sábado, 26 de agosto de 2006

Luto marca encerramento dos Jogos (Fonte: O Liberal, publicada no site Amazonia.org.br)

A cerimônia de encerramento da terceira edição dos Jogos Indígenas começou da maneira que ninguém, entre índios e organização esperava. Marcos Terena, um dos coordenadores do evento, pediu um minuto de silêncio aos mais de cinco mil presentes na arena montada na praia das Gaivotas, em Conceição do Araguaia, no sul do Pará. O pedido era uma homenagem à índia Tembé Maria de Lourdes, que morreu na penúltima noite do evento, aos 35 anos.
Terena ainda leu uma carta em solidariedade ao povo Tembé do Guamá. Maria de Lourdes era esposa do cacique Sérgio Tembé. Ela sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) após participar da abertura dos Jogos, no sábado, dia 19. Imediatamente, foi levada para o hospital de Araguaína, recebeu tratamento, mas não resistiu. 'É um sentimento de tristeza e de solidariedade com o povo Tembé. Mas o índio acredita na vida, pois a gente não sabe quando vai morrer e acabar tudo. A vida de quem ainda está aqui continua. Sente a tristeza, mas a alegria do povo tem que prevalecer', explica Terena, contando um pouco da cultura indígena em relação à morte.

Provas agitam público
Os Jogos reuniram mais de 600 índios de 16 etnias, sendo três convidadas dos Estados do Amazonas, Mato Grosso e Tocantins. Mais de 30 mil pessoas acompanharam o evento. Depois da homenagem à índia Tembé Maria de Lourdes, esposa do cacique Sérgio Tembé, que morreu na penúltima noite dos Jogos Indígenas, a festa de encerramento da competição seguiu com os índios saudando o público. A programação, que teve ainda ritual de pajelança, terminou com a famosa queima de fogos, que deslumbrou índios e não-índios presentes por cerca de dez minutos.
A comissão das modalidades esportivas realizou as provas que tinham sido canceladas em função da morte da índia Maria de Lourdes Tembé. No último dia de competição ainda foram realizadas as provas de cabo de guerra (masculino e feminino), sendo os Wai-Wai, vencedores em prova bastante equilibrada. Na corrida rústica de mil metros, o guerreiro Pay Aikewara, venceu a prova. No feminino, a índia Porriré Gavião, de 12 anos, venceu com certa facilidade. Ela disse que treinou forte todos os dias e esperava mesmo ganhar a corrida.
Antes da cerimônia, o público vibrou com a corrida rupestre. No feminino, a jovem Porreiré Gavião, de 12 anos, disparou e percorreu com tranqüilidade os mil metros de prova, mesmo na areia fofa. 'Sou nova e corro bastante na aldeia, brincando mesmo. Quando vi as outras mulheres, vi também que tinha chance de vencer', disse. No masculino, a vitória ficou com Kauí, da etnia Aikewara. Ele foi seguido de perto por três Munduruku: Eduardo, Sandro e Leandro.
Outra disputa que animou foi o cabo de guerra. A etnia Wai Wai não deu chance e faturou no masculino e feminino. As mulheres mostraram toda força ao derrotar a etnia Asurini do Tocantis. Afinal, eram oito contra dez guerreiras Wai Wai. Após as competições e o momento de homenagem aos Tembé, as etnias entraram para receber troféus e medalhas de participação.
Nos Jogos Tradicionais se cultiva a idéia que todos saem vencedores. 'É uma festa de integração, de valorização da cultura indígena, de nossa origem. E é uma forma de trazer um evento grande como esse para o sul do Pará, dando destaque também para diferentes regiões de nosso estado', comentou o secretário de Esporte e Lazer, José Ângelo Miranda.

2 comentários:

Jonas Prochownik disse...

Angela, a menina do filme " The Star" é mesmo a Nathalie Wood, que começou muito cêdo, ainda uma menina no cinema.
Já adolescente trabalhou em "Juventude Transviada" com James Dean e fez uma carreira brilhante, porém meteórica em Hollywood.
Nathalie morreu misteriosamente afogada, com pouco mais de 40 anos, em um passeio de iate.

Angela Ursa disse...

Kristal, uma vez, ouvi um boato de que o marido da Nathalie Wood, o Robert Wagner, tinha sido considerado suspeito da morte dela. Você ouviu algo sobre isso? Beijos da Ursa! :))