domingo, 18 de maio de 2008

Algas contra a mudança climática?
Por Julio Godoy, do Terramérica - Fonte das informações: site Mercado Ético

Pesquisas sobre o uso de algas para capturar dióxido de carbono estão mudando a percepção negativa desses organismos, vistos como uma praga associada à contaminação agrícola. Até muito pouco tempo atrás, a proliferação de algas era vista como uma conseqüência indesejável do abuso de agroquímicos, cujos resultados imediatos eram pestilência, irritações cutâneas e a morte da fauna aquática, especialmente marinha, por falta de oxigênio. Entretanto, o potencial das algas para absorver um dos gases causadores do efeito estufa, responsável pelo aquecimento do planeta, pode ser chave para evitar catástrofes ambientais. Assim como os vegetais, as algas consomem carbono durante o processo da fotossíntese.“Pegamos algas do oceano, as colocamos em recipientes plásticos em estufas onde foram alimentadas com dióxido de carbono emitido por geradores elétricos convencionais”, explicou em uma entrevista o biólogo Laurenz Thomsen, da Universidade Jacobs, na cidade alemã de Bremen. “Expostas à luz solar, as algas transformam o dióxido de carbono em biomassa que pode ser utilizada como biodiesel, cuja combustão não emite gases que causam o efeito estufa”, acrescentou.O Greenhouse Gas Mitigation Project (GGMP, Projeto de Mitigação de Gases que Causam o Efeito Estufa) é coordenado por Thomsen, em cooperação com a Universidade Superior Politécnica, também de Bremen, o Instituto Alfred Wegener para a Pesquisa Marinha e várias companhias, como o fornecedor europeu de eletricidade E.ON. Thomsen batizou de “algenreactor” (reator à base de algas) a pequena estufa experimental instada na Universidade Jacobs, onde as algas transformaram o carbono em combustível orgânico. O projeto funciona em fase experimental, produzindo até agora meio litro de biodiesel. “O diesel que refinamos aqui é absolutamente orgânico. Está dentro das normas européias. Acredito que poderemos passar para uma fase industrial nos próximos meses”, acrescentou o biólogo.Fritz Henken-Melier, diretor da Central Termoelétrica de Farge, situada nos arredores de Bremen, concorda com essa previsão. Algumas das emissões de dióxido de carbono dessa unidade que funciona a carvão foram capturadas pelo GGMP. “Seguramente, precisaremos construir uma estufa muito maior, com centenas de metros quadrados, para que a captura do dióxido de carbono e a produção de biodiesel correspondam às dimensões de uma central comercial”, acrescentou, em entrevista ao Terramérica. Henken-Melier calcula que “a captura de apenas 10% dos gases emitidos pelo gerador de Farge leva à redução de aproximadamente 600 toneladas diárias de dióxido de carbono”.Segundo Thomsen, a superfície de uma estufa capaz de absorver o dióxido de carbono de um gerador de 350 megawatts e transformá-lo em biodiesel deveria ser de aproximadamente 25 quilômetros quadrados com custo em torno dos US$ 480 milhões. A quantia é pequena quando comparada com os cultivos convencionais para obter biodiesel e reduzir os gases nocivos em dimensões semelhantes às do “reator à base de algas”. Uma plantação equivalente de canola, por exemplo, pode custar até 25 vezes mais.Porém, o projeto de Thomsen não convence a todos. “Esses cálculos são muito ingênuos”, afirmou Karl-Herrmann Steinberg, diretor da produtora de algas mais importante da Europa central, localizada na cidade alemã de Kloetze. “Os custos do cultivo de algas, eliminação da água e destilação do óleo combustível são muito altos para que a idéia seja rentável em escala industrial”, assegurou Steinberg. Thomsen admite que a localização das estufas deve ser decidida em função da presença de luz solar. No norte da Alemanha, com poucas horas de sol por ano, o modelo não funcionaria. “As estufas teriam de ser instaladas no sul e sudeste da Europa”, disse o biólogo. “Já estamos negociando com firmas alemãs e estrangeiras, do Brasil e da Índia, que manejam grandes cultivos de algas”, acrescentou Thomsen.

4 comentários:

Anônimo disse...

Bom domingo pra você e os amigos da floresta, querida Ursa !

Lia Noronha disse...

Ursa: a Natureza sempre nos surpeende,,,positivamente,não pe verdade?
Adorei a boa notícia.
Bjus de bom Domingo pra e todos que habitam a sua maravilhosa floresta!!!

Anônimo disse...

Gostei da notícia, mais uma alternativa de energia.
Se há uam grnde quantidade, é melhor ser paroveitado.
Beijos floridos,tenha uma ótima semana.

Angela Ursa disse...

Jôka, obrigada! :)) Para você e Gigi também. Beijos da Ursa!

Lia, tenha um ótimo domingo também! :)) Beijos!

Janaina, as algas não interferem no plantio de alimentos e nem geram mais desmatamento. Beijos floridos de domingo!