quarta-feira, 31 de maio de 2006


Índios Ianomamis na floresta amazônica no estado de Roraima, próximo à fronteira com a Venezuela. Foto: Wilson Pedrosa/BRimagens (Fonte)

VI Encontro Verde das Américas discutirá desenvolvimento sustentável a partir desta terça-feira
(Fonte: site ambientebrasil )
A 6ª Conferência das Américas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, também chamada Encontro Verde das Américas, será realizada a partir desta terça-feira (30), em Brasília (DF). O fórum pretende reunir governo e sociedade para discutir experiências de desenvolvimento socioambiental sustentável. Uma dessas experiências é a de Maria das Graças Marçal, ex-catadora de papel que fundou em Belo Horizonte (MG) a Asmare - Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Materiais Reaproveitáveis. Conhecida como Dona Geralda, ela disse que vai defender na conferência essa alternativa econômica "que gera renda e ainda ajuda a preservar o meio ambiente". E acrescentou que a reciclagem de materiais permite ainda o desenvolvimento da cidadania. No encontro também serão debatidos temas como o uso de energia renovável a partir de combustíveis vegetais (biodiesel, etanol); a biodiversidade (variedade de animais e plantas); os riscos socioambientais devido a mudanças climáticas; a questão dos recursos hídricos; e os resultados da COP8 - Conferência das Partes sobre Diversidade Ecológica. Para falar sobre Energia Renovável e o Desafio do Desenvolvimento Sustentável foi convidado o pesquisador alemão Stefan Krauter, coordenador para a América Latina do Conselho Mundial de Energias Renováveis. Ele deverá falar sobre a poluição pelos combustíveis fósseis, novas opções em energia renovável e a evolução de pesquisas na área. Também confirmou presença a secretária geral da OTCA - Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, Rosalía Arteaga Serrano, que vai orientar as discussões sobre a região. De acordo com Ademar Soares, coordenador do evento, "cientistas de todo o mundo estão apontando a importância de se debater os riscos das mudanças climáticas, a questão da água, que é fundamental neste início de século, e métodos economicamente sustentáveis de desenvolvimento que respeitem a natureza."As experiências, como a de Dona Geralda, serão reunidas em um documento no final do encontro, a Carta Verde das Américas. A conferência vai até quinta-feira (1º/6), no auditório Petrônio Portela do Senado Federal. Na solenidade de abertura, será entregue o Prêmio Verde das Américas 2006, a instituições e personalidades que contribuíram para a preservação ambiental. As inscrições para o encontro estão abertas aos interessados no endereço eletrônico www.greenmeeting.org (Isabela Vieira/ Agência Brasil)
VI GREEN MEETING OF THE AMERICAS
Secretaria: SCS - Qd. 4, Bloco A - Ed. Anápolis 304. - Cep. 70.304-910 - Brasília DF. - Brazil. Tel: + (61) 3033.3654 - 3223.5335 - Fax: + (61) 3322.6747

terça-feira, 30 de maio de 2006

Vai ser aqui, hoje, dia 30, às 20 hs, o lançamento do livro Não feche seus olhos esta noite, de Maira Parula. Livraria da Travessa, na R. Visconde de Pirajá, 572 - Ipanema, Rio de Janeiro - RJ. Todos os amigos estão convidados!

Correio da Ursa - Pavão albino.
Aldeia Boa VistaTekoa Ñabdeva’eYuy Marãeyre (Fonte da imagem)

Índios do litoral de São Paulo têm sono mais saudável que população urbana
(Texto: Júlio Bernardes - Fonte: Agência USP, publicado em: 15/05/2006, no site Saúde em Movimento)
Os índios Guarani da Aldeia Boa Vista, em Ubatuba (litoral Norte de São Paulo), possuem hábitos de sono mais saudáveis do que a população urbana, dormindo em média nove horas diárias. A conclusão é da bióloga Daniela Wey, que analisou moradores com idades entre 18 e 81 anos. "A diferença no ritmo biológico se deve em especial à ausência de luz elétrica e a organização social diferenciada, sem horários rígidos de atividades", aponta.
A aldeia possui 145 moradores e está localizada numa área de Mata Atlântica, próxima à Rodovia Rio-Santos. "Os índios moram em casas de pau-a-pique, iluminadas com lampiões, e existe eletricidade apenas na escola e no posto de saúde", conta Daniela. A pesquisa faz parte de sua tese de doutorado em Neurociências e Comportamento, no Instituto de Psicologia (IP) da USP, orientada pelo professor Luiz Menna-Barreto.
A pesquisadora calculou a duração média do sono por meio de um sensor de movimentos conhecido como actímetro. "Os indígenas dormem de acordo com suas demandas fisiológicas e não atendendo uma necessidade social com horários impostos para trabalhar e estudar, tal como acontece para a população urbana" Em contato com a médica responsável pela aldeia, Daniela não encontrou casos de insônia.
"Sem energia elétrica, os índios dormem e acordam mais cedo do que nas cidades, guiando-se pelo nascente e o poente do Sol." Segundo a bióloga, os moradores deverão ter eletricidade em casa em suas moradias quando se mudarem para casas de alvenaria, construídas na própria aldeia pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU). "A mudança deve acontecer no início de 2007".
Adolescentes
Na mesma aldeia, a psicóloga Fernanda Torres, que também integra o Grupo Multisdisciplinar de Desenvolvimento e Ritmos Biológicos (GMDRB) da USP, coordenado pelo professor Menna-Barreto, pesquisou as características do sono dos adolescentes. "Nesta fase há uma tendência a acordar e dormir mais tarde, que pode ser causada pelo desenvolvimento puberal ou pelo meio social", explica. "Por isso, os jovens foram acompanhados por um ano e meio, em três etapas de medição."
A pesquisa, descrita na dissertação de mestrado de Fernanda, apresentada no Instituto de Psicologia (IP), não encontrou problemas de sono entre os adolescentes, mas detectou um atraso de aproximadamente uma hora nos horários de dormir e acordar. "Mesmo sem energia elétrica e em um contexto sociocultural diferenciado, fatores decorrentes do desenvolvimento dos próprios jovens devem ter levado ao atraso de fase do sono."
O uso recreativo da televisão, instalada na escola da aldeia com finalidades pedagógicas, criou um padrão de sono diferente dos centros urbanos nas noites de sexta e sábado. "A tendência dos jovens nas cidades é dormir menos durante a semana e estender o sono nos finais de semana", afirma a psicóloga. "Na aldeia, a televisão faz com que os adolescentes durmam menos nas sextas e sábados." As conclusões dos trabalhos podem ser acessadas no site
www.crono.icb.usp.br.

domingo, 28 de maio de 2006

Clique na imagem para ampliar
Selo pela Amazónia
Selo pela Amazônia produzido pelo Luís do Blog "Ideias e Ideais", a partir de sugestões suas e de Soslayo do blog "In Mente"
Leve o Selo consigo e ofereça aos seus Amigos. Faça-o correr o Mundo!

Código para inserir o selo

Selo em defesa da Amazônia!
(Esta campanha foi feita pela amiga
Fátima, de Portugal, no blog Educação Ambiental)

"Em Abril lancei um desafio a todos os blogs para a criação de um sêlo pela Amazónia. De entre muitas sugestões foram seleccionadas duas da responsabilidade dos blogs Ideias e Ideais e In Mente. A composição do sêlo ficou a cargo do blog Ideias e Ideais que exemplarmente conjugou a imagem com o texto e produziu o código. A ele o nosso muito obrigado, bem como à Azoriana que o apoiou. Um braçado de amigos envolvidos e empenhados.
Resta pois convidar-vos a levar este sêlo para o vosso espaço e a oferecê-lo a todos quantos conheçam. Para tal basta copiar o código que se encontra por baixo da imagem e colá-lo no template.
O meu mais secreto desejo é de que esta ideia seja acarinhada por todos vós, pois embora simbólica, encerra um sentimento comum de combate à inconsciência humana na exploração dos recursos naturais do planeta, dos quais depende a sobrevivência de todos os seres vivos.
O sêlo já está nos blogs:
Ideias e Ideais In Mente - Azoriana DesambientadoDesertos e Desertificação - Educação Ambiental na EBI dos Biscoitos - Animais - Aprendiz de Viajante - Ilhas do Mar "

Cientista, filósofo e avicultor dizem quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?
(Fonte:
O Globo )
LONDRES - Um cientista, um filósofo e um avicultor acreditam ter descoberto a resposta para uma das perguntas mais intrigantes da humanidade: quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? A resposta dada pelos pensadores e pelos granjeiros é que o ovo veio antes, de acordo com uma reportagem publicada, nesta sexta-feira, no "The Times". O argumento é que o material genético não se transforma durante a vida do animal, mas que, a primeira ave que se transformou no que chamamos hoje de uma galinha, existiu primeiro como embrião no interior de um ovo. O professor John Brookfield, especialista de genética da evolução da Universidade de Nottigham, na Inglaterra, disse que a questão estava resolvida para ele.O organismo vivo no interior do ovo teria o mesmo DNA do que o animal que, logo, se transformaria na "primeira coisa viva que podemos classificar, sem medo, de membro dessa espécie é o primeiro ovo". Para David Papineau, especialista em filosofia da Ciência do King's College, em Londres, se o primeiro pintinho saiu de um ovo é um erro pensar que, o ovo que gerou a galinha, produzido por pais de outra espécie, sofreu mutação. - Se tem um pintinho dentro, o ovo é de galinha. Se um canguru colocasse ovo, e do ovo saísse um avestruz, o ovo seria de avestruz, não de canguru - disse Papineau. A reportagem ouviu ainda o avicultor e presidente de um organismo do setor de aves, que também contribuiu para o debate, Charles Bourns. - Os ovos existiam antes mesmo de nascer o primeiro pintinho. Claro que talvez não tivessem o aspecto que têm hoje - disse.
(Fonte da imagem)

S.O.S URSO!!
Áustria dá permissão para caçadores matarem urso
(notícia publicada no site ambientebrasil )
Autoridades na província austríaca de Tirol concederam a 150 caçadores a permissão para atirar em um urso que perambula entre a Áustria e a Alemanha, se ele se aproximar demais de seus lares e se tornar uma ameaça aos humanos. Autoridades alemãs já haviam ordenado a morte ou captura do urso marrom, o primeiro urso selvagem a ser visto na Alemanha em mais de 170 anos. Acredita-se que o animal tenha vindo de um programa para reintroduzir os ursos ao seu hábitat perto de Trentino, no norte da Itália. Especialistas dizem que o jovem macho provavelmente cruzou os Alpes em busca de uma companheira. Ele apareceu primeiro nas densas florestas da província de Vorarlberg, no sudoeste da Áustria, há algumas semanas. Foi visto no Estado da Bavaria durante o fim de semana, onde oficiais decidiram, na segunda-feira (22), que teria de ser detido, depois que matou sete ovelhas e invadiu uma granja. A ordem austríaca se aplica a caçadores licenciados no distrito de Reutte, em Tirol, e só poderá ser usada caso todos os outros esforços para controlar o urso falharem, disse Wilhelm Mayr, porta-voz de oficial local de Tirol Anton Steixner. "Se o urso rumar para um bairro residencial e se todos os outros esforços para capturá-lo falharem, aí sim os caçadores têm o direito de atirar nele", disse Mayr. "Mas é um último recurso". Autoridades ao longo da fronteira na Alemanha ordenaram, nesta segunda, a morte ou captura do urso, quando especialistas alertaram que ele poderia atacar humanos. O urso foi visto pela última vez na Baviera, mas especialistas acreditam que ele tenha voltado para a Áustria. Um grupo de proteção dos animais italiano chamado Animalist condenou a ordem alemã e fez um apelo ao ministro do Meio Ambiente da Itália, Alfonso Pecoraro Scanio, que intervenha para salvar o urso. O grupo expressou esperança de que o animal pudesse ser reintroduzido na Itália em "áreas demarcadas para a sobrevivência e proteção das espécies". (AP/ Estadão Online)

sexta-feira, 26 de maio de 2006

Índios pataxós da Bahia fazem um ritual de proteção ao Fogo Sagrado - Porto Alegre, 26/01/2005)

Fazendeiro Agride Mata Atlântica e provoca comunidade Pataxó Hãhãhãe
(Fonte: site Índios Online)
"As lideranças Pataxó Hãhãhãe denunciam que após serem retirados da fazenda Serra Verde, na região da Água Vermelha no município de Pau - Brasil, que o fazendeiro Jaime do Amor ganhou uma decisão de liminar favorável pela justiça para ocupar a nossa terra.Este de imediato autorizou a derrubada de todos os caucausis e arvores nativas e frutíferas da Mata Atlântica que se encontra na área para fazer pastaria. Um verdadeiro crime ambiental segunda as lideranças, as família que ali estava a mais de cinco anos estão desesperadas vendo a sua Terra serem totalmente degredada e agredida de forma tão violenta. As lideranças afirmou que: “Estamos preocupados como o futuro da nossa terra”. Já que o julgamento esta demorando muito enquanto isso os invasores da nossa terra esta destruindo tudo, e depois eles são indenizados, isto dói muito na gente, vendo que este fazendeiro esta fazendo como a nossa Mata, destruindo a nossas florestas e não podemos fazer nada para impedir a morte da nossa Terra. Segunda ainda informação das lideranças o fato já foi denunciado a Funai em Ilhéus, a Promotoria em Pau-Brasil e Eunapoles. Mas não sentiram eles nenhuma firmeza e boa vontade para que providencia seja tomada, principalmente por parte do Ibama.A comunidade e as lideranças Pataxó Hãhãhãe consideram esta ação do fazendeiro Jaime do Amor uma provocação e uma afronta a toda comunidade indígena, a justiça e a Legislação Ambiental." (Yonana Pataxó)

quinta-feira, 25 de maio de 2006

Povo pirahã (Foto: André Toral, 1998 - Fonte: site Socioambiental )

Idioma Indígena no Brasil é o mais enxuto do mundo
(Fonte: Estado de SP, em 07/05/2006 - matéria enviada através da Lista de literatura Indígena)

Língua da tribo pirahã, no Amazonas, não tem termos para números, verbos no passado ou mitos de origem
10 de maio de 2006 (Fonte: CEDEFES)

Durante uma das primeiras visitas de Daniel Everett ao povo pirahã, no Brasil, quando ele ainda não era um 'baigai' (amigo), membros da tribo quiseram matá-lo. Guerreiros se reuniram na margem do Rio Maici e planejaram o ataque, mas não perceberam que Everett, um lingüista, estava ouvindo e já compreendia o suficiente da cantilena cacofônica do povo do Amazonas para entender as palavras decisivas.'Tranquei minha mulher e nossos três filhos em nossa cabana e fui imediatamente procurar os homens', recorda Everett. 'Peguei todos os seus arcos e flechas, voltei à cabana e os tranquei.' Ele não só desarmou os pirahãs como os surpreendeu, e eles o deixaram vivo. No dia seguinte, a família partiu sem problemas. Mas a língua dos moradores da floresta havia fascinado de tal forma o pesquisador e sua mulher que eles retornaram. A partir de 1977, o etnólogo britânico da Universidade de Manchester passou sete anos vivendo com os pirahãs e comprometeu a carreira com a pesquisa de sua intrigante língua. Ele ficou tão indeciso sobre o que estava realmente ouvindo que esperou quase três décadas para publicar suas descobertas. A pequena tribo caçadora e coletora, com população de apenas 310 a 350 membros, se tornou o centro de um debate acalorado entre lingüistas, antropólogos e pesquisadores do conhecimento. Até Noam Chomsky, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), e Steven Pinker, da Universidade Harvard, dois dos teóricos mais influentes sobre o tema, continuam discutindo o que significam para o estudo da linguagem humana as descobertas de Everett.O debate sobre o povo do Rio Maici vai direto ao cerne do enigma de como o Homo sapiens conseguiu desenvolver a comunicação verbal. A linguagem humana é única porque permite que os humanos montem pensamentos nunca antes construídos, com incessante criatividade.Os lingüistas geralmente focam no que os idiomas de todo o mundo têm em comum. Mas a língua dos pirahãs - e é isso que a torna tão importante - se afasta do que há muito se pensava serem as características fundamentais de todas as línguas.Sem passado nem númerosA língua é incrivelmente econômica. Eles raramente empregam qualquer palavra associada ao tempo e conjugações verbais de tempo passado não existem.As cores aparentemente não são muito importantes para os pirahãs - eles não descrevem nenhuma delas em sua língua. Seu idioma é provavelmente o único do mundo a não usar orações subordinadas.Em vez de dizer 'Quando eu tiver acabado de comer, gostaria de falar com você', os pirahãs dizem 'Eu termino de comer, eu falo com você'.Causa perplexidade também que em suas vidas diárias os pirahãs não sintam a necessidade de números. Durante o tempo que passou com eles, Everett nunca ouviu palavras como 'todos', 'cada', e 'mais'. Há uma palavra, 'hói', que chega perto do numeral 1. Mas ela também significa 'pequeno' ou serve para descrever uma quantidade pequena.Aqui e agoraEverett chegou a uma explicação surpreendente para as peculiaridades do idioma pirahã. 'A linguagem é criada pela cultura', diz o lingüista.Ele explica o cerne da cultura pirahã com uma fórmula simples: 'Viver aqui e agora'. A única coisa de importância que merece ser comunicada a outros é o que está sendo experimentado em cada momento.'Toda experiência é ancorada na presença', diz Everett, que acredita que essa cultura não permite o pensamento abstrato ou conexões complicadas com o passado - o que limita a linguagem.Viver no aqui e agora também se encaixa no fato de que os pirahãs parecem não ter um mito da criação para explicar a existência. Quando perguntados sobre suas origens, eles simplesmente replicam: 'Tudo é o mesmo, as coisas sempre são'.

terça-feira, 23 de maio de 2006

Clique aqui para ouvir o canto do Bem-Te-Vi (para a amiga Meg, do Sub Rosa)

Bem-Te-Vi (Pintangus sulphuratus) (Fonte das informações: Animalnet )
O bem-te-vi é talvez o pássaro mais popular deste país. É conhecido em toda parte por seu canto, pelo anúncio frequente de seu nome e por sua coloração amarela viva na barriga, garganta e alto da cabeça. Tem uma listra branca que circunda inteiramente a cabeça e seu bico é forte.
Pode ser encontrado em uma enorme variedade de habitats, como campos de cultura, cidade, pomares, orla de mates e em ambientes aquáticos, tais como margens de lagoas, córregos, e rios, onde tem aprendido a capturar peixes que são acrescentados a sua dieta de insetos, anfíbios, etc.
Constrói um ninho esférico, com entrada lateral na parte superior, na forquilha de um galho, sendo bem cuidado e feito de diversos vegetais secos. A postura consta, em geral, de quatro ovos brancos e alongados. É social e vive em pequenos grupos. O barulhento bem –te-vi é comum em todas as regiões brasileiras.
Suas caracteristicas corpóreas: (22,5 cm ; 54 a 60 gramas )
Obs:. São encontradas outras espécies de bem-te-vi, como por exemplo: Bem-te-vi vizinho ( Myiizetes similis ) difere-se do bem-te-vi, em relação ao seu tamanho, com cerca de 17,5 cm ; 28 gramas.
E o bem-te-vi de bico chato (Megarhynchus pitangua ) conhecido vulgarmente como nei-nei, é bem parecido com o famoso bem-te-vi, porém apresenta bico extremamente largo e chato, e canto diferente. Sua área de ocorrência vai do México até o Rio Grande do Sul.

segunda-feira, 22 de maio de 2006




Mais de mil pessoas protestam contra a soja e a Cargill em Santarém
(21/05/2006, Local: São Paulo - SP - Fonte: Greenpeace Brasil )

Cerca de mil pessoas participaram, na manhã deste domingo, da Marcha Pela Floresta em Pé, em Santarém, em defesa da produção familiar e contra a monocultura de soja, organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, Grupo de Trabalho Amazônico, Frente em Defesa da Amazônia e Greenpeace. A marcha ocorre dois dias após produtores rurais e funcionários da Cargill terem agredido ativistas do Greenpeace que faziam um protesto pacífico contra o porto ilegal da multinacional, instalado há três anos na cidade. Quatro ativistas ficaram feridos.
As mais de 30 organizações participantes da marcha prepararam uma carta para ser enviada ao presidente Lula, apontando a contradição existente entre o apoio dado por seu governo ao agronegócio e sua intenção de proteger o meio ambiente. A carta, assinada também por outras ONGs e movimentos sociais de todo o País, solicita recursos para a produção familiar, assentamentos agroextrativistas, implementação das reservas florestais comunitárias e manejo adequado de recursos naturais para geração de renda, na proporção daqueles hoje destinados aos grandes produtores rurais. Na manifestação estiveram presentes ribeirinhos, canoeiros, quilombolas, mulheres, jovens, estudantes, trabalhadores rurais e diversos outros grupos.
A soja é hoje uma das causas principais do desmatamento na Amazônia. Cerca de 1,2 milhão de hectare de floresta já foi destruído para o cultivo de grãos de soja. Os produtores de soja também estão envolvidos em atividades ilegais como grilagem de terras e exploração de trabalho escravo. “A agricultura familiar gera dez vezes mais empregos que as grandes fazendas e ainda cria maior oportunidade de desenvolvimento para as comunidades locais”, disse Tatiana Carvalho, da campanha do Greenpeace na Amazônia. “Além disso, a expansão da soja na região tem gerado vários problemas sociais, como a pressão exercida sobre famílias para deixarem suas terras e o processo de favelização da periferia de Santarém”.
A caminhada começou com a concentração em frente ao Mercadão 2000, local simbólico para as comunidades locais, pois é lá que produtores familiares comercializam sua produção. Estudo recente da ONG Fase aponta que cinco produtos importantes da produção familiar têm tido menos oferta nos mercados de Santarém, com conseqüente alta nos preços.
Após a concentração, às 10h30, a marcha seguiu em direção à entrada do porto ilegal da Cargill, multinacional norte-americana líder na exportação de soja e uma das principais responsáveis pelo desmatamento gerado pela expansão da soja na Floresta Amazônica.
Durante a passeata, as pessoas gritavam: “Cadê a floresta que estava aqui? A soja comeu. Cadê a praia que estava aqui? A soja comeu. Cadê o peixe que estava aqui? A soja comeu. Cadê a biodiversidade que estava aqui? A soja comeu”. Ao chegar à Cargill, aos gritos de “Fora já Cargill, nós somos da Amazônia e defendemos o Brasil”, deram as costas para o porto da empresa.
Depois, foi servido um almoço com produtos cultivados na agricultura familiar como baião de dois, peixe frito, macaxeira cozida, farofa e suco de cupuaçu.
“Queremos paz, progresso e desenvolvimento cultural e político. Queremos combater as afirmações de que essa população é preguiçosa, pois essa gente trabalha de sol a sol. Não vamos aceitar provocações de quem vem de fora”, afirmou Paulo Roberto Spósito Oliveira, o Magnólio, do Projeto Saúde e Alegria, referindo-se às agressões e ofensas praticadas recentemente por produtores rurais, quando um deles chamou moradores de Santarém de “índios preguiçosos”.
“Nós, nativos, estamos nos sentindo agredidos em nossa cultura, etnia e natureza porque forasteiros agridem nossa região, geram lucro para poucos e nós ficamos sem nossa floresta e sem futuro para nosso povo”, disse o padre Edilberto Sena, da Frente de Defesa da Amazônia.
Segundo a Polícia Militar, cerca de 50 produtores de soja tentaram impedir a marcha, com carros e caminhonetes, mas foram impedidos pelos policiais. Cerca de cem homens da Polícia Militar foram destacados para garantir a paz.
Peça: Cinto de Sementes Decorado - Nome Indígena: Katami Kahxapu - Material: sementes de maramará, feito por índios: Wai Wailocal: Pará

Respeito (Fonte: site Iandé Arte com História )
"Se achamos que o nosso objetivo aqui, na nossa rápida passagem pela terra é acumular riquezas, então não temos nada a aprender com os índios. Mas se acreditarmos que o ideal é o equilíbrio do homem dentro da sua própria família, e dentro de sua comunidade, então os índios têm lições extraordinárias para nos dar." (Claudio Villas-Bôas ; sertanista)


"O índio estacionou no tempo e no espaço. O mesmo arco que ele faz hoje, seus antepassados faziam há mil anos. Se eles pararam nesse sentido, evoluíram quanto ao comportamento do homem dentro da sociedade. O índio em sua tribo tem um lugar estável e tranquilo. É totalmente livre, sem precisar dar satisfações de seus atos a quem quer que seja. Toda a estabilidade tribal, toda a coesão, está assentada num mundo mítico. Que diferença enorme entre as duas humanidades: uma tranquila, onde o homem é dono de todos os seus atos. Outra, uma sociedade em explosão, onde é preciso um aparato, um sistema repressivo para poder manter a ordem e a paz dentro da sociedade." (Orlando Villas-Bôas ; sertanista)

"...há também o grave problema do relacionamento entre os índio e o elemento humano vindo de fora, isto é, o civilizado. De que forma se poderia conciliar as duas sociedades ? Uma estável, ajustada ao meio, equilibrada, apoiada em padrões culturais bem definidos; e outra adventícia, desordenada, que chega para transformar florestas em pastagens e cujos membros não mantém entre si nenhum vínculo, exceto o mesmo e constante propósito de obter lucros." (Orlando Villas-Bôas ; sertanista)

Pensamento Indígena
"Queremos que a floresta permaneça silenciosa, que o céu continue claro, que a escuridão da noite caia realmente e que se possam ver as estrelas. As terras dos brancos estão contaminadas, estão cobertas de uma fumaça-epidemia xawara que se estendeu muito alto no peito do céu. Essa fumaça se dirige para nós, mas ainda não chega lá, pois o espírito celeste Hutukarari a repele ainda, sem descanso. Acima de nossa floresta o céu ainda é claro, pois não faz muito tempo que os brancos se aproximaram de nós. Mas bem mais tarde, quando eu estiver morto, talvez essa fumaça aumente a ponto de estender a escuridão sobre a terra e de apagar o sol. Os brancos nunca pensam nessas coisas que os xamãs conhecem, é por isso que eles não têm medo. Seu pensamento está cheio de esquecimento. Eles continuam a fixá-lo sem descanso em suas mercadorias, como se fossem suas namoradas." (Davi Yanomami ; pajé e líder do povo Yanomami)

domingo, 21 de maio de 2006

Vale a pena conhecer o site do Movimento Reforma Brasil (apartidário) - dica da Gená
"O Reforma Brasil é um movimento de cidadãos brasileiros comuns, totalmente apartidário. Começou em Agosto de 2005 em face à enxurrada de denúncias envolvendo toda a classe política nacional. Nossa primeira manifestação pública em forma de protesto ocorreu no dia 07/09/2005, desencadeando um trabalho cívico no intuito de reformar as bases político-sócio-econômicas da sociedade brasileira. Como forma de protesto democrático, dentro do exercício do direito de nossa liberdade cívica, fazemos um protesto a fim de sensibilizar os governantes por reformas profundas e estruturais. Nosso movimento é totalmente apartidário e defende a inexistência de um Salvador da Pátria. E o atual momento histórico da Sociedade Brasileira é propício para uma mudança séria, responsável, capaz e eficaz de promover a construção de um novo Brasil."

sábado, 20 de maio de 2006

Índio Mehinaku prepara seu urucum, raspando as sementes em movimento circular em cima de uma esteira (Foto: Maureen Bisilliat - Estadão)
Índio Kamayurá (Foto: Juliano Serra )

Deu no Tupiniquim:

Estudo mostra que rios do Xingu sofrem contaminação
(Da Redação - Diário de Cuiabá )
Índios do Parque Nacional do Xingu, localizado no nordeste de Mato Grosso, podem adoecer em virtude do consumo das águas da região que estão contaminadas com dejetos orgânicos. Um estudo elaborado pelo Departamento de Antropologia da universidade americana de Vanderbilt, entre junho e julho de 2005, mostrou que no líquido há fezes humanas e de animais, com a presença de um nível acima do normal do microorganismo Escherichia coli. Alguns povos já denunciaram casos de intoxicação com o uso da água, de acordo com o depoimento do responsável pelo estudo, Thomas Gregor, em matéria publicada no site do Instituto Sócio Ambiental. “Os Mehinaku já deixaram de usar a água do rio e estão apelando para poços artesianos. Outros grupos da região estão fazendo o mesmo”, advertiu Gregor, ressaltando que os resultados do trabalho ainda são preliminares, que mas foram obtidos com testes que identificam níveis mínimos de contaminação. No Xingu, vivem aproximadamente cinco mil índios, de 14 etnias diferentes. A pesquisa foi encomendada pelo Projeto de Manejo Integrado de Bioversidade Aquática e dos Recursos Hídricos da Amazônia (Aquabio) do Ministério do Meio Ambiente para descobrir a presença de agrotóxico e fertilizantes químicos nas águas. Dentre os rios pesquisados está o Culiseu, uma dos afluentes formadores do rio Xingu, nas proximidades das aldeias Uyaipyukun e Utnawa, do povo Mehinaku. Segundo o pesquisador, o problema deve estar sendo causado pelos dejetos jogados nos rios das cidades que ficam ao redor do Parque e pelo livre acesso do gado aos cursos d´água locais. Gregor também acredita também que é grande a possibilidade de contaminação por agrotóxicos em virtude do uso intensivo da substância nas fazendas próximas e pelo tipo de inclinação do terreno na região. O pesquisador lembrou que a população indígena da região é extremamente vulnerável a uma possível queda na qualidade da água por consumí-la diretamente, usá-la no preparo da maior parte de seus alimentos e comer muito peixe.

sexta-feira, 19 de maio de 2006

Clique aqui para ouvir o som do beija-flor (Fonte da imagem e do som)

Algumas coisas da Ursa:
- A natureza. A Floresta, é claro ;)) Um pássaro lindo: beija-flor
- Outros bichos: urso panda, tucano, araras, borboletas, golfinhos, pingüins...
- Sentimentos: amor, amizade, respeito, solidariedade, alegria
- O amor que os índios têm pela natureza e a sua cultura.
- O "Concerto para uma voz Saint-Preux".
- As vozes e as músicas do grupo Mama´s and The Papa´s que eu guardo de lembrança num CD.
- As vozes e músicas de Elis Regina, Nana Caymmi, Gal Costa, Dorival Caymmi, Milton Nascimento, Billie Holiday, Madeleine Peyroux, Louis Armstrong, Nina Simone, Janis Joplin, Mercedes Sosa, The Beatles, Madredeus (adoro a música O Pastor), Amália Rodrigues e seus lindos fados, Astor Piazzola e seus tangos...
- Músicas de Caetano Veloso
- Tudo de Tom Jobim! E de Bossa-Nova
- Música Clássica: Villa Lobos, Chopin, Mozart, Tchaikovsky, Mahler, Beethoven...
- Arte: pintores diversos e diversos estilos. Esculturas de Rodin e Michelangelo
- Literatura: Clarice Lispector, Fernando Pessoa, Manoel de Barros, Cecília Meireles, Drummond, Mário Quintana
- Cinema: filmes de vários estilos e épocas, desde clássicos, noir,...a filmes de ação, ficção científica, suspense, drama, de arte, comédia. Diretores: François Truffaut, Fellini, Pasolini, Visconti, Almodovar
- Vícios: informática, internet, capuccino, Nescau, refrigerantes diet, chocolate, assistir filmes, de preferência em boa companhia.
- Pratos preferidos: diversos (cozido, feijoada, bife a cavalo, massas, pizza, churrasco, bacalhau...). Adoro arroz. Ao mesmo tempo, gosto muito de comida integral. Frutas: pêra, banana, laranja, manga, pêssego, abacaxi, maçã. Suco de graviola, acerola com laranja.
E por enquanto é só, porque a lista já ficou muito grande ;))

quinta-feira, 18 de maio de 2006

Lançamento do livro de Maira Parula no RJ (amiga da Ursa)
Dia 30 de maio, 20 h, na Livraria da Travessa - R. Visconde de Pirajá, 572 - Ipanema
"Todos estão convidadíssimos. Seria um prazer. A gente pode até se divertir. Para quem quiser saber mais do livro e ousar comprar, é só dar um pulinho aqui. À venda também nos sites Submarino, da Livraria Cultura, da Livraria Saraiva e da Siciliano. Beijão em todos".

Livro on line: "Teko Mbaraeterã Fortalecendo Nosso Verdadeiro Modo de Ser"
(Fonte: site
CTI - Centro de Trabalho Indigenista)
clique aqui para ler o livro em PDF

Ladeira, Maria Inês; Felipim, Adriana (Org.). Teko Mbaraeterã, fortalecendo nosso verdadeiro modo de ser. São Paulo: Centro de Trabalho Indigenista, 2005. 52p.
Neste livro, as lideranças das comunidades Guarani contam sobre o trabalho de suas comunidades em conjunto com o CTI ao longo do projeto “Conservação Ambiental das Terras e Subsistência do Povo Guarani”, realizado entre os anos de 1996 e 2004.
Floresta Amazônica ( Foto por gloswim3 - Fonte: site Webshots )
(Foto por Cláudia Andujar - Fonte: site CCPY - Comissão Pró-Yanomami)

Ianomâmis morrem em Barcelos-AM
(notícia de 15/05/06, publicada em "A Crítica", AM, e enviada para a Lista de Literatura Indígena)
Uma criança, de 1 ano, e um adulto, de 64, da etnia ianomâmi morreram vítimas de malária e picada de cobra em Barcelos-AM. As mortes revoltaram a comunidade indígena, porque não houve atendimento adequado. As áreas ocupadas por 2.400 indígenas não têm equipes de saúde e a qualquer momento outras mortes podem ocorrer. No último dia 20/4, a organização não-governamental Secoya, responsável pelos serviços médicos dos ianomâmis na região, parou suas atividades por falta de recursos financeiros. "Temos dívidas e nossos funcionários estão há três meses receber", disse Sílvio Cavuscens, coordenador da Secoya. Segundo ele, falta tudo, desde os medicamentos básicos de combate à malária até óleo diesel para as lanchas. Os números evidenciam a gravidade da situação na região. De janeiro a 15/4 foram registrados 510 casos de malária. A previsão da ONG é que mais da metade dos ianomâmis da área devem ser infectados nos próximos meses, se não houver uma efetiva atuação de campo. (A Crítica-AM, p. C1, 15/5 - Antonio Ximenes)

domingo, 14 de maio de 2006

Homenagem às mães indígenas e todas as mães (Fonte)
Na tribo Xikrin, um subgrupo Kayapó, as mulheres pintam-se uma as outras e os filhos com mistura de jenipapo mascado, carvão e água. Às crianças de 10 e 12 anos já é permitido pintar as menores. As índias Xikrin gastam horas pintando os filhos com desenhos de animais e de formas geométricas. Para elas, o ato de pintar é uma demonstração de carinho e interesse. Entre as Nambiquaras, nas comemorações da Festa da Moça, quando as meninas atingem a puberdade, nos momentos que antecedem o fim do período de reclusão na casa de palha, as moças são pintadas com urucu e enfeitadas com adornos, indicação de que estão preparadas para o casamento. Os índios do Alto Xingú pintam a pele do corpo com desenhos de animais, pássaros e peixes. Estes desenhos, além de servirem para identificar o grupo social ao qual pertencem, são uma maneira de uní-los aos espíritos, aos quais creditam sua felicidade.
A tinta usada por esses índios é preparada com sementes de urucu, que se colhe nos meses de maio e junho. As sementes são raladas em peneiras finas e fervidas em água para formar uma pasta. Com esta pasta são feitas bolas que são envolvidas em folhas, e guardadas durante todo o ano para as cerimônias de tatuagem. A tinta extraída do urucu também é usada para tingir os cabelos e na confecção de máscaras faciais. Pinturas com urucu são feitas desde tempos muito remotos pelos indígenas que habitavam do México até o Paraguai, incluindo América Central e Antilhas. O urucu é usado modernamente para colorir manteiga, margarina, queijos, doces e pescado defumado, e o seu corante principal – a bixina – em filtros solares.
O outro corante muito usado pelos indígenas era obtido da seiva do fruto do jenipapo. As tatuagens de cores pretas usadas pelos índios que tanto impressionaram os colonizadores, feitas com esta rubiácea, cujo nome botânico é Genipa americana deve-se ao iridóide conhecido como genipina. Do fruto maduro e fresco foi isolado a genipina em ~1% de rendimento. Incolor em si, este iridóide produz cor preta após reagir com as proteínas da pele. Hans Staden, o alemão que quase foi comido pelos índios tupinambás do litoral de São Paulo, assim se refere à árvore do jenipapo: "Numa árvore que os selvagens chamam de jenipapo ivá, cresce uma fruta que tem certa semelhança com a maçã. Os selvagens mascam essa fruta e espremem o suco dentro de um vaso. Com ele é que se pintam. Quando esfregam o suco sobre a pele, no início parece água. Mas depois de algum tempo a pele fica tão preta como se fosse tinta. Isso perdura até o nono dia. Depois a cor desaparece, mas não antes desse prazo, mesmo quando eles se lavam muitas vezes".

sexta-feira, 12 de maio de 2006

Greenpeace protesta contra desmatamento da Amazônia na chegada de Lula à Áustria (Fonte: Greenpeace Brasil )
O presidente Luis Inácio Lula da Silva foi recebido com um protesto do Greenpeace em defesa da Amazônia na sua chegada à Cúpula UE-América Latina/Caribe, em Viena (Áustria). Ativistas da organização, vestidas com o uniforme da seleção brasileira, seguravam bandeiras com a mensagem: “Don't Play with the Amazon. Não joguem com a Amazônia”. O Greenpeace exige de Lula o fim do desmatamento ilegal e da violência no campo na região.

“O Brasil é o campeão mundial de futebol mas, infelizmente, o País também é o campeão do desmatamento da Amazônia, que está sendo convertida em plantações de soja, usada para alimentar gado e frango na Europa, a um ritmo alarmante”, disse Christoph Thies, um dos coordenadores da campanha de florestas do Greenpeace. "Os consumidores europeus não querem comprar e comer produtos que promovem a destruição da Amazônia, a maior floresta do mundo”.
No dia 6 de abril, o Greenpeace lançou o relatório “Comendo a Amazônia”, que mostra como a maior floresta tropical do planeta está sendo destruída para dar lugar à soja. Segundo o estudo, multinacionais de commodities agrícolas estão impulsionando o desmatamento ilegal e a invasão de terras na Amazônia – aumentando a violência contra as comunidades locais, a grilagem de terras e o trabalho escravo.

quinta-feira, 11 de maio de 2006

O pesquisador Luiz Fernando Ribeiro (Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo )

Brasileiro descobre o menor vertebrado terrestre (Fonte: Terra)
O pesquisador brasileiro Luiz Fernando Ribeiro descobriu duas espécies de anfíbios da família Brachycephalidae, medindo entre 8 e 18 milímetros. O grupo dos menores vertebrados terrestres do mundo, só existem na mata atlântica e se distribuem nos estados do Espírito Santo e do Paraná. Os sapinhos adultos achados em morros da Serra do Mar paranaense têm 10 a 12 milímetros.
Ribeiro chama a pesquisa de "sapinhos da montanha". O trabalho foi realizado para a tese de doutorado do pesquisador. As pesquisas concentraram-se nos morros Marumbi, Caratuva, Serra da Prata e Serra da Igreja.
Os animaizinhos têm seu hábitat em altitudes que variam de 1 mil e 1,8 mil metros, vivendo no chão da floresta, entre folhas e galhos. Apesar do tamanho, suas cores são vivas e marcantes, como o amarelo, laranja, vermelho e marrom. Diferente da maioria dos anfíbios, têm hábitos diurnos, preferem a baixa temperatura e andam mais do que pulam.
Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, Ribeiro aproveita suas pesquisas para mais um apelo pela preservação da mata atlântica. "É preciso conservar o que restou", pede. Os animais que ele encontrou estão em locais, por enquanto, de difícil acesso.
Em 2005 o pesquisador descobriu outras duas espécies do mesmo gênero: Brachycephalus brunneus e B. izecksohni. As novas são as espécies B. ferruginis e B. pombali. "Todas são endêmicas no Paraná", explicou o pesquisador, que é professor de Genética na Universidade Tuiuti. Atualmente são conhecidas dez espécies da família Brachycephalidae.

quarta-feira, 10 de maio de 2006

Índio Guajajara durante apresentações na abertura da Conferência Indígena. Foto: Patrícia Zerlotti (Fonte da imagem)

Povo guajajara é vítima de terror e morte anunciada (10/05/2006, local: São Luiz - MA, Fonte: Jornal Pequeno - matéria publicada no site Amazonia.org.br )
Em 1979, durante a conclusão dos estudos antropológicos para a demarcação da terra Bacurizinho, do povo guajajara, políticos e fazendeiros do município de Grajaú utilizaram-se de todos os recursos para impedir que o Estado reconhecesse o direito dos índios. Inúmeras foram as vezes em que aldeias inteiras foram incendiadas, a mando de fazendeiros, procurando forçar a expulsão dos guajajaras de suas terras. No mesmo ano em que o trabalho antropológico foi concluído, a face mais cruel destes fazendeiros foi revelada nos assassinatos dos caciques Antônio Leão Guajajara, esquartejado e atirado em um rio, e Valdomiro Guajajara, carbonizado para dificultar a identificação de seu corpo. Até hoje ambos os crimes permanecem sem solução. Depois de muita luta, veio a primeira vitória para os guajajaras, em 1984, quando a terra indígena foi finalmente homologada. No entanto, as pressões da elite local deram resultado. Dos 145 mil hectares da terra do Bacurizinho, somente 82.432 hectares foram reconhecidos. Assim, aldeias centenárias, localizadas nos 62.568 hectares não reconhecidos pelo Estado, ficaram de fora dos limites da demarcação. A exclusão desta terra abriu espaço para a ação de invasores, que praticam o corte ilegal de madeira para as carvoarias, o plantio irregular de soja, eucalipto e arroz, e que devastam uma das últimas áreas preservadas do cerrado maranhense.
Morte anunciada
No dia 18 de maio de 2005, três dias antes de morrer, o cacique da aldeia Kamihaw (uma das aldeias que ficou fora dos limites do Bacurizinho), João Araújo Guajajara, de 70 anos, registrou ocorrência na delegacia da Polícia Civil de Grajaú (delegado Michel de Sousa Sampaio), denunciando constantes ameaças de morte feitas pelo pistoleiro Milton Alves Rocha, conhecido como “Milton Careca”. O pistoleiro dava até o fim do mês de maio para que os moradores de Kamihaw deixassem a aldeia, antes de serem mortos. Nos dois dias que se seguiram o cacique e seu povo insistiam na denúncia, porém nenhuma providência foi tomada. Foi então que, em 21 de maio, dez dias antes de terminar o prazo, um grupo formado por oito homens fortemente armados comandados por “Milton Careca”, invadiu a aldeia Kamihaw e assassinou o cacique João Araújo Guajajara com dois tiros na altura do peito, à queima-roupa. Além de assassinar o cacique, o grupo queimou uma casa, estuprou a jovem indígena D. S. e feriu Wilson Araújo Guajajara com um tiro na cabeça – ambas as vítimas eram filhos de Araújo. Um outro guajajara também foi alvejado com um tiro na perna direita. Os filhos de “Milton Careca” – Gilson Silva Rocha e Wilton Rocha – são apontados pelas vítimas como os executores do crime de estupro. Mas dos criminosos, somente “Milton Careca” foi preso, todos os outros continuam livres.
Marcados para morrer
Segundo moradores de Grajaú, outras 10 lideranças guajajaras ainda fazem parte de uma lista de jurados de morte pelo mesmo grupo de pistoleiros que assassinou o cacique João Araújo Guajajara. Além das lideranças guajajaras, missionárias do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), que trabalham em Grajaú, também foram perseguidas e ameaçadas pelos homens que atentaram contra a vida dos indígenas. “Um dos criminosos identificado pelos índios, nos perseguiu com um carro”, afirmou a missionária Maria de Jesus Fernandes. Os mais expostos à ação dos pistoleiros são os familiares de João Araújo, como Antônio Guajajara, genro do cacique Araújo. Em protesto contra a violência dos pistoleiros, os guajajaras destruíram a ponte que dá acesso à aldeia Kamihaw, destruíram alguns fornos das carvoarias que atuam de forma ilegal em suas terras e retiveram um trator, exigindo a prisão dos responsáveis e a presença de autoridades, sem que ninguém ficasse ferido. Isto foi o suficiente para a imprensa local transformar as vítimas em criminosos, tachando os guajajaras de “vândalos” e “selvagens”, dando sempre a versão do “produtor rural” Milton Alves. Em nenhum dos veículos de comunicação do estado do Maranhão foi publicada a versão dos guajajaras.
Coral Infantil - Aldeia de Pindoty/SP (Imagem registrada por Luíz Euzébio, cacique da aldeia de Pindoty/SP, representando seus familiares e o cotidiano da comunidade. São imagens registradas em um Olympus Trip e filmes coloridos de 400 ASA.
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terça-feira, 9 de maio de 2006

Xingu - O dia começa logo cedo e, depois do primeiro banho de rio, a comunidade inicia suas atividades. Mesmo sem rotina fixa, o trabalho é organizado de forma coletiva. Aos homens estão reservadas tarefas manuais como o corte da madeira e a amarração da casca de imbira, que dará sustentação à oca. (Fonte: site Rota Brasil Oeste)

Lideranças indígenas se reúnem para discutir a hidrelétrica Paranatinga II -
(Local: Cuiabá - MT, trechos de matéria publicada no site: 24 Horas News )

Mato Grosso, Parque do Xingu. No fim da tarde, dois aviões pequenos aterrissam na pista de pouso do Posto Indígena Leonardo Villas-Bôas. Eles levam representantes da Funai para participarem de uma reunião com lideranças de diversas aldeias do Baixo, Médio e Alto Xingu. Na pauta, assuntos como aumento do orçamento da Administração Regional, convênio da Associação da Terra Indígena Xingu (Atix) com a Funai para a fiscalização da área, pedido de criação de uma nova administração regional em Sinop-MT, ecoturismo, entre outros. Mas o centro das atenções dos índios foi mesmo a construção da hidrelétrica Paranatinga II, uma usina de pequeno porte, com 29 mil kw de potência, que deve afetar as terras indígenas Parque do Xingu e Parabubure (Xavante).
O empreendimento fica no município de Campinópolis, a cerca de 100 km do Parque do Xingu e a 30 km de Parabubure. Apesar de estar fora da terra indígena, os índios preocupam-se com os impactos ambientais que a hidrelétrica pode gerar para a comunidade. “Eles (empreendedores) dizem que a hidrelétrica não vai poluir o rio, mas os motores só funcionam com lubrificante. Então, pode não poluir agora, mas certamente vai prejudicar os nossos netos e bisnetos”, diz Pirakumã Yawalapiti, liderança do Alto Xingu.
Assim como Pirakumã, todas as outras lideranças da área posicionaram-se contra a construção da Paranatinga II e chamaram a atenção para a necessidade de pensar nas gerações futuras. “Nós estamos contando com o apoio da Funai para sabermos como vamos resolver essa situação. Se hoje, na época da seca, já temos problema com o fluxo da água e com a quantidade de peixes, imagine lá na frente”, alerta Aritana, também da etnia Yawalapiti e cacique reconhecido pelas 15 etnias do Parque do Xingu. A maior preocupação dos índios e da Funai é com relação à preservação dos rios que passam pelas áreas indígenas. Esses rios são fonte da base alimentar dos índios - os peixes – e estão abalados por usinas hidrelétricas e atividades agropecuárias, que usam muitos produtos químicos.

Ainda no ano passado, o juiz federal de Cuiabá Julier Sebastião da Silva concedeu uma liminar suspendendo a construção da hidrelétrica, mas o Tribunal Regional da 2ª Região derrubou-a. Assim, a empreendedora Paranatinga Energia S/A retomou os trabalhos na barragem.
“Embora o juiz tenha decidido paralisar a obra, essa briga ainda não acabou. A empreendedora vai recorrer e nós precisamos estar preparados. Por isso é tão importante sabermos quais serão os impactos ambientais na área caso a empreendedora consiga reverter a situação a favor dela”, diz Izanoel.

Comissão
A Paranatinga Energia S/A deve entregar ainda nesta semana o estudo etnoambiental que avalia os impactos da hidrelétrica dentro da terra indígena. O indigenista Izanoel Sodré sugeriu que as lideranças do Xingu formassem uma comissão para fazer a análise do estudo junto com a Funai. Assim, durante a reunião, as lideranças elegeram seis indígenas, dos quais três são líderes mais experientes e três integram o Movimento dos Jovens Indígenas do Xingu. Eles devem chegar em Brasília no dia 13 de maio para discutir o estudo da empreendedora com técnicos ambientais e antropólogos da CGPIMA.
O Cryptonanus sp. foi descoberto no Parque Nacional das Emas, em Goiás
(Foto: Ana Paula Carmignotto)

O marsupial Cryptonanus sp. é uma nova espécie encontrada
(Foto: Ana Paula Carmignotto)

Cobras, lagartos e ratos (trechos de matéria da
Revista Época)
O maior estudo de répteis e pequenos mamíferos do Planalto Central descobre dezenas de novas espécies no Cerrado

Setenta e três espécies de lagartos. Cento e trinta e nove de cobras. Noventa e seis de pequenos mamíferos, entre marsupiais - animais da família do gambá e do canguru - e roedores. Ao contrário do que se possa imaginar, essa biodiversidade não pertence à Floresta Amazônica ou à Mata Atlântica. Todos esses animais integram o Cerrado. Vista antes como apenas um matagal, a região brasileira agora está mudando de status. Dois pesquisadores divulgaram, na semana passada, os resultados do maior mapeamento de répteis e pequenos mamíferos feito na região.

segunda-feira, 8 de maio de 2006

Povo Ava-Guarani

Artesanato Ava-Guarani (Fonte)

Vidas humanas não podem valer menos que toda energia da Itaipu Binacional
(Trechos de texto de: Ana Kristina S. Ribeiro e Heitor L. Gonçalves. Fontes: Site da Câmara Municipal de Foz do Iguaçú [matérias tiradas da Assessoria da Câmara, Gazeta do Iguaçu]. Terra Atlântica-Movimento Socio-Ecoambiental – e-mail aos Vereadores da Câmara Municipal de Foz do Iguaçu. Abaixo-assinado da Aldeia Ava-Guarani do Oco’y, Município de São Miguel do Iguaçu, de 10 de janeiro de 2006.)

Em 1982, alguns meses antes da inundação que ocuparia 2.430 km², engolindo Sete Quedas e dezenas de outros rios e córregos da bacia do rio Iguaçú, uma aldeia indígena de quase 100 índios recebeu a notícia que iriam ser transferidos para outro local.
O projeto foi “magnânimo” com Fauna e Flora. De fachada, fizeram muitos filmes de equipes de biólogos recolhendo alguns exemplares de fauna que, para a biodiversidade da região, quase nada significou.
Da mesma forma, estudos apressados de Flora foram feitos para se preservar espécies endêmicas. Mas, com os índios Avá Guarani, foi bem diferente. Aliás ele nem são citados no projeto da usina.
Quando lembrados, deram-lhes um pequeno pedaço de terra. Depois da inundação, os índios perceberam que haviam caído numa armadilha. Mais da metade da pequena terra dada como indenização à inundação do território de sobrevivência indígena, estava debaixo d’água, como disse o Cacique Simão Tupã Retã Vilialva
Hoje, depois de 24 anos de penúria, de fome, de doenças, de mortes, pouco mais de 600 pessoas, em sua maioria constituída por crianças, impelem aos líderes Avá Guarani ao clamor de justiça.
Vivendo em dois grupos próximos, no município paranaense de São Miguel do Iguaçú, os índios passam por um período decisivo em suas vidas. Cansados e descrentes dos embates com a FUNAI e o IBAMA, principalmente, esse grupo de indígenas vem agora se movendo em direção à imprensa para que sua mais que reconhecida causa seja divulgada e atraia a atenção da sociedade e das autoridades, pois disso depende a sua sobrevivência.
Nesses 24 anos de assentamento, não há nada a comemorar. “Ao invés de esperança, temos a morte batendo à nossa porta”, disse Antônio Cabreira, um dos líderes da Aldeia.
A indignação dos moradores de Oco’y tem justificativa. São inúmeros os problemas enfrentados pelo grupo que vão desde a poluição do lago por agrotóxicos proibidos à mendicância. Quando os índios foram assentados eram 11 famílias e hoje chegam a 140. O grupo que era de menos de 100 pessoas, conta agora com mais de 600, sendo que 250 são crianças com idades entre 0 a 5 anos.
“A pequena extensão de terra não permite a nossa subsistência”
Em termos agrícolas, as famílias possuem pequenas áreas de plantio. Apenas 3 cultivos por temporada são plantados, o que torna impossível fazerem rotação de culturas. Plantando há 24 anos nos mesmos locais, podemos ter uma idéia da imprestabilidade da área. Não há caça nem muita coleta. A pesca é contaminada por agrotóxicos que escorrem das fazendas vizinhas, inexistindo qualquer vigilância por parte do IBAMA em relação à poluição do lago.
As aspersões de agrotóxicos são feitas por aviões agrícolas, facilmente notados nos aeroportos das fazendas. Os venenos são contrabandeados, em sua maioria, do Paraguai. São substâncias altamente nocivas que, regularmente, provocam mortandade de peixes. Os agrotóxicos, com as chuvas, descem para as terras guaranis e contaminam as nascentes de águas potáveis.
Desta forma, os índios estão sendo contaminados dia após dia, assim como os animais, as terras, e a sofrida agricultura familiar. A contaminação do lago tem deixado a população doente, principalmente as crianças que já sofrem com doenças até então desconhecidas, alergias como sarna que chegam a atingir até as crianças de colo.
Além da falta de alimentos, a educação também é precária. A escola da comunidade só ensina até a quarta série. O resultado são 170 alunos fora da escola.

Por tratar-se de uma área de reserva ambiental, os índios são perseguidos e impedidos de plantar, embora licenças especiais já tenham sido pleiteadas e até hoje não foram respondidas. O artesanato, outra parte importante da cultura Guarani e uma possível fonte de renda, também não se desenvolve pelo mesmo motivo, já que uma boa parte consiste de utensílios e objetos de madeira.
Os colonos que habitam os lados de cima da bacia estão muito próximos da aldeia, o que por lei é ilegal. O que separa a estreita faixa de terra indígena das plantações de soja dos fazendeiros é apenas uma estrada.
A proximidade e a falta de respeito, não só pelos colonos da região, mas pelo produtores, dá origem a conflitos violentos por causa de invasões. É alto o número de mortes e estupros e o descaso das autoridades torna essa situação inalterável e insustentável.
Como se não bastassem todos esses problemas, os Avá Guarani ainda precisam enfrentar a corrupção. Há poucas semanas um grupo formado pelos membros da recém-formada Associação Comu-nitária Indígena Oco'y - ACICO, encontrou alimentos que a FUNAI vem destinando aos índios apodre-cendo num depósito da Prefeitura de São Miguel do Iguaçú, enquanto os descendentes dos guerreiros de outrora mendigam pelas ruas da cidade, humilhando-se por um pouco de comida para não deixar mais crianças morrerem de fome.
A falta de perspectivas atinge o moral do grupo, desgraçadamente. Sem empregos, muitos migram para o Paraguai em busca de melhores condições de vida. A falta da continuidade dos estudos deixa a população acima dos 10 anos ociosa e acabam sendo “empurradas” à prostituição, crimes e suicídios.
O pleito dos Nhandeva Avá-Gurarani é simples. Terras em quantidade justa à que lhes foi subtraída para o assentamento das famílias, licença para plantio de subsistência e pequena comercialização como fonte de renda, incentivos para a educação e artesanato. Embora o povo esteja indignado, a esperança e os planos persistem. A aldeia vislumbra uma maior área de no mínimo 10.000 hectares, que será 50% reflorestada. Para este local há planos de construção de uma aldeia, nos moldes de 500 anos atrás, e que fará parte do turismo paranaense, e onde os Guarani, possam preservar a sua identidade, mostrando sua cultura, vendendo os seus produtos diretamente aos visitantes. A idéia inclui também a criação de um museu Guarani Nhandeva.
Para a educação das crianças, os planos são de construção de uma escola modelo que atenderá desde a creche até o ensino médio. Há planos também para a construção de uma escola técnica que possibilite a capacitação de mão de obra jovem e uma escola que se dedicará exclusivamente para ensinar o idioma Gua-rani Nhandeva.
Todos esses planos, simples e viáveis, passam a serem arrojados levando-se em consideração o descaso dos órgãos governamentais responsáveis pelas questões indígenas e ambientais, assim como das autoridades locais. Esse povo já demonstrou que foi capaz de viver de maneira sustentável por 500 anos, mas não pode garantir que resistirá a mais 500 anos de descaso, corrupção e hipocrisia.
Mas essa história ainda pode ser mudada. Se você se sensibilizou com a situação dos Ava-Guarani do Oco’y e quiser ajudar a reverter essa situação degradante, há duas maneiras de participar:
Enviar uma contribuição (qualquer quantia) para: a Associação Comunitária Indígena Ocoy – ACICO, no Banco do Brasil, agência 1357-9 (São Miguel do Iguaçú – PR), conta corrente no. 5991-9.
Repassar essa mensagem aos órgãos competentes, instituições, ONGs, imprensa, amigos e parentes. Manifeste sua indignação e cobre providências.

domingo, 7 de maio de 2006

Manifesto em solidariedade ao povo Arara da Cachoeira Seca (Fonte: CIMI)
O Conselho Indigenista Missionário - Cimi, a Prelazia do Xingu e a Comissão Pastoral da Terra – CPT, na ocasião do Encontro em Solidariedade ao Povo Arara de Cachoeira Seca, realizado de 02 a 04 de maio, em Altamira – PA, vêm a publico manifestar apoio à luta do Povo Indígena Arara ou Ugorogmo, da Terra Indígena Cachoeira Seca pela demarcação do seu território tradicional.
O Povo Arara há mais de trinta anos vem sofrendo dizimações e ameaças à sua integridade física e cultural, configurando nos dias atuais a real situação de genocídio. Após anos de massacre o Povo Arara ainda não possui o seu território demarcado e um terço está invadido por pequenos agricultores, fazendeiros, grileiros e madeireiros.
É urgente que o governo brasileiro conclua a demarcação desta terra integralmente e proceda a retirada de todos os ocupantes não-índios garantindo uma vida mais segura ao Povo Arara de Cachoeira Seca.
Não se admite que esta terra tradicional do Povo Arara seja reduzida nos seus limites para que estes ocupantes não-índios continuem vivendo no seu interior. É necessário que o governo brasileiro assegure outras terras para as centenas de famílias de agricultores que devem sair do território indígena, com condições dignas, bem como indenizações das benfeitorias e o ressarcimento pelo dano moral de terem sido colocadas pelo governo numa terra indígena.
A solução para a Terra Indígena Cachoeira Seca demandará um esforço conjunto dos órgãos governamentais, tais como, Ministério da Justiça, Funai, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Incra, Ministério do Meio Ambiente, Ibama e Polícia Federal acompanhado pelo Ministério Público Federal, que devem iniciar desde já ações que coíbam a continuidade das invasões e da exploração ilegal de madeira.
Ao Povo Arara de Cachoeira Seca e aos outros Povos Indígenas que lutam pela regularização de suas terras pedimos que não desanimem e continuem lutando pelos direitos, fazendo com que o governo brasileiro cumpra o que está estabelecido na Constituição Federal e demarque os territórios indígenas. O Cimi, a Prelazia do Xingu e a CPT reiteram o apoio a justa luta pela Terra e pela Paz. (Altamira – Pará, 04 de maio de 2006).

Vejam só que família simpática! (Fonte das imagens)

sexta-feira, 5 de maio de 2006

Receitas para curar o corpo e a alma: senhor dos segredos da Amazônia, o índio Américo Monteiro, de 75 anos, prepara as suas ervas tão procuradas pelos caboclos e brancos

A farmácia dos índios (trechos de matéria do site
CorreioWeb)
Nas margens do rio Negro, o índio Américo Monteiro, de etnia Tucano, 75 anos, sofre porque seus netos são discriminados na escola pelos mesmos filhos de caboclos que batem em sua porta para pedir receitas indígenas contra males do corpo e da alma. Na Amazônia de hoje, o filho da mistura de índios e europeus prefere esquecer suas origens. Mas não deixa as receitas de seus antepassados para curar suas aflições.
Boticas das antigas
No final do século XVI, o padre jesuíta Fernão Cardim aprendeu com os índios a conhecer algumas das plantas usadas para curar. Além de mostrar a serventia da mata, as anotações de Cardim revelam o idioma português da época:
Ambaigba (Imbaúba) . A casca desta figueira, raspando-lhes da parte de dentro, e espremendo aquellas raspas na ferida, pondo-lhas em cima, e atando-as com a mesma casca, em breve sara.
Ambaigtinga (Imbaúba Branca) . As folhas são muito estimadas para quem arrevesa (passa mal) e não póde ter o que come, untando o estômago com oleo, tira as opilações (obstruções) e colica.
Igcica (Icica) . estilla um oleo branco que se coalha; serve para emprastos (compressas) em doenças de frialdade (frio), e para defumar.
Caarobmoçorandigba (Maçaranduba) . sara os corrimentos, boubas (doença infecciosa que causa feridas) e mais doenças da frialdade.
Iabigrandi (Jaborandi) . as folhas comidas são o único remédio para as doenças do figado, e muito neste Brasil sararão já de mui graves enfermidades do figado comendo dellas.
Tetigcucú (Jeticucú). são humas raizes compridas, mas de bôa grossura, servem de purga; toma-se esta raiz moida em vinho, ou agua para febres.
Cayapiá (cco apiá). esta erva he o unico remedio para peçonha de toda sorte, maximé (especialmente) de cobras.
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Floresterapia
Nas vésperas do terceiro milênio, as plantas da Amazônia continuam servindo de remédio para índios e caboclos. Receitas como as de Estevão Rodrigues funcionam na floresta, mas seu uso é recomendável apenas para quem conhece ervas e árvores há muitos anos. Algumas delas:
Acapurama . As folhas da árvore servem como cicatrizante e anti-séptico.
Ingá Orelha de Cachorro . O chá da parte de dentro do tronco é usado para tratamento de verminoses.
Japana . O chá é fortificante para bebês e também cicatrizante.
Folha de Café . Os índios dizem que tem poder anticoncepcional.
Manga . O chá da casca da mangueira é para dor de garganta.
Açaí . Energizante, fortificante. A raiz é boa para anemia.
Timbó . Antigo veneno indígena extremamente forte, pode ser usado, com cuidado, para picadas de bichos.
Sorva . O leite do tronco combate diarréias muito fortes.
Capitiu . O óleo tirado da planta é eficiente contra o colesterol.
Andiroba . O óleo das amêndoas moídas funciona para problemas na garganta e como cicatrizante. A casca serve para lavar feridas.
Salva de Marajó . O chá é digestivo
Erva de Passarinho do Cajueiro . O chá, em lavagens, melhora problemas no útero
Trevo Roxo . Das folhas maceradas, tira-se gotas para dor de ouvido
Peão Branco . O chá é cicatrizante
Mão Aberta . Compressas feitas com o chá frio são usadas em inchaços
Buriti e Açaí . O vinho feito com as duas frutas funciona contra anemia

quinta-feira, 4 de maio de 2006

Mulher assa o beiju em sua oca - Xingu (Fonte da imagem: Fábio Pili - site Rota Brasil Oeste)

Receitas Indígenas (Fonte: site da Sec. de Estado de Educação de Mato Grosso)
A Superintendência Adjunta de Acompanhamento à Alimentação Escolar da Secretaria de Estado de Educação solicitou às escolas indígenas receitas de alimentos servidos na merenda escolar, a fim de tentar elaborar um cardápio e sistematizar a compra dos alimentos.
Publicamos algumas das receitas enviadas. É interessante observarmos que, para os povos indígenas, uma receita não se limita aos ingredientes e ao modo de fazer, mas inclui também a colheita dos alimentos, o pré-preparo, o ato de servir a comida já pronta e todos os rituais cotidianos relacionados.

PEIXE COZIDO (Escola Estadual Indígena "Diauarum")
Ingredientes: 3 peixes,20 litros de água,1 colher de sal,1 kg de massa de mandioca, pimentas. Para cozinhar o peixe, tem que limpar bem a escama. Depois corta e cozinha. Pode cozinhar numa panela de sol. Bota três pedras para apoiar a panela, acende o fogo e deixa em cima. Leva uns 20 minutos para ficar bem cozido. Quando está pronto, tira todos os espinhos, põe pimenta e pó de massa de mandioca, e mexe bastante. Deixa mais uns três minutos em cima do fogo. Depois pode tirar do fogo e servir. É gostoso e delicioso comer.
BEIJU (de Amatiuana Matipu) Antes de tudo, a mulher vai buscar os galhos de árvore para colocar embaixo do tacho. Depois ela volta para casa e começa a quebrar os galhos bem no meio. Após isso, ela coloca embaixo do tacho e acende o fogo para esquentar. Enquanto o tacho esquenta, a mulher pega o polvilho e põe na panela. Depois, ela pega uma bola de massa de mandioca ralada e lavada, esfarela e começa a peneirar para ficar bem fino. Quando o tacho esquenta muito, a mulher começa a fazer o beiju em cima do tacho, vira o beiju para o outro lado, fica mais cinco minutos, depois ela tira o beiju e coloca em cima da esteira, enfim. Em seguida ela oferece o beiju para o pessoal da casa dela, para eles comerem. Aí todo mundo come o beiju bem gostoso. É assim que a mulher faz o beiju.

MINGAU DE AMENDOIM COM ARROZ 5 kg amendoim, 5 kg arroz, 20 litros de água, 1 kg batata. Descascar amendoim, colocar no pilão junto com arroz e socar até ficar bem misturadinho.Esquentar a água numa panela, juntar o amendoim socado com arroz, vai mexendo, mexendo, mexendo até cozinhar bem. Depois tira do fogo e rala as batatas dentro do mingau, essa batata ralada é para adoçar o mingau.
Banco de madeira; dos índios Kayabi
Entrada da Exposição, da esquerda para direita: banco em forma de veado, dos índios Mehinaku, peneira redonda, dos índios Waurá; remo decorado, dos índios Mehinaku; e cesto cargueiro, dos índios Kayapó


XII Mostra de Cultura Indígena de Campinas (Fonte: Iandé - Boletim de Histórias)
A prefeitura de Campinas, cidade do estado de São Paulo, promove até o dia 12 de maio a décima segunda edição de sua, já tradicional, Mostra de Cultura Indígena. Nesse ano, são dois os principais temas: os 40 anos do Programa de Saúde da Escola Paulista de Medicina/UNIFESP no Parque Indígena do Xingu; e também uma exposição de objetos que auxiliam na subsistência dos índios, reunidos sob o título de "O Cotidiano Indígena". O nobre trabalho da Escola Paulista de Medicina é ilustrado em uma dezena de painéis que contam a história desse projeto. É possível ver fotos, instrumentos médicos, teses e preciosas fichas médicas de alguns índios do Xingu. É interessante comentar que as fichas são controladas por números. Há um costume de índios de algumas etnias, que mudam o próprio nome quando atingem certa idade ou quando passam por determinadas situações. São registrados nas fichas médicas, os diversos nomes de cada indivíduo.
Já na exposição de objetos, foram reunidas peças de cozinha, cerâmicas, cestos de guardar e carregar alimentos, bancos, redes, roupas, bolsas, instrumentos musicais e objetos para caçar e pescar. São peças escolhidas do acervo da FUNAI de São Paulo, e da coleção de Rubem Pereira de Ávila, um entusiasta das culturas indígenas, e que é o principal responsável pela organização dessa Mostra, e também das anteriores.
Para saber mais: XII Mostra de Cultura Indígena - data: de 18/abril a 12/maio de 2006, horário: das 8:00h às 18:00h, local: Centro de Convivência Cultural de Campinas, endereço: Praça Imprensa Fluminense s/nºcidade: Campinas - São Paulo

quarta-feira, 3 de maio de 2006

Tatú-mulita (Dasypus hibridus). Cânion Fortaleza. Parque Nacional da Serra Geral. Este animal habita em tocas e possui hábitos noturnos, podendo ser encontrado em dias mais frescos e nublados andando pelos campos. Alimenta-se de raízes e pequenos invertebrados. Foto por João Paulo Lucena.

Lista de espécies em extinção inclui 721 do Brasil
(Fonte: Estadão Online - trechos de matéria publicada no site ambientebrasil )

A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, divulgada pela União Conservacionista Mundial (IUCN, na sigla em inglês) nesta terça-feira (2), inclui 721 animais e plantas que vivem no Brasil. O número significa um acréscimo de 24 espécies em relação ao último levantamento, divulgado em 2004. Apenas no Brasil, os cientistas ligados ao IUCN avaliaram mais 186 espécies nos últimos dois anos. Entre os animais do Brasil que passaram a fazer parte da lista dos que estão em perigo está o tatu-mulita (Dasypus hybridus), encontrado no sul do país e na categoria Quase Ameaçado. No total, a nova lista relaciona 16.119 animais e plantas do mundo inteiro, com um aumento de 530 espécies em relação a 2004. A Lista Vermelha do IUCN mostra uma tendência clara: a perda da biodiversidade está aumentando, não desacelerando", afirmou o diretor-geral da organização ambientalista, Achim Steiner."As implicações dessa tendência para a produtividade e resistência dos ecossistemas e as vidas e sustento de bilhões de pessoas que dependem deles vão longe."
De acordo com a nova lista, podem simplesmente deixar de existir um em cada quatro mamíferos, um terço dos anfíbios, um oitavo da população dos pássaros e um quarto das árvores coníferas se o processo de degradação do planeta, atribuído principalmente à ação humana, não for revertido. Entre outras espécies que entraram na lista de ameaçadas, estão o urso polar e o hipopótamo e a gazela do deserto. A nova relação também inclui diversas espécies aquáticas, como tubarões e peixes de água fresca na Europa e na África. No Brasil, 16 espécies de peixes foram adicionadas, elevando para 58 o número de peixes na Lista Vermelha. Os principais fatores que explicam o desaparecimento de plantas e animais são a perda de hábitat - problema que afeta 86% dos mamíferos, 86% dos pássaros e 88% dos anfíbios ameaçados. No caso do urso polar, a maior ameaça é o derretimento da camada de gelo do Ártico, atribuído às mudanças climáticas causadas pelo aumento nas emissões de CO2. Como resultado, estima-se que 30% dos ursos polares desapareçam nos próximos 45 anos. Segundo a entidade, 784 espécies já foram declaradas extintas e outras 65 só podem ser encontradas em cativeiro. O Brasil, um dos países com maior biodiversidade do planeta, já perdeu pelo menos 29 espécies. (Estadão Online)
Pintura do panda no fio de cabelo - Pincel usado foi um único pêlo de coelho

Artista chinês pinta panda gigante em fio de cabelo (Fonte:
BBCBrasil.com)
O artista chinês Jing Ying Hua conseguiu pintar um panda gigante em único fio de cabelo.
Hua demorou dez dias para criar sua miniobra usando um fio de pelo de coelho como pincel e um fio de cabelo humano como tela.
Visitantes na galeria chinesa podem apreciar a obra em um microscópio que aumenta o tamanho da "tela" 50 mil vezes.
O maior quadro de Hua até hoje foi uma pintura do Titanic feita em uma lasca de pedra de dois milímetros.
Outros “microartistas” incluem o russo Valeriy Dvoryanov – que faz pinturas a óleo de pessoas famosas em grãos de arroz e sementes de papoula –, e Willard Wigan, que passou meses pintando uma cena em miniatura de Muhammad Ali lutando contra Sonny Liston na cabeça de um alfinete.

terça-feira, 2 de maio de 2006

D. Ursa preparando a salada especial da Floresta (esta gif faz parte de uma coleção que a Ursa ganhou de presente da amiga nanbiquara para enfeitar a floresta)

segunda-feira, 1 de maio de 2006

Índios e o Dia do Trabalho
Terena (Fonte: site CTI - Centro de Trabalho Indigenista)
Os Terena integram a grande família lingüística Aruak e o complexo cultural chaquenho. Com uma população de aproximadamente 15 mil pessoas, este povo vive atualmente em um território descontínuo. São pequenas áreas cercadas por fazendas e espalhadas por seis municípios do Mato Grosso do Sul - Miranda, Aquidauana, Anastácio, Dois Irmãos do Buriti, Sidrolândia e Nioaque.
As terras ocupadas atualmente pelos Terena foram requeridas pelo extinto Serviço de Proteção aos Índios (SPI) nas décadas de 1920 e 1930. Perfazem uma área total de 19.572 ha, enquanto que sua população total é composta por cerca de 2.600 famílias - o que significa cerca de 7,5 hectares por família, muito aquém do módulo mínimo estipulado pelo Incra para fins de reforma agrária.
Esse quadro tem gerado, nos últimos anos, um crescente fluxo migratório dos índios em direção às cidades.
Quando os portugueses e neo-brasileiros iniciaram a ocupação dos limites disputados com a Espanha ao norte do rio Apa, entre 1780-1820, encontraram nos Terena seus principais aliados. Grandes agricultores, estes índios abasteceram todas as guarnições luso-brasileiras instaladas na região naquele período. Até o final da guerra com o Paraguai, na qual lutaram ao lado das forças aliadas, essa relação - fundada no comércio e no respeito à autonomia política dos Terena - manteve-se praticamente inalterada. O pós-guerra representou o fim deste regime e o início, para os índios, "dos tempos da servidão", como chamam. Neste período, com a consolidação do domínio brasileiro sobre a região - aquelas relações se alteraram, transformando os Terena de agricultores autônomos em fornecedores de mão-de-obra semi-escrava para os latifúndios que começariam a estabelecer-se na região.

A demarcação de pequenas "ilhas" de terra cercadas por fazendas, no início deste século, ainda que lhes garantisse um espaço mínimo para a sobrevivência enquanto grupo diferenciado, não alterou o quadro de subordinação dos Terena aos interesses econômicos dominantes na região.
Sob a administração do extinto Serviço de Proteção aos Índios (SPI), o regime de servidão seria abolido; mas as reservas Terena tornar-se-iam uma versão moderna de uma "reserva de mão-de-obra". O controle deste mercado de mão-de-obra pela oligarquia local, mantendo baixa a remuneração pelo trabalho indígena, fechava o círculo da atual dependência Terena - que tem como suporte ideológico o discurso, construído pelas elites políticas locais, segundo o qual "dentro da área indígena não há futuro". O trabalho do CTI junto a este povo visa alterar essa condição.
Tartaruga Oliva - Fonte: Greenpeace - Defensores do Oceano

As praias de Orissa, na Índia, são o habitat de uma das maravilhas naturais do mundo. Todo ano, entre novembro e maio, centenas de milhares de tartarugas olivas marinhas (Lepidochelys olivacea) se reúnem e acasalam em águas costeiras. Entretanto, no decorrer da última década, em vez de trazerem vida e uma nova geração de tartarugas, as praias de Orissa se tornaram um cemitério coletivo para mais de 100.000 tartarugas, assassinadas. Junte-se a nós em nossa campanha para proteger as Tartarugas Olivas de Orissa.