terça-feira, 27 de setembro de 2005


Índios enawenê (Fotos tiradas nos IV Jogos dos Povos Indígenas)

Os Enawenê Nawê falam uma língua da família Aruák, vivem em uma única grande aldeia próxima ao rio Iquê, afluente do Juruena, no noroeste do Mato Grosso e ocupam uma Terra de 742.088 ha que corresponde a uma parte do seu território tradicional.
A aldeia, as casas. As canoas dos Enawenê Nawê ficam ancoradas no rio Iquê, a aproximadamente seis quilômetros da aldeia circular formada por dez grandes casas retangulares e uma casa circular, mais ou menos no centro, onde ficam guardadas as flautas. No pátio central são realizados os rituais e as partidas de futebol de cabeça, esporte tradicional dos Enawenê Nawê, cujas bolas são feitas de latéx extraído das seringueiras. Apanham água, tomam banho e lavam suas panelas em pequenos igarapés situados próximos à aldeia.As casas são feitas de troncos de várias grossuras amarrados com cipós e cobertas com palhas de buriti, com uma entrada de frente para o pátio e outra nos fundos. No interior das casas há uma área de circulação comum formada por um longo e largo corredor central que liga a duas entradas. Aí estão dispostos grandes jiraus (espécie de mesa alta feita de troncos finos espaçados entre si) sobre os quais se colocam bolos assados de milho, massas de mandioca para secar e outros.Em cada casa moram diversas famílias ligadas entre si por relações de parentesco. Cada família composta de pai, mãe e filhos tem seu próprio fogo, suas redes próximas e um jirau aonde guardam os seus pertences. Além dos casais mais velhos, divisórias de esteiras marcam o espaço dos casais mais jovens. As filhas ficam perto dos pais e portanto são os jovens esposos que vão para o outro lado da casa ou para outra residência.O interior das casas é muito agradável e cheio de atividades . Durante o dia, quando está quente lá fora, as casas protegem do calor. À noite as casas são iluminadas com tochas cheirosas de resina enrolada em folhas de pacova e são acesos os fogos de cada uma das famílias. É uma hora em que a família reunida aproveita para conversar e todos contam o que aconteceu no dia.
O trabalho e os alimentos. Homens e mulheres fazem trabalhos diferentes. As mulheres cozinham os alimentos, cuidam das crianças, tecem redes e pulseiras de algodão, fabricam panelas de barro, pescam pequenos peixes nas lagoas, plantam, buscam alimentos na roça e outros. Uma boa parte dos trabalhos femininos é realizada dentro das casas. Os homens buscam lenha, acompanham as mulheres nas roças, derrubam e queimam as roças, pescam de diversas formas, buscam resinas, cogumelos, mel, frutas, cipó e palha no mato, fazem canoas e muitas outras coisas.As atividades econômicas dos Enawenê Nawê estão articuladas ao calendário ritual. Isso porque eles acreditam que há um outro tipo de vida após a morte. Então, quando alguém morre, a carne e os ossos ficam para os Yakairiti (espíritos que habitam o patamar subterrâneo) e a pulsação (impulso vital) e último sopro vão para o céu e se transformam em Enore (espíritos que habitam o patamar celeste). Esses espíritos interferem na vida dos humanos e para manter a harmonia do mundo, a organização e as regras da sociedade, para que não faltem alimentos, toda a sociedade estabelece uma relação de troca constante com eles através da troca generalizada entre grupos rituais. Essa relação se dá através de um ciclo anual de rituais. (
Fonte)

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