Depoimento: O Apuí (nome popular) pertence a família Cecropiaceae, e existem diferentes espécies de Apuí, cada qual com seu nome científico. O Apuí é um cipó que cresce sobre outras árvores lançando raízes aéreas (vem do alto em direção ao chão), e a medida que vai se desenvolvendo, abraçando e dominando a árvore que o hospedou, esta vem a morrer. É uma caracteristíca da Floresta Amazônica ela se alimentar dela mesmo, daí a constatação de que na floresta, muitas vezes morte é vida. (Foto por Amauri Pereira no site Amazônia.org.br)
Lenda da Cunhã e o Marupiara (Fonte: Portal Amazônia)
Existia na selva amazônica um casal indígena que morava próximo a um lago. Ela era a cunhã e ele o Marupiara. Cunhã cuidava da casa e ele gostava de pescar e caçar pela floresta repleta de animais e peixes deliciosos.O casal era muiro feliz, eles se amavam e se cuidavam muito. Sempre que podia Marupiara convidava cunhã para passear pela floresta.Um dia o sol estava bonito e ele a convidou para ir pescar . Ela, feliz por poder ficar ao lado do amado, aceitou prontamente. Mas, algo inesperado aconteceu. Eis que o céu se fecha rapidamente enquanto eles pescavam no meio do lago.Marupiara ficou assustado com a força da natureza. Vendo o céu negro e o vento aumentando rapidamente pediu que Cunhã o ajudasse a levar a canoa para a margem da floresta. No entanto, a margem do rio estava muito longe e eles teriam que remar muito, muito...Eles remavam rapidamente, mas com a fúria das águas, os remos caíram na água. Cunhã se desesperou e abraçada a Marupiara perguntava a ele:_ O que será de nós, Maru, querido?- Sossega, mulher, sossega. Eu estou aqui e nada de mal vai acontecer.O céu rugia furioso, cortado pelos grandes raios e, abraçada ao marido, a cunhã rezava e pedia a Tupã que os protegesse. No entanto, a tempestade tornava-se cada vez mais violenta e mesmo assim, o barco conseguiu chegar até a margem. O Casal tocou o chão e ficou abraçado. Ele, cheio de medo, mas com muito amor, tentava proteger a amada da água e dos raios queEra tarde porém. Um raio enorme os atingiu e o casal morreu de forma fulminante. A natureza, no entanto, cúmplice daquele amor, transformou Cunhã na palmeira uricuri, palmeira cheia de graça e que enfeita as matas amazônicas. Ele se fez apuí, cipó bonito que abraça.Assim, em memória do casal que morava junto ao lago, sempre unidos estão a uricuri e apuí, representando cunhã e marupiara, que mesmo na desgraça nunca se separaram.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006
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6 comentários:
ai o amor. é ele q faz o mundo girar. como deve ser bom poder se sentir protegida assim...linda lenda...beijo querida!
Linda lenda, singela, :).
Beijos.
Oi, amiga.
Coloquei a leitura em dia.
Linda a lenda da Cunhã e o Marupiara. O imaginário indígena é muito rico e carece de preservação. Quanto se deve ter perdido ao longo do tempo, seja pela aculturação, seja pelo desaparecimento de muitas tribos... É bom que livros como os de Daniel Munduruku possam registrar um pouco dessas narrativas.
Bom carnaval (ou bom descanso!)
Amigas Albinha, Nanbiquara e Daia, eu não conhecia essa lenda. Encontrei por acaso pesquisando. Também achei muito interessante. Beijos e um ótimo carnaval para vocês! :))
Bela a lenda do casal que se amava. Beijs. e bom carnaval pra vc. Jonas.
Jonas, feliz carnaval para você também! Beijo da Ursa verde-e-rosa :))
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