sexta-feira, 14 de outubro de 2005

Moradores de uma pequena comunidade perto de Manaquiri (AM) ficam isolados com a seca do rio, principal ligação com outras cidades (Fonte: O Globo On line)

SOS AMAZÔNIA!!
Todos os municípios do interior do Amazonas decretaram estado de calamidadeIsmael Machado - O GloboBom Dia BrasilAgência BrasilMANAUS E BELÉM- O secretário de Governo do Amazonas, José Melo, afirmou que foi decretado estado de calamidade pública em todos os 61 municípios do interior do estado. Trata-se da pior seca das últimas três décadas no estado do Amazonas. - O governador fez isso porque nossos rios começam a secar nas cabeceiras, nos altos rios, depois vão secando nos médio, até chegar ao baixo. Então o que é problema sério hoje nos altos rios, vai ser problema sério daqui a dois ou três dias nos médios rios e será problema muito sério daqui a uma semana no baixo rio - disse Melo. Até quinta-feira, informações da Defesa Civil Estadual apontavam apenas seis municípios em estado de calamidade pública - e outros 15 em estado de alerta - por causa da seca forte e prolongada que atinge o estado. - Na verdade, todos os municípios do Amazonas têm algum tipo de problema. Mas nas comunidades que ficam na beira dos lagos e dos pequenos afluentes, que estão secos, a situação é mais grave. São mais de 1.200 comunidades com falta de água potável e alimentos - afirmou Melo. Segundo levantamento da Defesa Civil Estadual, concluído na última quarta-feira, 32 mil famílias receberiam a ajuda emergencial do governo. Mas Melo ponderou que o número "é dinâmico" e que hoje pelos menos o dobro de pessoas já necessitam de assistência. Nesta sexta, começam a ser distribuídos comida e remédios a quatro municípios atingidos pela seca: Anamã, Anori, Caapiranga e Manaquiri, no Rio Solimões. No sábado, a ajuda deve chegar a outras quatro cidades mais próximas a Manaus: Iranduba, Manacapuru, Careiro Castanho e Careiro da Várzea. - Na próxima terça-feira, os grandes aviões da Força Aérea Brasileira já estarão aqui e vamos iniciar a distribuição no Alto Solimões. O material seguirá para Tabatinga, Benjamin Constant, Atalaia do Norte e São Paulo de Olivença. A partir daí, todos os dias, os aviões sairão em direção aos altos rios. Em 10 dias devemos ter os mantimentos nas sedes dos principais municípios - afirmou Melo, que está coordenando o Plano Emergencial. Oito municípios, nos quais há pistas de pouso maiores, servirão de bases de apoio da operação: Eirunepé, na calha do Rio Juruá; Boca do Acre, calha do Rio Purus; Humaitá e Borba, na calha do Rio Madeira; Tabatinga, Tefé e Coari, na região do Alto e Médio Solimões; e Parintins, baixo Amazonas/Solimões. Desses locais, os alimentos e os medicamentos serão transportados da maneira que for possível até as comunidades isoladas, segundo Melo. Ele citou o uso de canoas, caminhões, motocicletas e helicópteros. As famílias receberão cestas básicas com 12 itens: arroz, farinha, feijão, macarrão, leite, açúcar, biscoito, café, óleo comestível, sal, leite e charque. A quantidade é para um mês. Serão distribuídas 50 mil cestas básicas em três meses. O Ministério da Saúde deve enviar kits de medicamentos para atender às vítimas da seca no estado do Amazonas, totalizando 2,8 toneladas de remédios. Cada kit é composto por 25 itens e a remessa do Ministério da Saúde será suficiente para atender a 84 mil pessoas durante um mês, com o fornecimento de analgésicos, antibióticos, antiinflamatórios, anti- hipertensivos e antiparasitários, entre outros. De acordo com a Coordenação de Vigilância Ambiental em Saúde da Secretaria de Vigilância em Saúde, o estado do Amazonas conta com estoque de hipoclorito de sódio para atendimento emergencial. O hipoclorito é utilizado no tratamento da água consumida pela população, evitando contaminações que provocam, por exemplo, diarréia aguda. Além disso, o Ministério da Saúde já enviou 135 mil frascos de 50 mil de hipoclorito de sódio, o que corresponde ao envio trimestral do produto aos estados. Na próxima semana, serão enviados mais 135 mil unidades do produto. Cada frasco trata 500 litros de água. O plano de distribuição de alimentos e remédios foi estabelecido após um sobrevôo feito pelo governador do Amazonas, Eduardo Braga, e por militares. A intenção era observar quais as comunidades permitem o pouso de helicópteros e aviões de pequeno porte. A seca provocou a perda da produção da fécula de mandioca, uma das principais fontes de renda de Manaquiri, um dos municípios mais atingidos. Segundo o prefeito, a saca que custava R$ 20 é vendida agora por R$ 100. O quilo do frango pulou de R$ 2 para R$ 5. A prefeitura espera pelas 2.500 cestas básicas e dez mil litros de combustível. Os 68 agentes de saúde, a pé, visitam as famílias com hipoclorito de sódio para tornar potável a água das residências. Em Anamã, a 168 quilômetros de Manaus, o lago que abastece a localidade já perdeu mais de 80% de seu volume, afetando a pesca, principal fonte econômica de 14 comunidades. O município está em calamidade pública. - Tudo aqui chega de barco. Agora é feito a pé. E já começa a faltar água potável - disse o prefeito Luiz Brandão. A pecuária também começa a ser atingida. Em alguns municípios, cerca de 20% do rebanho já morreu. Na pesca, já passam de três toneladas de peixes mortos.

6 comentários:

Lia Noronha disse...

Ursa: esse grito desesperado de socorro já está ecoando há tempos!
Tentando acordar os corações insensíveis das autoridades que deveriam ser competentes!
Beijos mil!

Angela Ursa disse...

Lia, a gente precisa gritar até para que venha mais ajuda de emergência para as pessoas que estão sofrendo essa terrível seca. Beijos!

Anônimo disse...

Dá aflição isso, não cuidou direito e agora, todos sofrem, :(.
Beijos, :).

Angela Ursa disse...

nanbiquara, infelizmente, o aquecimento do planeta, junto com as queimadas e derrubada de árvores, a poluição de rios favoreceram essa calamidade. Beijo!

Anônimo disse...

Oi, Angela Ursa, boa tarde.

Sabe que vendo essas imagens da seca na Amazônia, me deu uma tristeza tão violenta e uma raiva ainda maior de nós mesmos, os seres humanos, por sermos tão burros em nossa ganância irrefreável.

Angela Ursa disse...

Saramar, eu sinto um aperto no peito quando leio as notícias sobre a enorme tragédia que está ocorrendo na nossa querida Amazônia, coração da natureza brasileira. Vamos rezar para que as chuvas não demorem por lá. Beijo!