terça-feira, 6 de setembro de 2005

Centro Peixe-Boi - Localizado no Km 6 da rodovia PE-01, na entrada do Forte Orange, foi criado pelo IBAMA, em 1990, para proteger, pesquisar e conservar a vida do peixe boi marinho, que está ameaçado de extinção. (Fonte)

O raro peixe-boi da Amazônia se esconde para sobreviver ao homem (
Fonte)
Mesmo sem vê-los, pesquisadores lutam para preservar a espécie colhendo dados, ironicamente, da maior ameaça – os caçadoresEles são grandes, lentos e estão espalhados por toda a Bacia Amazônica, mas muito raramente se permitem ser vistos na natureza. Não por timidez, mas por uma questão de sobrevivência. Décadas de perseguição e caça predatória transformaram o carismático peixe-boi amazônico em um animal arredio e assustado, que procura se esconder do homem sempre que possível. Hoje, mesmo sem conseguir enxergá-los, pesquisadores lutam para preservá-los dos arpões dos ribeirinhos e chegar a algum tipo de estimativa sobre as condições populacionais da espécie.A pesquisa mais recente estava prevista para terminar hoje, com a chegada da oitava expedição fluvial do Projeto Peixe-Boi Amazônico ao porto de Santarém, no Pará. Em cinco anos, o projeto já visitou mais de 600 comunidades ribeirinhas e realizou mais de mil entrevistas com a população, incluindo os próprios caçadores.
Ironicamente, aqueles que ameaçam a sobrevivência da espécie são também aqueles que guardam as informações necessárias para preservá-la. "Não temos como verificar a abundância desses animais diretamente", explica a pesquisadora Fábia Luna, do Centro Mamíferos Aquáticos do Ibama, em Itamaracá (PE), que coordena o estudo. "O único jeito é assim, por entrevistas com os pescadores."
Além das barreiras naturais criadas pelas águas escuras e a grandeza dos rios, o peixe-boi já aprendeu - por força da experiência e da seleção natural - que não é boa idéia ficar com a cabeça para fora d’água na presença de seres humanos. "A pressão da caça fez com que só os animais mais arredios sobrevivessem, por isso hoje é muito difícil ver um peixe-boi", afirma Fábia. Nos 18 mil quilômetros de rios já percorridos pelo projeto, ela viu apenas dois. E de relance. "É coisa muito rápida; você só vê um matinho se mexendo." Quando acuado, o animal pode ficar mais de 20 minutos submerso, sem respirar.
Infelizmente, quem mais enxerga o peixe-boi amazônico ainda são os caçadores. Apesar de a espécie ser protegida por lei desde 1967, a caça persiste entre as comunidades ribeirinhas, que utilizam o animal como fonte de alimento. "Em todas as comunidades que visitamos há alguém que sabe caçar", relata Fábia. No auge da predação comercial, durante a década de 50, a espécie era cobiçada pela grande quantidade de carne, couro e gordura. Segundo Fábia, mais de 10 mil animais chegaram a ser mortos por ano para abastecer o mercado europeu. Hoje, a caça do peixe-boi na Amazônia é basicamente uma atividade cultural de subsistência - algo que normalmente seria considerado sustentável, se a espécie não tivesse sido tão maltratada pela caça predatória no passado.
"Dizemos que é uma atividade de subsistência porque não há intuito de comercialização, mas não porque eles precisam disso para sobreviver", explica Fábia. "Há muitas outras fontes de alimento nos rios e na floresta." Pelo método tradicional de caça, o animal é primeiro "fisgado" com um arpão e depois morto com dois tocos de madeira, que são enfiados como rolhas em suas narinas para asfixiá-lo. Um animal adulto pode pesar mais de 400 quilos.
POPULAÇÃO INCERTA
Quantos peixes-boi ainda restam na Amazônia ninguém sabe dizer. Mas a percepção é de uma população em declínio. Oficialmente, a espécie é classificada como "vulnerável", o que significa que corre risco de extinção a médio prazo na natureza. "Todos dizem que está muito mais difícil ver o peixe-boi, por isso sabemos que o número diminuiu bastante", diz Fábia. Desde 2000, o Projeto Peixe-Boi já percorreu os Rios Solimões, Negro, Purus, Madeira, Tapajós, Arapiuns e Amazonas, além de inúmeros tributários, igarapés e lagoas.
Mesmo sem uma estimativa populacional, já foi possível identificar algumas áreas de maior ocorrência da espécie, que podem servir de orientação para a criação de santuários e outras atividades de conservação. Por exemplo, o Lago Tefé (AM) e o Rio Trombetas (PA). Nas comunidades por onde passam, os biólogos também organizam trabalhos de educação ambiental, com materiais informativos, palestras e apresentações em escolas. A meta é conscientizar os ribeirinhos sobre a necessidade - tanto legal quanto ambiental - de preservar o peixe-boi.
A inibição da caça foi definida como prioridade máxima para conservação da espécie na última reunião do Grupo de Trabalho Especial de Mamíferos Aquáticos, que terminou anteontem em Itamaracá. Criado pelo Ibama em 1999, o grupo é formado por especialistas do governo, instituições de pesquisa e não-governamentais.
No encontro foi discutida a revisão do Plano de Ação para Mamíferos Aquáticos do Brasil, que determina diretrizes para conservação das 50 espécies que ocorrem no Brasil. Elas incluem baleias, golfinhos, botos, focas, lobos-marinhos, ariranha, lontra e duas espécies de peixe-boi: marinho e da Amazônia. O primeiro, que habita o litoral do Norte e Nordeste, está criticamente ameaçado, com apenas 500 indivíduos remanescentes.
"Precisamos recuperar o peixe-boi marinho e evitar que o peixe-boi amazônico chegue às condições que ele chegou", disse o diretor de Fauna e Recursos Pesqueiros do Ibama, Rômulo Mello. "O primeiro passo para isso é a educação ambiental. O segundo, a fiscalização."
(Herton Escobar)

5 comentários:

Jôka P. disse...

ESTOU VENDOOOO !!!!
Em 800x600 !!!!
BACANÉRRIMO !!!!
Vejo tuuuudo perfeitamente agora no lado alto da página:
Os desenhos, o calendário lindo da floresta, o counter verdinho , os links !!!!
TUUUUUDO !!!!
WEBÁÁÁÁÁÁÁ !!!!!
YEEEEEESSSSS!!!!!!
CARAMBA, me sinto como se o ceguinho Jatobá voltasse à enxergar !!!!
Tá lindo isso aqui, Dona Ursa !
Uma das páginas mais bonitas de todos os blogs !!! Bom gosto moderno e artístico !!!!
O conjunto harmonioso do fundo branco, com os desenhos de fundo verde, a floresta-calendário, bem em cima, logo no começo !!!

E as fotos ecológicas tão bonitas, a foto e o som do Uirapurú ...

A arara e a borboleta,esvoaçando e dando movimento e alegria à página !!!

Noooossa !

Você mereceu mesmo o destaque que teve na excelente coluna do Gravatá, no Jornal carioca O GLOBO !!! Vem mais por aí, aguarde !!!!

URSA poderosa !
Índia bonitona !
Selvícola blogueira !
Selvagem internauta !
Criatura ecológica !
Gostooooosa !!!!
YEEESSSS !!!!!
:)
Mil beijos do seu fã-número UM,
e amigo carioca,
JÔKA P.

Angela Ursa disse...

Querido Jôka, a Ursa está muito emocionada com os seus elogios à floresta e o seu carinho! Também gosto muito de você, meu grande amigo e fã número 1, Super Vip!!
Mandei outros e-mails para você falando das mudanças que fiz no template para o Firefox e enviei link do navegador para você experimentar. Beijos agradecidos e perfumados da Dona Ursa :))

Jôka P. disse...

Índia,
recebi o e-mail florestal, assim fico todo mal-acostumado com tanto carinho indígena.
Amanhã que não trabalho, baixo o tal do Firefox, e mando ver !!!
Obrigado !

Lia Noronha disse...

Ursa: entrei na floresta..e tinha reunião do Jôka com a índia? Voltou depois!
beijos bem carinhosos e bom descanso.

Fred disse...

O peixe boi um mamífero foi dizimado.

Sua população era grande.

Tomara que consigamos melhorar sua população.

Palmas para o Centro Peixe boi, que já conhecia.

Abraços

fred