quinta-feira, 8 de setembro de 2005

(Crianças Kraho, em Tocantins. Reprodução reduzida de foto tirada por Bento Viana, filho da amiga Beth do Tudo Pode Acontecer)

Brinquedos e brincadeiras dos índios brasileiros
(trecho de matéria também enviada pela amiga Beth - Fonte: Agência Carta Maior )

Instigar a curiosidade das crianças pelo surpreendente universo dos povos indígenas brasileiros é a proposta do evento, um convite para o público experimentar um olhar diferente sobre a brincadeira urbana e contemporânea.

Um caminho de patinhas de onça coladas ao chão leva os visitantes do projeto Brinquedos e Brincadeiras dos Índios Brasileiros para um empolgante passeio pelo cotidiano lúdico dos índios brasileiros. Aberta em 7 de setembro e estendendo-se até 23 de outubro no SESC Ipiranga, a mostra exibe uma ambientação temática para transportar crianças e adultos para o universo do povo indígena, por meio de uma viagem pelos seus jogos, brinquedos e brincadeiras. A visita ao evento é aberta ao público em geral. Durante a semana, de terça a sexta, haverá atendimento especial para escolas, com agendamento antecipado.
Embalados por sons da natureza (emitidos por sensores pendurados em árvores) e guiados, ainda, por grafismos indígenas, os visitantes do evento podem conhecer uma exposição de brinquedos originais criados pelos índios, participar de vivências das brincadeiras, oficinas de confecção de brinquedos e jogos, além de apreciar as apresentações de dança e embarcar junto com os contadores de histórias pelo universo lúdico da tradição oral do povo indígena.
Logo na entrada do SESC Ipiranga, um telão exibe cenas da expedição Jogos Indígenas do Brasil, uma realização da Origem Jogos e Objetos coordenada pelo jornalista e pesquisador Maurício de Araújo Lima, que visitou oito tribos indígenas – Camaiurá, Bororo, Pareci, Canela, Ticuna, Maioruna, Manchineri e Guarani – espalhadas pelos Estados do Amazonas, Acre, Maranhão, Mato Grosso e São Paulo, entre 2003 e 2004. Nesse espaço, estão expostas cerca de 45 fotografias, editadas desse extenso trabalho de pesquisa e que retratam a harmonia entre os jogos e brincadeiras e o cotidiano dos povos indígenas.
Na área de convivência, o chão apresenta-se como uma réplica ampliada do tabuleiro do jogo da onça, um jogo de estratégia que já era conhecido na América do Sul antes da chegada dos europeus e jogado por várias tribos do Brasil. Em suportes de terra batida, estão expostos, para o visitante conhecer e aprender a jogar, os brinquedos e jogos autênticos dessas tribos. No mesmo espaço, dezenas de mãos ensinam a brincar o jogo da cama-de-gato (brincadeira onde o jogador usa um cordão que vai enlaçando nos dedos das duas mãos e forma figuras como peixes, plantas etc). Entre uma e outra brincadeira, o público pode descansar em pequenos bancos de madeira, confeccionados no formato de animais da fauna brasileira, que estão dentro de uma oca cenográfica, montada especialmente para a exibição do documentário completo, resultado de 30 horas de gravação produzidas durante a expedição.
Típico programa de índioPara completar esse típico programa de índio, no quintal do SESC Ipiranga, a praça vermelha transforma-se num pátio com piso de terra batida para receber os 11 índios da tribo Pareci, vindos especialmente do Estado do Mato Grosso e que ficarão em São Paulo até 18 de setembro. Eles ensinam diversas brincadeiras e jogos praticados nas aldeias, como forma de diversão e preservação da tradição e da cultura dos índios, como perna-de-pau, jogo banana, brincadeira ema e taco, entre outras.
Nas oficinas, as crianças aprendem a fazer seu próprio brinquedo, confeccionado com a utilização mista de materiais autênticos e alternativos. Nas vivências, podem brincar com perna-de-pau, pião, peteca, bilboquê, cama-de-gato, bola de gude, jogo da onça, bumerangue, quebra-cabeça, peteca e zunidor, entre outros. Montados no quintal, dois brinquedos gigantes – um jogo da velha e um quebra cabeça – são atrativos irresistíveis para os visitantes.
Para conhecer toda essa história de índio vale ouvir o jornalista Maurício de Araújo Lima, que fará um relato de sua pesquisa e experiência em visitar várias tribos indígenas, no bate-papo Falando sobre Índio, neste dia 8 de setembro, quinta-feira. O encontro contará, ainda, com o professor do Museu Britânico Irving Finkel (especialista em jogos e coordenador de um amplo trabalho de pesquisa na Índia), com Renata Meirelles (coordenadora do projeto BIRA – Brincadeiras infantis da região Amazônica) e com Marina Herrero (gerente-adjunta do SESC São Carlos, que está realizando pesquisa dos jogos e brincadeiras nas aldeias do alto Xingu). A mediação será de Celina Tamashiro (assistente da gerência da GDFE – Gerência de Desenvolvimento Físico e Esportivo do SESC em São Paulo), que também falará da importância da brincadeira para a linha de ação desenvolvida pela instituição.
Para completar essa variada programação, Maurício e o escritor Antônio Barreto aproveitam o evento e lançam no dia 12 de outubro o livro O Jogo da Onça, resultado de seus estudos e pesquisas. Com o auxílio das ilustrações de Dedé e Leleu, Maurício e Antônio relatam tudo o que foi visto nas aldeias indígenas visitadas pelo país. Veja a programação completa e detalhada no site do
SESC

3 comentários:

Jôka P. disse...

URSA,
hoje o seu calendário, os liks e desenhosw da índia estão todos lá pra baixo novamente...
PORQUÊ ????
É o fenômeno elevador virtual ?!
Soooobe !
Deeeesce...
!!!!!
bjs

Jôka P. disse...

Sou o visitante 1290 !!!
:)
JÔKA P.

Angela Ursa disse...

Amigo Jôka, ainda não consegui descobrir a causa dessa mudança repentina de visualização das imagens laterais. Que mistério!! Eu não alterei nada aqui!
O estranho é que, pelo Firefox, aparece tudo normal. Beijos noturnos da Ursa!