sábado, 7 de julho de 2007

Por causa da poluição das queimadas nos canaviais:

Europa 'não quer etanol sujo do Brasil', diz jornal - 06/07/2007
(Fonte: BBC - publicada no site Amazonia.org.br)


Uma matéria do jornal espanhol El Mundo diz nesta sexta-feira que a União Européia não quer "etanol sujo" do Brasil

O termo é uma referência à desconfiança do bloco dos 27 em relação às práticas de cultivo de açúcar brasileiras, vistas por líderes europeus como potencialmente danosas ao meio-ambiente.
Em uma conferência internacional sobre biocombustíveis em Bruxelas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva procurou convencer a audiência européia de que o Brasil inspecionará seu etanol de exportação, para certificar que o produto respeita critérios ambientais, sociais e trabalhistas.
"O presidente Lula falava ontem em tom idealista sobre 'o cuidado com o planeta Terra'. Mas os europeus não esquecem a queima maciça dos campos no processo de produção do etanol, e a tentação de estender ao Amazonas os cultivos de açúcar para obtê-lo", disse o jornal.
"Bruxelas advertiu o país amazônico que não importará seu biocombustível se for produzido de forma insustentável".
Escravidão - A desconfiança em relação ao etanol brasileiro foi manifestada também pelo italiano La Repubblica, que recordou a recente libertação de 1.106 trabalhadores forçados de uma fazenda de cana-de-açúcar no Pará.
Segundo o jornal, Lula – descrito como o líder "que faz o papel de apóstolo dos biocombustíveis" – "não disse (em Bruxelas) que as duas notícias estão interligadas".
"A operação de maquiar as condições de trabalho nas plantações de cana-de-açúcar indica que o presidente precisa enfrentar as críticas contra a solução do etanol, que se tornou o próximo grande negócio da economia brasileira."
O La Repubblica reconhece que o combate ao trabalho forçado no Brasil aumentou nos últimos anos, mas ressalva que o "espetacular aumento da produção de cana-de-açúcar" levanta preocupações em relação ao tema.
"Nas plantações de etanol, milhares de camponeses emigrados do nordeste vivem da miserável paga de um euro por tonelada de cana, sujeitos aos abusos dos patrões e da precariedade."

Meio ambiente - Já o britânico Financial Times centrou sua matéria nas conseqüências ambientais do cultivo de etanol. Abrindo amplo espaço para os argumentos do governo brasileiro, o diário econômico disse que as novas áreas de plantação de cana-de-açúcar seriam abertas em locais planos, nos quais a automação eliminaria a necessidade da queima da lavoura.
"A cana também não seria cultivada na Amazônia por razões climáticas, embora críticos digam que as plantações podem substituis culturas como a soja, que penetrariam na floresta amazônica."
Segundo o jornal, usineiros brasileiros disseram que "os principais obstáculos ao crescimento das exportações de etanol não são ambientais, mas a carência de infra-estrutura de transporte e, principalmente, tarifas e subsídios adotados nos mercados desenvolvidos".
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Lula erra em Bruxelas ao negar cana-de-açúcar na Amazônia - 06/07/2007
(Trechos de matéria - Fonte: Amazonia.org.br)
Presidente diz que plantação do país "fica muito distante da Amazônia, região que não se presta à cultura"

Altino Machado

Mal assessorado, Lula gera constrangimento com declarações desencontradas quando repete frases de assessores da Casa Civil. Na Amazônia, já existem usinas de porte expressivo em Presidente Figueiredo (AM), Ulianópolis (PA), Arraias (TO), além de meia dúzia no Mato Grosso. De acordo com o último levantamento oficial da Conab, um órgão do Ministério da Agricultura, de maio deste ano, na safra passada houve mais de 19 milhões de toneladas de produção de cana-de-açucar na Amazônia Legal, entre Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Amazonas e Pará.
Ainda não consta no documento a produção do Acre, isto é, da agroindústria Álcool Verde, pertencente ao Grupo Farias, que os políticos petistas do "governo da floresta" consideram como o grande trunfo de investimento. Uma antiga usina, que jamais havia produzido álcool, foi revitalizada com dinheiro público e privado. O investimento já atinge mais de 2 mil hectares de cana-de-açúcar plantados ao longo da BR-317. O ex-governador Jorge Viana, que preside o Fórum Empresarial do Acre, já anunciou que uma segunda usina será instalada na região.
É falso o mito de que o cultivo da cana-de-açúcar é inviável na Amazônia. De acordo com o relatório da Conab, a produtividade média na região amazônica é de 70 toneladas por hectare, bastante próxima à media nacional de 79 toneladas, e muito superior àquela de estados como Alagoas e Pernambuco, que são grandes produtores tradicionais de cana, e que apresentam, respectivamente, produção de 63 e 52 toneladas por hectare.

13 comentários:

Matilda Penna disse...

Isso da fumaça resultante da queima dos canaviais antes da colheita é mesmo um problemão, isso dos bóias-frias explorados também é outro problemão.
E o cultivo na Amazônia avança sim, se der muito lucro vai avançar mais ainda.
E agora?
Beijos e que você já esteja recuperadíssima, :).

Alberto Pereira Jr. disse...

Muito bom o recorte que você fez sobre as manchetes dos jornais europeus a respeito do etanol brasileiro.

Realmente o Brasil ainda tem que solucionar muitos problemas, para depois querer ser o pioneiro e exemplo para o mundo..

O Lula é mal assessorado, mas foi ele que escolheu os que trabalham com ele, portanto não pode culpar ninguém..

Anônimo disse...

cof-cof-cof, que horror né?
mas ainda assim vim trazer beijos cariocas!

Angela Ursa disse...

Nanbiquara, o perigo é os canaviais aumentarem cada vez mais. Já li artigos falando do risco da falta de alimentos por causa disso. Beijos da Ursa

Alberto, essa política do etanol precisa levar em conta os sérios riscos de danos ambientais. Abraços florestais!

Ana, tem havido muita queimada próxima à região da floresta e fuligem no ar. Beijos da Ursa

Tom disse...

Oi Ursa!
Estarei no Rio durante esta próxima semana. Vou ligar para o Jôka para nos encontrarmos e gostaria muitíssimo de ver você também.
Caso ache um espaço na sua agenda, me mande seu fone via e-mail: tonsliq@yahoo.com
Beijos e saudades.

Anônimo disse...

Isso é que dá uma pessoa ser mal informada:gera maus entendidos...
E mais:será que não poderiam ver outras alternativas de combustíveis e pensarem somente em álcool?Idéia fixa nõa é nada bom.
Beijos.

Angela Ursa disse...

Tom, eu sou carioca mas não moro no Rio desde 1998. Que pena que não poderei estar aí para conhecer você! Aproveite bastante o passeio e, depois, coloque umas fotos no seu blog ;)) Beijos da Ursa!

Janaína, também acho que deviam investir em outros tipos de combustíveis. Beijos! :))

Lia Noronha &Silvio Spersivo disse...

Ursa: é um absurdo...mas é realidade...triste!!!
Beijos bem carinhosos neste começo de semana pra vc.
Bjus mil!!!

Angela Ursa disse...

Lia, eu espero que haja tempo de reduzir os efeitos desse tipo de poluição. Beijos carinhosos da Ursa :))

joshua disse...

Continuas a fazer um óptimo trabalho e supercorajosa. Não apenas a tua CAUSA, mas o mundo inteiro há-de agradecer.

Bjs

joshua

Anônimo disse...

Angela, eu acho que esse negócio de etanol vai ser uma faca de dois legumes. A economia do país receberá mais recursos com as exportações, mas vamos poluir a valer os nossos rios. Espero estar errada nas minhas previsões. :-(

Kristal disse...

Já fui escrava branca, escrava de vícios inconfessáveis e escrava sexual.
Hoje sou somente escrava de minha beleza.

Angela Ursa disse...

Joshua, muito obrigada pelo seu apoio! :)) Beijos da Ursa

Ana Maria, eu também espero que isso não ocorra. Beijos!

Kristal, adorei sua visita à floresta sabendo da sua agenda cheia e das viagens. Beijos floridos da Ursa :))