sexta-feira, 6 de janeiro de 2006

Rio Olho D´Água no Pantanal (Fonte da imagem)

Relatório revela que o Pantanal pode desaparecer caso o desmatamento continue
Danielle (Jordan / Fonte: AmbienteBrasil)
A Rede Globo que se apresse, caso seja confirmada a informação divulgada em vários sites no final de 2005, de que a emissora teria adquirido os direitos para uma refilmagem da novela Pantanal, exibida na Rede Manchete em 1990. Segundo um levantamento feito recentemente pela ONG Conservação Internacional, CI-Brasil, analisando a vegetação nativa ainda existente na Bacia do Alto Rio Paraguai - BAP -, e do Pantanal brasileiro (nela inserido), o Pantanal pode desparecer até 2051, caso o desmatamento não seja freado.A “Estimativa de perda da área natural da Bacia do Alto Paraguai e Pantanal Brasileiro” foi feita a partir de comparações das imagens por satélites entre a porção de vegetação ainda nativa e a área que teve sua vegetação original suprimida. Segundo o estudo, a agropecuária e as carvoarias são os principais fatores de risco à conservação da região.O objetivo do levantamento foi estimar qual a área da Bacia do Alto Paraguai já teve sua vegetação suprimida, segundo Sandro Menezes Silva, gerente do Programa do Pantanal Conservação Internacional, CI-Brasil. Os dados revelaram que cerca de 44,5% da área total, aproximadamente 161.845 km2, da BAP já foi desmatada, incluindo os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Levando em consideração as regiões de planaltos e planícies, “as partes onde se localizam as nascentes dos rios que formam o Pantanal”, de acordo com Menezes, o maior percentual de área desmatada fica nos planaltos, representando 63% desta região, enquanto na planície o valor estimado foi de 17,5%. Os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul apresentaram os percentuais de 45% e 55%, respectivamente.Um dado preocupante, segundo Menezes, é o número de licenças para desmatamento expedidas no Mato Grosso durante o levantamento. Foram mais de 1.200 licenças entre janeiro de 2002 e setembro de 2004, segundo ele, o que representa uma área pouco maior que 250.000 ha de área licenciada para desmate. Diante desta situação, Menezes faz o alerta: “estima-se que o Pantanal desaparecerá dentro dos próximos 45 anos”. O ritmo atual de supressão da cobertura vegetal, de 2,3% ao ano, será fatal para a região. Juntamente com a vegetação, será vitimado um conjunto de ambientes e de espécies animais e vegetais, “que fazem desta região uma das mais importantes áreas úmidas do planeta” - conforme ele destaca.Menezes alerta para as conseqüências, caso nada seja feito para reverter tal situação. Segundo ele, haverá a completa descaracterização dos rios que formam o Pantanal. “Com conseqüências severas sobre os ciclos hidrológicos da região, sobre o clima regional e, principalmente, sobre a biota relacionada”, diz ele. “E com perdas de biodiversidade que dificilmente poderão ser reparadas ou minimizadas”, completa.Espécies ameaçadas como a arara-azul, o cervo-do-pantanal e a ariranha, que encontrariam condições de boa qualidade ambiental, também serão afetadas pelo desmatamento no Pantanal. O relatório sugere algumas recomendações para que o desmatamento na região da BAP seja ao menos minimizado, a exemplo da revisão da legislação referente às áreas de proteção permanente e reservas legais. “Considerando suas características ambientais ímpares e que fazem dele uma área única no mundo, o Pantanal merece atenção especial de todos”, exorta Menezes. Segundo ele, seria necessária uma série de medidas, entre elas a unificação das ações e políticas públicas dos estados que têm áreas no Pantanal (MT e MS) e a intensificação da fiscalização por parte dos órgãos públicos, coibindo ações irregulares.

7 comentários:

Jôka P. disse...

URSA,
se o Pantanal sumir, pelo menos não vão dizer que você não avisou.
:)
bjs!

Jôka P. disse...

Quando inaugurarem a estátua da Dona URSA na praça do Lido, o assunto vai ser capa de todas as revistas nacionais e internacionais.
Você vai saber pela Fátima Bernardes, tá ?

Anônimo disse...

Neste país tudo merece atenção. Que foto linda desse rio. Que Deus o conserve, por que os homens, minha filha, sei não.
Beijo.

Anônimo disse...

Angela , quando vejo esta foto fico imaginando como deveria ser maravilhosa a cena das nossas praias e rios ...200 anos atrás ... Um beijo com carinho para você !

Matilda Penna disse...

E o pantanal é tão bonito, Bonito é um dos lugares mais lindos desse Brasil...
Beijos, :),

Angela Ursa disse...

Jôka, então, vou ficar aguardando ansiosa a inauguração da estátua da Ursa na pracinha do Lido! Beijos!!

Palpiteira, Ivo e nanbiquara, diversos sites ambientalistas estão alertando sobre os problemas ocorridos no Pantanal. Beijos!

Lucinéia, para o íntimos disse...

Oi, Ângela! Passei uns dias sem ler seus posts e já estava com saudade ;c)
Faz uns 3 ou 4 meses que assisti um documentário sobre os carvoeiros no Mato Grosso. Os próprios carvoeiros, que são pessoas muito simples e exploradas ao extremo, diziam que o pior do trabalho deles era iniciar uma empreitada em um lugar onde a floresta virgem tinha sido devastada para virar carvão. Eles não têm como recusar o trabalho, pois não há outra forma de sustento na região. É triste isso.
Beijo pra ti.