro, poesias líricas, catecismo. Redigiu, em 1595, a primeira gramática do tupi, a Arte de Gramática da Língua Mais Usada na Costa do Brasil. O tupi (às vezes chamado erroneamente de tupi-guarani, que é a denominação de uma família de línguas) deu nomes a cidades, rios, serras. Depois do latim e do grego, nenhuma língua foi tão usada na classificação científica de plantas e animais. Nomes como Sergipe, Guaratinguetá, pipoca, paçoca, pirão, peroba, tatu, sabiá, urubu ou expressões como chorar as pitangas e toró (chuvarada) vêm do tupi. Sua difusão, porém, foi barrada no século 18 por decisão do governo. "Em 1758, o Marquês de Pombal começou a proibir o ensino da língua geral em toda a colônia com o objetivo de impor o português como forma de demonstração de poder", conta Navarro. Amplamente falado, o idioma era também ensinado nos seminários dos jesuítas. Em 1759, seguindo a estratégia de destituir os jesuítas do poder que haviam conquistado, Pombal expulsa os religiosos do País. No mesmo ano, numa tentativa de remover as marcas deixadas pelo tupi no mapa, ordena a renomeação de várias cidades do norte brasileiro, que deixaram seus nomes em tupi e ganharam outros, portugueses. Surgiam então na Amazônia Santarém, Alenquer, Óbidos. Longe dos ouvidos do Estado, o tupi, ou a língua geral, sobreviveu bem na floresta até 1877. Neste ano, explica o professor da USP, uma grande seca no Nordeste levou 500 mil pessoas para a Amazônia, mudando o perfil lingüístico da região. Mas a terceira fase do tupi continua viva por ali e agora com status de idioma oficial - uma decisão que agradou Navarro. "É uma forma simbólica de reagir a uma proibição do Estado de 250 atrás."

Índios enawenê (Fotos tiradas nos IV Jogos dos Povos Indígenas)

Os Enawenê Nawê falam uma língua da família Aruák, vivem em uma única grande aldeia próxima ao rio Iquê, afluente do Juruena, no noroeste do Mato Grosso e ocupam uma Terra de 742.088 ha que corresponde a uma parte do seu território tradicional.
A aldeia, as casas. As canoas dos Enawenê Nawê ficam ancoradas no rio Iquê, a aproximadamente seis quilômetros da aldeia circular formada por dez grandes casas retangulares e uma casa circular, mais ou menos no centro, onde ficam guardadas as flautas. No pátio central são realizados os rituais e as partidas de futebol de cabeça, esporte tradicional dos Enawenê Nawê, cujas bolas são feitas de latéx extraído das seringueiras. Apanham água, tomam banho e lavam suas panelas em pequenos igarapés situados próximos à aldeia.As casas são feitas de troncos de várias grossuras amarrados com cipós e cobertas com palhas de buriti, com uma entrada de frente para o pátio e outra nos fundos. No interior das casas há uma área de circulação comum formada por um longo e largo corredor central que liga a duas entradas. Aí estão dispostos grandes jiraus (espécie de mesa alta feita de troncos finos espaçados entre si) sobre os quais se colocam bolos assados de milho, massas de mandioca para secar e outros.Em cada casa moram diversas famílias ligadas entre si por relações de parentesco. Cada família composta de pai, mãe e filhos tem seu próprio fogo, suas redes próximas e um jirau aonde guardam os seus pertences. Além dos casais mais velhos, divisórias de esteiras marcam o espaço dos casais mais jovens. As filhas ficam perto dos pais e portanto são os jovens esposos que vão para o outro lado da casa ou para outra residência.O interior das casas é muito agradável e cheio de atividades . Durante o dia, quando está quente lá fora, as casas protegem do calor. À noite as casas são iluminadas com tochas cheirosas de resina enrolada em folhas de pacova e são acesos os fogos de cada uma das famílias. É uma hora em que a família reunida aproveita para conversar e todos contam o que aconteceu no dia.
O trabalho e os alimentos. Homens e mulheres fazem trabalhos diferentes. As mulheres cozinham os alimentos, cuidam das crianças, tecem redes e pulseiras de algodão, fabricam panelas de barro, pescam pequenos peixes nas lagoas, plantam, buscam alimentos na roça e outros. Uma boa parte dos trabalhos femininos é realizada dentro das casas. Os homens buscam lenha, acompanham as mulheres nas roças, derrubam e queimam as roças, pescam de diversas formas, buscam resinas, cogumelos, mel, frutas, cipó e palha no mato, fazem canoas e muitas outras coisas.As atividades econômicas dos Enawenê Nawê estão articuladas ao calendário ritual. Isso porque eles acreditam que há um outro tipo de vida após a morte. Então, quando alguém morre, a carne e os ossos ficam para os Yakairiti (espíritos que habitam o patamar subterrâneo) e a pulsação (impulso vital) e último sopro vão para o céu e se transformam em Enore (espíritos que habitam o patamar celeste). Esses espíritos interferem na vida dos humanos e para manter a harmonia do mundo, a organização e as regras da sociedade, para que não faltem alimentos, toda a sociedade estabelece uma relação de troca constante com eles através da troca generalizada entre grupos rituais. Essa relação se dá através de um ciclo anual de rituais. (
Fonte)

segunda-feira, 26 de setembro de 2005



Amazonas e Rondônia sentem terremoto que atingiu Peru (Fonte: Radiobrás)
Brasília - O terremoto de aproximadamente 7,5 graus na Escala Richter que atingiu o Peru ontem (25) foi sentido em parte dos estados do Amazonas e Rondônia. De acordo com professor do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília, Vasile Marza, o tremor sentido no Brasil pode ter alcançado 3 graus na Escala Mercalli Modificada, que descreve os efeitos das ondas sísmicas no meio ambiente e seres humanos. A escala vai de 1 (percebido apenas por instrumentos) a 12 (cataclismo).
"Uma vez que foi de magnitude alta, 7,5º na Escala Richter que vai até 9,5º, e também foi de uma profundidade que os sismólogos chamam de intermediária, algo em torno de 85 quilômetros, isso pode justificar os efeitos em Porto Velho e Manus", disse o professor.
Segundo Marza, a maioria dos terremotos ocorre nos primeiros 40 quilômetros da superfície e não são sentidos em longas distâncias. Mas os sismos intermediários, que vão até 300 quilômetros de profundidade, quando são forte como o que ocorreu no Peru, podem ser percebidos em até 3 mil quilômetros de distância, principalmente em prédios acima dos 10 andares.
(Fonte da foto)

Povo Tupinambá e a 5a Peregrinação em Memória dos Mártires do Rio Cururupe
(notícia de 23/09/2005)
O povo Tupinambá de Olivença, que vive na Bahia, vai celebrar pelo quinto ano consecutivo a história de seu povo. Nos dias 24 e 25 de setembro, eles realizam a 5a. Peregrinação em Memória dos Mártires do Rio Cururupe, relembrando um massacre que aconteceu às margens do rio, em 1937. Devem participar da caminhada cerca de 2000 indígenas, além de católicos das cidades próximas que, anualmente, apóiam a atividade indígena.
Povo Tupinambá reúne 2000 em peregrinação no domingo, dia 25
O povo Tupinambá de Olivença, que vive na Bahia, vai celebrar pelo quinto ano consecutivo a história de seu povo. Nos dias 24 e 25 de setembro, eles realizam a 5a. Peregrinação em Memória dos Mártires do Rio Cururupe, relembrando um massacre que aconteceu às margens do rio, em 1937. Devem participar da caminhada cerca de 2000 indígenas, além de católicos das cidades próximas que, anualmente, apóiam a atividade indígena.
A Peregrinação começa na noite de sábado, dia 24, com rituais que serão realizados na Praça N. Sra. da Escada, na cidade de Olivença, Bahia.
No dia 25, a partir das 8h30, os indígenas realizam rituais e saem em uma caminhada de 8 km entre Olivença e o Cururupe.
A Peregrinação recorda um massacre chamado pelos anciãos do povo Tupinambá de “A última revolta do caboclo Marcelino”, em referência ao líder da reação dos indígenas contra o furto de suas terras. No episódio foram mortos “uma légua de índios”, mas nunca houve um julgamento para punir os culpados.
“Diante do martírio do passado dos índios Tupinambá de Olivença que hoje continua através da fome, da falta de terras para trabalhar, da ausência de políticas públicas diferenciadas de educação, saúde, moradia e transporte, o povo Tupinambá de Olivença convoca a toda a população para estarmos juntos no domingo para dizermos não a tanta violência”, dizem os indígenas no convite da Peregrinação.
O povo Tupinambá de Olivença aguarda a publicação, no Diário Oficial, do relatório de identificação de sua terra, que foi concluído pela Funai. Hoje, seu território é tomado por posseiros e fazendeiros e muitos dos índios trabalham em fazendas de cacau e frutas da região.
Para mais informações: (73) 3269 1937
Cacique Tupinambá - Maria Valdenice Amaral de Jesus (Fonte)
Trilliums, plantas usadas com fins medicinais por índios americanos. (Foto de Dennis O'Hara. Fonte: site Northern Images ) (Quem sabe a tradução do nome dessas lindas plantas? A Ursa não conseguiu descobrir.)

domingo, 25 de setembro de 2005


Charge dominical - Mafalda e o mundo
Os Kayapós (Fonte)
População: 3.550 (9 aldeias no Mato Grosso e sul do Pará)Localização: Norte do Parque Indígena do XinguTronco linguístico: Jê
Auto-denominados Mebêngôkres, os Kayapós distribuem-se por 14 grupos, num vasto território que se estende do Pará ao Mato Grosso, na região do Rio Xingu. Os grupos são: Gorotire, Xikrim do Cateté, Xikrin do Bacajá, A'Ukre, Kararaô, Kikretum, Metuktire (Txucarramãe), Kokraimoro, Kubenkrankén e Mekragnoti. Há indicações de que pelo menos três outros grupos ainda sem contato com a sociedade nacional. Esses grupos são o resultado de várias cisões, que se iniciaram em fins do século 18. Segundo a memória dos índios, os Kayapós, que se chamavam Gorotí-Kmren, viviam na região do Pau D'Arco, afluente do Araguaia; Separou-se deles um grupo chamado Pore-Kru que rumou para a região do Rio Itacaiúamas. No século 19 novos foram para a região dos rios Xingu e Fresco.
Os Kayapós eram uma tribo belicosa, que vagueava por um território vasto desde a margem leste do Xingu até o Tapajós, no sul do Pará. A parte oriental da tribo foi pacificada na década de 1940, e a parte ocidental na década de 50, pelos irmãos Villas Boas. Os Kayapós guerreavam com tribos vizinhas como Karajá, Juruna, Xavante, Tapirapé, Kren-Akrore e com ribeirinhos, seringueiros e outros no local. Eles matavam, ateavam fogo a aldeias e vilarejos, roubavam e seqüestravam. Alguns de seus cativos ainda hoje estão vivos, integrados à sociedade Kayapó, casados e com filhos e netos.
Além de guerrear com não-Kayapós, eles também praticavam guerra interna, com aldeias diferentes atacando e se matando umas as outras. Hoje não fazem mais guerras internas, nem contra outras tribos, porém, atacam aqueles que invadem suas terras.
Alguns aspectos distintivos da cultura Kayapó são os botoques, que os homens costumavam usar, e uma bela pintura corporal, feita com linhas geométricas e intricadas. Crianças e adultos de ambos os sexos costumam usar. Suas festas podem se prolongar por meses, com canções, danças e cerimônias especiais próprias.
Sua língua tem 17 vogais e 16 consoantes, e padrão distinto de entonação e vogal prolongada para dar ênfase.

sábado, 24 de setembro de 2005


Incêndio devora reserva indígena no Pará (Fonte: 24 Horas News )
Um incêndio florestal consome parte da reserva sororó, dos índios suruí, em São Geraldo do Araguaia, no sul do Pará. O fogo começou na BR-153, que liga o Pará ao Mato Grosso, mas se alastrou para dentro da reserva, onde vivem trezentos índios. Os responsáveis pelo incêndio seriam fazendeiros, que queimam a floresta para transformá-la em pasto para o gado.
Os próprios índios tentam combater o fogo, que está fora de controle. Hoje, eles pediram ajuda ao Corpo de Bombeiros de Marabá e ao Ibama, para evitar que suas casas e plantações sejam totalmente destruídas. Parte da plantação de arroz e milho da tribo já foi perdida. Agricultores e índios de outras etnias da região estão isolando trechos da mata para impedir que as chamas se alastrem. O Ibama vai pedir o auxílio de um helicóptero para combater o fogo. A Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que as famílias da tribo estão apreensivas com o incêndio e ameaçam deixar a aldeia.
Os suruís tiveram os primeiros contatos com os não-índios a partir da década de 60, numa expedição comandada pelos sertanistas Francisco e Apoena Meirelles. Nessa época, a população foi calculada em torno de 500 pessoas. Cerca da metade morreu de sarampo e gripe. Sua atividade central é a agricultura, embora se utilizem também de caça, pesca e coleta. Eles possuem uma festa sagrada, denominada hô-iê-ê-tê, destinada à cura de pessoas doentes e à invocação de fartura e saúde.

O povo Matis
A língua é da família Pano. Se autodenominam "Matsé", quer dizer "Gente". São caçadores e agricultores, habitam a região do rio Ituí, Vale do Javari, fronteira com o Perú, Estado do Amazonas. Usam o arco "pia" e a flecha "taua" para a caça e uma arma peculiar que é a zarabatana "tenite".Poucos falam o português, pois não têm contato permanente com os não-índios.Sua população, de acordo com o último levantamento realizado no final de 1999 e começo de 2000, totaliza cerca de 239 índios. Os primeiros contatos com o homem branco ocorreram em dezembro de 1976 e no início de 1977. A ocupação extrativista naquela região, a partir de 1910, causou um grande impacto sobre esse povo. Habitam maloca e distinguem - se no uso de ornamentos faciais como em orifícios entre as paredes medianas do nariz, nas orelhas um a concha fixada numa madeira e tatuagens.
Há uma série de proibições alimentares, como as carnes de paca, tatu e capivara, que, se consumidas, que de acordo com sua cultura, podem deixar a pessoa preguiçosa ou enfraquecida. Devido seus ornamentos faciais, também são conhecidos como "cara de onça". As condições geográficas são de difícil acesso, levando-se em média quatro dias para chegar até a cidade mais próxima, que é Tabatinga - AM. Participam dos Jogos pela quarta vez, com apenas 8 atletas e realizam uma bela demonstração com zarabatana gigante. (Fonte)
Literatura indígena
A obra de Eliane Potiguara, "METADE CARA , METADE MÁSCARA" conta sobre o amor de um casal indígena que se separou na época da colonização brasileira, causando as maiores violências e destruições étnicas. Ao viajarem pelos cinco séculos em busca de um e outro, eles conhecem todas as Américas e suas histórias. O romance poético fala de amor, relações humanas, paz, identidade, história de vida, mulher, ancestralidade e família. O livro descreve os valores contidos pelo poder dominante e, quando resgatados, submergem o self selvagem, a força espiritual, a intuição, o Criador, o ancestral, o velho, a velha, o mais profundo sentimento de reencontro de cada um consigo mesmo, reacendendo e fortalecendo o eu de cada um, contra uma auto-estima imposta pelo consumismo, imediatismo e exclusões social e racial ao longo dos séculos. Discorre, também, sobre a luta do movimento indígena, inclusive internacional e sobre sua imigração por violência à sua cultura e suas conseqüências; fala sobre o papel fundamental da mulher indígena no contexto cultural e a sua real contribuição na sociedade brasileira. Conta as dores dessas mulheres e seus desejos mais íntimos.Nas histórias mágicas e míticas de Eliane Potiguara, o destino dos Povos Indígenas é traçado com consciência e auto-determinação, onde a ética, a força interior, a espiritualidade e valor cultural e cosmológico sobrepõem aos vícios do neocolonizador na construção do novo homem e da nova mulher, mostrando que os princípios indígenas podem contribuir para o futuro do Brasil.
METADE CARA ,METADE MÁSCARA, Global Editora, série Visões Indígenas coordenado por Daniel Munduruku
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sexta-feira, 23 de setembro de 2005

Índias Krenak - Brasil, junho de 2002. Instituto Terra, Aimorés Minas Gerais. (Fonte da imagem)

Depoimentos de professores índios
(Escritos em 05/02/1996 - Fonte )

"Há muitos anos atrás, devido às invasões nos territórios indígenas, muitos índios foram obrigados a deixar suas terras e sair para trabalhar para os fazendeiros e obrigados a falar o português. Nós, pataxós, por sermos os primeiros índios a Ter contato com o homem branco, fomos muito massacrados e perdemos o nosso idioma, tradição e costumes. Quando nasci, não tendo mais ninguém da família com quem falar o idioma, chegando à idade de estudar, fui para a cidade de Monte Pascoal, onde iniciei os meus estudos com a professora Emília. Aprendi um pouco do português que é a língua que todos hoje falamos. Pretendo aprender mais: nem só o português, como outras matérias, e resgatar o nosso idioma para ensinar aos nossos irmãos e às crianças.Pretendo me aprofundar mais na língua portuguesa e na matemática, para melhor reinvindicar meus direitos com a sociedade branca. (Antonio Aragão da Silva: Arariby Pataxó)"

"Eu, Maurício, resido em uma área indígena krenak no município de resplendor, MG.Eu gosto muito da minha religião e da cultura de meu povo krenak e da língua materna que hoje eu sei falar a metade, mas também eu gosto de preservar a natureza, gosto também de ficar em beira de rio.Eu gostaria de saber muito mais as coisas boas que o branco tem, como estudar Português, Matemática, Ciências, Geografia e História. Gosto muito de ouvir piadas, sou pouco vergonhoso. (Maurício Krenak)"

"Eu vou falar um pouco sobre a língua portuguesa. Quem me ensinou foi meu pai, mãe, professores. Eu aprendi a falar português porque meu pai e a minha mãe falam português. Depois, quando eu completei 7 anos, eles colocaram eu na escola e, com o professor, eu aprendi a falar mais. A gente fica muito sentido por saber falar a língua portuguesa e não saber falar na língua indígena.Nós, xacriabás, ficamos emocionados com os outros parentes por que eles falam a sua língua. Olha, eu, por exemplo, acho que, se o índio que fala sua língua é muito importante, porque ele fala com o branco e o branco não entende e se ele fala com o outro índio da sua mesma nação, que fala na mesma língua, ele entende. Na nossa reserva, alguma pessoa ainda fala a língua. Aquelas pessoas mais velhas, mais idosas. Eu, pelo menos, tenho vontade de aprender a nossa língua, é por isso que eu fiz esforço de vir até aqui no Parque rio Doce. Desculpe por minhas letras. (Maria Aparecida Lopes de Oliveira Xacriabá, filha do vice-cacique Emílio Lopes de Oliveira)"

Índio e habitação nanbiquara

História no universo dos Nambiquara do cerrado (1942 – 1968)
(Trecho extraído desta
Fonte: Consiste de uma Dissertação de Mestrado no mês de Dezembro de 2000 ao programa de pós–graduação em História do Instituto de Ciências Humanas e Sociais, da Universidade Federal de Mato Grosso, sob orientação da Profª Dra. Joana Aparecida Fernandez Silva.)

Os Nambiquara vivem, atualmente, na Chapada dos Parecis, entre os afluentes dos rios Juruena e Guaporé, as cabeceiras dos rios Ji-Paraná e Roosevelt, abrangendo oeste de Mata Grosso e o sul de Rondônia. Antes do contato com as frentes expansionistas, dividiam-se em mais de 30 grupos locais, que correspondem a unidades interdependentes.Genericamente empregado, o termo nambiquara, de origem do Tupi-Guarani, engloba todos os grupos habitantes das três áreas que compõe o seu território: Será do Norte, Chapada dos Parecis e Vale do Guaporé.Este estudo tem por objetivo analisar, no período de 1942-1968, a ocupação das terras pertencentes ao Nambiquara, da Chapada dos Parecis, a partir da chegada dos seringueiros, movimento que fez parte do processo de expansão da fronteira oeste de Mato Grosso, sob a perspectiva Nambiquara.Os suportes documentais são as fontes orais obtidas em entrevistas com os grupos Nambiquara, da Chapada dos Parecis (ou do Cerrado): Kithaulhu, Sawentesu, Wakalitesu e Halotesu, realizadas durante os trabalho de campo. Através das entrevistas e dos relatos daqueles que partilham vivencias e lembranças comuns a partir da chegada dos seringueiros, observando a natureza coletiva da memória, foi possível reconstruir os registros históricos da sociedade Nambiquara naquela época, entendendo-se como os próprios condutores políticos dede sua história. Portanto, as fontes orais na medida do possível, foram associadas às fontes escritas, como uma metodologia aplicada à abordagem históricas da passagem dos seringueiros em território tradicionalmente ocupados pelos Nambiquara do Cerrado, procurando analisa-las de maneira que possa trazer á luz as informações fornecidas pelo próprio personagem desta história. O marco inicial, 9142, indica a chegada dos seringueiros à região da Chapada dos Parecis, atingindo os grupos Nambiquaras do Cerrado – Wakalitesu, Halotesu, Sawentesu e Kithaulhu. O marco final, 1968, data a demarcação da então denominada Reserva Indígena Nambiquara, hoje denominada Terra Indígena Nambiquara, efetuada pela fundação nacional do Índio (FUNAI), órgão indigenista oficial com o intuito de transferir os grupos Nambiquaras do Vale do Guaporé para a área do cerrado, habitat tradicional dos grupos acima citados.
Índios potiguara dançando o Toré na região da Zona da Mata paraibana
(Fonte da foto)

DANÇA DO TORÉ (Fonte)
A dança do Toré é uma louvação ao pai Tupã e a mãe Tamain, onde também são invocados os espíritos dos antepassados. O Toré para os índios representa a vida, um ato de louvor, como uma purificação de tudo àquilo que os cerca. Para sua realização, os índios se enfeitam de pinturas e vestimentas (cocares, tangas, anéis, colares), numa harmonia de comunicação entre o mundo dos homens e o mundo sobrenatural.É sua projeção no futuro que os torna capazes de enfrentar todas as dificuldades no presente, alicerçados na memória histórica preservada pelos seus anciãos.
Este ritual é o principal espetáculo que os potiguaras apresentam para os turistas. Constituído de cânticos e muita religiosidade, é imperdível! Os potiguaras se apresentam em Natal, João Pessoa e na própria Aldeia São Francisco. Esta dança de movimentos circulares é realizada em torno de uma roda formada de crianças, dentro da qual encontramos um flautista e uma cantora. Os cantos são entoados em português, pois há mais de 300 anos os potiguaras deixaram de falar tupi. Agora, crianças e adultos voltaram a estudar a língua de seus antepassados. Não deixa de ser uma maneira de afirmar sua indianidade, uma busca à sua forma mais pura.
Os potiguaras de hoje se professam católicos, mas não dispensam seus rituais, principalmente o de Jurema que acontecem no decorrer do ano. Esses ritos de pajelança são realizados com defumação e cachimbo da paz, traços de resistência à cultura do homem branco.
Sobrevivem também da pesca, da agricultura de sobrevivência e do artesanato, onde afirmam a identidade de sua cultura. No ano de 2000, os Potiguaras alcançaram o número de 10 mil índios, sendo considerado o povo mais numeroso do Nordeste.
STF julgará homologação da demarcação de terra do povo Potiguara
Você pode apoiar este povo! Envie uma mensagem para os endereços eletrônicos dos Ministros do STF.
CLIQUE AQUI!
(Fonte:
boletim GRUMIN / Rede de Comunicação Indígena )

O Supremo Tribunal Federal poderá julgar nas próximas semanas, um Mandado de Segurança que pede a anulação do Decreto de homologação da demarcação da terra indígena Jacaré de São Domingos, tradicionalmente ocupada pelo povo indígena Potiguara e localizada nos municípios de Rio Tinto e Marcação, Paraíba.
Mais uma vez o Cimi pede a sua colaboração no envio de mensagens de correio eletrônico para os onze ministros do STF que julgarão o caso.
Desde 1993 a terra Jacaré de São Domingos foi homologada, com 5.032 hectares, mas o povo Potiguara ainda convive com a presença de usinas de cana de açúcar em suas terras. Como a região onde vivem foi explorada para plantio de cana por muitos anos, sua terra ainda é reivindicada, sobretudo por empresas de cana que ali se instalaram, inclusive com incentivos dos governos militares.

Entenda o caso no STF
As empresas sustentam que a homologação da terra Jacaré de São Domingos prejudica ações judiciais relacionadas ao domínio da terra. Caso o STF acate os argumentos das empresas rurais, o processo de demarcação da terra indígena Jacaré de São Domingos ficará condicionado à conclusão de processo judicial que pretende anular o processo administrativo de demarcação e assegurar a propriedade da área às empresas rurais.
As empresas questionam também a validade da homologação alegando que existe diferença entre os limites declarados na Portaria do Ministro da Justiça e o Decreto que homologou a demarcação administrativa. A diferença é de 314 hectares. No entanto, ao declarar os limites, o Ministro da Justiça, com base em estudos cartográficos da Funai, indica a extensão da terra em superfície e perímetros aproximados. Quando a Funai promove a demarcação da área, algumas imprecisões das coordenadas geodésicas são sanadas. Além disso, para dirimir eventuais questões decorrentes desta diferença, seria necessário promover a análise de outros elementos de prova e até mesmo perícia cartográfica, que de resto não pode ser resolvida em processo de mandado de segurança, conforme orientação jurisprudencial do próprio Supremo Tribunal Federal.
O território Potiguara é dividido em três terras que têm processos de reconhecimento separados, apesar de serem contínuas. As terras Jacaré de São Domingos e São Miguel já foram homologadas, e a terra Monte Mor ainda precisa ser demarcada para depois ser homologada.

terça-feira, 20 de setembro de 2005

Flauta-máscara
Wayana, Pará
Museu Paraense Emilio Goeldi

Flautas de diversas tribos:
Simples e transversais (Tukurina e Kaxinawa)
Nasais (Nambikuara)
Tríplice (Gaviões)
De Pã (Tukano)

Flautas o instrumento predileto dos índios brasileiros. Caracterizam-se pela emissão sonora decorrente do sopro que faz vibrar o ar no interior de um tubo cilíndrico ou mesmo em formato de concha. Predominavam as flautas verticais, mas também eram utilizadas embocaduras laterais e mesmo nasais. Podiam ser construídas de madeira, osso ou barro. São conhecidos casos de flautas que devem ser tocadas por várias pessoas ao mesmo tempo. Neste grupo incluem-se os apitos e os pios. Podiam ser feitos de coco, de folha de palmeira, de chifre, de concha, casca de caracol, madeira etc. Serviam principalmente para a caça e imitavam pássaros.
(Fonte)



FELIZ ANIVERSÁRIO, QUERIDO AMIGO JÔKA!!!
A Ursa preparou este prato especial para a comemoração do seu aniversário.
Hoje, a floresta está em festa em sua homenagem!! Que você seja sempre muito feliz, tenha muita paz, sucesso na sua arte e lindos momentos na sua querida Copacabana!
Beijos carinhosos da Ursa

Maniçoba
Sua preparação demora cerca de uma semana, pois a folha da maniva (a planta da mandioca), depois de moída, deve ser cozinhada durante pelo menos quatro dias, após o que acrescenta-se charque, toucinho, bucho, mocotó, orelha, pé e costeleta salgadas de porco, chouriço, lingüiça e paio, praticamente os mesmos ingredientes de uma feijoada completa. Acompanhamento: arroz branco, farinha-d'água e pimenta-de-cheiro a gosto.Sua preparação demora cerca de uma semana, pois a folha da maniva (a planta da mandioca), depois de moída, deve ser cozinhada durante pelo menos quatro dias, após o que acrescenta-se charque, toucinho, bucho, mocotó, orelha, pé e costeleta salgadas de porco, chouriço, lingüiça e paio, praticamente os mesmos ingredientes de uma feijoada completa. Acompanhamento: arroz branco, farinha-d'água e pimenta-de-cheiro a gosto.

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

Sons Indígenas (Fonte)
Etenhiritipá - Cantos da tradição Xavante
O povo Xavante, como ficou conhecido pelos brancos, ou Auwe, como se autodenominam, vive há muito e muito tempo na região centro-oeste do Brasil, nos vastos e abertos campos do Cerrado. São parte desse mundo, desde o tempo da criação, aprendendo com seus ancestrais a arte de viver nesse lugar.Tudo o que precisam para a vida está ali: a caça abundante, variedades de frutos e raízes, peixes, as folhas de palmeira para construir as casas e cestos, as árvores que dão bons arcos, flechas e bordunas, as plumas e cores das tintas naturais para a beleza do corpo e do espírito. E do sonho vem o poder, o ensinamento para seguir no caminho da tradição, a protenção dos ancestrais para a vida cotidiana, a beleza dos cantos cerimoniais que renovam o ato da criação.Por milhares de anos viveram ali, no Cerrado, percorrendo extensões enormes em suas expedições de caça, conhecendo cada pequeno pedaço de seu território, ao pé da Serra do Roncador. Para esse povo o "Brasil" é uma novidade recente. Foi na década de 40, às vésperas do século XXI, depois de um tempo difícil de muitas guerras e mortes que os Xavante decidiram "pacificar os brancos" e estabelecer contato com os "warazu".Assim, o grande chefe Ahöpowe (Apoena), às margens do rio que ficou conhecido como Rio das Mortes, na aldeia mãe do povo Xavante, abriu um novo tempo para sua gente que vive agora em dezenas de outras aldeias espalhadas pelo estado do Mato Grosso. Hoje, os Etnhiritipá - "o povo Auwe da Serra do Roncador", netos e bisnetos de Ahöpowe, seguem vivendo no mesmo lugar, caçando, fazendo suas casas de palha de buriti, ensinando aos filhos as histórias antigas e buscando um jeito novo de se relacionar com os que chegaram. Este disco faz parte desse novo tempo e de um jeito novo de manter o contato com os "warazu", os que não são Auwe. Traz os cantos que surgem nos sonhos dos homens adultos, entregues pelo espírito dos antepassados, e que são depois apresentados pelos "sonhadores" a toda a aldeia que os incorpora às cerimônias.

Clique nos links abaixo para ouvir alguns dos cânticos do CD Etenhiritipá:
(ou com o botão direito do mouse Salvar Destino Como, para salvar os arquivos)

Dú nhõre .1 Darö wihã .2 Waté Aba nhõre/Daprába .3/4 Aweu danhõre .5 Dapara'rá .6 Danhi marataptó .7 Wai'á .8 Wanãrïdöbê .9 Marã wawa danhõre .10 Datsi'waiõ .11 Pópara nhõre .12 Dahirata nhõre .13 Dahipópo .14 Dadza rõno .15 Datsi wapsi .16 Wai'á rõwáronãhã .17 Uiwede nhõre .18 Saúri nhõre .19 Bötösi renã danhõre .20 Daparawe .21 Mãrãwi danhõre .22 Marãre danhõre .23 Röwaho daprába .24 Warã daptó .25 Datsi uirï .26 Siubdatõ amã danhõre .27 Bötöud danhõre .28 Marãre daprába .29 Oi oi wá dzarõni .30 Howahou Dazarõnõ .31
(Para infomações sobre este CD, entrar em contato com: Departamento de Documentação - DEDOC FUNAI/Brasília-DFSEPS 702/902 Ed. Lex - 1º andar, telefone: (61) 313.3601).


Índio e aldeia Rikibatsa no MT (Fonte das imagens)
Os índios rikibatsa também são chamados de índios canoeiros por serem exímios canoeiros. Nos jogos indígenas, suas canoas ofereciam condições de aceitação pela maioria dos povos participantes nos jogos, foram adotadas e aprovadas para as competições, sendo sorteadas entre os participantes. Portanto, a partir dos III Jogos, os competidores passaram a usar canoas de fabricação tradicional rústica, feitas em madeira pelos índios Rikbatsa. (Fonte)

Índios Tenharim (Fonte) (Foto obtida no site Socioambiental)
Povo indígena de língua Tupi-Guarani, que costumam enterrar os mortos debaixo dos pisos das casas. Acreditam que o espírito permanece morando no local e usando os utensílios que possuía quando era vivo. Para pescar, eles colocam dentro d’água um pedaço de madeira com desenho dos peixes que querem capturar. Fazem isso sempre debaixo de árvores frutíferas, mas acreditam que a fartura da pescaria é explicada unicamente pelos desenhos. Eles só não pescam o boto e o peixe-boi por serem considerados alimentos sagrados (tabu).
Yara - a rainha das águas (Fonte)
Yara, a jovem Tupi, era a mais formosa mulher das tribos que habitavam ao longo do rio Amazonas. Por sua doçura, todos os animais e as plantas a amavam. Mantinha-se, entretanto, indiferente aos muitos admiradores da tribo. Numa tarde de verão, mesmo após o Sol se pôr, Yara permanecia no banho, quando foi surpreendida por um grupo de homens estranhos. Sem condições de fugir, a jovem foi agarrada e amordaçada. Acabou por desmaiar, sendo, mesmo assim, violentada e atirada ao rio. O espírito das águas transformou o corpo de Yara num ser duplo. Continuaria humana da cintura para cima, tornando-se peixe no restante. Yara passou a ser uma sereia, cujo canto atrai os homens de maneira irresistível. Ao verem a linda criatura, eles se aproximam dela, que os abraça e os arrasta às profundezas, de onde nunca mais voltarão.

sábado, 17 de setembro de 2005

O gravador que era arco e flecha (Fonte: Jornal da USP)
Mário Juruna, primeiro e único índio a se eleger deputado federal, abriu caminho para a atuação política de muitos outros indígenas (Maria Eugênia de Menezes)

Mário Dzururá, ou Juruna como era conhecido, foi o primeiro e único índio brasileiro a se tornar deputado federal. Eleito pelo PDT do Rio de Janeiro em 1982, cria política de Leonel Brizola e do antropólogo Darcy Ribeiro, que na época militava nas fileiras do partido, Juruna foi o maior representante indígena nas esferas do poder federal. Vítima de diabete crônica, o ex-cacique xavante morreu no dia 17/07/2002, depois de passar 15 dias internado no hospital Santa Lúcia em Brasília. A doença já o debilitava há muito. Preso a uma cadeira de rodas, Juruna andava esquecido pelos políticos e pelos índios, mas sua atuação foi um marco histórico. “A presença de um índio no Congresso foi importante para defender os interesses indígenas e para barrar projetos que os prejudicassem”, explica a antropóloga Fany Ricardo, coordenadora do ISA(Instituto Socioambiental)
Líder dos xavantes, Juruna saiu da sua tribo, na reserva de São Marcos no Mato Grosso, e foi para Brasília tentar ser ouvido pelo presidente. Depois de enganado muitas vezes, Juruna decidiu usar o gravador que tinha comprado em Cuiabá para registrar as “mentiras” que lhe diziam e as promessas falsas que lhe eram feitas. A demarcação das terras indígenas sempre esteve no centro de suas preocupações, talvez pela própria história que viveu com sua tribo. Os xavantes viviam na cabeceira do rio Xingu e depois de uma série de conflitos com posseiros foram empurrados para o rio Araguaia até chegarem ao Mato Grosso, onde ocuparam as margens do rio da Morte. Juruna ainda era um menino pequeno mas se lembrava das mortes e das doenças. “Sempre fugindo. Abandonamos roça, nossa maloca, nosso rio, tudo que xavante tinha.” Irritado com a omissão da Funai e o alheamento das autoridades públicas em relação ao problema da terra indígena, ele peregrinou durante dias pelos corredores do Ministério do Interior tentando falar com o então presidente Ernesto Geisel. Vítima da burocracia, resolveu se vingar. Sua arma no mundo dos brancos foi o gravador. Ele começou a cobrar coerência entre as promessas e as ações das autoridades brasileiras e se tornaria famoso por isso. “Eu comprei gravador porque branco faz muita promessa. Depois esquece tudo”, disse em entrevista ao Pasquim. Em 1980, enfrentou a proibição do governo, que o impedia, pelo fato de ser índio, de viajar ao exterior. Junto com Darcy Ribeiro, Juruna foi convidado pelo Tribunal Bertrand Russel para ir a Holanda servir de jurado no julgamento dos crimes contra as raças indígenas do mundo inteiro. A Funai quis impedir sua ida, a disputa foi parar na justiça e a luta de Juruna para ir até a Holanda ganhou as páginas dos jornais do País. Começava-se a questionar a tutela da Funai sobre os índios. Hoje, um projeto de lei que põe fim à tutela está em tramitação no Congresso. De acordo com Fany, “o projeto traria ganhos para os indígenas, mas ainda deve demorar para ser aprovado porque enfrenta resistência de vários setores, principalmente da própria Funai”.
MAIS CIDADES AMIGAS DA AMAZÔNIA
Mais dois municípios aderiram ao programa Cidade Amiga da Amazônia esta semana. No Rio de Janeiro, após intensa campanha e protestos do Greenpeace e dos ciberativistas, o prefeito César Maia (PFL) finalmente editou o decreto que garante a adoção ddo programa nas obras públicas da cidade. Já na Grande São Paulo, o prefeito de Osasco, Emidio de Souza (PT), assinou o termo “Compromisso pelo Futuro da Floresta”.Ao adotar critérios para a compra de madeira nas licitações promovidas pela prefeitura, as administrações dessas cidades estarão ajudando a fechar o mercado para quem trabalha com madeira de origem criminosa.
SAIBA MAIS visitando o site do Greenpeace Brasil
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Greenpeace 34 anos!
No dia 15 de setembro de 1971, há 34 anos, um grupo de voluntários e jornalistas foi detido quando navegava rumo às Ilhas Aleutas, perto do Alasca, para protestar contra os testes nucleares dos EUA na região. Os ativistas não chegaram a seu destino, mas atingiram seu objetivo: chamar a atenção do mundo para o perigo e a destruição causados pela energia nuclear. Nascia, assim, o Greenpeace.
O ritual Kunumi pepy dos Guarani (Fonte)
Existem entre os Guarani (em especial, junto aos Kaiowá, no Mato Grosso do Sul) certas práticas ritualizadas de iniciação dos jovens no mundo adulto, como o Kunumi pepy, momento no qual os jovens meninos recebem prescrições dos mais velhos (seus padrinhos) no sentido de "serem perfeitos" (imarangatuvarã) e preparam-se para perfuração do lábio, e a utilização do adorno labial denominado tembetá, sinal fundamental dos grupos Guarani. Esta marca é exclusiva dos meninos Guarani, cabendo as meninas entoar (junto com os demais adultos) os cânticos e as rezas específicas para que o rito ocorra com sucesso.
Na festa do Kunumi pepy, que pode durar vários dias, os padrinhos cuidam dos seus escolhidos e cantam seus deveres em relação aos jovens durante a festa de perfuração labial:

Kunumi ambojegua Eu adorno o menino
Kunumi poty ambojegua Adorno a flor do menino
Kunumi ambojegua Eu adorno o menino
Kunumi ku’akuaha ambojegua Adorno o cinto do menino
Kunumi ambojegua Eu adorno o menino
Kunumi ñe’e ambojegua Adorno a palavra do menino
Kunumi ambojegua Eu adorno o menino
Kunumi jeropapa ambojegua Adorno o relato da história do menino
Kunumi ambojegua Eu adorno o menino
Kunumi aupeguáko ore Nós somos os que cuidam da alma dos meninos
Kunumi(a) jasuka marane’y Somos os que cuidam da essência
Aupeguáko ore do jeito do bom proceder dos meninos
Kunumi aupeguáko ore Nós somos os que cuidam da alma do menino
He’i Ñengaju Assim diz Ñengaju
Kunumi mba’ekuaa marane’y Somos os que cuidam do saber
Aupeguáko ore do bom proceder dos meninos
Kunumi aupeguáko ore Somos os que cuidam da alma dos meninos
He’i Ñengaju Assim diz Ñengaju
Kunumi(a) jeguaka marane’y Somos os que cuidam da diadema
Aupeguáko ore do bom proceder dos meninos
Kunumi aupeguáko ore Somos os que cuidam da alma dos meninos
He’i Ñengaju Assim disse Ñengaju

Neste puraheí (canto) percebe-se toda cautela que se tem na preparação do jovem em sua entrada para o mundo dos homens, que não é qualquer mundo, mas o mundo dos homens guarani. É necessário cuidar da alma, adornar a história e ensinar o bom proceder, pois, somente com a sua plenitude, tanto religiosa como de sua origem (que se confundem em seus significados) é que será possível a continuidade do reko, que será possível a construção do guarani eté.
A DANÇA DO BATE-PAU (Fonte: site Almas Dessa Terra)
Denominado pelos brancos como a Dança do Bate-Pau, é a dança milenar da nação Terena. Esta Dança teve sua origem durante o ritual de um pajé, quando em sonho, visitou uma floresta onde assistiu o Kohixoti Kipaé, que levou para Aldeia, onde ensinou e adotou. É uma das mais lindas danças indígenas que poucos tem oportunidade de apreciar. Conhecendo outras danças, de outras etnias no Brasil, comparando, podemos observar que a dança da ema, possui um cerimonial de sete partes e uma linha harmoniosa nas suas pinturas, indumentária, música e ritmo. Além do que, traz em sua coreografia o regime político povo Terena, que é caracterizado pelas cores azul e vermelho, Xúmono e Súkirikióno. Durante estes anos de experiência com o Grupo TÊ, todas as vezes que colocamos a indumentária, existe um processo espiritual que vai tomando conta dos componentes à medida que os mesmos vão se transformando com as cores dos colares, cocares e a saia. Toda esta preparação, leva em torno de uma hora e trinta minutos.
Curiosidades da Ursa

Origem do nome Peruíbe (Fonte)
Conforme o descritivo do Brasão da Cidade: "a faixa prateada representa o Rio Preto e o Tubarão simboliza o nome do Município, já que Peruíbe é corruptela de Iperuiybe, que na língua indígena dos nossos antepassados, significa Rio do Tubarão."Porém, diversas versões e suposições a respeito da origem do nome Peruíbe foram levantadas pelos historiadores, uma delas é a saudação dos meninos indígenas que ao receber os portugueses diziam Pêro – Yba, que dizem em Tupi significar "Seja bem vindo".Outros sustentam a hipótese de que a denominação estaria relacionada ao nome de um cacique da aldeia dos índios Pátria dos Tapuias, sendo seu principal cacique conhecido por Piriri Goa Ob Yg.Padre Anchieta batizou os primeiros índios catequizados, dentre elas Antônia, bisneta de Piqueroby, o célebre maioral de Ururahy.Em consulta ao Prof. Joubert Di Mauro autor do livro "Vocabulário Português-Tupi", o mesmo respondeu que Peruíbe é corruptela de Peruhibe e, originalmente, é Ipirú-y-be e significa "no rio do tubarão". O nome Peruíbe até hoje é uma incógnita, não existindo uma tradução segura do mesmo.

quinta-feira, 15 de setembro de 2005


Raoni (Fonte da imagem) - Um dos principais chefes Txukahamãe, subgrupo Kayapó. Sua comunidade, Kretire, localiza-se no norte do Parque Indígena do Xingú. Foi destituído do cargo de cacique dos Caiapós-txucarramães por Tutu Pompo. Perdeu em casa, mas ganhou o mundo. Acompanhando o cantor Sting, Raoni percorreu o planeta, foi recebido por alguns dos mais poderosos políticos do planeta e conseguiu atenção e dinheiro para a causa indígena no Xingu e na Amazônia. Raoni nasceu em 1942. Ficou famoso em 1976, quando o francês Jean-Pierre Dieleux dirigiu um documentário sobre sua vida. Raoni encarna o mito do bom selvagem.

Marechal Candido Rondon (Fonte) - Entre a construção de linhas telegráficas na Amazônia e Mato Grosso a partir de 1907, o então tenente Cândido Mariano da Silva Rondon, realizou a missão de contatar e pacificar as tribos mais temidas da região. Numa época que os índios eram abatidos a tiros ao primeiro encontro. Ao substituir o ódio pela ternura, a suspeita pela confiança e as carabinas por miçangas, Rondon se tornou o maior dos humanistas brasileiros e o mais respeitado defensor dos índios em todo o continente. Rondon era descendente de índios Terenas, e nasceu em Mato Grosso em 1865. Rondon iria cunhar a frase que se tornou o símbolo de sua relação com os índios: "Morrer se preciso for, matar nunca". Em 1910, Rondon fundou o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), primeiro órgão do Governo a tratar da questão indígena. "Sertões onde nunca pisou homem civilizado já figuram nos registros públicos como pertencentes aos cidadão A ou B; mais tarde ou mais cedo, esses proprietários expelirão daí os índios que, por uma inversão monstruosa dos fatos, da razão e da moral, serão então considerados e tratados como se fossem eles os intrusos salteadores e ladrões." (Rondon, Conferências, 1916:45).

quarta-feira, 14 de setembro de 2005


O Povo Terena
Os Terena integram a grande família lingüística Aruak e o complexo cultural chaquenho. Com uma população de aproximadamente 15 mil pessoas, este povo vive atualmente em um território descontínuo. São pequenas áreas cercadas por fazendas e espalhadas por seis municípios do Mato Grosso do Sul: Miranda, Aquidauana, Anastácio, Dois Irmãos do Buriti, Sidrolândia e Nioaque. (Fonte e mais informações: site do Centro de Trabalho Indigenista)
Marãte Wajãpi, na aldeia Mukuru (Foto: Cláudio Maretti / WWF-Brasil)

Terra Indígena Waiãpi (no Estado do Amapá)
(Fonte: trechos de relato enviado pelos técnicos do WWF-Brasil, Marisete Catapan e Marcelo Creão, sobre a chegada da expedição à aldeia Mukuru, na Terra Indígena Waiãpi)

"Na chegada ao acampamento próximo à aldeia Mukuru, Marcelo Creão foi o primeiro a descer e estender sua rede, pois estava febril e sentindo dores pelo corpo. Logo um barco com os Wajãpi Aracu e Marãte e quatro crianças veio dar boas vindas e fazer um convite para jantarmos carne de anta, caçada naquele dia pelo filho de 12 anos do cacique Piriri. Formou-se uma comitiva para o jantar na aldeia. Orlando, Edivaldo, Oziel, Vemar e Manoel não demoram muito a voltar com um naco de anta e com um pedido de ajuda para o nosso enfermeiro, o Benedito. Piriri e o filho de um ano e meio de Marãte estavam com febre. Uma comitiva formada pelo Benedito, pela cabo Alcemira e outros foram para aldeia, a fim de fazer os atendimentos solicitados.
Fomos nos despedir dos índios wajãpi, na aldeia Mukuru, e conhecer a forma como o chefe faz o aproveitamento da carne de caça: depois de assada, ela ficando defumando por horas e é consumida em torno de cinco dias. Mais despedidas e seguimos o nosso rumo. O objetivo era alcançar as corredeiras da Andiroba e iniciar as buscas de um barco do Ibama que naufragou na subida do Jari. Durante um longo trecho do rio observamos um fenômeno que nos chamou muito a atenção: a travessia de centenas de borbotas de coloração amarela clara, sempre no mesmo sentido, da margem direita para a esquerda do rio. Já nosso maior obstáculo foi a travessia das corredeiras do Melé, onde tivemos que desembarcar e fazer a transposição do maior salto com cordas e muito cuidado. Aí, foi possível observar com detalhes as exuberantes plantas aquáticas que se desenvolvem nesses locais."
Tronco e madeira do mogno
Fruto e sementes de mogno
O mogno (Swietenia macrophylla) é uma árvore da região amazônica bastante explorada e conhecida pela qualidade da madeira. Trazida para o Sudeste, se adaptou muito bem, sendo muito utilizada para arborização urbana. É uma espécie de crescimento rápido e tronco reto. Só frutificam os exemplares mais velhos, porém nestes casos, produzem muitas sementes de germinação fácil. (Fonte)
Por ser tão valioso e resistente, o mogno é a madeira mais cobiçada da Amazônia. Grandes áreas foram desmatadas e hoje o mogno é uma das árvores brasileiras seriamente ameaçadas de extinção. Em 1998, o governo brasileiro proibiu por dois anos o corte de mogno no país. As árvores só podem ser derrubadas em áreas especiais, com autorização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) (Fonte 2).
Sons da natureza (Fonte)

Papagaio-do-mangue (A. amazonica)
Ariranha (P. brasiliensis)
Sapinho-verde (A. perviridis)
Curicaca-plumbea (T. caerulescens)
Sapo-cururu (Bufo paracnemis)
Gente-de-fora-vem (C. gujanensis)

Vozes da Floresta Atlântica (Mata Atlântica)
A Mata Atlântica é uma das florestas mas exuberantes do planeta e guarda milhares de espécies da fauna e flora. O conjunto vegetal que compõe a Mata Atlântica é muito complexo, principalmente onde predomina a floresta pluvial tropical de encosta, conhecida como Mata Atlântica propriamente dito. Situa-se na região costeira do Brasil indo do Rio Grande do Norte até Santa Catarina na fronteira com o Rio Grande do Sul. A mata atlântica constitui-se das seguintes formações: - Floresta Ombrófila Densa ( Mata Atlântica ou Mata de Encosta) localizada nas encostas da Serra do Mar e em várias ilhas da costa de São Paulo, rio de Janeiro e Paraná principalmente; - Floresta Estacional Semidecidual ( Mata de Interior) no Planalto Brasileiro e margens do rio Paraná; - Floresta Ombrófila Mista (Mata de Araucária) sobressaem as araucárias (Araucaria angustifolia) ocorrendo no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e em pontos isolados do Estado de São Paulo. As árvores geralmente chegam a 20 ou 30 metros de altura e como têm uma distribuição escalonada não formam um dossel contínuo, como normalmente acontece na Floresta Amazônica. São inúmeras as bromélias. Sua fauna também é riquíssima, e se compõe de inúmeras espécies aves, anfíbios anuros, mamíferos, com destaque para os primatas, roedores, insetos, invertebrados etc. Em vista da sua riqueza faunísitica, quando estamos no interior da mata atlântica percebe-se muitos sons que denotam toda a sua biodiversidade; são prinvipalmente vocalizações de aves, anfíbios anuros, insetos etc.
Exemplos de sons. Selecionamos alguns sons desta complexa floresta para que você a conheça um pouco:
- Aves
- Vireo olivaceus; Juruviara; Red-eyed Vireo
- Pitylus fuliginosus; Bico-de-pimenta; Black-throated Grosbeak
- Chiroxiphia caudata; Tangará;Swallow-tailed Manakin
- Colaptes campestris; Pica-pau-do-campo; Campo Flicker
- Anfíbios Anuros
- Physalaemus cuvieri
- Leptodactylus fuscus