sábado, 3 de dezembro de 2005

Foto: Leo Martins - Fonte: site Socioambiental

CD "Kapinawá: benditos, sambas de coco e toantes"
O LEME (Laboratório de Estudos em Movimentos Étnicos) da UFCG (Universidade Federal de Campina Grande) tem a satisfação de anunciar o lançamento oficial do CD "Kapinawá: benditos, sambas de coco e toantes"(17 faixas com duração total de 56'56''). O CD teve como produtor geral o professor da UFCG, antropólogo, Dr. Rodrigo de Azeredo Grünewald (que no momento se encontra nos E.U.A. - Califórnia, na Universidade de Berkeley - como "Visiting Scholar") e como co-produtores o professor da UFRN, antropólogo, Dr. Edmundo Pereira (etnomusicólogo e técnico da gravação) e o antropólogo Marcos Alexandre dos S. Albuquerque(pesquisa), doutorando em sociologia na UFPB/UFCG (PPGS). O projeto deste CD nasceu de uma demanda do próprio grupo indígena Kapinawá. Os Kapinawá (2.000 pessoas) descendem de índios que foram aldeados no século XVIII na Serra do Macaco, entre os municípios de Buíque, Tupanatinga e Ibimirim, noVale do Ipanema, sertão do Moxotó, Pernambuco. Até início dos anos 1970, esta descendência indígena expressava-se através da memória e das narrativas dos mais velhos, foi nesta época que os Kapinawá sofreram a pior investida de latifundiários contra seu território. O embate contra o cercamento de suas terras levou a uma mobilização coletiva que durou anos. Em1979 é levantado um cruzeiro no terreiro onde se passa a dançar o Toré (o Toré é a principal expressão artístico - político - religiosa dos índios do Nordeste brasileiro), e em 1984 a área é reconhecida como território indígena pela FUNAI e os grileiros recuam. Além de toantes do Toré, o samba de coco - que no passado era realizado na tapagem das casas para assentar o chão de barro - foi também retomado e sacralizado nos terreiros de Toré, os benditos entoados na capela de São Sebastião (padroeiro da aldeia), e agora também nos terreiros, completam o conjunto do repertório Kapinawá que longe de ser baseado apenas em músicas antigas, é constantemente recriado no presente com novas composições. O CD teve como patrocinador o Banco do Nordeste (BNB) através do Programa BNB de Cultura (edição de 2005) e apoio do LACED (Laboratório de Pesquisas em Etnicidade, Cultura e Desenvolvimento) do Museu Nacional da UFRJ. Setecentas cópias do CD (do total de mil) estarão sendo entregues no dia 26/11/2005 na aldeia sede dos Kapinawá, a Mina Grande, (local em que foram captadas as músicas) e onde será realizada uma grande festa (Toré) para comemorar esta grande vitória. Contatos:
leme@ch.ufcg.edu.br ou marcosdada@yahoo.com.br

2 comentários:

Jôka P. disse...

URSA !!!
Que bom ver você de volta !!!
Como foi a lua de mel com o famoso cacique a Ilha CARAS-MARAJÓ ???

Angela Ursa disse...

Jôka estou feliz de estar aqui com você e os outros amigos na Floresta! :)) Sobre a lua-de-mel, é segredo! O cacique não quer o nome dele revelado ;)) Beijos florestais!