Pescadores da comunidade ribeirinha sentem as conseqüências da poluição no Rio Guandu
Abastecimento de água do RJ comprometido por poluição
Hoje, o jornal Rede TV News deu uma notícia sobre a poluição das águas do Rio Guandu. Este alerta já havia sido dado em 13/07/2005 pelo jornal RJTV. Apesar do alerta ter sido feito há quase oito meses, o problema continua até hoje.
Guandu sofre com a poluição
(Fonte: site do RJTV - trechos de matéria publicada em 13/07/2005)
Pescadores da comunidade ribeirinha sentem as conseqüências da poluição no Rio Guandu
Um valão a céu aberto atravessa o município de Queimados. Mas, segundo o gesseiro José Carlos Silva e o líder comunitário Luiz Gonzaga, o valão, na verdade, é o Rio Abel. “Fazia muitas coisas legais, como pescar. Eu lembro que aprendi a nadar nesse rio”, comenta José Carlos Silva. “O Rio Abel era navegável. Não era só a piscicultura. Através do Rio Abel, se transportava madeira. Esse valão infecto foi navegável até os anos 50”, aponta Luiz Gonzaga.
O Rio Abel recebe o esgoto de milhares de casas que não possuem rede coletora. Em alguns trechos, nem mesmo as enxurradas conseguiram levar todo o lixo despejado no local. Tudo o que os afluentes - e o próprio Rio Guandu - recebem vai parar no mesmo lugar: em uma lagoa artificial, criada pela Cedae, em Seropédica. É nesse local em que a companhia faz a captação de água para o abastecimento de mais de 9 milhões de pessoas. Segundo a empresa, a lagoa recebe cerca de 4 bilhões de litros de esgoto todos os dias - o que, de acordo com especialistas, pode comprometer a qualidade da água que chega às residências. “Eu considero que essa lagoa do Guandu é uma bomba-relógio. Ela precisa ser desativada. Em época de chuva, as vazões mais altas desses rios podem carrear esses poluentes, incluindo metais pesados que têm no fundo dessa lagoa. Isso pode colocar em risco o abastecimento. É muito importante que as autoridades responsáveis se conscientizem de que um dos investimentos prioritários para proteger o abastecimento de água do Rio de Janeiro é proteger e despoluir o Rio Queimados, o Rio dos Poços e o Rio Ipiranga, para você poder dar sustentabilidade no abastecimento de água no Rio de Janeiro”, explica Adacti Attibu, engenheiro sanitarista da Uerj.
O IBGE divulgou que, na Baixada Fluminense, 60% da população, em média, convive com o esgoto ao lado das casas. Em Duque de Caxias, o índice é um pouco menor: 43,6%. Em Nova Iguaçu, chega a 48,6%, mas isso quer dizer que mais de 400 habitantes não possuem coleta de esgoto. Em Queimados, o problema atinge a 65% dos habitantes. Em Japeri, a rede coletora não atende a 72,5% da população. Em Seropédica, está o pior índice: 88,7% dos moradores convivem com o esgoto a céu aberto.
Mesmo onde há coleta, não quer dizer que o problema esteja resolvido. Na Baixada, apenas 1% do esgoto é tratado nos municípios antes de cair no Guandu. “Não há duvida de que nós temos que tratar o esgoto até por questões econômicas. É mais barato tratar o esgoto e coletar o lixo da rua do que coletar o lixo dentro do rio. é mais barato tratar o esgoto do que tratar as doenças decorrentes do contato da população com o esgoto”, aponta Paulo Canedo, professor e pesquisador da Coppe/UFRJ. O excesso de poluição faz com que o Rio Guandu receba uma cota extra de água do Rio Paraíba do Sul. É uma medida de emergência, que evita um corte no abastecimento das cidades. Mesmo assim, a Cedae gasta por ano R$ 40 milhões em produtos químicos pra limpar a água. Só que, além do esgoto e do lixo doméstico, os ambientalistas alertam para um outro tipo de poluente: o que vem das empresas. Em Queimados, o distrito industrial do município fica ao lado dos dois mais importantes afluentes do Guandu. Os rios Poços e Queimados se encontram a pouco mais de 50 metros dali. De barco, a equipe do RJTV navegou até o ponto de junção das águas e encontrou um contraste impressionante. O Rio Poços é negro e de cheiro forte. Forma um canal de poluição que agride e se mistura lentamente ao Rio Queimados. Análises da Feema e de universidades, encomendadas pelo Comitê para Proteção da Bacia do Guandu, já teriam comprovado a existência de resíduos industriais. “São, basicamente metais pesados, e também uma presença muito grande de óleos e de tinta dentro do Rio dos Poços. Nós estamos querendo que sejam feitas, através do Comitê do Guandu, auditorias ambientais em todas as empresas da região. Isso está previsto em uma lei do estado do Rio de Janeiro, mas infelizmente nenhuma empresa, ao longo do Rio Guandu e da Baía de Sepetiba, tem auditoria ambiental”, afirma Sérgio Ricardo, representante do Comitê Proteção da Bacia Guandu. Os efeitos da poluição da água são denunciados pelos moradores da região. “Há o problema da saúde, principalmente em crianças e idosos. Os postos de saúde estão lotados de gente”, aponta o líder comunitário Luiz Gonzaga.
Na lagoa artificial em Seropédica, os reflexos já foram percebidos pela comunidade ribeirinha. Quem depende da pesca reclama que muitos tipos de peixe desapareceram. “Agora tem mais tilápia. Antigamente tinha cará e todo o tipo de peixe, mas agora só tilápia mesmo. Ela está sobrevivendo. À noite, ainda pego outros tipos de peixe, mas é muito raro. Dizem que a tilápia come a ova do peixe, mas ela também come a lama e sujeira. Acho que ela é a que mais sobrevive por isso”, comenta um jovem pescador.
Fiscalização e multas Um dos órgãos responsáveis pela fiscalização dos detritos despejados no Rio Guandu é a Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla).
quinta-feira, 9 de março de 2006
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7 comentários:
Ola Angela, tudo isso e muito triste. Ainda ha quem chama isso de "Progresso". Gostou da minha historia com o Di? Espero contar muitas outras ainda. Bjs. do Jonas.
Oi, Jonas! Gostei muito da sua história e até sugeri um livro. Que tal? ;)) Beijos da Ursa
Recebi o seu e-mail.
Mandei algo por correio hoje.
Será que vai chegar à floresta da Dona Ursa a tempo ????
BeiJÔKAS !
IH, papai esteve aqui !!!
isso é que é um blog familiar, né?
O tal do progresso desenfreado e não tratado acabando com tudo...
linda noite minha querida,
beijosssssss
Amigo Jôka, não recebi o e-mail que você disse que enviou hoje. Mandei resposta agora para você também por e-mail falando disso.
A Ursa está roendo todas as unhas de curiosidade para saber o que é ;)) Seu pai vem sempre visitar a Floresta :)) A Ursa adora essa visita familiar! Não tenho tido notícias de sua mãe Gigi. Beijos e carinho!
Márcia Clarinha, esse tipo de destruição nem deveria se chamar de "progresso". Beijos e uma linda noite também para você! :))
Ursa: a poluição é chamada de mal necessário...mas na verdade ela é um crime contra a vida...dos homenes e da Natureza.
Beijos bem carinhosos neste fim de semana.
Lia, a poluição é um desrespeito ao meio ambiente e às outras pessoas. Beijos e carinho da Ursa!
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