sexta-feira, 28 de janeiro de 2011


No Xingu, tribo kamayurá tem mulheres como pajés

Meninas ficam reclusas dentro das malocas após a primeira menstruação.
Elas plantam e colhem a mandioca, base da alimentação do povo.

Do Globo Natureza, com informações do Fantástico
(Assista o video da reportagem clicando AQUI)

Na aldeia dos kamayurá, no Xingu, a cerca de 600 km de Cuiabá, em Mato Grosso, as meninas ficam presas por anos nas malocas até se tornarem mulheres. A tradição deste povo as coloca em posições de liderança, e quando elas saem das malocas, viram guardiãs da cultura.
Veja o site do Fantástico
O sobrevoo ao chegar no Xingu mostra uma imensidão verde. Do alto dá pra ver exatamente onde fica o parque indígena. O pouso é em uma pista de terra. E os kamayurá se aproximam para dar as boas vindas. A chegada da equipe se transformou em um grande acontecimento, uma atração principalmente para as crianças.
A entrada na aldeia é impactante e quando se chega no pátio, se entende porque ela é conhecida como a mais bonita do Xingu. Malocas imensas, cobertas de sapê do telhado ao chão. É no silêncio e no isolamento das malocas que os kamayurá mantêm um de seus rituais mais importantes, o da reclusão de suas meninas.
Uma das meninas da aldeia, Kamirrã, permaneceu dentro da maloca, ficou um ano sem tomar sol. Ela passou por este processo como parte do ritual que já é tradição na aldeia e marca a passagem da infância para a vida adulta. Assim que as meninas kamayurá menstruam pela primeira vez, elas ficam reclusas. São os pais que determinam o tempo de confinamento, quando as meninas aprendem a fazer artesanato e cozinhar.
As meninas não reclamam do destino traçado para elas. Mesmo que isso exija um pouco de sacrifício. Elas amarram tornozeleiras e joelheiras para engrossar as pernas. A franja comprida esconde o rosto e as meninas reclusas não podem cortar o cabelo até o fim do ritual. As avós cuidam delas o tempo todo e a refeição é reforçada com beiju, mingau e peixe para a menina ganhar corpo de mulher.
Kamirrã vê o pátio da aldeia através de uma fresta que abriu entre as palhas da maloca. Do lado de fora, uma amiga conversa com ela. Poucos momentos antes de ganhar a liberdade, Kamirrã recebe os últimos conselhos da família.
A mãe fica admirada ao ver que a filha cresceu e virou uma moça forte e bonita. Antigamente, as meninas deixavam a reclusão com casamento arranjado. Agora mudou. “Ela é que vai escolher. Não sou eu que vou mandar ela escolher", diz o pai de Kamirrã.
Ao sair da maloca, Kamirrã tem a franja cortada e a rotina passa a ser de muito trabalho. Bem cedo, ela segue com as mulheres da aldeia para buscar água no rio. As mulheres também plantam e colhem a mandioca, base da alimentação dos kamayurá.
Mapulu já é uma pajé respeitada não só pelos kamayurá. Ela tem ido longe pra socorrer pacientes até mesmo de outras aldeias fora do Xingu. "Paciente nunca morreu na minha mão,” diz ela, que também tem se revelado uma parteira de mão cheia.
“Os casos em que nós trabalhamos juntos, seguramente eu devo ter feito uns 30% e ela fez os outros 70%. Um excelente parto,” revela o médico responsável pela saúde dos índios, Vitor Tarouco. A força de Mapulu é herança de família. Ela é irmã do cacique Kotok, que consegue conciliar as tradições com a modernidade. A aldeia tem placas de energia solar, antenas de TV e internet. Os indígenas se comunicam com o mundo sem perder os seus valores.
Uma das maiores façanhas do cacique é administrar um longo casamento em dose tripla. Entre os kamayurá, só o cacique Kotok tem tantas esposas. Se para alguns homens ter três mulheres parece um sonho, na vida real isso exige muito jogo de cintura. São três mulheres e 25 filhos. “E mais 32 netos que tenho. Agora quero ter mais filhos para chegar a ter 30”, diz o cacique.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Chaska, um urso-de-óculos de apenas um ano de idade, é flagrado brincando com jornal no zoológico do instituto Smithsonian, em Washington, capital dos Estados Unidos. Segundo os treinadores, o animal gosta de brincar com o jornal, que acaba sempre devorado como parte do café-da-manhã de Chaska (Foto: Jennifer Lockridge / Barcroft Media / Getty Images) (Fonte: G1)


Ele devora as notícias
Antonio Carlos Prado e Juliana Dal Piva
(Fonte: IstoÉ independente)

Todas as manhãs, no zoológico do Instituto Smithsonian, nos EUA, os tratadores de um urso chamado Chaska dão-lhe a alimentação – e um jornal. Chaska tem 1 ano e não se limita a “lê-lo”. Depois de brincar com o jornal e rasgá-lo, sempre o come como parte integrante de seu desjejum.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Caramujo gigante africano pode levar uma pessoa à morte
(Fonte: jornal Acontece Botucatu.com)

Eles estão espalhados por todos os lugares. Nas ruas, na casas, nos campos, nas construções. Uma verdadeira praga urbana. Embora pareçam inofensivos trazem perigo eminente à saúde pública, podendo atingir 15 a 20 cm de altura, 10 a 12 cm de comprimento e pesar 200 gramas. Por isso, a equipe da Vigilância Ambiental em Saúde (VAS), vinculada à Secretaria Municipal de Saúde, está fazendo um alerta à população.

Estamos falando do Achatina fulica, ou caramujo gigante africano. Por conta do período de chuvas, sua reprodução é acelerada, o que aumenta as chances de contágio de doenças pelo ser humano, que dependendo da intensidade, podem provocar a morte da pessoa infectada.

De acordo com o supervisor de serviços da VAS, Valdinei Moraes Campanucci da Silva, os munícipes ainda têm muitas dúvidas em relação a como proceder de forma correta em relação a este animal. “Por isso resolvemos divulgar recomendações e afirmar que apesar deste tipo de caramujo transmitir doenças, Botucatu ainda não registrou nenhum caso”, informa.

O caramujo gigante africano é um molusco nativo do nordeste da África. Possui alta capacidade reprodutiva (coloca até 1600 ovos por ano) e apetite voraz, alimentando-se de frutas, verduras, hortaliças, papelão, plástico e até mesmo tinta de parede. Além disso, não possui predador natural, o que favoreceu sua rápida proliferação por 23 estados.

Em 1996, alguns produtores goianos tentaram a formação de uma cooperativa para criação de escargot, no entanto, não obtiveram êxito. O insucesso comercial provocou desistência na criação e a soltura inadequada do molusco no meio ambiente, facilitando sua disseminação.

Como reconhecer?

O jeito mais seguro de identificar o caramujo gigante africano é através da sua concha. Ela é, geralmente, de cor marrom-escura, com listras esbranquiçadas desiguais, um pouco em zigue-zague. A borda da concha é afiada, bem diferente da abertura do caramujo-da-boca-rosada ou aruá-do-mato. Este último é um tipo de caramujo nativo brasileiro que não deve ser eliminado.

O caramujo gigante africano é um hospedeiro intermediário de dois vermes que podem causar distintas doenças. Uma é a angiostrongilíase abdominal, que provoca fortes dores abdominais, febre, perda do apetite e vômitos, podendo culminar com a perfuração do intestino, hemorragias e em alguns casos, levar à morte.

A outra doença é a meningite eosinofílica, que ocorre quando o verme se aloja no sistema nervoso central do paciente, provocando a inflamação das meninges (membranas que recobrem o cérebro). Tem como sintomas dor de cabeça forte e constante, rigidez da nuca e distúrbios do sistema nervoso.

Quais cuidados devem ser tomados?

Considerando que os vermes citados acima podem ocorrer tanto no interior dos caramujos, quanto no muco que eles secretam para se locomover, a população deve seguir alguns cuidados:

• Não pegar o caramujo sem proteger as mãos com luvas ou sacos plásticos;
• Higienizar frutas, verduras e hortaliças antes de ingeri-las, deixando-as mergulhadas em uma mistura contendo uma colher (sopa) de água sanitária para um 1 litro de água, durante 30 minutos e enxaguar muito bem antes de comê-las;
• Não comer, não beber, não fumar e não levar a mão à boca durante o manuseio do caramujo. Caso queira comer, beber ou fumar, tire as luvas e lave as mãos após ter tido contato com o animal;
• Conservar o quintal e terrenos limpos, pois os caramujos africanos gostam de ficar embaixo de folhas, de entulhos, em lugares úmidos ou sem incidência de luz solar.
• Não usar venenos, pois você pode contaminar e afetar o meio ambiente.


Como proceder ao encontrar um caramujo gigante?

• Não se apavore;
• Procure certificar-se de que é realmente o caramujo gigante africano;
• Colete os caramujos com as mãos protegidas com luvas ou sacos plásticos;
• Coloque-os em sacos plásticos resistentes;
• Após coletar os caramujos, entrar em contato com a para que os mesmos sejam encaminhados para incineração.
_______________
Os telefones publicados na matéria (abaixo) são para moradores de Botucatu, SP:
Os munícipes podem entrar em contato com a Vigilância Ambiental em Saúde pelos telefones 150 ou 3813-5055. Os terrenos baldios com presença de caramujo gigante africano serão notificados para que seus proprietários providenciem a capina e limpeza.

Filhote de capivara (foto por: Rubens Campos - publicada no site Fotógrafo Digital)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

MARIA FECHA A PORTA
José Ribamar Bessa Freire
(Fonte: 16/01/2011 - Diário do Amazonas - publicado no site TA QUI PRA TI)

Talvez a Mimosa Pudica possa nos ajudar a entender a tragédia que se abateu nessa semana sobre a região serrana do Rio de Janeiro, causando mais de 600 mortes. A Mimosa é uma plantinha sensitiva, conhecida popularmente como ‘Dormideira’, ‘Morre João’ ou ‘Maria fecha a porta’, encontrada em locais úmidos da mata atlântica ou da floresta amazônica. Possui flores pequenas, cor de rosa, um caule com espinhos e folhas divididas em vários folíolos. O que ela tem a ver com as chuvas torrenciais que tantos estragos fizeram?

As imagens televisivas mostraram um quadro desolador, com depoimentos dramáticos de sobreviventes. A correnteza, com forte estrondo, vem descendo do alto da serra. No caminho, arranca árvores, desenterra pedras, soterra casas e arrasta tudo o que encontra em sua frente: casas, carros, pontes, gente, bichos, corpos, barro, lama, entulho, lixo. Barreiras desabam nas áreas de encostas. Pequenos córregos e riachos se transformam em rios caudalosos que transbordam, irrompem velozmente pelas cidades e racham o asfalto, engolindo ruas, praças, bairros, semeando dor, sofrimento, morte. Um cenário de terra arrasada: escombros, devastação, destruição.

Ainda estamos contando, enterrando e chorando os mortos e os desabrigados em cinco cidades do Rio. A tragédia, em menores proporções, atingiu São Paulo, cuja capital ficou submersa, dando um nó no trânsito. A Folha publicou quarta-feira (12/01) foto impressionante: toneladas de garrafas plásticas cobrem o rio Pinheiro, que transbordou. Em Minas Gerais, 72 municípios estão debaixo d’água. A chuva castigou outros países - Austrália, Filipinas e Sri Lanka. Por que tanta raiva e tanta violência da natureza? Parece que o planeta está reagindo e é aqui que entra a Maria fecha a porta.

Teu pai morreu
A última vez que vi a Maria fecha a porta foi em setembro de 2007, em Soure, ilha do Marajó, acompanhado de uma pajé cabocla, Zeneida Lima, e de um sábio guarani, então com 96 anos, o karai Tupá Werá, da Aldeia de M’Biguaçu (SC). Não resisti em reconstituir uma brincadeira de infância em Manaus, que consiste em passar a ponta do dedo no meio da sua folha, dizendo: “Maria, fecha a porta que teu pai morreu”. Ela fecha. Os folíolos obedecem sempre, se inclinam numa reverência e imediatamente murcham, para logo em seguida, com o pai ressuscitado, voltarem à posição normal.

Tem algo de mágico para uma criança falar com uma planta, trocar sensibilidade com ela, provocá-la e obter uma resposta imediata, o que não é nenhuma novidade para os índios para quem não é só a Maria que fecha sua porta, é possível falar com a terra, as plantas, os bichos, os rios, os morros, as pedras. É outro sistema de pensamento. O guarani Marcos Moreira, meu aluno no curso de formação de professores, entrevistou para um trabalho de avaliação o velho karai Alexandre Acosta, da Aldeia de Jataity (RS) que declarou, entre outras coisas:

- Esta Terra que pisamos, é gente como nós, é nosso irmão. É por isso que o guarani respeita a terra, que é também um guarani. O guarani não polui a água, pois é o sangue de um karai. Esta terra tem vida, só que muita gente não sabe. É uma pessoa, tem alma. A mata, por exemplo, quando um guarani precisa cortar uma árvore pede licença, porque sabe que ela é uma pessoa. A terra é nosso parente, mas está acima de nós. Por isso ensinamos as crianças a respeitarem a terra, que até hoje se movimenta, só que não percebemos. Quando os parentes morrem, carne e corpo se misturam com a terra. Por isso, temos que respeitar esta terra e este mundo em que a gente vive.

A tragédia vivida em diferentes partes do planeta nessa última semana não é um acidente natural, mas produto de uma intervenção desastrada do homem, que esqueceu que a terra é gente como nós. As chuvas, que aterrorizam e paralisam as cidades, não causam tais estragos numa aldeia indígena. É que as cidades cresceram sem respeito ao “nosso parente”, se expandiram sem “pedir licença”, isto é, desordenadamente, agressivamente, sem planejamento de impacto ambiental e adoção de medidas para proteção de encostas, reflorestamento, uso do solo e destino do lixo urbano.

Jogar no mato
Na busca do lucro rápido e fácil, a especulação imobiliária desmatou indiscriminadamente, construiu em encostas, alterou os caminhos naturais da drenagem da água, tornando instáveis os terrenos e ferindo de morte a terra. Expulsos das áreas mais nobres, os deserdados abriram ainda mais a ferida, construindo perigosamente nos morros. Hoje, as cidades não ensinam às crianças sequer a tratar o lixo.

Quando chove, minha rua alaga. Da janela do meu apartamento, contemplo a estupidez humana. Vejo boiando garrafas pet, sacos de plástico, embalagens de alumínio, latas de refrigerantes, que entopem as grelhas dos bueiros das galerias pluviais, prejudicando a vazão da água. Na minha infância, a vovó Filó recomendava dar um destino ao lixo: “joga no mato”. Mas o lixo atirado no quintal era sobra de alimentos, casca de banana e de outras frutas, bagaço de laranja, que adubavam a terra.

Hoje, o lixo é formado por resíduos sólidos, embalagens descartáveis de plástico, lata, vidro, alumínio, mas continua predominando a mentalidade de “jogar no mato”. A foto da Folha de São Paulo é uma prova gritante do fracasso da educação ambiental na escola e no ambiente familiar. Crianças e adultos atiram o lixo em espaços coletivos, com a mentalidade patriarcal de que o espaço público é terra de ninguém e de que existem garis para limpar nossa sujeira. Quem a terra fere, com a terra será ferido?

Na visita feita ao sítio da pajé Zeneida Lima, em Soure, ela entrou no mato com o guarani Tupã Werá, conhecido no mundo não indígena como Alcindo Moreira. Os dois trocaram informações. Ali, onde qualquer pessoa, mesmo o paraense comum, só via árvores genéricas, eles viam cada espécie em particular. Alcindo dava o nome em guarani, algumas vezes também em português, descrevendo as propriedades medicinais ou alimentícias de cada planta.

- As árvores falam – disse ele – a gente é que desaprendeu e não sabe mais escutar o que elas dizem.

Gabriel Garcia Márquez conta que em dezembro de 1981 recebeu telefonema de um amigo sério e inteligente, perguntando-lhe qual era o tema da crônica da semana, que seria publicada no dia seguinte no jornal El Espectador, de Bogotá. Ele respondeu que estava escrevendo sobre o sofrimento das plantas e das flores, sustentando que elas têm alma. Alarmado, o amigo exclamou: - “Ay, carajo! Te estás volviendo maricón?”.

Meus amigos do Ceará me informam que o governador Cid Gomes – aquele que levou a sogra para Paris com dinheiro público – encaminhou à Assembléia Legislativa, em caráter de urgência, Projeto de Lei que dá poderes extraordinários ao governador para dispensar de licenciamento ambiental no Estado do Ceará uma série de atividades, dentre as quais o desmatamento, os aterros sanitários, habitação dita de interesse social, estradas de rodagem, projetos agropecuários e outras atividades e obras modificadoras do meio ambiente.

Enquanto o planeta for povoado por machos dessa estirpe, que formulam e implementam políticas públicas, não ouviremos a voz da terra e as tragédias se repetirão. Maria, fecha a porta que teu pai está morrendo.

domingo, 16 de janeiro de 2011


Richard, Dr. José Nunez e Solenodonte (Foto: Sabrina Martins/TXAI) - Fonte: site do programa Aventura Selvagem


O Solenodonte
(Fontes das informações: Wikipedia e site da Aventura Selvagem)
Seu corpo tem um comprimento de 28 a 32 cm e a sua cauda mede de 17 a 27 cm. De hábitos noturnos, anda em zigzag; sua saliva é venenosa: o segundo incisivo de cada lado de sua mandíbula inferior tem uma ranhura ligada diretamente a uma glândula de veneno, de onde provém seu nome latino Solenodon, "dente sulcado". O seu veneno é muito ativo: quando dois destes animais se encontram e brigam, ocorre que um dos dois morre envenenado por causa das mordidas do rival.
___________________
No Aventura Selvagem deste sábado, 15 de janeiro de 2011, Richard Rasmussen faz uma importante busca na República Dominicana. Ele quer encontrar uma espécie pouco conhecida e de extrema importância para os pesquisadores da fauna do planeta: o Solenodonte.

Trata-se de um incrível e único mamífero que inocula peçonha pelos dentes, assim como as serpentes o fazem pelas presas. Além desse diferencial em relação aos demais mamíferos, ele só ocorre na República Dominicana, Haiti e Cuba. Uma raridade imperdível para nosso aventureiro.

Porém, encontrar o Solenodonte não é uma tarefa fácil
mas nada faz o Richard desistir do seu objetivo: ver de perto um bicho que tem 65 milhões de anos de evolução. Um verdadeiro fóssil ainda vivo.
No caminho, aranhas caranguejeiras gigantes, um dos pratos preferidos do Solenodonte, provocam euforia no aventureiro

terça-feira, 11 de janeiro de 2011


POVO PITAGUARY E UM POUCO DE SUA HISTÓRIA
(Fonte: Índios On line - texto de Ceiça Pitaguary)

O povo indígena Pitaguary, residente na Terra Indígena Pitaguary, localizada no município de Maracanaú e Pacatuba, Estado do Ceará, conta hoje com uma população de cerca 2000 mil pessoas distribuídas por 537 famílias. Possui como principal fonte de subsistência a agricultura, a pesca, a coleta de frutos e o artesanato. Dispomos de 1.735 hectares de terra em processo de demarcação, que iniciou no ano de 1991, sendo feito até o momento as etapas de identificação e delimitação da área. A área está inserida em meio à comunidade envolvente dos dois municípios da região metropolitana de Fortaleza, sendo vítima de inúmeros impactos ambientais e busca a manutenção da cultura indígena. Os maiores e mais importantes impactos são a exploração de rochas nas encostas das serras que limitam a T.I, bem como, a utilização de áreas férteis para a produção agrícola pelas companhias de Transmissão elétrica (CHESF E STN). Em anos de luta para a sua demarcação tivemos vários problemas, que vem dificultando a sobrevivência das famílias, que residem na comunidade, entre eles: o desmatamento e as queimadas, a poluição das mineradoras. O desemprego de jovens e adultos é grande agravando ainda mais a situação das famílias.
Apesar de tudo isso o nosso povo se deixa desanimar e continua mantendo a cultura e representações culturais. Um dos representantes culturais do Pitaguary é o grupo YBY PORANG – que significa terra bonita, nome escolhido pelos próprios jovens indígenas. O grupo faz apresentações culturais dentro e fora da aldeia, sempre repassando para os mais jovens a importância da afirmação indígena. Agora nos dias 08 a 10 de dezembro dois jovens Pitaguary, do grupo YBY PORANG foram convidados pela CESE – Coordenadoria Ecumênica de Serviços para participar do encontro sobre mudanças climáticas em Brasília, onde tiveram oportunidade de se reunir com a equipe de transição da presidente eleita Dilma Rousseff.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011