sábado, 27 de fevereiro de 2010

O iceberg agora está flutuando ao sul da Austrália

Iceberg gigante se rompe da Antártida e ameaça mudar correntes marítimas
(Fonte: MSN Verde - BBC Brasil)

Um vasto iceberg que se descolou do continente Antártico depois de ser abalroado por outro iceberg gigante pode causar alterações nas correntes marítimas do planeta e no clima, alertaram cientistas.

Pesquisadores australianos afirmam que o iceberg - que tem aproximadamente a metade do tamanho do Distrito Federal e está flutuando ao sul da Austrália - pode bloquear uma área que produz um quarto de toda a água densa e gelada do mar.
Segundo os cientistas, uma desaceleração na produção desta água densa e gelada pode resultar em invernos mais frios no Atlântico Norte.
Neal Young, um glaciologista do Centro de Pesquisa de Ecossistemas e Clima Antártico na Tasmânia, disse à BBC que qualquer interrupção na produção destas águas profundas super frias na região pode afetar as correntes oceânicas e, consequentemente, os padrões de clima ao longo de anos.
"Esta área é responsável por cerca de 25% de toda a produção da água de baixo na Antártica e, portanto, irá reduzir a taxa de circulação de cima para baixo", afirmou Neal Young.
"Você não irá ver isso imediatamente, mas haverá efeitos corrente abaixo. E também haverá implicações para os pinguins e outros animais selvagens que normalmente usam esta área para alimentar-se", completou.

Água aberta
O iceberg está flutuando em uma área de água aberta cercada de gelo do mar e conhecida como polinia.
A água gelada e densa produzida pela polinia desce para o fundo do mar e cria a água densa salgada que tem papel-chave na circulação dos oceanos ao redor do globo.
Benoit Legresy, um glaciologista francês, afirmou que o iceberg descolou-se da Geleira Mertz, uma língua de gelo saliente de 160 km na Antártida Leste, ao sul de Melbourne.
O iceberg foi deslocado pela colisão com outro iceberg maior e mais velho, conhecido como B-9B, que rompeu-se em 1987.
"A língua de gelo já está quase quebrada. Ela está pendurada como um dente frouxo", afirmou Legresy.
"Se eles (os icebergs) ficarem nesta área - o que é provável - eles podem bloquear a produção desta água densa, colocando essencialmente uma tampa na polinia", acrescentou.

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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Açaí

Suco de fruta: o grande amigo no verão

Até mesmo as frutas exigem controle no seu consumo, pois são ricas em frutose, que é também é um tipo de açúcar. Tente não adoçá-los ou substituir o açúcar refinado por mel, açúcar orgânico, mascavo ou adoçante mesmo, mas sempre com moderação.
Bebê-los 30 minutos antes das refeições é uma ótima opção, pois isso ajuda na absorção dos nutrientes que você estará ingerindo.
Além disso, é importante que os sucos naturais sejam consumidos em até 30 minutos depois de serem preparados para não perderem suas propriedades nutritivas, ok? Agora, veja todos os benefícios que sua fruta preferida lhe traz:

Abacaxi: é digestivo, além de diurético e antitérmico. Também acalma a garganta e ajuda a curar laringites.

Açaí: trata-se de um antioxidante natural, facilita a eliminação de radicais livres, devido ao seu alto teor de vitaminas E e C.

Acerola: ajuda a combater a debilidade, a fadiga do organismo, a perda do apetite, e também as gripes e infecções pulmonares.

Goiaba: contém ferro, tanino, vitamina A e muita vitamina C. Esta fruta promove o metabolismo das proteínas e ajuda a prevenir a acidez e fermentação dos carboidratos durante a digestão.

Laranja: fortalece as defesas naturais do corpo por ser rica em vitamina C. Ajuda a combater resfriados, gripes, febres e possui efeito anti-hemorrágico.

Limão: é rico em vitaminas A, B1 e C e sais minerais, por isso ajuda a curar gripes e resfriados.

Maçã: auxilia na tonificação do organismo. Contém substâncias que protegem o fígado e facilitam a digestão.

Mamão: estimula e tonifica o organismo. É ótimo para a digestão e contém substâncias antibactericidas, capazes de evitar infecções intestinais causadas por parasitas. Também protege as mucosas dos intestinos.

Manga: tem grande teor de betacaroteno, o que lhe confere propriedades antioxidantes. É um ótimo regenerador do sangue.

Maracujá: tem propriedades antissépticas e reforça o sistema imunológico, estimula a digestão e pode ser utilizado como calmante natural.

Melão e melancia: os dois têm propriedades diuréticas, auxiliando o funcionamento dos rins.

Morango: é indicado em casos de diarréia. Também ajuda na digestão, baixa a febre e estimula todas as funções do metabolismo. Tem propriedades adstringentes e diuréticas.

Pêssego: ajuda a tratar desde inflamação dos rins, erupções da pele, fungos, intestino preguiçoso e ácido úrico a problemas respiratórios e doenças do coração.

Tangerina: os bagos são repletos de suco rico em ferro e vitaminas A, B1, B2 e C. A tangerina ajuda a tratar a febre, elimina toxinas, gripes, ácido úrico, retenção de líquidos, tensão nervosa e verminoses.

Além de suco de frutas, você pode optar pelo suco de clorofila, que tem ação desintoxicante e antibactericida. Isto porque a clorofila limpa o organismo das impurezas e toxinas, o que é perfeito para remediar um dia de excessos. Agora que você já sabe de tudo, que tal misturar duas ou mais frutas e inventar um novo suco preferido? Seu corpo e sua sede irão agradecer, pode apostar!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Índios da aldeia yawalapiti preparam beiju com moqueado (Foto: Mário Vilela/Funai)

Segundo a Funai, beiju é refeição muito comum nas comunidades indígenas brasileiras (Foto: Mário Vilela/Funai)



Culinárias Indígenas(Informações extraídas do blog Raiz Cultura )
O escritor paraense
Abguar Bastos realizou uma extensa pesquisa sobre a preferência alimentar de vários grupos indígenas. Para descrever o resultado de seus estudos ele usou o termo “pantofagia”, ou seja, o ato de comer de tudo.Ele propôs uma divisão dos alimentos consumidos pelos índios em certas categorias: de resguardo, interditos, compensatórios, privativos e sagrados.Os alimentos de resguardo são aqueles incentivados ou proibidos de serem consumidos durante um período ligado a um rito de passagem. Os alimentos probidos, se forem absorvidos durante esse período, podem trazer consequências graves, tanto para a pessoa que os comeu quanto para seus parentes próximos. Entre os índios Bororo, do Mato Grosso, as mães que davam à luz não comiam carne de tatu nem de tartaruga, senão seus bebês podiam ficar raquíticos. Entre os Urubu-Kaapor, do Maranhão, as meninas que estão prestes a menstruar pela primeira vez tomam uma sopa de aipim – “para esquentar a vagina” – e apenas podem comer tartaruga-branca, os peixes mandi e aracu, e chibé (farinha seca diluída na água).Os alimentos interditos são aqueles proibidos a toda a comunidade indígena, como fêmeas grávidas ou animais considerados mágicos. Os Kaingang, do sul do Brasil, e os Rikbaktsa, do norte do Mato Grosso, não comem tamanduás. Os Kaingang dizem que são gratos ao tamanduá, que ensinou alguns cantos e danças para os índios. Entre outros exemplos: os índios Xikrin (do Pará) não comem o peixe jaú, os Karajá (do Tocantins) não comem tatu, os Tapirapé (do Mato Grosso) não comem preguiça… É comum que os índios comam a carne de macacos, mas há sempre alguma espécie que não é consumida. Geralmente o motivo é – segundo as lendas – que aquela espécie já foi um humano que se transformou em tempos passados.Alimentos recompensatórios são geralmente reservados aos homens que realizam alguma atividade muito trabalhosa. Era habitual entre os índios Bakairi, do Mato Grosso, que os homens ganhassem alimentos de todos da aldeia, antes de partirem para a caça. Entre os índios Krahò, do Tocantins, persiste um costume realizado de tempos em tempos, que fortalece a amizade entre as famílias: todos os homens saem para a mata em busca de um alimento. Quando voltam à aldeia, oferecem esse alimento a uma mulher que não seja sua própria esposa, que retribui a gentileza com uma comida preparada por ela própria. Uma espécie de troca de presentes.Os alimentos privativos são aqueles reservados a certos indivíduos ou grupos. Entre os índios Suyá, do Mato Grosso, apenas os homens podem comer os miúdos da anta. Também só os homens, entre os Rikbaktsa, comem a cabeça de macacos e porcos-do-mato.Por fim, o escritor Abguar Bastos chama alguns alimentos de “sagrados”. Ele reúne nessa categoria os alimentos que sofrem uma influência espiritual, antes de serem consumidos. Por exemplo: os pajés dos índios Marubo, do sudoeste do Amazonas, usam o canto para curar as doenças. Há casos em que esses pajés cantam sobre um pote de mingau, que depois é oferecido ao índio doente. Isso ocorre também entre os índios Baniwa, do norte do Amazonas. Durante a festa Kariana, um rito de passagem feminino, os pajés benzem e jogam fumaça sobre a comida que será consumida pelas meninas; normalmente beiju com molho de pimenta, peixe cozido e uma cabeça de peixe. Entre os índios Wanana, do alto Rio Negro – noroeste amazônico, os pajés benzem também o leite materno que é oferecido às crianças durante a cerimônia de batismo.
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Beiju com moqueado

Ingredientes
- 100g de goma de mandioca peneirada
- 1 peixe pequeno de sua preferência
- pimenta a gosto
- sal a gosto

Modo de fazer
Coloque a goma em uma panela e leve a panela ao fogo para fazer o beiju. Asse o peixe para fazer o moqueado misturando-o com bastante pimenta e um pouco de sal (os índios socam o tempero em um pilão). O moqueado é o recheio do beiju

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010




Maine Coon, o gato gigante
(Fonte: blog Tudo para o seu Pet)

Maine Coon é o gato americano de pelo longo e vem ganhando muitos adeptos no Brasil. Sua origem não é certa, a lenda que ele é mistura de gatos selvagens com gatos domésticos. Mas o que há de concreto é que foi reconhecido primeiramente como raça no estado do Maine nos EUA, onde era valorizado e muito reconhecido por sua habilidade em caçar ratos nas fazendas. A própria natureza o moldou como um gato forte e robusto, para suportar os invernos severos e a grande variedade de temperaturas da região. São animais dóceis, inteligentes e sociáveis, se dão bem com crianças e cães. O que mais impressiona na raça, além da sua beleza, é o seu tamanho, que pode chegar ao triplo de outras. Um macho pode chegar a pesar 11 kg. Seu comprimento supera os 50 cm, sem contar a cauda. As fêmeas pesam de seis a sete quilos, e as maiores chegam a atingir oito ou nove quilos. Seu pêlo é sedoso ao toque e a cor de pelagem tigrada é a mais freqüentemente vista.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010


Máscara dança dos macacos carnaval indígena Caiapó.
Máscara representando o sobrenatural Nuianani. Feita pelos índios Bakairi. - rios Novo e Paranatinga, Mato Grosso.

Máscaras indígenas
Para os índios, as máscaras têm um caráter duplo: ao mesmo tempo que são um artefato produzido por um homem comum, são a figura viva do ser sobrenatural que representam. Elas são feitas com troncos de árvores, cabaças e palhas de buriti e são usadas geralmente em danças cerimoniais, como, por exemplo, na dança do Aruanã, entre os Karajá, quando representam heróis que mantêm a ordem do mundo.
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(Mais informações sobre máscaras e a dança do macaco no blog de Rosane Volpatto)

AVISO DA URSA: Devido ao excesso de spams em inglês postados nos comentários, vou ser obrigada a utilizar a confirmação de palavras para os comentários. Se isso não for suficiente, infelizmente, terei de ativar a moderação de comentários.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Noite na aldeia indígena

Noite no Rio Negro
(Fotos de Vane Barini - Fonte: blog Antropoantro )

Floresta Amazônica à noite

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Em seu livro A Marcha para o Oeste, os Villas Bôas colocam o dedo na ferida: "É um erro pensar que o índio guerreia movido simplesmente por um costume inato. Em princípio sua índole é boa, melhor ainda era no começo, quando aqui chegaram os primeiros navegadores europeus. O primeiro encontro foi pleno de paz e compreensão. Mas essa harmonia não teve longa duração. O interesse pelos bens da terra nova atiçou a ambição do conquistador. Um verdadeiro estado de guerra foi criado pelos métodos de exploração e, principalmente, pela tentativa de escravização do índio." (Fonte)

O botocudo Raoni exibe um de seus amigos da floresta
Último encontro entre Villas Boas e Raoni (Fonte das imagens)

Uma entrevista com Orlando Villas Boas
(Fonte: site Com Ciência)

Com Ciência - Houve alguma mudança na vida dos índios após as comemorações?
Orlando Villas Bôas
-
Não. A situação continua essencialmente a mesma. Não obstante, a atual gestão da FUNAI pareça ter um maior interesse que a desastrada gestão anterior, é possível verificar a continuidade no estado de abandono das aldeias, sobretudo daquelas que se localizam na faixa litorânea ou gravitam à margem de grandes centros urbanos, como é o caso das aldeias do Jaraguá e Parelheiros aqui em São Paulo. Esses são exemplos de uma pseudo-política integracionista que não integra ninguém, apenas desestrutura e exclui. As comemorações do Brasil 500 anos foram para "inglês ver" e, de fato, talvez eles as tenham visto. O índio certamente não viu nada.

Com Ciência - Segundo a organização do evento "Brasil 500 anos", houve uma renda de R$ 4,5 milhões, entre bilheteria e venda de catálogos, de um total de 1.883.872 visitantes somente na cidade de São Paulo. O Sr. foi informado se houve ou há algum projeto para que parte desta renda seja revertida aos indígenas?
Villas Bôas -
O evento "Brasil 500 anos" não atingiu o índio. Ele foi esquecido como esquecido continua sendo. Para boa parte de nossa gente, e isso inclui até nossas autoridades, o índio é ainda uma figura folclórica. Desconheço qualquer projeto que estabeleça a reversão de parte da renda obtida na "comemoração" para as comunidades indígenas.

Com Ciência - Quando o sr. afirma que "os índios, tal como o conhecemos na sua cultura pura, não existirão mais", qual o aspecto mais relevante que o faz pensar assim? Dos 851.196.500 hectares do território brasileiro, as terras reservadas aos indígenas ocupam 104.367.993, ou seja 12,26%. Este número é suficiente? Além de outros fatores, isto influencia de que maneira na expectativa de vida indígena?
Villas Bôas - Os índios caminham para o fim. Bom seria se sobre eles chegasse a nossa proteção. A proteção do Estado e as da gente. Parece que nós não levamos em conta que eles nos deram um continente para que nos tornássemos uma nação. Não creio entretanto que haja apenas um aspecto essencial para isso. Há, isso sim, uma conjunção de aspectos que vão desde o descaso do poder público à sanha de riqueza de vários grupos que tornam o índio como um estorvo, ou como um meio de enriquecimento. Não basta garantir a terra do índio (o que por vezes nem sequer é feito), é preciso resguardá-lo de um contato indiscriminado com pessoas que visam explorar as riquezas dessa terra e de sua cultura.

Com Ciência - Marechal Rondon tinha como ideal em relação aos índios, o lema "Morrer se preciso for, matar nunca", que era seguido à risca por todos os integrantes da Fundação Brasil Central (FBC). Como o sr. vê este lema nos dias de hoje?
Villas Bôas -
Não canso de dizer que vivemos num país sem memória. Não fosse isso, o velho Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon seria considerado por todos como o maior homem do século XX. Foi ele que, já no início da República começou a implantar as linhas telegráficas nas selvas do Planalto Central brasileiro, desbravando nossos sertões e empurrando nossas fronteiras até encostar nos andes. Foi ele também que, muito adiante de seu tempo, criou o SPI (Serviço de Proteção ao Índio), em 1910. Rondon era um humanista. O lema "morrer se preciso for, matar nunca", apenas expressa o ideal de Rondon no trato com estas gentes. Sua preocupação com os índios foi decisiva na história de nosso país. Nós tivemos o privilégio de conhecê-lo, e dele nos tornarmos amigos em meados da década de quarenta, quando engajávamos na Marcha para o Oeste, que havia sido criada em 1943 por Getúlio Vargas. Lembramos que ainda no início da expedição Roncador-Xingu, a intervenção de Rondon foi decisiva para que os índios Xavantes não fossem massacrados por uma frente militar que iria "limpar o caminho" para a expansão brasileira. Após alertarmos o Marechal a respeito disso, ele mandou que a frente militar fosse suspensa, e foi quando assumimos a vanguarda da Expedição. Rondon influenciou toda uma geração de indigenistas e antropólogos brasileiros, dentre os primeiros incluo a mim, e a meus irmãos Cláudio, Leonardo e Álvaro. Dentre os segundos, destaco sobretudo, Darcy Ribeiro. Hoje Rondon está esquecido e, com ele, toda uma política de trato com os índios que foi se estiolando até descambar no que hoje temos.

Com Ciência - Em uma oportunidade, o senhor disse que após tantos anos vivendo na selva com os índios, de alguma maneira, o sr. se transformou em um deles. Então, será que o sr. poderia dizer qual foi o significado/ou sentimento que as comemorações do Redescobrimento do Brasil gerou nos indígenas? Tiveram motivos ou benefícios para festejar?
Villas Bôas - Em verdade não chegamos a nos "transformar" em índios. Entretanto, o que nos impressionou ao longo do convívio com eles, foi observar uma verdadeira lição de como se deve viver em sociedade. Nunca vimos dois índios discutirem, nem um casal se desentender. Entre os índios, o velho é o dono da história, o homem é o dono da aldeia, e a criança é a dona do mundo. Diante do que vimos, hoje podemos aquilatar o que não devem eles ter sofrido ante uma gente desordenada e, por essa razão, os índios nada têm a comemorar ou festejar.

Atualizado em 10/04/01