domingo, 9 de outubro de 2005


Índios de Vanuíre preservam a própria cultura - crenaques ou krenacs

Mario Tepó e Burum Rim são dois dos habitantes da Aldeia Vanuíre que batalham para que os costumes indígenas não sejam esquecidos. Burum Rin conta que quando chegou há aldeia há 10 anos, precisamente no dia 19 de abril, nada mais havia em artesanato que lembrasse os costumes indígenas. Como havia visitantes ele começou a produzir artesanato. E daí, outros se interessaram.
Para os presentes Tepó e Burum Rim entoaram um canto de agradecimento a Deus pela terra, pela caça e pela pesca. Clique aqui para ouvir o canto de agradecimento “Um canto de agradecimento a Deus por nos ter dado a terra, porque tendo a terra o índio sobrevive. Deus deixou a caça, a pesca, as frutas para o índio, destacou Burum Rim, e continou “o índio não é preguiçoso: o branco chama o índio de preguiçoso porque acabou com tudo o que o índio tinha para viver”.Rituais são realizados todas as semanas, com cantos e danças crenaque e caingangue. A pedido Mario Tepó interpretou um toque de flauta - uma flauta de bambu, denominada em crenaque “acu cricó, isto é “soprar no bambu”. Clique aqui para ouvir o toque de "acu cricó". Segundo ele, esse toque é tocado para as crianças e em reuniões. Indagado o que significava krenac, Tepó explicou que inicialmente os bandeirantes haviam dado ao seu povo o nome de botocudos. Porém, quando estava sendo feita a ferrovia do Vale do Rio Doce, no norte de Minas Gerais, em um local em que os índios não tinham denominação, uma índia estava dando a luz - as índias dão à luz de cócoras - e no momento em que nasceu, a criança bateu com a cabeça na terra e a mãe falou: kre (cabeça) nac (terra), querendo dizer que ela havia batido com a cabeça na terra. E dai aquela tribo acabou sendo conhecida como krenac.
(Trecho de artigo do site Redação Unisite)

Grande céu - Cantos indígenas (Fonte: site Jangada Brasil - sons de realejo)
Canto dos índios crenaques, de Rio Doce, colhido e anotado por Manizer. Registrado em Elementos de folclore musical brasileiro, de Flausino Rodrigues Vale (2ª ed. São Paulo, Companhia Editora Nacional, Ministério da Educação e Cultura, 1978. Brasiliana, 57, p.42)
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Partitura [PDF:106KB]
MIDI [MID:2KB]
Canto entoado ao descer o rio, em dias límpidos: Ta ru ji pa kju ta a a a a ru ji pa kju

4 comentários:

Saramar disse...

Olá, Ursa, boa tarde de domingo para você.

Hoje meu dia está cheio de música. Estou aqui ouvindo um violão maravilhoso (Francisco Frias) e venho ouvir meu passarinho e encontro mais música maravilhosa.
Obrigada

Jôka P. disse...

Mario Tepó e Burum Rim !!!!
Boa sorte pra vocês !!!
Bom domingo !!!
:)
JÔKA P.

Anônimo disse...

Adoro essas músicas que você coloca no blog, aliás, adoro esse blog.
Beijos e uma semana excelente, :).

Angela Ursa disse...

saramar, acho muito bonito solo de violão. Fico feliz de você ter gostado das músicas. Beijos!

Jôka, se a Ursa pudesse, transmitia a sua mensagem aos índios Mario e Burum ;)) Beijos florestais da Ursa!