domingo, 5 de novembro de 2006

Os Guajá (Foto: Mércio Gomes, 1980 - publicada no site do Instituto Sócioambiental)

Indígena Awá Guajá é encontrado morto em hotel no Maranhão
(Fonte: CIMI)

Na última sexta-feira, dia 27 de outubro, um indígena Awá Guajá da aldeia Juriti foi encontrado morto num quarto de hotel em Santa Inês, no Maranhão. To’o Awá estava acompanhado de pessoas da Fundação Nacional do Índio (Funai) com quem deveria fazer uma viagem no dia seguinte. Na noite da quinta-feira, dia 26, foi dormir e não acordou mais.

A causa da morte é desconhecida, mas segundo informações da Funai, tudo indica que ele foi vítima de um ataque cardíaco. Se confirmada esta hipótese, será necessário esclarecer o que causou um ataque repentino em um indígena de pouco contato.

Diante do triste acontecimento algumas perguntas nos vêm imediatamente à cabeça. O que um Awá Guajá da aldeia Juriti estava fazendo num hotel de Santa Inês? Que viagem era essa que ele faria no dia seguinte?

O caso da morte de To’o traz à tona outra situação extremamente preocupante vivida pelos indígenas Awá Guajá no Maranhão. Segundo relatos de indígenas Awá Guajá e Guajajara, a Funai estaria preparando uma operação para contatar um grupo de aproximadamente 60 pessoas, divididos em três sub grupos, de Awá Guajá que ainda vivem livres, sem contato com a sociedade envolvente, na Terra Indígena Araribóia, no centro-oeste do Maranhão. Os indígenas também informaram que To’o estaria em Santa Inês para acompanhar a equipe da Funai que se deslocaria para a T.I. Araribóia, objetivando fazer esse contato.

A incapacidade dos órgãos federais de controlar a ação desenfreada dos madeireiros, que todos os dias retiram ilegalmente dezenas de caminhões carregados de madeira da T.I. Araribóia, seria o motivo alegado para a realização do contato.

A ação dos madeireiros e a omissão da Funai diante dessa situação colocam em risco a vida do Povo Awá Guajá. São grupos familiares que vivem livres na mata, ou seja, sem contato com a sociedade que os cerca. Estes são um dos poucos povos livres do Brasil e do mundo e estão ameaçados pelos madeireiros que exploram a T.I. Araribóia.

Madeireiros ameaçam índios sem contato

A T.I. Araribóia, juntamente com as T.I.s Caru e Alto Turiaçu, representa o que sobrou de floresta no Maranhão e é habitat natural dos Awá Guajá. Cobiçada por madeireiros, fazendeiros e caçadores, está sofrendo, desde a década de 80, um processo acelerado de pilhagem. Muitas pessoas não acreditavam na existência de povos livres naquela região. Porém, vez por outra, relatos de indígenas e moradores dos povoados vizinhos da terra confirmavam as suspeitas. Nos últimos três anos, a ação dos madeireiros tem se intensificado, o cerco de destruição foi se fechando cada vez mais e os relatos da presença dos Awa Guaja foram ficando mais freqüentes.

6 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia D. Ursa.......

É...ficaráa duvida...
Bjs...

Anônimo disse...

Tudo muito suspeito né? Aliás em se tratando dos índios tudo que os cercam têm-se que estar de olho, muita gente querendo acabar com eles...
Linda semana querida
beijosssssssssssss

Angela Ursa disse...

Diana e Márcia Clarinha, também acho as circunstâncias da morte desse índio muito estranha. O desrespeito pelos índios e pela natureza está cada vez maior. Um horror! Beijos da Ursa

Janaina disse...

Nossa, estranho isso.
Será que botaram alguma coisa em algo que ele comeu?

Angela Ursa disse...

Janaína, a notícia diz que ele morreu do coração, mas pode mesmo ter sido outra a causa da morte. Beijos da Ursa

Anônimo disse...

Sempre uma triste história no meio de uma vida que poderia continuar tão bonita né?
:O(