quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Ceuci (fonte da imagem)


A LENDA DE CEUCI
A origem desta lenda se dá do cerro das 7 estrelas ou plêiades, em que os naturais tupís indicavam o nome de variável de: Cincy, Cincê, Cucê. Com este ingênuo nome, Ceuci filha de Tupã e de Luaci. Luaci que era conhecida como mãe do céu abaixo do sol, onde morava na espuma de uma nuvem e ao navegar no espaço aproveitava-se do sono desta menina caraíba para encorporar-se nela expulsando a alma, que desde então a seguiu como uma sombra impertinente, queria a todo transe voltar ao corpo e dormindo ela, esta selvagem menina recebeu o espírito divino, tornando-a assim a cunha aporanga e mais ladina da tribo, seus encantos no dia a dia aumentavam cada vez mais, adquirindo poder de amainar as feras e acalmar os ventos. Certo dia quando passeava pelo mato, uma lua antes de sua carimã (festa da puberdade das donzelas), deixou-se tentar por frutos maduros e sedosos de doçura que eram vedados aos desejos das impúberes, o sumo escorrendo-lhe pelos seus seios abaixo despertou a fecundação, os caraíbas ficaram revoltados, embora ela continuasse a garantir que era virgem e não fora visitada pelo “Yaciteiú”, mas o conselho da tribo e o alto da “Aharaigichi” exigiam que o conselho dos velhos se reunisse regido pelo Pajé-assú com a eminência de resolver o caso. Ceuci risonha e tranqüila resolveu aparecer, porém suspeitando da mácula gritasse na gravidez. E os maracás soaram no ar desfazendo os indícios e festejando a virgindade intacta. Porém, os maiorais para dar exemplos cunhãns desprevenidas, resolveram desenterrar Ceuci para elevadíssimas. Itacangas da cerra do “Cunakê”. E assim foi no exílio, sem culpa, castigada, mas inocente, Ceuci veio dar a luz a Jurupari, o reformador, o profeta, o silencioso, dos caiuras, inflexível como um juramento e eterno como símbolo. Aos 10 anos de idade já assombrava aos seus, pela força de argumentos e mostrando uma experiência e sabedoria, os mais valentes guerreiros da redondeza vinham ouvi-lo silenciosamente, pois ele revelava e ditava a lei da agricultura e foi espalhando as suas lições na montanha de Cunakê. Despeitado com Tupã, Anhangá não tardou pela curiosidade e aproximou-se da serra conduzindo em sua companhia a linda e bela Ceuci que foi arrastada pelo desejo de assistir a Poracé (festa) em honra de Jurupari, porém aconteceu que Anhangá empregando as suas artes tortuosas conseguiu induzir Ceuci transportando um terreno que não era permitido a curiosidade feminina. Desta forma violou o recinto privativo a mãe de Jurupari que condenava ao sacrifício certo. Celebrando assim os Pagé-assús chamaram a noite do rito: Ceuci, Tieté, Unandú! E um corpo de mulher caiu ao solo fulminando.

Mandaram então buscar Jurupari afim de ressuscitá-la, mas o nosso herói, inflexível não transgride a lei, mesmo que seja uma pessoa especial como Ceuci: “Morreste ó mãe, porque desobedeceste a lei de Tupã, esta lei que eu ensino, agora podes subir radiante, pura e bela aos braços de meu pai”. O corpo de Ceuci enchendo-se de uma figuração estranha acendeu iluminado, atravessou o espaço e fez-se estrela e ela tornou-se a mais formosa das plêiades, transformou-se para exemplificar o respeito que devia inspirar aos selvagens, as leis dos Moisés dos Tupis.

Ceuci – Mãe dos Moisés do Tupis, dos caraíbas e Anãmas, é uma deusa morta, porque nunca mais veio à terra, de grande prestígio na mitologia da América do Sul. É ela quem do luaca, distribuiu a sorte às “Tainaetas” (enlevo dos lares das florestas).
Na astronomia das tribos sul-americanas, Ceuci também é conhecida por Ciucy e Celchu, chamada vulgarmente a Constelação das Plêiades.

Cueurra – É a árvore do bem e do mal, na tradição aborígine. No Solimões é conhecida pelo nome de Purumã. Entra na lenda de Jurupari e assume um papel de destacada importância. Ao seu sumo atribuiu-se a fecundação de Ceuci, a Eva ingênua dos Caiuaras. Distraída sob a árvore não atinou que o sumo traiçoeiro, deslizando voluptosamente pelo corpo, molhando-lhe os seios e lambendo-lhe o ventre, lhe comprometia a virgindade.

Anhangá – (quer dizer sombra, espírito) A figura com que as tradições o representam é de um veado branco, com os olhos de fogo. Todo aquele que persegue um animal que amamenta corre o risco de ver o Anhangá, e a sua vista traz febre e às vezes a loucura.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

domingo, 12 de setembro de 2010


Índios Maxacalis "aldeados" no entorno da Secretaria Municipal de Sáude de Teófilo Otoni, nordeste de MG. Em total situação de miséria e abandono. (Fonte: blog da mnc)



José Padilha mostra antropólogos como vilões no documentário "Segredos da Tribo"
Por Marco Tomazzoni, iG São Paulo - publicado no blog da mnc

Quem vê de fora, acha que "Segredos da Tribo", o novo documentário de José Padilha ("Tropa de Elite", "Ônibus 174"), vai mostrar um outro lado dos ianomâmis, que caíram nas graças dos pesquisadores na década de 1960 e foram até visitados por Sting 20 anos depois, quando a floresta Amazônica e a importância de sua preservação conquistaram a mídia. Mas o filme – que abre o festival É Tudo Verdade no Rio de Janeiro – mostra, isso sim, os segredos escabrosos de outra tribo, a dos antropólogos estrangeiros que passaram a estudar os índios na fronteira entre Venezuela e Brasil. Vêm à tona escândalos de genocídio e exploração sexual, coisa de fazer a comunidade científica se esconder embaixo da poltrona.
Nada disso, porém, é algo inédito. A polêmica se instalou ao longo dos anos em artigos de publicações especializadas, livros e, eventualmente, na imprensa. Aqui, no entanto, Padilha reuniu material de arquivo e colheu depoimentos de acadêmicos de várias partes dos Estados Unidos e da Europa, em um bate-boca de PHDs bastante incomum. Os ianomâmis também são ouvidos e daí fica claro que, mesmo com toda essa confusão entre doutores, quem saiu perdendo e viu sua cultura ser pisoteada pelos ocidentais foram os índios. E se instala a discussão filosófica: até que ponto a antropologia pode interferir nos povos que estuda?
Pode parecer assunto para universitários, mas o debate traz assuntos para deixar ninguém sem opinião. O antropólogo norte-americano Napoleon Chagnon foi um dos primeiros, em 1968, a chegar na região do rio Orinoco, na Venezuela, e estudar os ianomâmi, talvez a última civilização intocada de nossa era – eles não conheciam o homem branco e, dependentes apenas da selva, proporcionavam um mergulho em milhões de anos na evolução
Depois de viver anos entre os índios, Chagnon publicou um livro afirmando que, apesar do aspecto cortez, eles cultivavam uma cultura violenta, de guerra entre tribos, que era refletida na reprodução: índios com ao menos um homicídio nas costas tinham mais esposas e filhos do que os outros. Kenneth Good questionou com veemência essas afirmações, defendendo em outro livro que os ianomâmi eram pacíficos, mas não tinha muita moral para falar: em seus anos morando na Amazônia, casou com uma índia de 11 anos, com quem teve três filhos e causou polêmica ao levá-la aos EUA.
Outra história envolvendo crianças passa pelo francês Jacques Rizot, que assinou alguns artigos com Chagnon. Protegido de Claude Lévi-Strauss, um dos maiores pensadores do século 20, Rizot é acusado de introduzir a prostituição entre os indígenas: em troca de produtos como machados, facas e linhas de pesca, mantinha relações sexuais com garotos e jovens da tribo. Religiosos faziam vista grossa (como fazem até hoje) e os patrocinadores continuavam enviando milhões para as pesquisas do antropólogo.
Casos como esse vieram a público no livro "Trevas no Eldorado", disponível no Brasil e escrito pelo jornalista Patrick Tierney. Tierney descobriu que as primeiras expedições de Chagnon à Amazônia, ao lado do geneticista James V. Neel, foram patrocinadas pelo Comitê de Energia Atômica norte-americano, interessado em obter dados de grupos que viviam isoladamente e não tinham anticorpos para doenças comuns, como a gripe. A equipe, então, recolheu amostras de pele, sangue e saliva dos índios e, segundo o jornalista, introduziu deliberadamente o vírus do sarampo e da influenza na tribo, causando dezenas de mortes.
Nenhuma acusação fica sem resposta (a não ser Rizot, que não quis se manifestar), e Chagnon, hoje aposentado, se defende de ter alterado a cultura dos indígenas para sempre da seguinte forma: "Posso até ser culpado, mas se for, também o é toda antropologia como ciência". Assunto para os etnógrafos ficarem meses discutindo, e está aí um dos méritos do filme, que estreou no festival de Sundance.
Em coprodução com a BBC e HBO, Padilha, talvez por isso mesmo, optou por uma narrativa mais do que tradicional – "Segredos da Tribo", nos quesitos montagem, recursos visuais e trilha sonora, parece ter sido feito na década de 1980. Evidencia, porém, o caráter de "denúncia" que o diretor tem perseguido em toda sua carreira. Foi assim com "Ônibus 174", "Garapa", de certa forma em "Tropa de Elite" e deve ser com "Nunca Antes na História deste País", futura ficção com enfoque no escândalo do mensalão. Pode causar certo ranço, mas é inegável: difícil ficar impassível diante da obra dele.

sábado, 4 de setembro de 2010



NASA lançará missão para estudar o sol mais de perto
(Fonte:
Terra)

WASHINGTON, 4 Set 2010 (AFP) -A Nasa anunciou que está desenvolvendo uma sonda para estudar o Sol mais de perto, que será lançada em 2018 graças a cinco projetos científicos que foram selecionados recentemente.

O satélite, do tamanho de um automóvel e chamado "Solar Probe Plus", será enviado para a atmosfera do Sol, a aproximadamente 6,4 milhões de quilômetros da superfície do astro, e será lançado "até 2018", segundo um comunicado da Nasa.

"As experiências selecionadas para o Solar Probe Plus responderão a duas perguntas-chave da física solar: por que a atmosfera do Sol é mais quente do que a sua superfície visível e o que o empurra o vento solar que atinge a Terra e o sistema solar", indicou Dick Fisher, diretor do Departamento de Heliofísica da Nasa, citado em um comunicado.

Para poder se aproximar do Sol, a sonda terá um escudo protetor elaborado com um novo material composto de carbono resistente a temperaturas de mais de 1.400 graus celsius, assim como a fortes radiações, segundo o comunicado.

A Nasa lançou em 2009 uma seleção de projetos de pesquisadores especializados no Sol. Cinco projetos foram escolhidos.

Entre as missões científicas que serão realizadas, estão a medição de algumas partículas do Sol (prótons, elétrons), a captação de imagens 3D por um telescópio e a medição dos campos magnéticos.

"Este projeto permite ao gênio humano ir até onde nenhuma aeronave espacial chegou", explicou Lika Guhathakurta, uma das responsáveis pelo programa Solar Probe Plus, também citada no comunicado. "Pela primeira vez vamos poder tocar, provar e sentir nosso Sol", disse.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Nova espécie de sapo, chamada Microhyla nepenthicola, na ponta de um lápis nesta foto de divulgação (reuters_tickers)

Sapo do tamanho de uma ervilha é descoberto na ilha de Bornéu

(Fonte: MSN Verde)

KUALA LUMPUR (Reuters) - Cientistas descobriram um sapo do tamanho de uma ervilha, o menor já encontrado na Ásia, na África ou na Europa, na ilha de Bornéu, no sudeste asiático.
Os machos adultos da nova micro-espécie variam entre 10,6 e 12,8 milímetros de tamanho e o anfíbio recebeu o nome de Microhyla nepenthicola, em homenagem à planta de Bornéu onde vive o animal, de acordo com a revista de taxonomia Zootaxa.
O pesquisador Indraneil Das, do Instituto de Biodiversidade e Conservação Ambiental na Universiti Malaysia Sarawak, disse que a subespécie havia sido identificada anteriormente de forma errada nos museus.
"Os cientistas devem ter pensado que eram exemplares mais jovens de outras espécies, mas eles são adultos dessa microespécie recém-descoberta", afirmou.
Os sapos foram encontrados na beira de uma estrada que leva ao cume da montanha de Gunung Serapi, no Parque Nacional Kubah, no Estado malaio de Sarawak.
Os cientistas afirmaram que rastrearam os sapos pelo barulho deles, que começava com o pôr-do-sol.
Depois, fizeram os sapos pularem num pedaço de pano branco para estudá-los.
O achado foi parte de uma pesquisa global conduzida pela Conservation International e pelo grupo especialista em anfíbios da União Internacional para a Conservação da Natureza do Grupo Especialista para "redescobrir" 100 espécies de anfíbios perdidos (www.conservation.org/lostfrogs).
(Reportagem de David Chance - Reuters)