quinta-feira, 16 de fevereiro de 2006

Mulher indígena ralando mandioca (Fonte)

Do laboratório para a terra
(trechos de matéria enviada pela Lista de Literatura Indígena)

Agricultores do DF e Goiás começam a plantar mandioca indígena com potencial nutritivo descoberto pela UnB
A sabedoria indígena não está só nos rituais, rezas e cânticos. Os índios também demonstram conhecimento empírico amplo quando o assunto é alimentação nutritiva. Em 2005, uma pesquisa desenvolvida pela Universidade de Brasília (UnB) comprovou os benefícios nutricionais de duas variedades de mandioca cultivadas pelos indígenas do grupo Tupi. Uma delas é rica em vitamina A e, a outra, tem forte potencial anticarcinogênico.
Agora, esses tubérculos – batizados de UnB 400 e UnB 500 - começam a ser distribuídos para os agricultores. Em dezembro, seis produtores rurais de Goiás e quatro do Distrito Federal receberam 200 estacas e mudas das mandiocas indígenas e já começaram a plantá-las. As estacas são segmentos de caules ou ramos que, uma vez enraizadas, reproduzem a planta originária.
No caso da mandioca, os agricultores goianos e brasilienses poderão fazer a colheita do tubérculo em sete meses. Eles fazem parte de um projeto piloto desenvolvido em uma parceira entre a UnB, por meio da Fundação Universitária de Brasília (Fubra), o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do DF e a Agência Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiário (Agência Rural).
Responsável pelo projeto na UnB, o professor Nagib Nassar prevê vantagens tanto para os agricultores, quanto para os consumidores da mandioca. “É um produto que poderá diferenciar quem cultiva e vende, atraindo mais clientes para as bancas nas feiras e no supermercado”, acredita Nassar. “Para quem compra, o benefício é nutricional.”
Os agricultores interessados em cultivar as mandiocas indígenas devem procurar a Emater no DF e a Agência Rural em Goiânia.
VERMELHA E AMARELA - A primeira mandioca indígena pesquisada pela UnB tem como uma das principais características a cor amarelada após o cozimento. A coloração é conseqüência da presença de carotenóides, precursores da vitamina A, que protegem os olhos contra cegueira.
Batizada como UnB 400, esse tubérculo indígena tem 200 vezes mais carotenóides que a mandioca comum. Além disso, apresenta sabor doce e agradável, menor quantidade de fibras e tempo de cozimento entre cinco e dez minutos, mais rápido que as variedades tradicionais.
A segunda mandioca indígena descoberta pela UnB e batizada com UnB 500 é caracterizada pela coloração vermelha após o cozimento. A cor está relacionada com uma da substância presente na variedade, o licopeno, que também dá a cor vermelhada ao tomate. Entre os benefícios à saúde desse nutriente está a prevenção ao câncer de próstata.
Os estudos sobre os potenciais nutritivos da mandioca e o aproveitamento de espécies silvestres e indígenas começaram a ser feitos na UnB na década de 70, pelo professor Nagib Nassar. O laboratório de melhoramento genético chegou a produzir um híbrido (ICB 300) entre as espécies silvestres e a mandioca comum, mais resistente às pragas e rico em proteínas. Esse híbrido possui ainda uma substância com potencial antioxidante, a luteína. Concentrada nas folhas, ela está presente em uma quantidade 30 vezes maior do que a encontra na mandioca comum.
CONTATO: Professor Nagib Nassar pelos telefones (61) 3307 2169 e 3349 3253 ou pelo e-mail
nagnassa@rudah.com.br. Mais detalhas no site www.geneconserve.pro.br. Nagib Nassar é professor do Departamento de Genética e Morfologia da UnB. Egípcio, ele trabalha há 26 anos na UnB. É doutor em Genética pela Universidade de Alexandria, na Alexandria, Egito.

7 comentários:

Anônimo disse...

Minha querida Angela,
estar aqui é como se estivesse numa sala de aula, pura cultura e informação...
Quanta coisa aprendi sobre a mandioca,adorei!
linda noite
beijossssssssssssss

Jôka P. disse...

URSA,
vou pedir pra servirem uns bolinhos da mandioca indígena no camarote VIP dos show dos STONES !!!
:D
Yé yé yé !
bjs!
JÔKA P.

Angela Ursa disse...

Márcia Clarinha, obrigada pelas suas palavras! Fico feliz que você goste dos tópicos da floresta! Beijos carinhosos da Ursa :))

Querido Jôka, esse camarote vip é um arraso! Tem até bolinhos de mandioca! Oba!! Beijos e carinho da Ursa :))

Matilda Penna disse...

Por coincidência, hoje mesmo comi farinha amarela, dessa mandioca amarelada, :).
E os índios sabem muito de mandioca, farinha, beijus, etc...
Adoro o cheiro de farinha.
Beijos, :).

Anônimo disse...

Ursa, eu só uso sapatos de salto alto, mas esse tal de anabela me derruba mesmo - talvez pelo modelo do salto não aparentar a necessidade de maiores cuidados ao pisar.

Anônimo disse...

Olha que doida, saí sem nem falar oi e tchau! :) Desculpa, dona Ursa, é a pressa, é a pressa.
Bom fim de semana. Bejio.

Angela Ursa disse...

nanbiquara, então, aí tem dessa mandioca amarela cheia de vitaminas! Que bom! Beijos da Ursa

Palpiteira, andar de salto nas ruas tão cheias de declives e buracos é mesmo um desafio atualmente ;)) Beijo da Ursa! Não corra!