Índios apurinãs fazendo artesanato com sementes (Fonte da imagem)
A arte de trabalhar com sementes
Índios Apurinãs mostram que arte exige habilidade, paciência e criatividade
(ANDRÉA ZÍLIO - Fonte)
A arte de transformar caroços, sementes e cipós em belas pulseiras, colares, anéis, brincos, entre outras peças, vem sendo praticada por diversas pessoas no Estado e é também uma opção de renda. Os índios Apurinãs do 45, localizados à beira da BR-317, a 90 quilômetros de Rio Branco, provam que são mestres no trabalho, mostrando toda a habilidade e destreza na confecção das peças.
O trabalho exige técnica, sensibilidade e muita paciência, para que a matéria prima ganhe formas e cores. A comunidade aonde se concentram 30 famílias de índios Apurinãs, sendo que 10 vivem do artesanato, é uma prova de que quando organizado, o negócio se torna promissor. Hoje, as famílias envolvidas na Associação dos Artesãos Manejadores Indígenas Apurinãs (Asamina), fazem um trabalho de equipe durante todo o processo de fabricação das peças.
O início do trabalho é feito na mata, na coleta das sementes e cipós. Uma tarefa que exige o conhecimento popular de quem vive em contato com a floresta. As famílias Apurinãs muitas vezes se unem e vão de uma só vez em busca da matéria prima. Uma regra é tirar sementes que servem de alimento para alguns animais só depois de eles terem comido. Outra exigência é não tirar nada das árvores, que são identificadas com placas, e apenas catar o que está no solo.
SEMENTES – As variedades de sementes é grande. Algumas ainda estão sendo descobertas. Hoje, os Apurinãs trabalham com sementes de tucumã, paxiubão, paxiubinha, inajá, cibiruna, mulungu, açaí, murmuru, cipó de carrapicho e tala de marajá.
Depois de colhida, a matéria-prima é cuidadosamente lavada e limpada. As semente passam então a ser furadas e os cipós tecidos. Algumas peças, principalmente colares, são colocados primeiramente em ferros, para serem polidos e só então vão para os fios.
POLIMENTO – O trabalho que era feito manualmente e demorava dias para ser concluído, hoje é facilitado com máquinas, mas também exigem muita técnica. Quem pensa que é fácil, acaba ficando na maioria das vezes com as mãos machucadas.
As abotoaduras das pulseiras e cordões seguem a regra do natural e são feitas da própria semente ou cipó. Pingentes também são caroços que ganham formas de botos, folhas, entre outras.
A índia Gené Silva do Vale conta que por diversas vezes furou o dedo com a máquina. “Muitas vezes eu furei o dedo, mas depois que aprendi não tive mais problema. É um trabalho que tem de ter cuidado e deve ser feito com carinho”, conta.
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S.O.S!!
Incêndio próximo a aldeia ameaça índios em Autazes/AM (Fonte: ambientebrasil)
Um incêndio que começou na madrugada do último domingo (25) está consumindo a floresta e roçados próximos à aldeia indígena Tauari, no Município de Autazes (a 118 quilômetros de Manaus/AM). Apesar de ter chovido nas últimas horas, controlando a queima, ainda há vários pontos de incêndio na região. Conforme imagens do satélite LandSat 2000 e análise do Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, na quinta-feira (29) havia registro de focos de calor na cidade, assim como em Barreirinha, São Sebastião do Uatumã, Urucará, Urucurituba e Guajará.Na quinta-feira, o presidente do escritório regional da Funai - Fundação Nacional do Índio, o tariano Pedro Garcia, e sua equipe se deslocaram de Manaus até o local para fazer, in loco, um levantamento da situação e da extensão dos danos. Segundo Marcos Antônio, servidor do órgão, o verão na localidade está torrencial, muito forte, e nessa época do ano é comum a prática de queimadas para fazer pastos.Ao redor do aldeamento há fazendas, criações bovinas e bubalinas e moradores não-índios, uma vez que a propriedade ainda aguarda demarcação oficial do Governo Federal. O fogo, desde domingo, estava avançando em todas as direções, deixando a aldeia indígena alerta. As mais de 30 famílias das etnias saterê-maué, mura, apurinã e macuxi tentaram, em vão, debelar as chamas e no meio do desastre encontraram carcaças de animais silvestres. Até quinta-feira, o escritório regional em Manaus, do Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, não havia recebido nenhum aviso de Autazes.Segundo o assessor de comunicação da Coiab - Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, Leman Garcia, o órgão ambiental teria sido informado do incidente pelos próprios indígenas. Conforme informações da Coiab, também são desconhecidas as causas do incêndio. (Euzivaldo Queiroz/ A Crítica/AM)
sábado, 1 de outubro de 2005
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